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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Quem tudo entende, não sofre

Como esperar o alívio, a melhora, o progresso,
sem acreditar em si, sem se esforçar?

O sofrimento, o problema, a necessidade requerem
esforço e é esse esforço que torna você mais forte
por agregar a si as qualidades de resistência.

As dificuldades, sejam quais forem, cedem
terreno quando aceitas sem revolta.

Até mesmo o sofrimento some
quando você entende o seu significado.

Use a sua força interior sempre e sempre.

Nunca se sinta um injustiçado,
um infeliz só porque tem dificuldades.

Quem tudo entende, não sofre.


Lourival Lopes

Extraído de "Otimismo todo dia"

terça-feira, 26 de agosto de 2014

4 – AUXILIEMOS

Os que tombaram em sofrimento!...
Deixa que a voz deles te alcance a vida.
Não te presumas tão longe. Freqüentemente, o espaço que os distancia não é senão aquele que te separa do lar vizinho.
Enquanto nos detemos, pensando nas lágrimas que lhes encharcam as horas, é possível estejam a poucos metros de nós, carregando fadiga e desilusão.
Há os que talvez procurem mostrar um sorriso, após remover os sinais de pranto do rosto desfigurado em penúria e os que, não obstante possuírem todos os excessos de uma existência faustosa, acalentam a idéia do suicídio, crendo seja a fuga a única solução para as dificuldades a que se arrojaram imprevidentes.
Muitos abraçaram empresas delituosas, adquirindo tormentos de espírito, ao pé de ouros tantos que escalaram a barranca da vaidade, despencando em precipícios de treva.
Deixa que te visitem o espelho da consciência!...
Vê-los-ás, sentindo-te por baliza de extensa caravana de angústia!...
Dói contemplas não somente os adultos algemados à provação, mas também as crianças e jovens espoliados de afeto, que a necessidade, em muitas ocasiões, relega ao espinheiro da enfermidade ou à vala do vício!...
Se desfrutas saúde, se tens algum tempo disponível, se possuis influência ou se reténs essa ou aquela sobra da bolsa, colabora para que se reduzam o desespero e a aflição que ainda lavram na Terra!...
Não exijas, porém, a alheia gratidão para auxiliar.
Ainda mesmo que os necessitados de teu concurso transportem no peito corações empedernidos na sombra do mal, dos quais não te é lícito aproximar, por enquanto, a fim de que não patrocines a irreflexão ou a desordem, ora por eles e ampara-os de maneira indireta!...
As mães dos obsessores e dos ingratos, ainda quando desencarnados, estão vivas!... Elas vibram de esperança e felicidade com os teus gestos de amor e te dirão, em preces de alegria, no silêncio da alma: “Deus te guarde e abençoe”.


Emmanuel

CAMINHO ESPÍRITA –
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
- AUTORES DIVERSOS

3 – Obsessão

Módulo XII

Influência dos Espíritos na Nossa Vida


3 – Obsessão

Do latim, obsessione, a palavra obsessão significa: impertinência, perseguição, vexação; Preocupação com determinada idéia, que domina doentiamente o espírito, e resultante ou não de sentimentos recalcados; idéia fixa; mania.99

99 Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.

Normalmente o termo obsessão é usado como significado de idéia fixa em alguma coisa, como a definir um estado mental doentio.

Após a Codificação Espírita, esta palavra ganhou um significado mais profundo:

A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo.

Apresenta-se caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais.100

100 “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XXVIII, Item 81.

Com este conceito, Kardec, aproveitando o significado vulgar, aprofundou-o mostrando as suas causas. Temos então que a obsessão é um distúrbio mental gerado por influência negativa dos Espíritos, tendo suas causas no passado culposo da criatura através de comportamentos distantes da moral.

O Espírito Manoel Philomeno de Miranda chega a afirmar que somente há obsidiados porque há endividados espirituais.101

101 “Grilhões Partidos”, Prefácio item 3.

Segundo Emmanuel, a obsessão é o equilíbrio de forças inferiores, retratando-se entre si. E continua: Fenômeno de reflexão pura e simples, não ocorre tão somente dos chamados mortos para os chamados vivos, porque, na essência, muita vez aparece entre os próprios Espíritos encarnados a se subjugarem reciprocamente pelos fios invisíveis da sugestão.102
102 “Pensamento e Vida”, cap. 27.

Com isto, nosso querido mentor nos alerta que a obsessão é um processo de sintonia, e sempre de forma bilateral, porque é sustentada por um intercâmbio que funciona tanto de lá para cá, como de cá para lá.

Nesta mesma iluminada página Emmanuel diz que:
Toda obsessão começa pelo debuxo vago do pensamento alheio que nos visita, oculto.

Hoje é um pingo de sombra, amanhã linha firme, para depois, fazer-se um painel vigoroso, do qual assimilamos apelos infelizes.

Desta forma, vemos o caráter gradativo do processo obsessivo, e novamente a importância do “Vigiai e Orai”.

Mecanismo da obsessão

Manoel Philomeno de Miranda, pela mediunidade de Divaldo P. Franco, informa como se dá o processo obsessivo. Vejamos a narrativa:

Quando o Espírito é encaminhado à reencarnação, traz, em forma de “matrizes” vigorosas no perispírito, o de que necessita para a evolução. Imprimemse, então, tais fulcros nos tecidos em formação da estrutura material de que se utilizará para as provações e expiações necessárias. Se se volta para o bem e adquire títulos de valor moral, desarticula os condicionamentos que lhe são impostos para o sofrimento e restabelece a harmonia nos centros psicossomáticos, que passam, então, a gerar novas vibrações aglutinantes de equilíbrio, a se fixarem no corpo físico em forma de saúde, de paz, de júbilo… Se todavia, por indiferença ou por prazer, jornadeia na frivolidade ou se encontra adormecido na indolência, no momento próprio desperta automaticamente o mecanismo de advertência, desorganizando-lhe a saúde e surgindo, por sintonia psíquica, em conseqüência do desajustamento molecular no corpo físico, as condições favoráveis a que os germens-vacina que se encontram no organismo proliferem, dando lugar às enfermidades desta ou daquela natureza. Outras vezes, como os recursos trazidos para a reencarnação, em forma de energia vitalizadora, não foram renovados, ou, pelo contrário, foram gastos em exageros, explodem as reservas e, pela queda vibratória, que atira o invigilante noutra faixa de evolução, a sintonia com entidades viciadas, perseguidoras e perversas, se faz mais fácil, dando início aos demorados processos obsessivos (…) 103

103 “Grilhões Partidos”, Prefácio item 3.

Através deste valoroso ensinamento, vemos que o processo obsessivo só se completa com a permissão do elemento encarnado, quando este, invigilantemente, foge aos compromissos da renovação Cristã. Porque mesmo que as “matrizes” já estejam gravadas, cabe a ele restabelecer a harmonia pela vivenciação do bem, ou se entregar às tendências desequilibradoras, através do jornadear nas frivolidades.

Variações do Processo Obsessivo

Obsessão Simples – Segundo informação dos Espíritos, a obsessão simples é parasitose comum a quase todas as pessoas. Trata-se da simples influência negativa dos Espíritos em nossa vida. Para que isto aconteça, basta que nos sintonizemos com as forças contrárias ao bem, e, seja nos momentos de sono ou de vigília, os Espíritos sutilmente nos ditam as regras.

Quase sempre todo processo de obsessão mais complicado, inicia-se em uma obsessão simples.

Fascinação – É a ilusão produzida pela ação direta do Espírito obsidente, paralisando na criatura obsidiada o raciocínio. Nesse estado, a pessoa obsidiada perde a noção do ridículo e do discernimento. O Espírito obsessor lhe inspira a agir de determinada maneira em disparate, e para ela, a forma é bem lógica. Ou seja, o obsedado nunca acha que está errado, e tenta provar com todos os argumentos que está certo. É sem dúvida uma das mais graves formas de obsessão.

Subjugação -À medida que se agrava o processo obsessivo, a vontade do obsessor vai aumentando o governo das ações do obsedado. A subjugação pode ser moral ou corporal:

- Moral: Ocorre quando o invasor domina moralmente o hospedeiro, levando-o a tomar atitudes comprometedoras. Já não é a vontade deste que comanda, mas do elemento perturbador. Seria como que uma fascinação mais agravada.

- Corporal: Dá-se quando o Espírito imanta-se a determinada pessoa, assenhorando-se dos centros do comando motor desta, e a domina fisicamente. Neste estado gravíssimo, a vítima fica inerte, cometendo atrocidades diversas.

Tipos de Obsessão

Se classificamos acima a obsessão quanto à forma de atuação dos Espíritos, podemos classificá-la também quanto ao elemento obsessor, ou seja, quanto a quem é o obsessor. Desta forma temos, a obsessão:

De encarnado para encarnado: É a obsessão realizada entre seres encarnados, através do domínio mental e até mesmo físico. Esse domínio muitas vezes é mascarado pelos termos ciúme, proteção, paixão, e até mesmo, o que é pior, amor. Mas amor nestas bases nós particularmente entendemos como “amor próprio”.

Acontece também sob o império do ódio ou outros sentimentos inferiores, como vingança, orgulho ferido etc..

De desencarnado para desencarnado: Há Espíritos que obsediam Espíritos. É a prova de que os sentimentos não mudam só pelo ato do desencarne. Quando um homem é de nível inferior, evolutivamente falando, será também, até que mude de postura, Espírito inferior. Há nas relações entre Espíritos verdadeiras relações de domínio de um em relação a outros que se acham em desvantagem. O livro Libertação, do Espírito André Luiz, sob a mediunidade de Francisco Cândido Xavier, é um dos que tratam este tema com muita propriedade.

De encarnado para desencarnado: A princípio, poderíamos achar esta hipótese um absurdo, mas podemos afirmar com segurança, que o fato é muito mais comum do que podemos pensar.

Acontece quando criaturas desavisadas ligam-se obstinadamente aos entes queridos que desencarnaram antes, fincando a elas jungidas seja pela revolta ante o fato, ou por sentimento de perda.

É fruto do amor egoísta e possessivo que domina nosso ambiente planetário, agravado ainda pela falta de informação e consciência de culpa, ou ainda pelo sentimento de ódio, inveja ou vingança.

De desencarnado para encarnado: Esse é o mais conhecido, e o que tratamos mais comumente.

O fator vigilância, para o obsedado, é de suma importância, porquanto o obsessor desencarnado leva vantagem de nem sempre ser visto ou percebido, agindo assim com mais tranqüilidade, pois, ao contrário, tudo vê e percebe.

Obsessão recíproca: Como já dissemos anteriormente, nenhuma obsessão é unilateral, mas podemos qualificar como obsessão recíproca, a que ambos os elementos sentem-se dependentes um do outro, sendo muitas vezes até perigoso desligá-los rapidamente.

André Luiz narra um destes casos em sua obra, “Nos Domínios da Mediunidade”.
É o caso de Libório, que obsediava a esposa por quem sentia verdadeira paixão, vampirizando-
lhe o corpo físico. Esclarece desta forma o autor Espiritual:

O pensamento da irmã encarnada que o nosso amigo vampiriza está presente nele, atormentando-o. Acham-se ambos sintonizados na mesma onda. É um caso de perseguição recíproca (…) enquanto não lhes modificamos as disposições espirituais (…) jazem no regime de escravidão mútua, em que obsessores e obsidiados se nutrem das emanações uns dos outros.

Conclusão.

O processo obsessivo é uma característica de mundos ainda atrasados moralmente, pois é fruto do egoísmo, da maldade e da falta de perdão.

Tanto o tratamento como a profilaxia podem ser facilitados com o uso da prece, da água fluidificada, de passes, etc.. Mas o mais importante mesmo, o único remédio realmente eficaz, é a reforma íntima em bases de amor. Daquele amor ensinado pelo Meigo Rabi da Galiléia, nosso Querido Mestre: Jesus.


Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade
Goiânia - GO
Trabalho realizado em 1997 pelo Grupo de Estudos desta Casa Espírita com a coordenação de Cláudio Fajardo

Divulgação

Heróis existem. Você pode ser um deles.

Há pessoas que são consideradas heroínas porque salvaram uma criança de afogamento, retiraram alguém das chamas, seguraram quem caía do edifício, puseram-se à frente dos que estavam sendo assaltados. Elas tiveram instantes de coragem. O que dizer, então, de quem tem inumeráveis momentos de domínio de si mesmo ou de quem fez o bem continuamente sem esperança de recompensa? Você pode fazer isso. É autêntico heroísmo cuidar bem de si mesmo.

Lourival Lopes

O seu mundo desmoronou?


Então, sobre as cinzas do velho mundo, do costumeiro modo de ser, edifique um mundo novo, em bases sólidas, verdadeiras. Assim a felicidade pousará as asas sobre você. Não se revolte. Às vezes, é preciso que um castelo de areia caia para que em seu lugar se levante o outro, resistente. 

No lugar dos planos que falharam, coloque os mais eficazes. Confesse-se disposto a renovar-se e a aproveitar as lições recebidas. É com ideais construtivos que se faz um mundo real.  

 Lourival Lopes

3 - DIA A DIA

Nas curtas viagens do dia-a-dia, todos nós encontramos o próximo, para cuja dificuldade somos próximo mais próximo.
Imaginemo-nos, assim, numa excursão de cem passos que nos transporte do lar à rua. Não longe, passa um homem que não conseguimos, de imediato, reconhecer.
“Quem será?” – perguntamos em pensamento.
E a Lei do Amor no-lo aponta como alguém que precisa de algo: se vive em penúria, espera socorro;
Se abastado, solicita assistência moral, de maneira a empregar, com justiça, as sobras de que dispõe;
Se aflito, pede consolo;
Se alegre, reclama apreço fraterno, para manter-se ajustado à ponderação;
Se é companheiro, aguarda concurso amigo;
Sé é adversário, exige respeito;
Se benfeitor requer cooperação;
Se malfeitor demanda piedade;
Se doente, requisita remédio;
Se é dono de razoável saúde, precisa de apoio a fim de que a preserve;
Se ignorante, roga amparo educativo;
Se culto, reivindica estímulo ao trabalho, para desentranhar, a benefício dos semelhantes, os tesouros que acumula na inteligência;
Se é bom, não prescinde de auxílio para fazer-se melhor;
Se é menos bom, espera compaixão, que o integre na dignidade da vida.
Ante o ensino de Jesus, pelo samaritano da caridade, poderemos facilmente entender que os outros necessitam de nós, tanto quanto necessitamos dos outros. E, para atender às nossas obrigações, no socorro mútuo, comecemos, à frente de qualquer um, pelo exercício espontâneo da compreensão e da simpatia.


Emmanuel

CAMINHO ESPÍRITA –
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
- AUTORES DIVERSOS

Vícios e Consequências

Livro: Vida Feliz 

Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco

Qualquer vício escraviza e mata.
Não te vincules aos chamados "aperitivos sociais", que dão margem a lamentáveis processos de alcoolismo, nem adotes a posição de fumante, por parecer-te uma postura distinta e de elegância, mas que conduz às algemas do tabagismo assassino.
Jogo, sexo, gula, anedotário servil, para citar somente alguns, iniciam-se em pequenas doses, para culminar em cárcere moral quando não em penitenciária comum.
Uma vida sadia torna-se ditosa e prolongada, a benefício daquele que assim a preserva.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Você tem muitos problemas, muitas lutas?

Então, veja-se acompanhado por um anjo. Por misericórdia de Deus, há sempre a seu lado um ser espiritual que orienta você nos bons e maus momentos, assim considerados os de tranqüilidade e preocupação, os de alegria e dor.

Comunique-se com esse ser. Eleve a Deus uma prece e exponha os seus propósitos sadios. O seu anjo escutará e virá em seu auxílio. O anjo só lhe dá boas idéias. Quem se sente amparado vive mais feliz.


Lourival Lopes

EVANGELIZAÇÃO INFANTIL

Divaldo Pereira Franco

Qual a importância da evangelização da criança no Centro Espiríta?
Divaldo: Da mais alta relevância, se dissermos que, quem instrui prepara para a vida, quem educa dá a vida, quem evangeliza fomenta a vida. Este "evangeliza", entendamo-lo à luz do Espiritismo, por ser a luz do Espiritismo que dá lógica e entendimento ao Evangelho. O Evangelho, puro e simples, é ministrado por outras doutrinas cristãs, mas a reencarnação e a comunicabilidade dos espíritos dão clareza e lógica, ao contrário de outras doutrinas evangélicas, preparando a criança para uma vida saudável no seu relacionamento futuro.
Não se pode conceber uma Casa Espírita na qual as novas gerações não recebam a evangelização espírita, porque sem isto estaremos condenando o futuro a uma grave tarefa curativa das chagas adquiridas no trânsito da juventude para a razão. Portanto, é imprescindível a presença da atividade do Evangelho à luz do Espiritismo, junto à criança e ao jovem.
O que dizer das aulas de evangelização em que predomina o conhecimento do Evangelho sem conteúdo espírita?
Divaldo: Que é um trabalho muito respeitável, mas não é um trabalho espírita. Para que o seja, é indispensável que se encontrem presentes os postulados essenciais conforme estão exarados em O LIVRO DOS ESPÍRITOS de Allan Kardec. Não podemos entender por que a criança e o jovem são capazes de compreender o Evangelho e não o Espiritismo, quando têm idéia clara de eletrônica, de cibernética, e de outras ciências muito mais complexas do que a Ciência Espírita, que é de fácil assimilação. Os irmãos das igrejas reformadas, do Catolicismo, nas suas várias denominações, lecionam também o Evangelho, que é muito bom na sua parte moral, mas que não equaciona a problemática da existência humana, que somente pode ser entendida à luz da reencarnação. Não equaciona a realidade da comunicabilidade dos Espíritos, que somente através da mediunidade encontra parâmetros de lógica e sustentação. Não elucida a problemática da pluralidade dos mundos habitados, hoje reconhecidos por boa parte dos astrônomos e dos astrofísicos de toda a Terra. E não resolve o problema do comportamento humano, porque libera ou escraviza a consciência através dos dogmas, dos formalismos e das suas atitudes místicas.
É indispensável colocar a Doutrina Espírita no Evangelho, para que a razão substitua a aceitação, e a lógica preencha o vazio do mitológico.
- Nunca é conveniente levar a criança a assistir reunião espírita de natureza mediúnica...
Como fazer, sendo preparado para evangelizar e não se sentindo seguro para o trabalho, já que no Centro Espírita é responsabilizado?
Divaldo: Todos nós somos inseguros daquilo que fazemos, exceto as pessoas presunçosas.
A insegurança é um fenômeno natural, porque estamos sempre aprendendo, defrontando experiências novas. É compreensível que aquele que se inicia numa atividade encontre muitos conflitos na área que o desafia. A segurança virá como resultado normal da experiência, que irá adquirir com o tempo. O conhecimento teórico não equipa uma pessoa com a segurança que a faça enfrentar as dificuldades naturais que lhe são desafio, com a mesma experiência daquele que opera todos os dias. A melhor maneira de o fazer é começar.
Começa-se inseguro e, lentamente, vai-se adquirindo confiança, que é resultado das experiências que se tornaram exitosas. Sem a experiência pessoal ninguém tem segurança de como fazer, porque não se transmitem experiências. Transmitem-se informações, que aplicadas nos levam à vivência dessas mesmas informações.
As crianças que estão sendo evangelizadas, de que maneira podem os pais ajudá-las, a fim de que a evangelização continue no lar?
Divaldo: Aos pais compete à observação das tendências, da natureza dos seus filhos para bem orientá-los e despertarem nos mesmos as qualidades que se contrapõem aos defeitos.
Entretanto, isso deve ser feito quando os filhos são muito pequenos, e é justamente quando os pais são mais inexperientes, menos maduros.
Então, quando vemos os resultados, o tempo já passou. Como agir? Por mais imaturos que sejam os pais, há, entre eles e os filhos, o largo período que já viveram. Nesse período, adquiriram as experiências das suas próprias vivências.
Há, em todo individuo, a tendência para o Bem, porque somos lucigênitos. Esse heliotropismo divino nos leva sempre a discernir entre o que é certo e o que é errado. Se, por acaso, por inexperiência, não orientamos bem o filho na primeira infância, é sempre tempo de começar, porque estamos sendo educados até a hora da própria desencarnação.
Os pais que não lograram encaminhar bem os seus filhos, porque lhes faltava o equilíbrio do discernimento, quando se estava no período da formação da personalidade, podem recomeçar em qualquer instante, de maneiras suaves, perseverantes e otimistas através do exemplo e da vivência do amor.
Os pais podem ajudar a evangelização no lar, sobretudo pela exemplificação. É a exemplificação a melhor metodologia para que se inculquem as idéias que desejamos penetram naqueles que vivem conosco. Se examinarmos Jesus, Ele disse muito menos do que viveu e viveu muito mais do que nos falou. A mim me sensibiliza muito uma cena que parece culminante na vida do Cristo. Quando Ele estava com Anás, o Sumo Sacerdote, que Lhe perguntou sobre Sua doutrina, respondeu Jesus, que nada falara em oculto e que ele deveria perguntar aos que O ouviram. Um soldado que estava ao lado do representante de César agrediu esbofeteando-Lhe a face.
Para mim, este gesto é dos mais covardes: bater na face de um homem atado. Então Jesus não reagiu. Agiu com absoluta serenidade.
Pacifista por excelência voltou-se para o agressor e lhe perguntou: Soldado, por que me bateste?
Se errei, aponta-me o erro, mas, se eu disse a verdade, por que me bateste? É uma lição viva, porque Ele poderia apelar ali para a justiça do representante de César; poderia ter-se encolerizado; ter tido um gesto de reação, mas  Ele preferiu agir.
O lar é a escola do exemplo, onde lamentavelmente se vive reagindo. Vive-se de reações em cadeia; raramente se pára para agir.
Uma criança era dotada de mediunidade vidente aflorada, quando jovem perdeu-a por algum tempo. Após freqüentar grupos de jovens espíritas e estudar a Doutrina é possível recuperar a sua vidência?
Divaldo: Sim e não. Na infância, as faculdades psíquicas são muito aguçadas, porque o Espírito ainda não está totalmente reencarnado.
O cérebro ainda não absorveu toda a percepção extra-sensorial.
Como há uma percepção mais aguçada que ainda não foi assimilada pelos neurônios cerebrais, várias faculdades se manifestam, já que é o próprio Espírito que vê, que ouve, que sente. À medida que ocorre o mergulho na indumentária carnal, vão diminuindo as possibilidades parapsíquicas até que ficam relativamente bloqueadas.
Mais tarde, a pessoa pode exercitá-las e, através do exercício, poderá recuperar essas percepções de acordo com as conveniências que foram estabelecidas pela lei de reencarnação para o progresso da própria criatura.
Há indivíduos que gostariam muito de ser médiuns videntes, médiuns com um campo muito amplo, sem darem-se conta das graves responsabilidades que disso decorrem, dos gravames, dos perigos e dos imensos testemunhos, que se fazem necessários.
Os nossos Mentores Espirituais, quando coordenam a nossa reencarnação, examinam em profundidade o que será melhor para a existência, como o que será pior, estabelecendo aquilo que se possa ou não suportar.
Daí não é lícito forçar o desenvolvimento de aptidões, para as quais, talvez, não se esteja moral e emocionalmente equipado para enfrentar as conseqüências dessa decisão.
Como enfrentar o desafio da educação da criança carente? O que nos aconselha no sentido de criarmos um trabalho com essas crianças de rua. Gostaria de saber se a merenda é prejudicial quando colocada como prêmio aos que freqüentam mais a evangelização?
Divaldo: A melhor maneira de enfrentar-se um desafio é começá-lo. Chamar um cooperador, mais um e formar um grupo.
É provável que muitos aqui não conheçam a história da célebre Universidade Mackenzie, de São Paulo.
Começou quando uma educadora americana notou, em São Paulo, na rua em que morava, um grupo de crianças vadias. Ela, que preparava muito bem broa de milho, pôs-se a atrair os meninos que ficavam à porta sentindo o cheiro, e começou a dar-lhes o alimento doce. Depois, resolveu que somente daria broas às crianças que viessem, no Domingo, pela manhã, para ouviram-na falar do Evangelho de Jesus.
Depois que vieram vários por causa da broa, ela explicou, que só participaria da reunião, para depois comer a broa, quem viesse tomado banho, de cabelo penteado e pés calçados. Mais tarde, ela notou que poderia fazer algo mais do que a broa. Teve a idéia de preparar um lanche mais substancial para atrair mais meninos de rua.
Eles aumentaram de tal forma que chegavam à hora em que ela estava na confecção do alimento.
Ocorreu-lhe estabelecer que, a partir da data X, somente teria acesso à aula de Evangelho, para depois comer, quem soubesse ler e escrever.
E como eles não o sabiam, ela pôs uma mesa no fundo do quintal e abriu uma escola de iniciação alfabética. Hoje é o Mackenzie, que tem uma bela e longa história, inclusive, foi visitado por D. Pedro II que lhe fez uma expressiva doação.
Uma americana, Mary Jane Mac Leod Bethune, começou a educar crianças num depósito de lixo. A lei da segregação racial nos Estados Unidos era muito severa contra os negros. Ela era negra, havia ganho uma bolsa de estudos de uma costureira qualquer, e, ao se formar não tinha alunos. Quando foi nomeada não havia escola. Ela então reuniu três caixões vazios de cebola, colocou-os embaixo de uma árvore, num depósito de lixo, convocou três descendentes de escravos e começou a ensinar-lhes a ler e escrever.
Oportunamente, quando Henry Ford foi a Osmond, uma praia da Califórnia, ela foi visitá-lo.
Ao chegar à porta, foi barrada, porque, no hotel, negro não podia entrar, somente na condição de serviço. Ela subiu a escadaria de incêndio de nove andares, saltou a janela, tocou a campainha da porta, e, quando o mordomo veio abri-la, disse-lhe: Quero falar com Mr.Ford.
O mordomo, que também era negro, respondeu: Mas ele não recebe negros! E falou-lhe baixinho: Como você se atreve a vir aqui?
Ela reagiu bem alto: Eu tenho uma entrevista marcada com Mr. Ford, que assinalei por telefone. Eu sou Mary Jane.
Ouvindo-a, Mr. Ford redargüiu: Entre, senhora.
Quando ela se adentrou, ele, que era humanitário e acreditava na reencarnação, exclamou, surpreso:
Mas eu não sabia que a senhora era uma negra!
Ela sorriu, elucidando: Não totalmente. Eu duvido que o senhor conheça dentes mais alvos e um olho mais branco do que o meu.
Ele a adorou, porque uma mulher que era superior a essas mesquinharias humanas merecia respeito.
Perguntou-lhe:
O que a senhora deseja de mim? - Desejo que o senhor me ajude a construir a minha escola, a ampliá-la. Gostaria de levá-lo ao meu terreno, a fim de que o senhor construa comigo a escola dos meus sonhos. Ele aquiesceu. Desceu com ela pelo elevador por onde não pudera subir.
Quando ela passou pela porta e o atendente a viu, ela ainda, só para surpreender, pegou o braço de Mr.Ford, com a maior intimidade.
Sentou-se num carro coupé aberto, desfilando pela cidade de Osmond e olhando para todo mundo. Isso há mais ou menos sessenta anos. Era muita coragem!
Levou-o ao seu terreno. Quando chegou ao depósito de lixo, disse-lhe:
É aqui, senhor, que eu quero construir a minha escola.
Ele, surpreso, retrucou:
- Aqui? E onde está sua escola?
Ela apontou:
-Ali.
- Senhora, ali é um depósito de lixo.
Eu sempre me esqueço dos detalhes! Em verdade a minha escola está aqui na cabeça.
- Eu quero que, com o seu dinheiro, o senhor arranque daqui (apontou a cabeça) e a coloque ali. Ele deu-lhe, então, vinte mil dólares.
Essa mulher educou, até o ano de 1969, milhões de negros americanos. Tornou-se o símbolo da educadora mundial.
Quando o presidente Franklin Delano Roosevelt cancelou as subvenções por causa da guerra, ela lhe pediu uma entrevista na Casa Branca, e disse-lhe:
O senhor não vai cortar as subvenções das minhas escolas.
Ele redargüiu:
A senhora não se esqueça que eu sou o presidente.
E ela reportou:
Nem o senhor esqueça que eu sou eleitora, e eu vou me lembrar.
Ela sentou-se. E a sua foi à única rede de escolas que não teve as subvenções canceladas naquele período.
Certa feita, ela estava numa cidade do Sul, onde a intolerância racial era muito grande e teve uma crise de apendicite. Foi levada de emergência ao hospital e colocada na mesa cirúrgica.
Quando os médicos entraram e a viram, disseram: "Operar uma negra?" E saíram da sala. Ela pôs a mão no lugar dorido, olhou para a janela e orou: "O Senhor deve estar brincando comigo. Acho que o Senhor só me deu essa apendicite para me desafiar. Porque se o Senhor me ajuda a sair desta mesa, eu Lhe prometo que, na América, onde o Senhor me pôs na Terra, nunca mais morrerá ninguém de apendicite pelo crime de ser negro, porque eu não deixarei".
Levantou-se e ergueu uma Faculdade de Medicina. É uma das histórias mais lindas do século, mas, infelizmente, desconhecida dos brasileiros.
Quando estourou a guerra da Coréia, ela já era um vulto venerando no mundo. Foi conselheira da UNESCO e da ONU para assuntos raciais.
Outra vez, ela vinha atravessando o corredor para negros, no aeroporto de uma cidade do Sul. Um rapaz branco saltou a cerca, abraçou-a e chamou-a de mamãe. Então o colega reagiu: É louco? Como pode abraçar esta negra?
Ele explicou: É por causa desta negra que eu vou dar a minha vida na Coréia. Quando eu fui convocado para a guerra, em um país que jamais eu havia ouvido falar o nome, fui ao meu professor de geografia e perguntei: Onde é que fica mesmo essa Coréia? Ele mostrou no mapa uma região miserável, perdida, que eu não sei quem estava lá. E eu vou prá lá, porque me disseram que eu vou salvar a democracia, que eu aprendi com esta negra, que ama a todos os homens, sem perguntar o nome, a cor, a raça ou a crença.
Ela escreveu mais tarde: Eu poderia ter morrido naquele dia, porque minha missão, na Terra, havia acabado.
Começamos, na Mansão do Caminho, onde temos duas mil e quinhentas crianças, que têm o lanche garantido, mais ou menos, como narramos. Um dia demo-nos conta que, na rua, havia muitos meninos que não estavam na escola, e, por isso, não comiam.
Criamos, para eles, uma sopa, há três anos.
Vieram os meninos e suas mães. Depois de um ano estabelecemos que só tomariam a sopa se viessem limpos. Como no bairro a dificuldade de água é muito grande, passaram a tomar banho conosco. Se vêm descalços, damos alpercatas. Se as perderem, não tomam a sopa.
Porque, o perder aqui, é vender. Saem com as alpercatas e vendem-nas, a fim de ganharem novas no outro dia. Depois, só tomam a sopa se estudarem. O interesse cresceu e hoje transformamo-la em almoço, pois já estão tendo aula normal. Têm a merenda às dez horas e o almoço ao meio-dia. Começamos com vinte, estamos com quase trezentos. Fazemos a evangelização, como introdução ao trabalho da educação. Ao fim do ano, os que tiverem melhor aprendizado são matriculados na 1a série da Escola Jesus Cristo. Este ano matriculamos quarenta e seis e no próximo teremos o dobro.
Começamos, pois, sem maiores preocupações.
Iniciamos sob a copa de uma mangueira e sobre três caixas de cebola, na rua Barão de Cotegipe, 124. Eu tinha lido, então, a vida de Mary Jane.
Hoje estamos com duas mil e quinhentas crianças internas, semi-internas e externas.
Pretendemos ainda aumentar o número, e, dentro de alguns dias, inauguraremos uma escola de auxiliar de enfermagem, para, depois, uma escola de magistério.

 (segue)


“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL - Fevereiro
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Rua Souza Caldas, 343 - São Paulo (SP)

2 - TUA MENSAGEM

Tua mensagem não se constitui apenas do discurso ou do título de cerimônia com que te apresentas em piano convencional; é a essência de tuas próprias ações, a exteriorizar-se de ti, alcançando os outros.
Sem que percebas, quando te diriges aos companheiros para simples opiniões, em torno de sucessos triviais do cotidiano, está colocando o teu modo de ser no que dizes; ao traçares ligeira frase, num bilhete aparentemente sem importância, derramas o conteúdo moral de teu coração naquilo que escreves, articulando referência determinada, posto que breve, apontas o rumo de tuas inclinações; em adquirindo isso ou aquilo, entremostras o próprio senso de escolha; elegendo distrações, patenteias por elas os interesses que te regem a vida íntima...
Reflete na mensagem que expedes, diariamente, na direção da comunidade.
As tuas idéias e comentários, atos e diretrizes voam de ti, ao encontro do próximo, à feição das sementes que são transportadas para longe das árvores que as produzem.
Cultivemos amor e justiça, compreensão e bondade, no campo do espírito.
Guarda a certeza de que tudo quanto sintas e penses, fales e realizes é substância real de tua mensagem às criaturas e é claramente pelo que fazes às criaturas que a lei de causa e efeito, na Terra ou noutros mundos, te responde, em zelando por ti.


Emmanuel

CAMINHO ESPÍRITA –
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
- AUTORES DIVERSOS

1 - TUA LÂMPADA

Tua fé viva! – tua lâmpada.
Zelarás por tua lâmpada para que as perturbações do caminho não te mergulhem nas trevas.
O serviço é a chama que lhe define a vida, a compaixão é o óleo que a sustenta.
Clareia a estrada para os que se acolhem na sombra e segue adiante!... Vê-los-ás tresmalhados no grande tumulto...Entre eles, encontramos os que se julgam em liberdade, quando não passam de cativos da ignorância e do ódio; os que deliram na ambição desregrada, pisando o cairel de pavorosas desilusões, os que estadeiam soberbia nas eminências do mundo, admitindo-se encouraçados de poder, sem perceberem o abismo que os espreita; os que fizeram da vida culto incessante a todos os excessos e para quem a morte breve surgirá por freio de contenção... E com eles se agitam aqueles outros que desprezaram as vantagens do sofrimento, transformando o benefício da dor em cárcere de revolta; os que descreram do trabalho e se enredaram no crime; os que desertaram da consciência atirando-se ao fogo do remorso e os que perderam a fé, incapazes de sentir a benção de Deus que lhes brilha no coração!...
Unge de amor o pensamento transviado de todos os que se demoram na retaguarda, enlouquecidos por sinistros enganos e derrama o bálsamo do conforto nas feridas abertas de quantos se afligem na estrada, sob a névoa do desespero!...
Para isso, não conte dificuldades, nem relaciones angústias. Auxilia e ama sempre.
Se garras de incompreensão ou de injúria te assaltaram na marcha, entrega os tesouros que carregas abençoando as mãos que te firam ou te despojem, mas alça a tua flama de confiança e caminha.
Cada golpe desferido na alma é renovação que aparece, cada espinho que se nos enterra na carne do sonho é flor de verdade a enriquecer-nos o futuro, cada lágrima, vertida nos alimpa a visão!...
Tua fé viva! – tua lâmpada!...
Faze-a fulgir, acima de tuas próprias fraquezas, para que um dia, possas transfigurá-la em estrela de eterna alegria, nos cimos da Grande Luz.

Emmanuel

CAMINHO ESPÍRITA –
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
- AUTORES DIVERSOS