A CONSEQUÊNCIA DO MAL
D. Villela
É inegável a extensa presença do mal em nosso mundo, reflexo do nível moral da maioria de seus habitantes, cujo comportamento é ainda governado pelo egoísmo. Doenças e desastres naturais, vícios, guerras e desonestidade formam um cortejo triste e ocupam expressivas parcelas de espaço, ou de tempo, nos meios de comunicação. No entanto, não é difícil reconhecer que esses males decorrem, sobretudo, da ação infeliz do próprio homem, de vez que a ciência consegue prever com crescente exatidão a ocorrência daqueles que provêm unicamente de causas materiais, desenvolvendo recursos para evitá-los ou minimizar seus danos. A fome, por exemplo, que todos os anos faz milhares de vítimas, resulta principalmente da distribuição profundamente injusta dos recursos disponíveis na Terra e não de fatores ambientais.
Sucede que, como filhos de Deus, trazemos inscritas na consciência as suas leis, sábias e justas, cujo cumprimento é a garantia de nossa felicidade. Mais do que isso, o próprio Criador nos faz lembrá-las constantemente pela presença de seus enviados profetas e instrutores que trazem a missão de nos esclarecer no conhecimento dessa legislação divina, incentivando-nos ao seu cumprimento. Se o homem não aproveita essa orientação é em virtude de seu livre-arbítrio bem como de sua relativa imaturidade, que o leva ainda a acreditar ser possível auferir vantagens pessoais à custa de prejuízos para terceiros. Trata-se de lamentável ilusão, pois as consequências do que fazemos nos pertencem e surgirão fatalmente em nosso caminho, agora ou mais tarde. Esclarece, no entanto, a Doutrina Espírita que essa situação é transitória pois assim como as necessidades materiais de alimento e proteção levaram ao desenvolvimento da inteligência, que cria os meios de provê-las, a aspiração ao bem-estar moral, ou seja, à felicidade, que todos sentimos, conduzirá, por sua vez, ao aperfeiçoamento íntimo, com a percepção de que benefícios reais são unicamente aqueles obtidos sem dano para o próximo, cujos interesses, na verdade, se confundem com os nossos. A consequência do mal, com o sofrimento dele decorrente, é, assim e sempre, a promoção do bem.
É interessante lembrar, a propósito, e ainda como manifestação da imaturidade acima referida, que no âmbito religioso imaginou-se ser possível evitar os efeitos negativos de nossos desvios, que poderiam ser anulados por um ato da própria Divindade a graça ou a intervenção de algum ministro religioso, supostamente credenciado a perdoar os nossos pecados. Outro equívoco.
Felizmente, em decorrência da Lei de Progresso, amplia-se continuamente a influência do bem, que se expressa em iniciativas, leis, propostas e compromissos, inclusive em nível internacional, que objetivam a melhoria de nossas condições de vida, o que nem sempre é percebido, dado o seu caráter ordeiro e pacífico. Mas não há dúvida de que a fraternidade se expande e será, um dia, a norma de comportamento nas sociedades felizes de então.
A Gênese (capítulo 3, itens 6 a 8).
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Edição 2251 Agosto 2015
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