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domingo, 15 de março de 2009

POR TRABALHO


 Senhor Jesus, não nos deixes sem a bênção do trabalho honesto que nos garanta o pão de cada dia...

 Que sejamos úteis aos Teus propósitos.

Se foste humilde carpinteiro em Nazaré, por que recusamos a tarefa simples que nos destinas?

Que os nossos braços não se cruzem na ociosidade e na indignação, sobrecarregando os que lutam para nos sustentarem.

Sempre haverá algo de nobre a fazer à espera de nossas mãos!

Não existe moeda que se compare àquela com que nos remuneras...

Que valerá mais que o Teu sorriso de aprovação?

Que nunca cessemos de servir alegando cansaço ou decepção.

Dá-nos, Senhor, uma nova oportunidade!

Pelo Espírito: Irmão José
Do livro: Preces e Orações
Psicografia: Carlos A. Baccelli
  

sábado, 14 de março de 2009

O LIVRO DOS MÉDIUNS * Estudo 12

Estudo 12 *Capítulo III – Método


O Espiritismo é toda uma Ciência, toda uma Filosofia e quem desejar conhecê-lo seriamente deve pois, como primeira condição, submeter-se a um estudo sério e persuadir-se de que, mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando.

A Doutrina Espírita se relaciona com todos os problemas da humanidade e seu campo de abrangência é imenso.

A crença nos Espíritos constitui a sua base, mas isto não basta para fazer um espírita esclarecido, como a crença em Deus não basta para fazer um teólogo. O ponto de partida é a existência da alma.

O seu ensino deve seguir alguns procedimentos para chegar-se com segurança à convicção.

Esse ensino não se processa somente na tribuna, mas também através da conversação e o ensino metódico parte do conhecido para o desconhecido.

Para o materialista o conhecido é a matéria e existe dois tipos de materialistas: aqueles que o são por sistema (faz parte de sua vida) e aqueles que são por indiferença.

Ao tentar convencer um incrédulo mesmo através de fatos, convém assegurar-se se ele crê na sua existência, na sua sobrevivência ao corpo e na sua individualidade após a morte.

Se a sua resposta for negativa é tempo perdido falar-lhe dos Espíritos. Isto é uma regra.
Refletindo sobre as várias categorias de crentes no Espiritismo, em primeiro lugar encontraremos os espíritas:

  1. Sem o saber, que mais parece uma subdivisão das classes dos vacilantes.

2.    Aqueles que se convenceram estudando diretamente o assunto e neste item encontramos:
2.a) Os que acreditam pura e simplesmente nas manifestações, que são os espíritas experimentadores.
2.b) Os que se interessam pelo aspecto filosófico do Espiritismo e admitem a moral sem praticar, que são os Espíritas imperfeitos.

2.c) Outros que praticam a moral espírita e aceitam as suas conseqüências, que são os verdadeiros espíritas ou os espíritas cristãos.


O professor Herculano Pires, em nota de rodapé em o Livro dos Médiuns, destaca que Allan Kardec emprega espíritas-cristãos, como designação do verdadeiro espírita, para distinguir daqueles que não seguem os princípios do Espiritismo.

4- Encontramos ainda, os espíritas exaltados que é uma espécie de adeptos mais nociva do que útil à causa do Espiritismo. Eles são enganados facilmente por espíritos mistificadores ou por pessoas que procuram explorar a credulidade. 

Os meios de convicção, ou seja uma forma de levar alguém a pensar e refletir sobre princípios do Espiritismo, variam tremendamente segundo as individualidades.

Um se convence pelas manifestações espíritas, outros por manifestações inteligentes, mas a maioria se convence pelo raciocínio.

Será útil procurar convencer um incrédulo obstinado?

Muitas vezes a nossa insistência em persuadi-lo o leva a crer na sua importância pessoal, que é uma razão para se obstinar.

Aquele que não se convence pelo raciocínio, nem pelos fatos, deve ainda sofrer a prova da incredulidade, que é uma necessidade deste Espírito em evolução.

Devemos deixar a providência, o cuidado de encaminhá-lo a circunstâncias mais favoráveis.

No ensino do Espiritismo, tem-se que lidar com inteligências dotadas de liberdade e que provam a cada instante, não estarem sujeitas aos nossos caprichos. O verdadeiro espírita jamais servirá para exibições.

O meio mais simples de evitar inconvenientes é começando pela teoria.

O estudo prévio da teoria tem a vantagem de mostrar a grandeza do objetivo e o alcance desta Ciência.

Aquele que se inicia vendo uma mesa girar ou bater pode inclinar-se à zombaria, porque dificilmente imaginaria que de uma mesa possa sair uma Doutrina regeneradora da Humanidade.

Os que crêem sem ter visto, porque leram e compreenderam, ao invés de superficiais são os mais ponderados. O aspecto filosófico é para eles o principal, e os fenômenos propriamente ditos são apenas o acessório. 

Quem refletir a respeito compreenderá claramente que se pode fazer a abstração das manifestações, sem que a doutrina tenha que por isso desaparecer.

As manifestações colaboram, a confirmam, mas não constituem um fundamento essencial. 

Seria absurdo supor que estejamos aconselhando a negligência dos fatos, pois foi pelos fatos que chegou-se a teoria. 

Tudo isto foi fruto de um trabalho assíduo de muitos anos e de muitas observações de Allan Kardec e toda a sua equipe de trabalho. 

Bibliografia:

http://www.cebatuira.org.br/OLIvrodosMediuns/imagens/marcador.gif

Kardec, Allan – O Livro dos Médiuns,

http://www.cebatuira.org.br/OLIvrodosMediuns/imagens/marcador.gif

Kardec, Allan - O que é o Espiritismo.

 

Elisabeth Maciel

5 - O Livro dos Espíritos

Estudo 5

Introdução do Estudo da Doutrina Espírita

II. Alma – Princípio Vital e Fluido Vital

Principio Vital e Fluido Vital

  1. Definição e Conceito:

Princípio Vital - causa primária

    • - elemento predominante na constituição de um corpo orgânico
    • - base – germe

Fluido Vital - diz-se da forma como esse princípio acima se expande ou corre à maneira de uma substância liquida, gasosa ou gás fluente, suave, brando, corrente, espontâneo.
Defina-se que: em Doutrina Espírita Princípio Vital, Fluido Vital é o princípio da vida material e orgânica, seja qual for sua fonte. É comum à todos os seres vivos desde as plantas até o homem.

3.     Sempre se entendeu assim ?

Não. Para uns, Princípio Vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz quando esta se encontra em determinadas circunstâncias.
Segundo outros, e essa é a idéia mais comum, Princípio Vital se encontra num fluido especial universalmente espalhado, do qual cada ser absorve e assimila uma parte durante a vida, como vemos, por exemplo, os corpos inertes absorverem a luz.

Para a Doutrina Espírita, é ele, princípio da vida material e orgânica. É comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem.

No sentido material, poderíamos dizer que, plantas, animais e minerais são formados dos mesmos princípios.

Nos seres orgânicos, porém, há um princípio especial, inapreensível e que é definido como Princípio Vital. É conhecido também pelos nomes de energia latente ou energia efetivada. Ativo no ser vivente é extinto no ser morto. Desse modo, não há atividade orgânica sem fluido vital e vice-versa. É esse princípio que distingue, dá propriedades, diferenciando matéria orgânica das substâncias inorgânicas.

A Química que decompõe e recompõe a maior parte dos corpos inorgânicos, decompõe também corpos orgânicos, porém, não chega a reconstituir uma folha morta, prova simples, mas evidente que há no ser vivo, o que quer que seja, algo, inexistente nos outros.

Fluido Vital, princípio vital não tem existência própria, mas integrado no sistema de unidade do elemento gerador, é uma das modificações do Fluido Cósmico, que é criação divina.

4.     Como a matéria " absorveria " esse princípio ?

Admite – se :

e.     Ao se formar os seres orgânicos assimilaram o Princípio Vital por ser necessário à destinação deles, ou,

f.     Que esse princípio se desenvolveu em cada indivíduo, por efeito mesmo da combinação dos elementos, tal como se desenvolveu em certas circunstancias, o calor, a luz, a eletricidade.

Combinando-se sem o Princípio Vital, o oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e carbono, formariam um mineral, um corpo inorgânico. O Princípio Vital, modificando a constituição molecular desse corpo dar-lhe-ia propriedades especiais. Em lugar de uma molécula mineral, teríamos uma molécula de matéria orgânica.

A observação mostra que todos os seres orgânicos possuem uma força íntima que produz e manterá o fenômeno da Vida, enquanto essa força existir.
Essa vida é comum a todos os seres orgânicos; independe da inteligência e do pensamento.

Inteligência e pensamento serão faculdades próprias de certas espécies orgânicas.

Ainda – entre as espécies orgânicas, dotadas de inteligência e pensamento, há uma, dotada de senso moral especial, que lhe dá incontestável superioridade perante as outras e que é, sem dúvida, a espécie humana.

A atividade do Princípio Vital é alimentada durante toda a vida pela ação e funcionamento dos órgãos. Cessada essa ação por motivo da morte, o Princípio Vital se extingue. O efeito produzido por esse princípio sobre o estado molecular do corpo, subsistirá mesmo depois dele extinto, como, por exemplo, o calor na carbonização da madeira. Extingue-se " evapora-se ", lentamente até que nada mais reste.

Caracteriza-se a matéria orgânica, por um ciclo que se inicia ao " nascer " e caminha para o " morrer ".

7.     Mas por que morrer? Por que se extingue?

Excetuando-se casos de acidente, destruição dos tecidos por moléstias etc.; mantendo-se constantes as condições gerais (água – ar – calor – alimentos) indispensáveis ao entretenimento da vida, dir-se-ia que os órgãos se " gastam ". E por que?

Se admitirmos na célula fecundada certa quantidade de força vital ( contida nas células originais dos pais no instante da fecundação ) tudo torna-se mais compreensível.

Esse reservatório de energia potencial proveniente dos pais, transforma-se em energia natural à medida que se organiza a matéria.

No começo – ação enérgica – assimilação, agrupamento das moléculas ultrapassando a desassimilação – o indivíduo cresce. A seguir, o equilíbrio das perdas e ganhos, a estabilidade até a chegada da senectude, onde a força vital não mais é suficiente para alimentar os tecidos. Sobrevém aí a morte: o organismo desagrega-se, a matéria retorna ao mundo inorgânico.

No caso do homem, a união do perispírito à matéria carnal, que já vimos, se efetua sob a influência do princípio vital do gérmen; cessa desde que esse princípio deixa de atuar em conseqüência da desorganização do corpo.
Mantida que era, por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. O perispírito se desprende, molécula por molécula e ao Espírito é restituído a liberdade.

Assim frise-se – a morte do corpo pela extinção do fluido vital determina a partida do Espírito. Este, permanece com sua individualidade; pouco a pouco, suas faculdades vão adquirindo maior poder de penetração e ele se percebe real, com toda uma bagagem de sentimentos, desejos, preferências e gostos que o caracterizaram. O princípio da vida, no entanto no corpo que deixou, extinguiu-se; a matéria se decompõe provando-se aí a existência de dois princípios distintos – o princípio vital e o princípio espiritual.
Ainda, é esse fluido vital a extinguir-se, “volatizar-se”, nessa matéria que
" esfria " que desencarnados infelizes buscam " sugar ".

8.     Por que Allan Kardec, nessa Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita coloca essas reflexões Alma e Princípio Vital, juntos?

Muitos naturalistas, especialistas em História Natural, do passado, procuraram explicar a vida intrínseca na natureza orgânica. Percebiam, sabiam haver "algo" operante por meios que lhes fugiam às análises, força particular que não só fabricava vida como reparava órgãos. À falta de palavra própria e por perceberem aí uma espécie de substância imaterial, chamavam de "alma", fundando o animismo em fisiologia. Entre os muitos seguidores, Stahl é considerado seu fundador, por haver demonstrado cientificamente a diferença radical entre os fenômenos de natureza "morta" e os de natureza viva. Essa "alma" regia todos os fenômenos vitais.

Havia ainda os vitalistas, cientistas, pesquisadores que afirmando a necessidade de um princípio físico-químico para explicar os fenômenos vitais, referiam-se a eles como "espírita", com o sentido de idéia predominante, significado, sentido diretriz sem a participação do corpo. Afirmavam ainda que, a natureza dessa força era diferente entre os animais e o homem.

Em meio a essas afirmações, surge Flourens com suas "Considerações gerais sobre análises orgânicas" e defende a idéia de que: "Acima de todas as propriedades particulares e determinadas há uma força, um princípio geral, comum, que todas as propriedades particulares implicam e de que se fazem presumidas, e o qual, sucessivamente, pode ser isolado, destacado de cada uma sem deixar de existir. Que princípio será esse? Seja qual for é essencialmente isso, há uma força geral e una, da qual todas as forças particulares mais não são que expressões ou modalidades".
O pensamento espírita fala que tudo o que existe na Terra, provém de inumeráveis modificações da força e da matéria. A força vital entra no quadro das leis gerais e ao cientista, a nós compete evidenciar a sua presença nos seres vivos, compartilhando da opinião de Flourens.

Kardec reflete que diante das várias opiniões e correntes do pensamento, é impróprio e até de gerar confusões quanto ao real sentido da palavra " alma " na Doutrina Espírita.
Considera que, se permanecêssemos em manter e usar o mesmo termo, teríamos que ajuntar-lhe um qualificativo, por exemplo:

Alma – Vital - para designar o princípio da vida material – seria comum a todos os seres orgânicos – planta – animais – homem.

Alma – Intelectual - para o princípio da inteligência – próprio este dos animais e homem.

Alma – Espírita - para o princípio da nossa individualidade após a morte – esta, somente usável quando se referisse ao homem

Kardec enfatiza ser necessário ao espírita, ao que se interesse por Espiritismo, compreender esses usos e explicações, uma vez que no decorrer dos estudos que se aprofundarão, freqüentemente se repetirá o vocábulo alma, Espírito, fluido ou princípio vital e que deverão ser entendidos no sentido que a Doutrina lhes dá, cuidando assim de se evitar enganos, por um pensar ou interpretar, entender diferente:

Alma – princípio inteligente, imperceptível e indefinível como o pensamento. No estudo dos nossos conhecimentos impossível concebê-la isolada de modo absoluto da matéria. O perispírito, formado de matéria sutil, fará dela um ser circunscrito, definido e limitado à sua individualidade espiritual.

Espírito – embora usado com o mesmo significado de alma não exprime a mesma idéia – o que se significará como Espírito será exatamente a união da alma ao perispírito (alma + perispírito = Espírito) , (alma + perispírito + corpo material = homem)

Princípio Vital

Fluido Vital – princípio especial, contido no Fluido Cósmico – criação divina – inapreensível – ativo no ser vivente extinto no ser morto. Não há atividade orgânica sem fluido vital.

Estabelecidas, evidenciadas as idéias e a importância desses conhecimentos e explicações, o Codificador, convida-nos a passar ao principal objetivo desta instrução preliminar – " A Doutrina e seus contraditores " – assunto de nossa próxima página .

Bibliografia

o    "O Livro dos Espíritos" – Allan Kardec – Introdução II

o    "Dicionário da Língua Portuguesa" – Aurélio pág. 303-509-676-270-450

o    "A Gênese" – Allan Kardec – Cáp. X – itens 16 a 19/Cáp. XI – 17-18-19

o    "A Evolução Anímica" – Gabriel Delanne – cap. I e V

Leda Marques Bighetti

Importância e Necessidades da Infância

Parte II

A educação moral, formação de hábitos bons, é imprescindível para a reforma espiritual (ordem, aceitação de regras, honestidade, sinceridade, valorização do trabalho, etc.) e consiste no conjunto de hábitos adquiridos.

              No "Livro dos Espíritos", Kardec refere que quando se pensa na massa de indivíduos sem princípios, sem freios e entregues aos próprios instintos, compreende-se as conseqüências desastrosas que resultam de suas ações. Quando ocorrer a educação moral, quando for praticada, o homem terá hábitos de ordem, de previdência para si e para com os outros, e de respeito por tudo. A desordem e a imprevidência são duas chagas que uma educação bem entendida pode curar.

              Educação é um processo, que ocorre gradativamente (uma série de acontecimentos, uma somatória) de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano.

Não se pode omitir aqui o aspecto religioso. Sabendo ser nossos filhos, Espíritos imortais, necessitam dessa experiência humana para aperfeiçoar-se.

              Os conhecimentos da imortalidade da alma, reencarnação, lei de causa e efeito, pluralidade dos mundos, etc., são elementos preciosos e vêm completar, reexplicar as lições de Jesus, trazendo conhecimentos que auxiliarão o homem a perceber que o ‘Reino de Deus’, será o desenvolvimento das qualidades que existem em si.

              A criança deve ser incentivada a freqüentar a Evangelização. Os pais podem demonstrar interesse pelo conteúdo das aulas, conversando com a criança já na volta para casa, por exemplo: "Como foi o estudo hoje? Sobre o que conversaram? Você gostou? Por quê? Como poderemos usar tal proposta? Ou: Por que não usá-la?". Durante a semana, sem cobrar, ou reforçar com palavras, os pais devem ter atitudes coerentes com essa conversa.

              Estar em contato com os Evangelizadores é outra excelente forma de participar, principalmente no caso de ser a criança mais fechada, não muito comunicativa.

              Notando ainda, qualquer procedimento diferente, conversar com o Evangelizador. Montará ele, em discussão com o grupo, aula, atividades, situações em que aquela determinada situação será trazida à discussão.

              Citamos o exemplo de determinado preconceito, surgido ou notado em uma classe e que, pela profundidade e abrangência, motivou toda uma Campanha estendendo esta para estudo em todos os trabalhos do Centro Espírita, abrindo-se em detalhes tão intensos e pessoais, que à primeira vista, ou sem essa sensibilização não teríamos percebido.

              Relacionar os estudos, associando-os com diálogos, aos acontecimentos, programas de TV, filmes, livros infantis é outra excelente forma participativa. Sem ser impositiva, cobrativa ou "moralizadora" (no sentido de: ‘Viu? Não falei? Faça sempre assim. Não faça nunca assim.’) essa forma leva a criança a perceber a Vida como extensa oferta onde terá que fazer opções e ser responsável em cada escolha feita (responsável no sentido em que: 1- a escolha infringe o direito do outro; 2- as respostas serão proporcionais, imediatas ou não).

              Todo aquele que trabalha com criança, sejam pais, educadores, avós, tios, etc., necessitam promover o desenvolvimento desses Espíritos. Esse desenvolvimento vai se dar através de um processo de aprendizagem ministrado principalmente através de exemplos de vida. O ditado popular ‘faça o que falo, mas não o que eu faço’ não funciona, não tem efeito, pois o modelo é fundamental para a aquisição do comportamento.

              Os pais devem se preparar continuamente para a função de educadores. Como já colocado anteriormente, a participação, o estar junto é imprescindível. É preciso, porém, cuidado para que esses aspectos não sejam invasores do espaço necessário à própria criança. Sem isso, os pais podem, por excesso, imiscuir-se de tal modo, que a criança fica sem ação de decisão, uma vez que esperará que os pais lhe digam o que fazer.

              A "Escola de Pais", nos Centros Espíritas, geralmente se constitui em excelente espaço onde essas e tantas outras necessidades são discutidas.

              No processo de aprendizagem, recorde-se, é importante a presença e participação dos pais. O aprendizado da criança começa já no ventre da mãe, o que pressupõe a postura harmônica de ambos, pai e mãe.

              A criança necessita ser preparada para ser responsável pelo seu próprio desenvolvimento. Deve participar ativamente da aprendizagem. Atingir a maturidade significa ser responsável (cumpridor dos deveres) e assumir os desafios da vida. Para isso a criança deverá assumir pequenas responsabilidades em casa desde pequena e ao mesmo tempo devemos ajudá-la e encorajá-la a vencer as dificuldades que surgem.

              Ao educar uma criança os pais estão retomando seu próprio processo educativo. De maneira geral, esse processo tem ocorrido pela imposição do cumprimento de ordens e normas, e não através da reflexão, análise das condutas e dos sentimentos.

(Continua na próxima página)

Bibliografia:

  • Kardec, A. O Livro dos Espíritos, perg. 685.
  • Maldonado, M. T. Comunicação entre Pais e Filhos. São Paulo: Saraiva, 1994.

 

Nanci A. R. Martins

PALAVRAS DE VIDA ETERNA - Estudo 17

Francisco C. Xavier - pelo Espírito Emmanuel

NA SENDA DO CRISTO

“Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”. – Jesus. (Mateus, 5:44)


            Nas diferentes épocas, a vivência cristã assume proporção desafiadora aos que buscam a verdade em virtude das circunstâncias e compromissos que a envolvem. Surgem e multiplicam-se impedimentos que parecem conspirar contra os propósitos de enobrecimento, ameaçando o avanço de quem se decide romper com o erro e com a viciação.

            No atual estágio evolutivo é natural que isso aconteça, pois, ainda é difícil perceber que dores e dificuldades significam impositivos valiosos para a evolução espiritual e que correspondem às reações frente a ações livremente praticadas.

            Na jornada terrestre não há quem passe incólume, em regime de exceção, face aos transtornos de ordem material e espiritual. Mesmo aos Espíritos missionários são exigidas as contribuições morais, com as quais exemplificam aos contemporâneos e aos pósteros as supremas lições, de que suas existências se fazem portadoras. Assim aconteceu com o Cristo e com os seus companheiros de ministério que testemunharam a Boa Nova, atravessando dificuldades, lutas e sofrimentos.

            Lembra Emmanuel que “com o corpo físico retomamos nossos débitos, nossas deficiências, nossas fraquezas e nossas aversões... E não superaremos os entraves da própria libertação providenciando ajuste inadequado com os nossos desejos inconseqüentes, com inúteis petitórios de protecionismo e vantagens inferiores”.

            A existência tem objetivos definidos, finalidade superior, e será nessa identificação que, através das reencarnações, se processará o desenvolvimento espiritual pelo trabalho pessoal para o qual dispomos dos recursos indispensáveis e necessários, vivendo com os homens como criatura humana que somos, não preservando, não usando de artimanhas negativas, não nos adaptando aos modismos, vulgarizando-nos e pervertendo-nos.

            O cristão deve penetrar-se do “espírito do Cristo”, do bem, do amor, conforme os ensinou e viveu Jesus.

            Na senda do Cristo não há lugar para acomodação aos hábitos da ociosidade, ao gozo indiscriminado, ao comportamento dúbio, à religiosidade no templo, ao desequilíbrio nas atividades e na convivência social.

            “Acusar, reclamar, queixar-se, não são verbos conjugáveis no campo de nossos princípios.”

            Destaca a orientação de Jesus: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” como máxima que encerra uma filosofia ético-moral de reflexos espirituais inamovíveis, em razão das conseqüências de que é portadora. Aplicando-a compete viver de tal modo que cada necessidade, dor, aflição se sinta auxiliada por nossos exemplos e atitudes renovando-se no Bem. Amando, cultivando a fraternidade em relação àqueles que se comprazem em ser-nos inamistosos ou adversários é forma de contribuir, dessedentar, reabastecer de esperança, alegria, aqueles que não sabem amar e por isso se obstinam em criar embaraços.

            Amemos os nossos inimigos, não lhes retribuindo o mal, orando por eles, pois um dia cederão ao impulso sublime do amor.

            Importa reconhecer e viver os ensinamentos insubstituíveis de Jesus, onde a extraordinária mensagem do amor estabelece a orientação segura, os rumos libertadores, encorajando-nos a avançar na direção da plenitude.

 Bibliografia

Xavier, Francisco Cândido. “Palavras de Vida Eterna: Na Senda do Cristo”. Ditada pelo Espírito Emmanuel, 17 ed. Uberaba – MG – CEC. 1992.

Franco, Divaldo Pereira. “Vida: Desafios e Soluções: Objetivos da vida humana”. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, 2 ed. Salvador – Ba – Livraria Espírita Alvorada Editora. 1997.

Franco, Divaldo Pereira. “Nascente de Bênçãos: Compromisso com o amor”. Ditada pelo Espírito Joanna de Ângelis, 1 ed. Salvador – Ba – Livraria Espírita Alvorada Editora, 2001.

Iracema Linhares Giorgini

MEDIUNIDADE * Estudo 16

Estudo 16 - Perda e Suspensão da Mediunidade

 Ao tratarmos da perda e suspensão da mediunidade é necessário relembrar que a mediunidade não é uma improvisação nem um acontecimento fortuito. Pelo contrário, ela faz parte da constituição do homem e tem suas raízes plantadas em causas e decisões anteriores ao momento de sua eclosão. Constitui relevante instrumento de evolução, porém, mesmo sendo percebida, assim, como qualidade, sabemos que o grau de intensidade dessa faculdade não é proporcional ao desenvolvimento moral de seu detentor, do qual independe.

O uso que o médium faz da sua faculdade é o que mais influi sobre os Espíritos bons, sendo ele o responsável pela condução adequada ou não, das suas experiências mediúnicas, favorecendo intermitências e suspensões momentâneas.

Explicam os Espíritos em O Livro dos Médiuns, questão 220, que o médium pode ter o exercício mediúnico suspenso, momentaneamente, por diversas razões, caracterizadas pelo afastamento dos Espíritos Bons que não querem ou não podem servir-se dele. 

São considerados motivos para o afastamento dos Bons Espíritos:

  • Mau uso da mediunidade: 
    o  Futilidades;
     
    o  Finalidades ambiciosas;
     
    o  Recusa-se a transmitir mensagens;
     
    o  Recusa-se a colaborar no esclarecimento ou ajuda aos necessitados;
     
    o  Quando não aproveita as instruções e orientações recebidas.
  • Possibilitar ao médium servir como instrumento de outros Espíritos.
  • Demonstração de solicitude do Amigo Espiritual pelo médium que necessita de repouso. Nesse caso, ele não permite que outros Espíritos o substituam junto ao médium.
  • Para experimentar a paciência e avaliar a perseverança de médiuns bons.

 O afastamento do Espírito Bom deve sempre levar o médium a reflexões sobre como pode melhorar a sua relação de trabalho com o mundo espiritual; deve ajudá-lo a refletir sobre os próprios procedimentos, sobre a necessidade de estudo e principalmente sobre o seu trabalho pessoal no Bem.

Ainda em O Livro dos Médiuns os Espíritos esclarecem que a suspensão da atividade mediúnica não implica afastamento dos Espíritos Amigos: “...O médium se acha na situação da pessoa que tivesse perdido a vista momentaneamente, mas não foi abandonada pelos amigos, embora não os veja.” . A seguir completam “... Se a falta da mediunidade pode privá-lo das comunicações por meio material com certos Espíritos, não o priva das comunicações mentais.”

Acrescentam ainda que nem sempre a suspensão é uma censura, pois pode ser uma demonstração de benevolência, e que o médium deve consultar a sua consciência, perguntar a si mesmo que uso tem feito de sua faculdade, que bem tem resultado disso para os outros, que proveito tem tirado dos conselhos que lhe deram, e saberá distinguir a censura da ação benevolente.

Constata-se que o maior obstáculo à utilização da mediunidade é o conjunto das imperfeições do médium. Allan Kardec ao identificar o caráter de missão conferido à mediunidade,  perguntou aos Espíritos por que Deus a designa a homens imperfeitos e não aos homens de bem, sendo que eles responderam que são os imperfeitos que dela necessitam para se aperfeiçoarem, e para que tenham a possibilidade de receber bons ensinamentos.

 Podemos concluir que, ante a constatação de que se é portador da mediunidade, tem o indivíduo o direito de consultar o seu livre-arbítrio, decidindo-se entre assumir o seu exercício, ou não. Se optar pelo exercício mediúnico, deve o médium investir no seu aperfeiçoamento moral, criando condições para se tornar um médium educado, com desempenho mediúnico voluntário e disciplinado. Se preferir recusar a mediunidade, estará rejeitando uma dádiva da vida para o seu desenvolvimento espiritual, abandonando excelente roteiro evolutivo.

Quando surgem motivos de ordem existencial involuntários e incontroláveis, tais como doenças, deveres profissionais, desequilíbrios emocionais, desestruturando a mente do médium , os próprios Amigos Espirituais providenciam interrupções temporárias, as quais também podem servir como provas, visando chamar a atenção do trabalhador quanto à correta vivência dos seus deveres.

A mediunidade não constitui obstáculo na caminhada do seu portador, porém não é aquisição apressada que se obtém por meio de facilidades humanas. Quando aceita com alegria e responsabilidade, transforma-se em instrumento de crescimento e evolução, pois encaminha o médium ao trabalho com Jesus. 

Bibliografia

KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns:  2.ed. São Paulo:FEESP, 1989 - Cap. XVII, q. 220, itens 1-16 Neves, J.; Azevedo, G.; Calazans, N.; Ferraz, J. - “Reuniões Mediúnicas - Projeto Manoel P. de Miranda”, 2.ed. Salvador:LEAL,  1993, 7. Vivência 

Ressalva: referente ao estudo 15, - A Mediunidade na Criança e no Jovem, o capítulo de O Livro dos Médiuns estudado é o XVIII, q.221, itens 6, 7 e 8 e não XXI como indicado

Tereza Cristina D'Alessandro