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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

nl03_15_LIVRO NO MUNDO MAIOR - Apelo cristão

... Na véspera da prometida visita às cavernas do sofrimento, o estimado Assistente me convidou a ouvir a palavra do Instrutor Eusébio que, naquela noite, se dirigiria a algumas centenas de companheiros católicos-romanos e protestantes das Igrejas reformadas, ainda em transito nos serviços a esfera carnal.
- São irmãos menos dogmáticos e mais liberais que, em momentos de sono, se tornam suscetíveis de nossa influência mais direta. Pelas virtudes de que são portadores, tornam-se dignos das diretrizes dos planos mais altos.
... Importa compreender que a Proteção Divina desconhece privilégios. A graça celestial é como o fruto que sempre surge na fronde do esforço terrestre: onde houver colaboração digna do homem, aí se acha o amparo de Deus. Não é a confissão religiosa que nos interessa em sentido fundamental, senão a revelação da Fé viva, a atitude positiva da alma na jornada de elevação. Claro é que as escolas da crença variam, situando-se cada um em um círculo diferente. Quanto mais rudimentar é o curso de entendimento religioso, maior é a combatividade inferior, que traça fronteiras infelizes de opinião e acirra hostilidades deploráveis, como se Deus não passasse dum ditador em dificuldades para manter-se no poder.
Constituindo o espiritismo evangélico prodigioso núcleo de compreensão sublime, é razoável seja considerado uma escola cristã mais elevada e mais rica. Possuindo tamanhas bênçãos de conhecimento e de amor, cumpre-lhe estendê-las a todos os companheiros, ainda quando esses companheiros se mostrem rebeldes e ingratos em consequência da ignorância de que ainda não conseguiram afastar-se.
... Se o patrimônio da fé religiosa representa o indiscutível fator de equilíbrio mental do mundo, que fazeis de vosso tesouro, esquecendo-lhe a utilização, numa época em que a instabilidade e a incerteza voa ameaçam todas as instituições de ordem e de trabalho, de entendimento e de construção? ... Supondes possível uma era de paz exterior, sem a preparação interior do homem no espírito de observância e aplicação das Leis Divinas?
Por admitir semelhante contrassenso, a máquina, filha de vossa inteligência, vos anula as possibilidades de mais alta incursão no reino do Espírito Eterno.
Ser cristão, outrora, simbolizava a escolha da experiência mais nobre, com o dever de exemplificar o padrão de conduta consagrado pelo Mestre Divino.
Constituía ininterrupto combate ao mal com as armas do bem, manifestação ativa do amor contra o ódio, segurança de vitória da luz contra as sombras, triunfo inconteste da paz construtiva sobre a discórdia derruidora.
Ante o moleque do Estado Romano, convertido em imperialismo e corrupção, os sectários do Evangelho não se expunham a polêmicas mordazes, não se enredavam nas teias do personalismo dissolvente, não dilapidavam possibilidades preciosas, a erigir fronteiras dogmáticas... Extremavam-se em nome do Senhor e ofereciam a própria vida, em penhor de gratidão Àquele que ainda não trepidava em seguir para a Cruz, por amor a todos nós. Erguiam os seus princípios santificantes que os identificavam com o Salvador do Mundo.
Sabiam perder vantagens transitórias, para conquistar os imperecíveis tesouros celestiais. Sacrificavam-se uns pelos outros, na viva demonstração de devotamento fraternal. Repartiam os sofrimentos e multiplicavam os júbilos entre si. Morriam em testemunhos angustiosos, para alcançar a vida eterna. Guerreavam os desequilíbrios de sua época e de seus contemporâneos, não a golpes de maldição, nem a fio de espada, mas pela prática da renunciação, submetendo-se a disciplinas cruéis e revelando, nas palavras, nos pensamentos e nos atos, a mensagem sublime do Mestre que lhes renovara os corações.
Entretanto, herdeiros que sois daqueles heróis anônimos, que transitaram nas aflições, de espírito edificado nas promessas do Cristo, que fizestes vós da esperança transformadora, da confiança sem vacilação? Onde colocastes a fé viva que os vossos patriarcas adquiriram a preço de fraternidade que assinalava os aprendizes da Boa Nova? Enriquecidos pelas graças do Céu, pouco a pouco olvidastes as portas da Revelação Divina em troca das comodidades humanas.
Construístes, entre vós mesmos, barreiras dificilmente transponíveis.
Intoxicai-vos o dogmatismo, corrompe-vos a secessão. Estreitas interpretações do plano divino vos obscurecem os horizontes mentais.
Abrís hostilidade franca, em nome do Reino de Deus que significa amor universal e união eterna.
Conspurcais a fonte das bênçãos, amaldiçoando-vos uns aos outros, invocando, para isso, o Príncipe da Paz, que para ajudar-nos, não nos hesitou ante a própria morte afrontosa....
... Reverenciais do Senhor a Luz dos Séculos, e mantende-vos nas sombras do nefasto egoísmo.
Proclamai nEle a glória da paz, e incentivais a guerra fraticida, em que homens e instituições se trucidam reciprocamente.
Recorreis ao Divino Mestre, centralizando em sua infinita bondade a fonte inesgotável do amor, entretanto, cultivas a desarmonia no recôndito do ser ...
... Por que estranhas convicções supondes conquistar o paraíso, à força de afirmativas labiais? ...
... Todavia, é imperioso reconhecer o caráter sublime de vossa tarefa no mundo...
... Jesus fundou a Religião do Amor Universal, que os sacerdotes políticos dividiram em várias escolas pelo sectarismo injustificável...
... O Evangelho, em suas bases, guarda a beleza do primeiro dia. Sofisma algum conseguiu empanar o brilho do "amai-vos uns aos outros como Eu vos amei"...
... Perante os desafios do céu, credes, acaso, servir a Deus, encarcerando os serviços da fé nos templos suntuosos? A pompa do culto exterior só faz realçar o desatino de vossas perigosas ilusões acerca da vida espiritual ...
... Não encontraste outra fórmula de externar a crença, além da concorrência menos digna?
Em vão ergueis castelos de opinião para o verbalismo sem obras, porque, se a morte surpreende o materialista revel, descortinando-lhe o realismo da vida, o túmulo abre também o tribunal da reta justiça a quantos se valeram da religião para melhor dissimular a indiferença que lhes povoa o mundo íntimo...
Na atuação da fé positiva reside a força reguladora das paixões, dos impulsos irresistíveis da animalidade de que todos emergimos, no processo evolucionário que nos preside à existência...

... Jesus não confinou seus ensinamentos ao círculo estrito de pedras, mas viveu conquistando amigos para o Reino do Céu...
... Não impôs aos seus seguidores normas rígidas de ação: pedia-lhes amor e entendimento; fé sincera e bom ânimo para os serviços edificantes...
... Como invocar-Lhe o nome para justificar os desvarios da separação por motivos de fé?? Como apoiar-se no Amigo de Todos para deflagrar embates de opinião, ascendendo fogueiras de ódio em prejuízo da solidariedade comum que Ele exemplificou até o supremo sacrifício? Não será denegrir-lhe a memória, difundir a discórdia em seu nome??...
... Não limiteis portanto, a demonstração de fé no Altíssimo aos cerimoniais do culto externo...
... Evitai a subversão dos valores espirituais afugentai as trevas que vos ameaçam as organizações político-religiosas. Temei a ciência que estadeie sem a sabedoria, livrai-vos do raciocínio que calcula sem amor, revisai a fé para seus impulsos não se desordenarem, à mingua da edificação.
A Crosta da Terra é atualmente um campo de batalha mais áspero, mais doloroso ...
... A salvação é contínuo trabalho de renovação e de aprimoramento...

Questões para estudo:

1) "Onde houver colaboração digna do homem, aí se acha o amparo de Deus. "
Para você, o que significa essa colaboração? Colaborando com o próximo, estamos colaborando com nós mesmos... Sendo assim, de que maneira podemos dar essa colaboração?

2) "Quanto mais rudimentar é o curso de entendimento religioso, maior é a combatividade inferior ... "
"Constituindo o espiritismo evangélico prodigioso núcleo de compreensão sublime, é razoável seja considerado uma escola cristã mais elevada e mais rica ... "
Em que baseia-se o prelecionado para fazer tais afirmações?

3) Para chegarmos a era da paz exterior, o que cabe ao homem fazer?

4) "... Por que estranhas convicções supondes conquistar o paraíso, à força de afirmativas labiais? ... " ... "... Perante os desafios do céu, credes, acaso, servir a Deus, encarcerando os serviços da fé nos templos suntuosos? A pompa do culto exterior só faz realçar o desatino de vossas perigosas ilusões acerca da vida espiritual ..."
... "... Não limiteis portanto, a demonstração de fé no Altíssimo aos cerimoniais do culto externo..."
Sendo assim de que forma devemos orar?

Termino com uma reflexão dita pelo prelecionado do texto:
"... Todavia, é imperioso reconhecer o caráter sublime de vossa tarefa no mundo..."
Já parou para pensar o motivo de sua existência atual?? Credes que estás a passeio, ou viestes a fim de conquistar Jesus ???

Apoio de leitura:
Conduta espírita

Conclusão:
Neste capítulo, André Luiz narra o encontro a que compareceu, juntamente com o assistente Calderaro, para ouvir palestra que seria proferida pelo instrutor Eusébio, dirigente espiritual de alta elevação.
A plateia, conta-nos o Autor, era composta de algumas centenas de irmãos católicos-romanos e protestantes ainda encarnados, que compareciam ao encontro durante as horas de emancipação pelo sono físico.
O tema da palestra, como vimos no estudo apresentado, foi a fé religiosa.  Procurou o insigne Instrutor demonstrar a importância da verdadeira fé, que é a fé interior, sincera, racional e que faz com que entendamos a necessidade de agir em favor do nosso semelhante, independentemente do credo religioso que se pratique.
                            
Questões propostas para estudo

1. -  "Onde houver colaboração digna do homem, aí se acha o amparo de Deus. "Para você, o que significa essa colaboração?  Colaborando com o próximo, estamos colaborando com nós mesmos... Sendo assim, de que maneira podemos dar essa colaboração?
Segundo os ensinamentos do Assistente Calderaro, essa colaboração não pode ser norteada apenas pela confissão de um determinado credo religioso. O que importa é a demonstração de fé viva, que venha trazer a elevação da alma.  A maneira de dar essa colaboração, ainda segundo o Assistente, é estendermos a todos os irmãos de caminhada, independente de suas rebeldias e da ignorância de que ainda não conseguiram se afastar, as bênçãos de conhecimento e de amor, dos quais o Espiritismo se constitui numa grande fonte.  É conceder o amparo fraternal, para que o próximo desperte e se levante.

2. -  "Quanto  mais  rudimentar  é  o  curso  de  entendimento  religioso,  maior  é  a combatividade inferior ... ".  "Constituindo o espiritismo evangélico prodigioso núcleo de compreensão sublime, é razoável seja considerado uma escola cristã mais elevada e mais rica ...".  Em que se baseia o prelecionado para fazer tais afirmações?
Sobre a primeira afirmação, podemos entender que, sendo o entendimento religioso rudimentar típico de espíritos igualmente ainda rudimentares, ou seja, em estágio evolutivo atrasado, seus instintos primitivos os levam à combatividade inferior.   São exemplos os inúmeros conflitos bélicos em curso na Terra, que têm como pano de fundo ou, pelo menos, como pretexto, o credo religioso.
A segunda afirmativa ressalta que,  por  ser  o  Espiritismo  um segmento religioso possuidor de um "prodigioso núcleo de compreensão sublime" - em outras palavras, de uma fé raciocinada -, deve ser considerado "uma escola cristã mais elevada e mais rica" do que as demais, em melhores condições e, por isso, com maiores responsabilidades perante a Divindade.

3. -  Para chegarmos a era da paz exterior, o que cabe ao homem fazer?
Primeiro, o homem terá que aprender, assimilar de verdade a paz interior, que só vem pela compreensão e vivência do Amor exemplificado na vivência por Jesus, ou seja, bem compreendendo, bem vivendo e bem praticando o "Amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo."

4.-  "... Por que estranhas convicções supondes conquistar o paraíso, à força de afirmativas labiais? ... " ... "... Perante os desafios do céu, credes, acaso, servir a Deus, encarcerando os serviços da fé nos templos suntuosos? A pompa do culto exterior só faz realçar o desatino de vossas perigosas ilusões acerca da vida espiritual ..."  ...  "...  Não limiteis portanto, a demonstração de fé no Altíssimo aos cerimoniais do culto externo..."  Sendo assim, de que forma devemos orar?
É a afirmação do ensinamento de Jesus, que, em diversas passagens narradas nos evangelhos, sempre censurou os fariseus por suas demonstrações de uma suposta fé exibicionista e por seus cultos em templos que chamou de "sepulcros caiados".
A forma como devemos orar, o Cristo sintetizou nessa passagem registrada por Mateus em seu evangelho:
"Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará."

(Mateus 6, 6)
Estudo Evangélico
Livro: “PALAVRAS DE VIDA ETERNA”
Francisco C. Xavier / Emmanuel
Estudo n. 21
TEMA:  NA PALAVRA E NA AÇÃO

"E tudo o que fizerdes seja na palavra, seja na ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai." Paulo (Colossenses 3:17).
No capítulo três dessa epístola o Apóstolo Paulo exorta a comunidade cristã de Colossos a permanecer em Cristo traçando um roteiro de ação: "(...) deixai a ira, a maledicência, a palavra torpe da vossa boca, não mintais uns para os outros despojando-vos do homem velho com todas as suas obras (...), revesti-vos de entranhas de misericórdia, de benignidade, de humildade, de modéstia, de paciência (...), perdoando-vos mutuamente (...). Mas sobretudo tende caridade que é o vínculo da perfeição (...). A palavra do Cristo habite em vós abundantemente em toda a sabedoria (...)". E conclui: "E tudo o que fizerdes seja na palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai".
Sobre esse texto e no mesmo sentido Emmanuel reflete que não basta dizer-se cristão, afirmar-se cultor do Evangelho; isso pouco vale já que o simples falar ou a compreensão intelectual da proposta não implica na respectiva prática. O cristão se identifica pela vivência no exemplo dos princípios superiores contidos no Evangelho. Agindo assim torna-se elemento de transformação onde estiver, é luz disseminando, pela forma como vive, posicionamentos cristãos. Como tal torna-se anúncio vivo da bondade e do amor de Jesus. Ao aceitar o Cristo o cristão assume compromissos devendo agora agir como seu representante fiel.
As exortações do apóstolo tornam-se atuais uma vez que ainda somos "cristãos sem Cristo", isto é, nosso proceder em nada ou em quase nada reflete o Mestre.
Qual a dificuldade maior para a vivência evangélica?
Consiste principalmente na dificuldade que se encontra para se despojar das imperfeições entre as quais o ódio, a avareza, a vingança, as más inclinações, aspectos estes em que a maioria dos homens se detém, pois que ainda se compraz neles.
Contudo é do nosso interesse buscar os ideais superiores através da progressiva depuração espiritual. Para isso é necessário o exame minucioso, a auto-análise do comportamento, observando nossos passos, avaliando ações de modo a aplicar-lhes as diretrizes evangélicas, libertando-nos das sombras, renovando-nos para melhor. Nesse trabalho estabelece-se integração entre o ensino e a prática, sentindo no íntimo tudo quanto o Evangelho preceitua como orientação que estabelece trajetória segura ao Espírito Imortal. Sem isso dificilmente ou até mesmo impossível raciocinar e servir com Jesus.
Assim:

* Se já pregamos o amor, devemos praticá-lo na forma de caridade;

* Se anunciamos a misericórdia, a piedade deve ser a tônica de nossas ações;

* Se falamos de integridade moral, a honestidade deve ser o sentido de nossos passos;

* Se lembrarmos o Evangelho, a nossa palavra deve ser boa e justa, transmitindo segurança e certeza.

Seja onde e com quem for, buscar o lado luminoso das criaturas. A natureza inferior do homem terreno leva-o, por similitude, a destacar o lado sombrio das pessoas, as coisas más. Nesse trabalho de renovação é dever exercitar-se na procura do melhor e do Bem nas várias situações, a fim de que não sejamos enganados pela malícia que nos é própria.
Diante de situação infeliz, se não houver possibilidade de ação mais direta, contribuamos com vibrações salutares da prece de forma a construir entendimento, paz, harmonia, alívio, esperança, etc... naturalmente tal comportamento não exclui a análise do fato que funcionará como busca da aprendizagem de lições valiosas e importantes, não incidindo jamais em julgamento.
O exercício das lições evangélicas incorporadas à vida nos mais diferentes aspectos é uma necessidade para capacitar e dar segurança ao Espírito em trajetória de crescimento
               Os ensinos do Mestre, neste sentido, foram inúmeros:

* "E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que digo". (Lc. 6:46).

* "Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes". (Jo. 13:17).

Paulo entendendo o convite e a importância dele aconselhava a que se retificassem as atividades do plano exterior, renovando palavras e ações, exortando igualmente para a elevação dos sentimentos, uma vez que ter apenas atitudes externas, melhoradas pelo verniz da educação, não significa expressão elevada de posição espiritual; a elevação dos sentimentos sim trata de mudança profunda, íntima, aquisição de valores imperecíveis do Espírito.
O cristão deve pelo trabalho contínuo que faz consigo estruturar-se em conduta espontânea, natural; para isso necessita cuidar mais do Espírito do que das aparências.
Nos dias atuais como identificamos o Mestre em nossos sentimentos, pensamentos e ações?
O Espiritismo que é o "Cristianismo Redivivo" tem levado a reformulação do nosso modo de ser?
Continuamos alimentar vícios, paixões degradantes, pensamentos de ordem inferior, ódios, vinganças, melindres, etc. Vivendo descomprometidos com a Doutrina escolhida?
Nossa vida é a de quem vive em Cristo?
"Brilhe vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus". (Mt. 5:16).
O estudo é claro: - Se Jesus é modelo e guia as atitudes têm que ser coerentes. Cabe portanto viver como filhos da luz, iluminando caminhos, afastando as sombras que ainda há em nós e ao nosso redor.
Sejamos de fato cristãos com Cristo saindo da preguiça, da inércia moral para uma vida plena de espiritualidade. Iluminados pelas bênçãos do Evangelho, promovamos o Espírito Imortal, valorizando todas as oportunidades de fazer o Bem, o melhor onde e com quem estivermos.
Não basta nos dizermos cristãos, é preciso patenteá-lo na vivência.

Bibliografia.

* Xavier, Francisco Cândido. "Palavras de Vida Eterna: na Palavra e na Ação". Ditada pelo

* Espírito Emmanuel, 17ª ed. Uberaba, MG. CEC, 1992.

* Allan Kardec. "O Evangelho segundo o Espiritismo: cap. XVIII, item 6".

* Godoy, Paulo A. "Evangelho de Redenção: Padrões para a Vivência do Espiritismo". São Paulo, SP. FEESP, 1996.

* Palhano Jr., L. "A Carta de Tiago". Niterói, RJ. Editora Fráter, 1992.

* Novo Testamento: Paulo (Colossenses 3:1 a 17).

Iracema Linhares Giorgini
Março / 2003

CENTRO ESPÍRITA BATUÍRA - RIB. PRETO – SP
cebatuira@cebatuira.org.br

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

ESTUDO 38 LIVRO DOS MÉDIUNS ITENS 105 A 107

 (Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores) Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO VI  
MANIFESTAÇÕES VISUAIS

Estudo 38 - ENSAIO TEÓRICO SOBRE AS APARIÇÕES 
Itens 105 a 107

Nesse estudo sobre as aparições vimos que podem ocorrer de forma vaporosa e diáfana, algumas vezes vaga e indecisa. Outras vezes formam-se a partir de um clarão esbranquiçado, cujos contornos vão se desenhando aos poucos; de outras vezes são formas claramente acentuadas, distinguindo-se os menores traços do rosto. As maneiras, o aspecto é semelhante aos do Espírito quando encarnado.
O Espírito que deseja ou pode aparecer se reveste algumas vezes de uma forma ainda mais nítida, com todas as aparências de um corpo sólido, a ponto de fazer crer que se trata de um ser corpóreo. Trata-se de uma aparição tangível, isto é, a tangibilidade pode se tornar real, o que quer dizer que podemos tocar, palpar, sentir a resistência e o calor de um corpo vivo, o que não impede a aparição de esvanecer com a rapidez de um relâmpago. Nesses casos, já não é só pelos olhos que se verifica a presença, mas também pelo tato. 
Se podemos atribuir à ilusão ou a uma espécie de fascinação a ocorrência de uma aparição simplesmente visual, já não há mais dúvida se a podemos tocar, ou ela nos toca, mesmo considerando que as aparições tangíveis são mais raras. Mas, também esses fenômenos, por mais extraordinários que pareçam, perdem o caráter de maravilhoso quando se conhece a maneira pela qual se produzem e se compreende que, longe de representarem uma derrogação de leis naturais, apresentam uma nova aplicação dessas leis. 
A causa desses fenômenos está nas propriedades do perispírito. O perispírito, por sua própria natureza, é invisível no seu estado normal. Isso é comum a uma infinidade de fluidos que sabemos existirem e que jamais vimos. Mas ele pode também, à semelhança de certos fluidos, passar por modificações que o tornem visível, seja por uma espécie de condensação (os Espíritos explicam ter utilizado essa palavra apenas a título de comparação) ou por uma mudança em suas disposições moleculares, e é então que nos aparece de maneira vaporosa. A condensação pode chegar ao ponto de dar ao perispírito as propriedades de um corpo sólido e tangível, mas que pode, instantaneamente, voltar ao seu estado etéreo e invisível. Este processo pode ser comparado ao do vapor, que pode passar da invisibilidade a um estado brumoso, depois ao líquido, a seguir ao sólido e vice-versa.
O que provoca esses diversos estados do perispírito é a vontade do Espírito e não causas físicas e exteriores como acontece com os gases. Para que ocorra uma aparição, além da vontade do Espírito, são necessárias, a combinação dos seus fluidos com os fluidos específicos do médium, resultante de uma afinidade entre eles, e a emissão fluídica abundante do médium, para operar a transformação do perispírito, além de outras condições que provavelmente desconhecemos. Considerando todos esses fatores, compreendemos, por que a visibilidade dos Espíritos não é comum.
Explica Allan Kardec que não nos basta querer ver um Espírito e também que ele queira se mostrar; é preciso que ele tenha permissão de nos aparecer, o que nem sempre nos é concedido, ou pelo menos não nas circunstâncias em que queremos, devido às nossas provas, aos inconvenientes emocionais que causariam e assim por diante.
Outra propriedade do períspirito é a penetrabilidade, inerente à sua natureza etérea. Nenhuma espécie de matéria lhe serve de obstáculo: ele atravessa a todas como a luz atravessa os corpos transparentes, o que mostra não haver, pois, meios de impedir a entrada dos Espíritos nos ambientes, exceto através de recursos morais oferecidos pelo próprio ambiente mental que construímos e que resulta da qualidade de nossos sentimentos e pensamentos. Vale ressaltar que, quanto mais elevados moralmente, mais os Espíritos respeitam nossas escolhas e apenas entram em nossos ambientes se os convidarmos, contrariamente ao que acontece com os Espíritos mais imperfeitos que se imiscuem em nossas vidas, dividindo conosco espaços e assuntos os mais banais, desde que sejam de interesse comum.
Concluindo nosso estudo, compreendemos que as aparições no estado de vigília não são raras e nem constituem novidade. Sempre existiram e, sem remontar ao passado, as encontramos em nossos dias, sobretudo nos casos de morte de pessoas distantes, que vêm visitar parentes e amigos. Muitas vezes não tem um objetivo claro, mas podemos dizer que em geral os Espíritos que assim aparecem são atraídos por simpatia. Recomenda Allan Kardec que examine cada um as suas lembranças e verá que são poucos os que não conhecem fatos dessa espécie, cuja autenticidade não se poderia por em dúvida.
Em nosso próximo estudo examinaremos alguns efeitos óticos que deram lugar ao estranho sistema dos Espíritos Glóbulos.
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap VI - 2ª Parte
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos,edição especial. Capivari: EME, 1997 - Cap VIII e IX 
Ver também estudo - Propriedades do Perispírito de março/03
Tereza Cristina D'Alessandro 
Setembro/04
Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br 

nl03_14_ LIVRO NO MUNDO MAIOR Medida salvadora

nl03_14_ LIVRO NO MUNDO MAIOR Medida salvadora

Havíamos terminado ativa colaboração, num elevado ambiente consagrado à prece, quando certo companheiro se abeirou de nós, reclamando o concurso do Assistente num caso particular.
Calderaro decerto conheceria os pormenores da situação, porque entre ambos logo se estabeleceu curioso diálogo.
- Infelizmente - dizia o informante - nosso Antídio não sobreleva a situação; permanece em derrocada quase total. Vinculou-se de novo a perigosos elementos da sombra, e voltou aos desacertos noturnos, com grave prejuízo para o nosso trabalho socorrista.
- Não lhe valeram as melhoras da quinzena passada? - indagou fraternalmente o orientador.
- Aproveitou-as para mais presto volver à irreflexão
- Esclareceu o interlocutor com inflexão magoada.
- É de notar, porém, que se achava quase de todo louco.
- Sim, mas conseguiu fruir, outra vez, estado orgânico invejável, mercê de sua intervenção última: logo, porém, que se viu fortalecido, tornou desbragadamente aos alcoólicos. A sede escaldante, provocada pela própria displicência e pela instigação dos vampiros que, vorazes, se lhe enxameiam à roda, everteu-lhe o sistema nervoso. A organização perispiritica, semi-liberta do corpo denso pelos perniciosos processos de embriaguez, povoa-lhe a mente de atroz pesadelos, agravados pela atuação das entidades perversas que o seguem passo a passo.
- Estará em casa a esta hora? - inquiriu Calderaro com interesse.
- Não - disse o outro, abatido -, deixei-o ainda agora, num centro menos digno, onde a situação do nosso doente tornou a características lamentáveis.
O instrutor estudou o caso em silêncio, durante alguns instantes, e considerou:
- Poderemos providenciar: contudo, se da outra vez consistiu o socorro em restituí-lo ao equilíbrio orgânico possível, no momento há que agir em contrário. Convém ministrar-lhe provisória e mais acentuada desarmonia ao corpo. Neste, como em outros processos difíceis, a enfermidade retifica sempre.
(...)
Rumamos para o local em que deveríamos acudir o amigo extraviado.
Penetramos o recinto, servido de amplas janelas e abundantemente iluminado.
O ambiente sufocava. Desagradáveis emanações se faziam cada vez mais espessas, à maneira que avançávamos.
(...)
Indefinível e dilacerante impressão dominou-me o ser.
Não provinha da estranheza que a indiferença dos cavalheiros e a leviandade das mulheres me provocavam; o que me enchia de assombro era o quadro que eles não viam. A multidão de entidades conturbadas e viciosas que aí se movia era enorme. Os dançarinos não bailavam a sós, mas, inconscientemente, correspondiam, no ritmo açodado da música inferior, a ridículos gestos dos companheiros irresponsáveis que lhes eram invisíveis.
Atitudes simiescas surdiam aqui e ali e, de quando em quando, gritos histéricos feriam o ar.
Calderaro não se deteve. Mostrava-se habituado à cena; mas, não conseguindo sofrear a estupefação que se assenhoreara de mim, solicitei-lhe uma intermitência, perguntando:
- Meu amigo, que vemos? criaturas alegres cercadas de seres tão inconscientes e perversos? pois será crime dançar? buscar alegria constituirá falta grave?
(...)
- Que perguntas André? O ato de dançar pode ser tão santificado como o ato de orar, pois a alegria legitima é sublime herança de Deus. Aqui, porém, o quadro é diverso. O bailado e o prazer nesta casa significam declarado retorno aos estados primitivos do ser, com iniludíveis agravantes de viciação dos sentidos. Observamos, neste recinto homens e mulheres dotados de alto raciocínio, mas assumindo atitudes de que muitos símios talvez se pejassem. Todavia, esteja longe de nós qualquer recriminação: lastimemo-los simplesmente. São trânsfugas sociais e, na maioria, rebeldes à disciplina instituída pelos Desígnios Superiores para os seus trilhos terrestres. Muitos deles são profundamente infelizes, precisando de nossa ajuda e compaixão. Procuram afogar no vinho ou nos prazeres certas noções de responsabilidade que não logram esquecer. Fracos perante a luta, mas dignos de piedade pelos remorsos e atribulações que os devoram, merecem amparados fraternalmente.
E, passando os olhos de relance pela multidão de Espíritos perturbadores que ali se davam ao vampirismo e ao sarcasmo, obtemperou:
- Quanto a estes infortunados, que fazer senão recomendá-los ao Divino Poder? Tentam igualmente a fuga impossível de si mesmos. Alucinados, apenas adiam o terrível minuto de auto reconhecimento, que chega sempre, quando menos esperam, através de mil processos da dor, esgotados os recursos do amor divino, que o Supremo Pai nos oferece a todos. A mente deles também está apegada aos instintos primitivos, e, frágeis e hesitantes, receiam a responsabilidade do trabalho da regeneração.
Vendo-me boquiaberto e faminto de novas elucidações o Assistente propôs-me:
- Vamos! deixemo-los divertir-se. A dança, nesta casa, não lhes deixa de ser, em última análise, um benefício. Chegaram nossos amigos encarnados e desencarnados, aqui presentes, a nível tão desprezível que, sem dúvida, não fora o sapateado, estariam rodando, lá fora, em atos extremamente condenáveis, tal a predisposição em que se encontram para o crime.
Que o Pai se comisere de todos nós.
Demandamos o interior, apressadamente.
Numa saleta abafada, um cavalheiro de quarenta e cinco anos presumíveis jazia a tremer. Não conseguia manter-se de pé.
Calderaro examinou-o detidamente e indagou do novo amigo que nos acompanhava:
- Voltou aos alcoólicos, há muitos dias?
- Precisamente, há uma semana.
- Vê-se que se esgotou rápido.
Enquanto encetava a aplicação de fluidos magnéticos, o orientador aconselhou-me notar os característicos do quadro dantesco sob nossos olhos.
Antídio, doente e desventurado, a despeito das condições precárias, reclamava um copinho, sempre mais um copinho, que um rapaz de serviço trazia, obediente.
Tremiam-lhe os membros, denunciando-lhe o abatimento.
Álgido suor lhe escorria da fronte e, de vez em quando, desferia gritos de terror selvagem. Em derredor, quatro entidades embrutecidas submetiam-no aos seus desejos. Empolgavam-lhe a organização fisiológica, alternadamente, uma a uma, revezando-se para experimentar a absorção das emanações alcoólicas, no que sentiam singular prazer. Apossavam-se particularmente da " estrada gástrica", inalando a bebida a volatizar-se da cárdia ao piloro.
A cena infundia angústia e assombro.
Estaríamos diante de um homem embriagado ou de uma taça viva, cujo conteúdo sorviam gênios satânicos do vício?
O infortunado Antídio trazia o estômago atestado de líquido e a cabeça turva de vapores. Semi-desligado do organismo denso pela atuação anestesiante do tóxico, passou a identificar-se mais intimamente com as entidades que o perseguiam.
Os quatro infelizes desencarnados, a seu turno, tinham a mente invadida por visões terrificantes do sepulcro que haviam atravessado como dipsomaníacos. Sedentos, aflitos, traziam consigo imagens espectrais de víboras e morcegos dos lugares sombrios onde haviam estacionado.
Entrando em sintonia magnética com o psiquismo desequilibrado dos vampiros, o ébrio começou a rogar, estentóreamente:
- Salve-me! salve-me por amor de Deus!
E indicando as paredes próximas, bradava sob a impressão de indefinível pavor:
- Oh! os morcegos! ... os morcegos! afugentem-nos, detenham-nos ...! Piedade! quem me livrará?! Socorro! Socorro!
Dois senhores, também obnubilados pelo vinho, aproximaram-se, espantados. Um deles, porém tranquilizou o outro, dizendo:
- Nada demais. É o Antídio, de novo. Os acessos voltaram. Deixemo-lo em paz.
Enquanto isso, o desditoso ébrio continuava bradando:
- Ai! ai! uma cobra ... aperta-me, sufoca-me ...
Que será de mim? Socorro!
As entidades perturbadoras timbravam nas atitudes sarcásticas; gargalhavam de maneira sinistra. Ouvia-as o infeliz, a lhe ecoarem no fundo do ser, e gritava, tentando investir, embora cambaleante, os algozes invisíveis:
- Quem zomba de mim? quem?!
Cerrando os punhos, acrescentava:
- Malditos! malditos sejam!
A cena prosseguia, dolorosa, quando Calderaro se acercou de mim, esclarecendo:
- É deplorável pai de família que, incapaz de reagir contra as atrações do vício, se entregou, inerme, à influência de malfeitores desencarnados, afins com a sua posição desequilibrada. Em atenção às intercessões da esposa e de dois filhinhos amoráveis que o seguem, assistimo-lo com todos os recursos ao alcance de nossas possibilidades; entretanto, o imprevidente irmão não corresponde ao nosso esforço. Emerge de todas as tentativas, mais e mais disposto à perversão dos sentidos; busca, acima de tudo, a fuga de si mesmo; detesta a responsabilidade e não se anima a conhecer o valor do trabalho. Atenuando-lhe a ânsia irrefreável de sorver alcoólicos, esperamos se reeduque. Para isso, porém, usaremos agora recurso drástico, já que o desventurado se revela infenso a todos os nossos processos de auxílio.
Fixando em mim expressivo olhar, concluiu:
- Antídio, por algum tempo, a partir de hoje, será amparado pela enfermidade. Conhecerá a prisão no leito, durante alguns meses, a fim de que se lhe não apodreça o corpo num hospício, o que se iniciaria dentro de alguns dias, lançando nobre mulher e duas crianças em pungente incerteza do porvir.
Dito isto, Calderaro encetou complicado serviço de passes, ao longo da espinha dorsal.
O enfermo aquietou-se, pouco a pouco, na velha poltrona em que se mantinha.
O assistente passou a aplicar-lhe eflúvios luminosos sobre o coração, durante vários minutos. Notei que essas emissões se concentraram gradativamente no órgão central, que em certo instante acusou parada súbita.
Antídio parecia prestes a desencarnar, quando o orientador lhe restituiu as energias, em movimentação rápida. Premido pelo fenômeno circulatório, que lhe valeu tremendo choque, o desditoso amigo pôs-se a pedir auxílio em altos brados. Havia tamanha inflexão de dor, na voz lamentosa, que grande número de pessoas se aproximaram, penalizadas.
Um piedoso cavalheiro tomou-lhe o pulso, verificou a desordem do coração e, presto, requisitou um carro da assistência pública. Em breves momentos Antídio era transportado em maca de hospital, pare receber socorro urgente, seguido, de perto, pelo solícito benfeitor espiritual.
Retirando-se em minha companhia, Calderaro acrescentou, tristonho:
- O infortunado amigo será portador de uma nevrose cardíaca por dois a três meses, aproximadamente.
Debalde usará a valeriana e outras substâncias medicamentosas, em vão apelará para anestesiantes e desintoxicantes. No curso de algumas semanas conhecerá intraduzível mal-estar, de modo a restabelecer a harmonia do cosmo psíquico. Experimentará indizível angústia, submeter-se-á a medicações e regimes, que lhe diminuirão a tendência de esquecer as obrigações sagradas da hora e lhe acordarão os sentimentos, devagarinho, para a nobreza do ato de viver.
Notando-me a estranheza, o Assistente conclui:
- Que fazer, meu amigo? As mesmas Forças Divinas que concedem ao homem a brisa cariciosa, infligem-lhe a tempestade devastadora ... Uma e outra, porém, são elementos indispensáveis à glória da vida.

Questões para estudo

1. Como podemos entender a sentença: "...se dá outra vez consistiu o socorro em restituí-lo ao equilíbrio orgânico possível, no momento há que agir em contrário. Convém ministrar-lhe provisória e mais acentuada desarmonia ao corpo. Neste, como em outros processos difíceis, a enfermidade retifica sempre."

2. Com poucas palavras na indagação de André Luiz, temos uma excelente reflexão a respeito do vampirismo.
Eis a frase: "Estaríamos diante de um homem embriagado ou de uma taça viva, cujo conteúdo sorviam gênios satânicos do vício?". Como você entende essa frase?

3. A que estamos sujeitos espiritualmente/perispiritualmente quando influenciados pela atuação anestesiante do tóxico?

4. A esposa e os dois filhinhos de Antídio com certeza sofrerão amarguras face sua situação. Explique de que forma o mau emprego de nosso livre arbítrio (que neste caso levou Antídio ao vício do álcool) pode afetar aqueles que convivem conosco:

5. Analisando a frase: "As mesmas Forças Divinas que concedem ao homem a brisa cariciosa, infligem-lhe a tempestade devastadora ... Uma e outra, porém, são elementos indispensáveis à glória da vida.", cabe uma pergunta: Como devemos agir quando nosso próximo ou nós mesmos nos deparamos com a tempestade devastadora indispensáveis à glória da vida?

6. De que forma podemos nos fortalecer no sentido de afastar toda e qualquer influência que nos leve aos vícios?

Conclusão:
Em mais uma diligência de socorro espiritual, Calderaro e André Luiz foram em atendimento a Antídio, vítima de alcoolismo e que se encontrava em estado grave, totalmente dominado pelo consumo descontrolado da bebida.
O socorrida já era conhecido de Calderaro, que o atendera semanas atrás, restituindo-lhe o equilíbrio orgânico.  A melhora obtida, todavia, pouco ou nada resultou de útil, pois Antídio retomou o velho vício com tal intensidade que agora se encontrava no linear da loucura, inteiramente entregue à sanha de espíritos malfeitores, que o vampirizavam impiedosamente
A única alternativa que restou ao nobre benfeitor foi a de causar-lhe um mal físico que o confinasse no leito, impedindo-o de levantar-se para buscar a satisfação viciosa.

Questões propostas para estudo

1.-  Como podemos entender a sentença: "...se dá outra vez consistiu o socorro em restituí-lo ao equilíbrio orgânico possível, no momento há que agir em contrário. Convém ministrar-lhe provisória e mais acentuada desarmonia ao corpo. Neste, como em outros processos difíceis, a enfermidade retifica sempre."
Devemos entender que nem sempre a espiritualidade consegue melhorar a situação do assistido de imediato, pela via do equilíbrio físico e mental.  Casos há em que se faz indispensável o remédio amargo, mas eficiente, do sofrimento e da dor. O caso do presente capítulo é um exemplo.  Antídio, inteiramente dominado pelo consumo desregrado do álcool, obteve, anteriormente, uma sensível melhora, graças à ação dos benfeitores espirituais, que lograram obter o seu reequilíbrio orgânico.
Entretanto, essa melhora pouco adiantou, pois o infeliz socorrido retomou o antigo vício, levando-o a um estado físico e mental de tal modo deteriorado que se tornou necessário o remédio doloroso da dor, mediante um distúrbio circulatório que internasse num leito, sem possibilidade de sair para buscar a danosa satisfação que o vício lhe proporcionava.  Foi a única maneira de fazê-lo deixar, ao menos temporariamente, o vício que o consumia.  

2.-  Com poucas palavras na indagação de André Luiz, temos uma excelente reflexão a respeito do vampirismo. Eis a frase: "Estaríamos diante de um homem embriagado ou de uma taça viva, cujo conteúdo sorviam gênios satânicos do vício?". Como você entende essa frase?
Vivemos rodeados por entidades de acordo com nossos pensamentos. Se somos um "espirito fraco", que não conhece Deus, ficamos mais suscetíveis de sermos influenciados por obsessores e vampiros.  Se Antídio estava sendo vampirizado, é porque estava em perfeita harmonia com os malfeitores.
Quis o Autor demonstrar que o enfermo já não conseguia manter a sua personalidade, pois se encontrava inteiramente dominado pelos desencarnados obsessores. Convertera-se no que André Luiz chamou de uma "taça viva", imagem figurada que passa a ideia de uma pessoa encharcada pelo álcool, da qual as entidades do mal sorviam seu conteúdo.

3.-  A que estamos sujeitos espiritualmente/perispiritualmente quando influenciados pela atuação anestesiante do tóxico ?
Aquele que se deixa influenciar pelo efeito do tóxico perde a consciência e o domínio de suas ações, tornando-se presa fácil de espíritos ainda muito atrasados em sua evolução, viciados e que dele se utilizam como instrumento de satisfação de seus desejos. Como são atrasados espiritualmente, ainda sentem necessidade, mesmo fora da matéria, de consumir o produto tóxico.  Não podendo fazê-lo sem o concurso do corpo físico, utilizam-se do viciado como instrumento para alcançar seus objetivos.
Esse processo d alcoolização causa danos não apenas no corpo físico como, também, no corpo perispiritual, gravando-o com lesões que serão levadas após a desencarnação. Os centros perispirituais ligados às funções hepáticas e digestivas são gravemente atingidos, restando danificados.  Em consequência, futuramente, vão plasmar um corpo físico que irá apresentar lesões patológicas nesses organismos.  Para limpar o períspirito desses gravames, serão necessárias várias encarnações, em corpos doentes, que trarão a marca dessas agressões em seu organismo.

4.-  A esposa e os dois filhinhos de Antídio com certeza sofrerão amarguras face sua situação. Explique de que forma o mau emprego de nosso livre arbítrio (que neste caso levou Antídio ao vício do álcool) pode afetar aqueles que convivem conosco.
A constituição do organismo familiar é programada ainda no plano espiritual.   Os espíritos que reencarnarão num mesmo núcleo familiar, constituindo a nova família, são, via de regra, espíritos que se afinizam entre si ou que se encontram em desarmonia. Neste último caso, a união através de uma família consanguínea objetivará que se harmonizem pela força do amor conjugal, fraternal ou filial, fazendo-os superar as divergências do passado.
Quer numa hipótese, quer em outra, ninguém faz parte de uma família por acaso. Sendo assim, nada mais natural que, estando na mesma parentela consanguínea, o bom ou o mal uso que o espírito faz de seu livre-arbítrio trará consequências não apenas para si, mas, também, para os demais componentes da família, que com ele estão juntos por afinidade ou para se harmonizarem.
No caso em estudo, qualquer que tenha sido o motivo que levou a esposa e os filhos de a constituírem com Antídio a nova família, sofrerão eles as consequências do mau uso do livre-arbítrio por parte dele, cabendo-lhes suportar com fé e resignação, além de ajudá-lo a vencer a enfermidade.

5.-   Analisando a frase: "As mesmas Forças Divinas que concedem ao homem  a brisa cariciosa, infligem-lhe a tempestade devastadora ... Uma e outra, porém, são elementos indispensáveis à glória da vida.", cabe uma pergunta: Como devemos agir quando nosso próximo ou nós mesmos nos deparamos com a tempestade devastadora indispensáveis à glória da vida ?
A dor é uma forma Divina que nos foi dada para que cresçamos.  Sabendo disso, devemos nos resignar e aprender a sofrer sem nos desesperar, confiando, sobretudo, no Pai, que não nos abandona.  Sendo a dor resultado de nossos próprios atos e pensamentos, não temos de quem nos queixar, a não ser de nós mesmos.  Como não podemos modificar o passado, temos que cuidar do presente, para que, no futuro,  não  tenhamos  que  nos socorrer novamente desse remédio.

6.-   De que forma podemos nos fortalecer no sentido de afastar toda e qualquer influência que nos leve aos vícios ?
Praticando a oração, o bem desinteressado, leituras edificantes e a caridade para com o próximo.  Somente assim manteremos uma sintonia vibratória elevada, cercando-nos dos bons espíritos, que só nos trarão boas intuições.
                   
Questões apresentadas durante o estudo
a)  ... como podemos discernir que uma determinada tempestade devastadora é desígnio de Deus?
Tudo o que acontece em nossas experiências terrenas ou quando nos encontramos no mundo espiritual é desígnio de Deus, uma vez que resulta da lei de ação e reação que rege o Universo.  Se essa lei foi instituída pela Providência Divina com o objetivo de nos fazer progredir pelo nosso próprio merecimento, tudo o que nos acontece como consequência de nosso pensar e agir assim o é por desígnio de Deus.

b)   Quando  Calderaro  estava  naquele  ambiente  com  André  Luiz,  em  meio  a  tantos irmãozinhos nossos sem luz, por que eles não foram atacados? Afinal, se iam tirar um pratão cheio como era Antídio deles, não deveriam eles se rebelar contra Calderaro e André Luiz?

No mundo espiritual, existe uma hierarquia irresistível, conforme os Espíritos disseram a Kardec na resposta à questão 274 do Livro dos Espíritos, estabelecida com base na ascendência moral de cada um.  Os espíritos que lá se encontravam vampirizando Antídio eram de baixíssima vibração, muito atrasados, ainda, em sua evolução.  Ante espíritos da elevação de Calderaro e André Luiz, eles sequer tinham condições de vê-los, muito menos de esboçar qualquer reação contra a ação de ambos em benefício da vítima.  A ascendência moral dos dois benfeitores sobre os obsessores era tão grande que os colocava em faixa vibratória muito superior em relação a estes, impossibilitando-os de vê-los e de se rebelarem.