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terça-feira, 24 de maio de 2016

Devemos forçar nossa família a ser Espírita?

Conversão

Devemos forçar nossa família a ser Espírita?


Não. É preciso que nos tornemos uma carta viva da doutrina de Jesus para que os familiares, mesmo não desejando tê-la, apreciem as regras doutrinárias dos nossos atos. O mal de alguns espíritas é deixar que a família desrespeite a Doutrina. Os filhos pedem aos 
pais espíritas que por intermédio dos espíritos, passem no vestibular, arrumem empregos, comprem propriedades, e alguns pais levam os pedidos até o Centro. Se os filhos são atendidos, estes nem se lembram de agradecer. Isso só ocorre porque os pais julgam que com estes atos milagrosos os filhos aprendem a gostar da Doutrina dos Espíritos. 

Não é assim, meus irmãos, o que é necessário é que os pais façam seus filhos respeitarem o que eles, os pais, escolheram como sustentáculo de fé. 

Se a família não desejar participar do culto cristão no lar, que eles o façam sozinhos, mas com dignidade e amor. "Não jogueis pérolas aos porcos" – disse Jesus. 

Portanto, se o espírita tentar falar dos espíritos, dos passes, do Evangelho, para quem não desejar ouvir, estará desrespeitando o Mestre e se sentirá infeliz. 

Se a família já fez a escolha – são os bens materiais que ocupam suas horas – o bom espírita não deve barrar seus passos, mas deixar que a vida mostre a verdade, se não for nesta encarnação, será na outra. Todavia, ser enganado pela família, ou ser o porta voz dos espíritos e dos familiares, é situação constrangedora. O verdadeiro espírita precisa respeitar para ser respeitado. 

Não adianta desejar salvar a família se ela ainda é fraca na fé, no amor e na caridade. Diante da dor, posicionar-se para encará-la de frente e não correr, tentando driblá-la. É preciso enfrentá-la com a 
arma da fé, e a dor passará, como passa cada minuto da nossa vida.

O espírita que se julga isento da dor ainda não se conscientizou do valor da Doutrina que abraçou. 

Aí está o perigo do fanatismo. A Codificação é o alicerce de um espírita. Sem estudo e prática, nós não desfrutaremos das belezas doutrinárias, repetindo o passado, quando visitávamos os templos apenas para cumprir tarefas religiosas, e não para nos tornarmos verdadeiros seguidores de Jesus.

É junto aos doentes que se encontra a sabatina da vida. É ainda junto a eles que nos será cobrado o comportamento doutrinário.

Podemos não comer carne, mas respeitar aqueles que com elas se deliciam: não ingerir álcool, mas não nos tornamos desagradáveis diante dos seus consumidores. Podemos ser espíritas, sem medo do ridículo; contudo, recordando sempre que Jesus, que viveu com o pecado, jamais pecou. Não queiramos converter uma família que não respeita a nossa crença apenas porque estamos transmitindo mal aquilo que a Doutrina nos ensina. Nada é mais desagradável do que alguém falando sem cessar de espíritos e mediunidade, do que acontece em um centro espírita para quem não quer e nem deseja ouvir.

Luiz Sérgio in “Driblando a Dor”


Psicografia: Irene Pacheco Machado

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