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domingo, 15 de maio de 2016

TECNOLOGIA DE PONTA COM MAIS DE UM SÉCULO DE ATRASO

TECNOLOGIA DE PONTA COM MAIS DE UM SÉCULO DE ATRASO

Lucia Moysés


Não nos cansamos de admirar a ampla gama de recursos tecnológicos inventados pelo homem. Os modernos smartphones e tablets, por exemplo, nos permitem acessar todo tipo de informação e comunicação em tempo real, sem contar a riqueza de entretenimentos que oferecem. Igualmente, ficamos fascinados com os aparelhos que vasculham o Universo revelando o turbilhão de galáxias – e que nos falam de Deus.

E o que dizer dos modernos equipamentos utilizados na área médica, que facilitam diagnósticos, cirurgias e tratamentos?

Novidades? Avanços incalculáveis? Aos olhos terrenos, sim. No entanto, o estudioso espírita certamente reconhece que todo esse progresso científico e tecnológico apenas reflete o que já existe em mundos mais avançados que o nosso.

No livro “Memórias de um suicida”, ditado pelo Espírito Camilo Castelo Branco à médium Yvonne do Amaral Pereira, há diversos relatos sobre equipamentos inimagináveis à época em que foi publicado: 1955. E como se não bastasse, logo nos capítulos iniciais o leitor é informado de que a história se passa na primeira década do século XX. Então, é essa a época que devemos ter em mente ao analisarmos o que se segue.

A obra relata os tormentos de cinco Espíritos que na última romagem terrena praticaram o suicídio e que passaram a conviver desde que se tornaram internos na Colônia Espiritual Servos de Maria, um posto de emergência numa região umbralina próxima à Terra. Em lá chegando, foram matriculados como pacientes do Hospital Maria de Nazaré, tendo passado antes por uma seção de registro, na qual deveriam prestar inúmeras informações a respeito de suas vidas enquanto encarnados. Uma atividade trabalhosa, considerando o número de pessoas a serem ouvidas. No entanto, afirma o autor espiritual, que tudo transcorreu em menos de meia-hora, porque os processos eram diferentes do habitual: “As respostas dos pacientes seriam antes gravadas em discos singulares, espécie de álbuns animados de cenas e movimentos, graças ao concurso de aparelhamentos magnéticos especiais. Tais álbuns reproduziriam até mesmo o som de nossa voz, como nossa imagem e o prolongamento do noticiário sobre nós mesmos, desde que posto em contato com admirável maquinismo apropriado ao feito, exatamente como discos e filmes na Terra reproduzem a voz humana e todas as demais variedades de sons e imagens neles existentes e que devam ser retidos e conservados.” (op. cit. p.57).

Hoje, qualquer aparelho celular com câmera de vídeo seria capaz de fazer tais registros, transferindo-os para um disco de DVD. Este, ao ser colocado em dispositivos próprios, traria de volta toda a cena gravada, reproduzindo-a fielmente.

Mais adiante, o personagem central faz uma descrição de uma aparelhagem provida de um visor que nos remete às atuais telas de plasma ou LED utilizadas em computadores, televisores e dispositivos móveis de comunicação. A característica principal é permitir que pessoas situadas em locais distantes, umas das outras, conversem online, vendo-se mutuamente, como, por exemplo, nos softwares que transmitem voz e vídeo.


“Existia em cada dormitório certo aparelhamento delicadíssimo, estruturado em substâncias eletromagnéticas, que, acumulando potencialidade inavaliável de atração, seleção, reprodução e transmissão, estampava em região espelhenta, que lhe era parte integrante, quaisquer imagens e sons que benévola e caridosamente nos fossem dirigidos.” (id., p.83).

Prosseguindo, destaca um acontecimento singular por ele vivido junto a seus companheiros, quando um deles (Jerônimo) vai ao gabinete do diretor da colônia solicitar permissão para visitar os familiares que permaneceram em Portugal. Nessa hora, um dos assistentes lhes diz: “Atentai neste aparelho de visão à distância, que já conheceis, e acompanhai os passos de nosso Jerônimo desde o presente momento. [...] Aproximou-se do aparelho e, com graciosa desenvoltura, ampliou-o até que pudesse retratar a imagem de um homem em tamanho natural. Perplexos, mas interessados, nos postamos diante da placa que principiava a iluminar-se.” (id., p.89).

Não estaria nesse caso se referindo à tela sensível ao toque, que até mesmo as crianças sabem utilizar e que vemos, com frequência, serem manipuladas em programas de televisão? A diferença reside no fato de ser unidirecional e transmitida pelo pensamento, recurso de que ainda não dispomos.

E continua: “De súbito Joel (um assistente) surgiu diante de nós, tão visível e naturalmente, destacando-se no mesmo plano em que nos encontrávamos, que o supusemos dentro da enfermaria, ou que nós outros seguíssemos ao seu encalço... Mais real do que o atual cinematógrafo e superior ao engenho da televisão do momento, esse magnífico receptor de cenas e fatos, tão usado em nossa Colônia, tanta admiração nos causava.” (id., p. 89).

Pela descrição, percebemos tratar-se de algo semelhante a qualquer transmissão ao vivo, via satélite, que nos acostumamos a acompanhar. Nossa surpresa aumenta quando ele destaca que o assistente parece estar realmente presente no ambiente em que se encontram. Impossível não fazer relação com as imagens holográficas que nos dão exatamente essa sensação.

Tudo nos leva a crer que os recursos tecnológicos utilizados eram extraordinários quando Camilo Castelo Branco nos fala da emoção que contagiou seus patrícios quando Jerônimo chegou à terra-natal: “De súbito, brado uníssono, conquanto discreto, exalou-se de nossos peitos qual soluço de saudade enternecedora, vibrando docemente pela enfermaria:
“— Portugal! Pátria venerada! Portugal! ...

E chorávamos enternecidos, gratamente emocionados! Paisagens portuguesas, com efeito, todas muito queridas aos nossos doloridos corações, rodeavam-nos como se fizéssemos parte da comitiva do pobre Jerônimo!” (id. p. 100).

Em outro momento, o autor nos põe a par de alguns fenômenos por nós ainda desconhecidos. Isto se dá quando continua a tecer considerações sobre os aparelhos transmissores que tanto espanto lhe causavam.

[Tal aparelho], em esferas mais elevadas desdobrava-se, evoluía até atingir o sublime no auxílio à instrução de Espíritos em marcha para a aquisição de valores teóricos que lhes permitissem, futuramente, testemunhos decisivos nos prélios terrenos, indo rebuscar e selecionar, nas longínquas planícies do espaço celeste, o próprio passado do Globo Terráqueo e de suas Humanidades, sua História e suas Civilizações, assim como o pretérito dos indivíduos, se necessário.” (id. p. 89).

Quer nos parecer que não está longe o dia em que teremos tais recursos no nos¬so planeta, uma vez que os astrônomos já conseguiram, através do telescópio Hub¬ble, fotografar galáxias que se formaram nos primórdios do Universo. Isso se deu a apenas 600-900 milhões de anos após o Big Bang. Considerando-se a estimativa que o Universo tenha cerca de 14 bilhões de anos, esse novo olhar nos levou de volta para mais de 13 bilhões de anos. Um feito e tanto!

Ainda no campo das imagens, Camilo Castelo Branco dá a conhecer um recurso muito parecido com os que utilizamos atualmente em nossas exposições e palestras, através da utilização de um programa específico para computador acoplado a um projetor digital.

“A um ângulo do tablado que do fundo do salão defrontava a assembleia, notava-se um aparelho muito semelhante aos existentes nas enfermarias, conquanto apresentasse certas particularidades. [...] E cântico harmonioso de prece elevou-se em surdina [...], enquanto se desenhava em uma tela junto à cátedra de Irmão Teócrito o sugestivo quadro da aparição de Gabriel à Virgem de Nazaré, participando a descida do Redentor às ingratas praias do Planeta.” (id. pp. 121 e 122).


E será em uma tela como esta que os enfermos da Colônia Maria de Nazaré irão assistir às aulas e conferências, durante as quais serão projetadas imagens da vida e dos ensinamentos de Jesus, ou ouvir preleções de mentores espirituais situados fora daquele ambiente.

Este último recurso surge com frequência em livros da série de André Luiz, quando, reunidos em auditórios, Espíritos assistem a preces e preleções de benfeitores espirituais, quer situados na própria colônia, quer em outras distantes dali.

Em “Memórias de um suicida” vamos encontrar, ainda, uma revelação que nos leva a fazer um paralelo com os modernos equipamentos de diagnósticos médicos, por imagem.

“[...] o grandioso aparelhamento, conjunto de peças extraordinárias, apropriadas às necessidades da clínica no astral, demonstrando o elevado grau que atingira a Medicina entre nossos tutelares. [...] Sei que os tecidos semimateriais das regiões do meu perispírito, profundamente afetadas, receberam sondagens de luz, banhos de propriedades magnéticas, bálsamos quintessenciados, intervenções de substâncias luminosas extraídas dos raios solares; que deles extraíram fotografias e mapas movediços, sonoros, para análises especiais; que tais fotografias e mapas mais tarde seriam encaminhados à ‘Seção de Planejamento de Corpos Físicos’, do Departamento de Reencarnação.” (id. p. 80).

Que paralelo podemos fazer com essas sondagens de luz, essas fotografias e esses mapas movediços sonoros existentes naquela colônia, naquela época? Raio laser? Radiografias? Ultrassonografias? Tomografias computadorizadas? Imagens por ressonância magnética?

Esses e muitos outros aparelhos sutis, ainda desconhecidos entre nós, constituem fabuloso material de trabalho em educandários e hospitais da erraticidade.

Não nos iludamos, pois. Nosso progresso científico e tecnológico é uma pálida cópia do que existe nos Planos superiores. A nossa evolução espiritual nos fará, certamente, conhecer e desfrutar de muitos outros magníficos recursos que o Senhor da Vida nos reserva.



SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim SEI: E-mail: boletimsei@gmail.com

Outubro 2013 – no 2229

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