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segunda-feira, 16 de maio de 2016

APOMETRIA - DIVALDO FRANCO ESCLARECE

Divaldo Pereira Franco, durante uma larga entrevista, no programa Presença Espírita da Rádio Boa Nova, de Guarulhos (SP), em Agosto/2001, a partir de uma pergunta a ele dirigida, afirma: "Não irei entrar no mérito nem no estudo da Apometria, porque eu não sou apômetra, eu sou espírita. O que posso dizer é que a Apometria, segundo os apômetras, não é Espiritismo, porquanto as suas práticas estão em total desacordo com as recomendações de “O Livro dos Médiuns”. Não examinaremos aqui o mérito ou demérito porque eu não pratico a Apometria. Mas, segundo a presunção de alguns, este método é um passo avançado do movimento espírita, no qual, Allan Kardec estaria ultrapassado. E que Allan Kardec foi a proposta para o século dezenove e parte do século vinte e a Apometria é um degrau mais evoluído, tese com a qual, na condição de espírita, eu não concordo em absoluto.” 

“(...) Tenho certeza de que aqueles que adotam esses métodos novos, primeiro, não conhecem as bases kardequianas, e, ao conhecerem-nas, nunca as vivenciarão para terem certeza. Então, SE ALGUÉM PREFERE A APOMETRIA, DIVORCIE-SE DO ESPIRITISMO. É um direito! Mas, não misture para não confundir (...) não temos nada contra a Apometria, as correntes mento-magnéticas, aquelas outras de nomes muito esdrúxulos e pseudocientíficos. Mas, como espíritas, nós devemos cuidar da proposta espírita (...)

Então, temos por obrigação explicar que a mediunidade não é patrimônio exclusivo da Doutrina Espírita e muitas práticas alheias ao Espiritismo a utilizam. Assim acontece com a desobsessão, os católicos chamam de “exorcismo”; os protestantes “descarrego”; os apometras de “apometria”, etc., e cada qual tem seu método. Por isso é dever de todo espírita estudar profundamente as obras básicas, para que possamos preservar a pureza doutrinária. O Codificador, referindo-se ao Espiritismo, indaga-nos: "COMO PRETENDER-SE EM ALGUMAS HORAS ADQUIRIR A CIÊNCIA DO INFINITO.” Os diversos cultos religiosos existentes merecem nosso respeito, mas nem por isso devemos adotar seus rituais e práticas exteriores, por considerá-los contrários aos princípios básicos da Doutrina Espírita. Concluímos que falta o conhecimento da Doutrina Espírita. Não basta a freqüência à Casa Espírita. É indispensável estudá-la, incessante, incansavelmente. Seu aprendizado exige esforços. Percebe-se, claramente, que a Doutrina Espírita é uma ilustre desconhecida de boa parte dos 'ESPÍRITAS', especialmente quanto à sua parte teórica.

OBSERVAÇÃO DO GRUPO DE ESTUDO "ALLAN KARDEC": Nós espíritas não somos contra a Apometria, mas a doutrina espírita já tem seu método de desobsessão. Gostaríamos que as casas espíritas que dão cursos de Apometria, dessem cursos de coisas mais importante para o "espírito" que somos. Como cursos que explique: O que é doença; como ficamos doentes; como nos previnir das doenças; o que é obsessão; como nos previnir da obsessão; quem são os obsessores; como lidar com eles; etc. Estamos atacando o efeito sem explicar a causa. Até quando atrairemos para os centros espíritas pessoas que buscam somente os fenômenos espíritas? O tempo de transição pede mudanças comportamentais e não de métodos desobsessivos ou seja lá a moda do momento. Em que os espíritas estão ajudando neste esclarecimento e nesta mudança? Consultemos nossa consciência. Há espírita questionando a credibilidade de Divaldo Franco e Allan Kardec para defender novidades que não condizem com a doutrina. O que será da doutrina espírita quando Divaldo desencarnar?

APOMETRIA E AS PRÁTICAS ESPÍRITAS

"Mais vale repelir dez verdades que admitir uma só mentira, uma só teoria falsa".

Erasto(1)

Muitos confrades recorrem às instituições que praticam apometria, porque o "tratamento" é mais "forte". Afirmam. Os apômetras incautos, hipnotizados pelas trevas, mantêm esse tipo de atitude bizarra sob os aplausos das suas vítimas, psíquica e mentalmente aprisionadas.
Se a apometria é mais "forte" que a reunião de desobsessão, por que a omissão dos Espíritos Superiores? Por que eles se calam sobre o assunto? Curioso isso, não? O silêncio dos Espíritos Superiores é, sem dúvida, um presságio de que tal prática é de mau agouro, e, por isso mesmo, ela é circunscrita a poucos grupos que deveriam deletar o nome Espiritismo dos seus estatutos.

Para quem desconhece, garimpamos alguns filetes de ouro que encontramos nas proposições dessa tal "avançadíssima terapia". Os apômetras confirmam que "a apometria é mais fraterna, por ser mais eficaz".(2) Atua no cerne da obsessão e, com visão de conjunto, pode auxiliar a medicina do futuro na cura holística. (Sic)

Estertoram nas roucas vozes que "a apometria acelera, com qualidade, os morosos atendimentos desobsessivos que, ainda, são realizados em muitas casas de nosso país".(3) (pasmem!) Gritam que "o êxito da apometria reside na utilização da faculdade mediúnica, para se entrar em contato com o mundo espiritual de maneira mais fácil e objetiva, sempre que se quer. Pode, pois, ser utilizada como técnica eficaz no tratamento das obsessões e a eficácia acontece em virtude de os Espíritos protetores estarem no mesmo plano dos assistidos, podendo, portanto, agir com maior profundidade e mais rapidez". (Que coisa, hein!?) Desconhecem, tais confrades, que "a cura das obsessões graves requer muita paciência, perseverança e devotamento."(4) Nossa consciência doutrinária não aceita tanta facilidade - visto que não admitimos seja possível uma transformação tão rápida em Espíritos que cultivam o ódio tão intensamente.

Não satisfeitos, difundem outra pérola: "Os diagnósticos são muito mais precisos e detalhados;(5) as operações astrais são executadas com alta técnica e com o emprego de aparelhagem sofisticada de hospitais muito bem montados em regiões elevadas do Astral Superior. Por ressonância vibratória, o desencarnado recebe certo alívio, uma espécie de calor benéfico que se irradia do corpo vital, mas causa no encarnado o mal-estar de que este se queixa".

Locupletam-se de êxtase com o achado aurífero e afirmam: "na medida em que a humanidade evolui, os véus do desconhecido vão se descortinando e o conhecimento das leis espirituais, que antes era privilégio de poucos, vai sendo revelado, abertamente, aos pesquisadores isentos de preconceitos".

Distantes do regime da lógica, os apômetras proclamam falácias cristalinas do tipo: "Do ponto de vista do Budismo e da Teosofia, os veículos de manifestação da consciência (holossoma) são divididos em sete. Já na ótica do espiritualismo, do Espiritismo heterodoxo (sic) e da Conscienciologia (entre outras linhas de pensamento mais novas), há apenas três veículos (os corpos físico, astral e mental), sendo o energético (duplo etérico ou energossoma) apenas um invólucro que não (com) porta a consciência".(6)

Analisemos esta outra afirmação deles: "A apometria trabalha com sintonia. Não incorpora egos. Não incorpora veículos de manifestação da consciência. Uma vez encerrado o atendimento na casa apométrica, a sessão apométrica pode continuar no astral, a exemplo do que ocorre com sessões espíritas convencionais".(7) (Entenderam? Pois é!) E esta aqui: "com a ajuda dos amparadores extrafísicos (mentores) da sessão apométrica, a sensibilidade espiritual do médium permite uma sintonia com determinada faixa consciencial do paciente e que faça varredura bioenergética e psicométrica em seus chacras, nádis, parachacras e paranádis". (?)

Divaldo Franco admoesta sobre a esquisitice de se colocar "obsessores em cápsulas espaciais" e os dispararem para o mundo da erraticidade. "Não iremos examinar a questão esdrúxula desse comportamento, mas, se eu, na condição de espírito imperfeito que sou, chegasse desesperado a um lugar, pedindo misericórdia e apoio na minha loucura, e outrem, o meu próximo, me exilasse para o magma da Terra, para eu experimentar a dureza de um inferno mitológico ou ser desintegrado, eu renegaria aquele Deus que inspirou esse adversário da compaixão. Ou, se me mandasse em uma cápsula espacial para que fosse expulso da Terra... Com qual autoridade? Quando Jesus disse que o seu reino é dos miseráveis?" (8)

Obsessores retirados do campo mental do obsidiado "a fortiori" e enviados a "outros planetas", ou a estranhos locais ou dimensões extrafísicas, reafirma que, entre os ludibriados apômetras, há grotesca falta de conhecimento da Doutrina Espírita. Acautelemo-nos, pois não basta assiduidade à Casa Espírita. É indispensável que estudemos Kardec com muita seriedade e persistência. Os enunciados contidos na Codificação exigem cautela ao interpretá-los e, sobretudo, humildade ao exercê-los.

Observem o que encontramos neste trecho: "Os que preferem o método clássico de doutrinação religiosa, entronizado ao longo do século XX nos centros espíritas e espiritualistas brasileiros, criticam a Apometria, porque esta não "evangeliza" o espírito obsessor. Todavia, em complexas obsessões espirituais, a tentativa de "evangelizar", "sensibilizar" ou "conscientizar" o espírito obsessor, não surte efeito. Evangelizar magos negros é tão eficaz quanto ensinar lições de fraternidade a um psicopata". E eles concluem desta forma o raciocínio: "Seria "mais fraterno" deixar os pacientes com os chips trevosos e os magos negros e seus asseclas soltos, fazendo o que fazem? Analogamente, seria mais fraterno se nossos policiais não portassem armas de fogo, pois poderiam ferir os bandidos que nos assaltam e nos matam? A correlação é a mesma".(9) (aspas, destaque, etc., tudo, por conta dos apômetras).

O tribuno baiano recorda que "A nossa tarefa é de iluminar, não é de eliminar. O espírito mau, perverso, cruel é nosso irmão na ignorância".(10) A rigor, o uso de energia para afastar obsessores, sem a necessária reforma íntima, indispensável à libertação real dos envolvidos nos dramas obsessivos, contradiz os princípios básicos do Espiritismo, pois, o simples afastamento das entidades rancorosas não resolve a questão. Por essa razão, a apometria, especialmente por suas leis e rituais, não é técnica que se enquadra nos princípios doutrinários espíritas, não sendo, portanto, uma prática recomendável na casa espírita.

Nesse mundo da fantasia da apometria, encontramos uma esmeralda. Vejamos essa: "A principal característica da Apometria radica na abrangência de sua assistência espiritual. A Apometria investiga o corpo astral do paciente, seu habitat (ambiente doméstico e/ou profissional), obsessores locais e não-locais (baseados em outros níveis do umbral). É muito mais poderosa que o passe e a doutrinação convencionais. Detecta e retira equipamentos extrafísicos mecânicos e eletrônicos (paratecnologia) do psicossoma (corpo astral) dos pacientes. Os passes não são meios suficientes nem instrumentos exclusivos para a retirada de chips extrafísicos dos pacientes. Em determinadas circunstâncias, remédios homeopáticos de alta potência destroem ou descolam equipamentos extrafísicos aderidos à aura ou ao psicossoma do paciente. Há uma prática bioenergética chamada "MBE" (mobilização básica energética) (sic) bastante eficiente na destruição de implantes de paratecnologia negativa. A maioria da humanidade é imatura consciencialmente (crianças espirituais): não lê, não estuda, não faz práticas bioenergéticas."(11) (!?) (ficamos verdes, com uma tremenda sensação de impotência diante disso tudo).

Como se observa, os apômetras adotam terminologias diversas daquelas utilizadas pela Doutrina Espírita e conceitos de crenças orientais. Além disso, seus arrazoados batem de frente com o bom senso kardeciano. Que saibamos, não houve manifestações sobre o tema em várias partes do mundo, por meio de médiuns conceituados. Devemos considerar, portanto, que não houve o Controle Universal dos ensinos da técnica, como preconizava Kardec.(12)

Os termos utilizados pelos apômetras impressionam, realmente, os desavisados. Senão, vejamos: "salto quântico, spin, despolarização de memória, campos magnéticos, chips astrais, contagem em português ou grego e pulsos energéticos. As percepções espirituais dos médiuns de suporte das seções de Apometria se dão por clarividência objetiva, intuitiva ou mental. Em diapasão mental adequado, atingem potência quadrática (elevada ao quadrado), em que dez trabalhadores afinados, e em alta sinergia, valem por cem pessoas (o que também se aplica a outros grupos). Daí a importância do grupo apômetra desenvolver aguçado nível técnico, mediúnico e sinérgico".(13)

A essa altura do artigo, os apômetras devem estar horrorizados, dizendo entre si: - O Jorge Hessen deve ter vários chips astrais incrustados no perispírito, deteriorando seu raciocínio... Mas não estamos sós nesse pensamento. Veja o que nosso irmão Divaldo Franco, durante uma larga entrevista concedida no programa Presença Espírita da Rádio Boa Nova, de Guarulhos (SP), em agosto/2001, afirmou: "Não irei entrar no mérito, nem no estudo da apometria, porque eu não sou apômetra, eu sou espírita. O que posso dizer é que a apometria, da forma como os apômetras interpretam, não é Espiritismo, porquanto as suas práticas estão em total desacordo com as recomendações de "O Livro dos Médiuns".(14) Com essas esdrúxulas práticas, abrem-se precedentes graves para a implantação de rituais, totalmente inaceitáveis na prática espírita, que é, fundamentalmente, a doutrina da fé raciocinada. Na prática e nos métodos de libertação dos obsessores, a violência que ditos métodos apresentam, a mim pessoalmente, parece-me tão chocante, que me faz recordar a Lei de Talião, que Moisés suavizou com o Código Legal e que Jesus sublimou através do amor. (...) (15)
Eis o que pensamos a respeito do assunto. Nossos argumentos são por demais consistentes, pois se baseiam em estudos e experiências kardecianas. De nossa parte, sem estrangulamento de qualquer linha de raciocino, acreditamos ser a apometria um método supostamente terapêutico que se pode estudar longe das hostes espíritas para ser melhor avaliado. Desobsessão é coisa séria e não admite placebos inócuos.

Concluímos com a severa admoestação: "Se alguém prefere a apometria, divorcie-se do Espiritismo. É um direito! Mas não misture, para não confundir. (...)". (16)

Jorge Hessen

E-Mail: jorgehessen@gmail.com

FONTES:

(1) Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns, Ed. FEB, cap. XX, item 230, p. 292.

(2) Disponível em www.comunidade-espiritual.com/blog.php…. Acesso em 18-03-08.

(3) Disponível em http://aumpram.org.br/apometria.html. Acesso em 15-03-08.

(4) Kardec, Allan, O Evangelho segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed. FEB , 1998, Cap. 28, item 84.
(5) Disponível em www.geocities.com/Vienna/Strasse/5774/atend.htm. Acesso em 18-03-08.

(6) Disponível em www.comunidade-espiritual.com/blog.php…. Acesso em 15-03-08.

(7) Disponível em http://harmonizacaoambiental.blogspot.com/2008/06/apometria.html. Acesso em 15-03-08.

(8) Entrevista, de Divaldo Pereira Franco no programa Presença Espírita da Rádio Boa Nova, de Guarulhos (SP), em Agosto/2001.


(10) Entrevista, de Divaldo Pereira Franco no programa Presença Espírita da Rádio Boa Nova, de Guarulhos (SP), em Agosto/2001.

(11) Disponível em http://www.comunidade-espiritual.com/blog.php…&.... Acesso em 18-03-08.

(12) Kardec utilizou na Codificação do Espiritismo o "Controle universal do ensino dos Espíritos", conforme se lê em "O Evangelho segundo o Espiritismo", Introdução, item II - AUTORIDADE DA DOUTRINA ESPÍRITA".
(13) Idem.

(14) Entrevista, de Divaldo Pereira Franco no programa Presença Espírita da Rádio Boa Nova, de Guarulhos (SP), em Agosto/2001.

(15) Idem.

(16) Idem.

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