DOS CONFRADES
O
CENTRO ESPÍRITA
Maria Lúcia Silva Rodrigues
Ainda hoje o Espiritismo é confundido com outras crenças que também
utilizam o trabalho mediúnico e que se intitulam Centros Espíritas.
Este conceito equivocado não passa da falta de informação e de um
esclarecimento mais apurado sobre a Doutrina Espírita.
Sabemos que a mediunidade não é privilégio de ninguém e que pode ser
exercida por pessoas portadoras de dotes sensitivos especiais, de qualquer
religião.
A interpretação errônea sobre Centros Espíritas foi ilustrada de
maneira bem humorada por Richard Simonetti, no livro “Endereço Certo”.
A história, chamada “O horário da macumba”, relata o caso de
dois funcionários de uma mesma repartição: Gervásio e Manoel.
O fato de Manoel ser espírita intrigava muito Gervásio, que diariamente
lhe perguntava:
“Qual o horário da sua macumba?”
O companheiro de trabalho, polidamente, lhe respondia o horário e o
endereço.
Apesar de Manuel levar a brincadeira na esportiva, Gervásio não se
cansava de “perturbá-lo” com a mesma pergunta por longo período. Como bom espírita,
Manoel não se deixava abalar, pois via nele a oportunidade de praticar a
paciência e a tolerância.
Após alguns meses, ao chegar ao Centro Espírita, quem Manoel vê nas
primeiras cadeiras? – o próprio Gervásio! Manoel pergunta-lhe se ele viera
conferir o horário da macumba, mas ele, educadamente, lhe responde que viera
conhecer esta Doutrina que fez com que seu companheiro de trabalho, mesmo
diante de tanta insistência, não perdesse a paciência. E de paciência era o que
ele, Gervásio, mais precisava...
Este conto nos permite concluir que a desinformação leva as pessoas a
confundir o Espiritismo, que é a fidelidade aos ensinamentos dos Espíritos
codificados por Allan Kardec, com rituais mágicos destinados a resolver
problemas corriqueiros e imediatistas.
Um Centro Espírita tem várias funções, mas a primeira e mais importante
é a de Educandário para os espíritos de ambas as dimensões, encarnados e
desencarnados, onde estudamos o Evangelho de Jesus. Ele é também um hospital,
através do tratamento fluidoterápico, e ainda um templo, pois nos mostra o
caminho do amor entre as criaturas, na grande fraternidade universal do Reino
de Deus.
O nosso querido Chico Xavier também nos explica esta questão com muita
simplicidade e sabedoria, afirmando que: “Um Centro Espírita é uma escola onde
podemos aprender e ensinar, plantar o bem e recolher-lhes as graças,
aprimorar-nos e aperfeiçoar os outros, na senda eterna. Quando se abrem as
portas de um templo espíritacristão ou de um santuário doméstico, dedicado ao
culto do Evangelho, uma luz divina acende-se nas trevas da ignorância humana e
através dos raios benfazejos desse astro de fraternidade, os homens que dele se
avizinham, ainda que não desejem, caminham, sem perceber, para a vida melhor”.
“O Espiritismo é a doutrina de Jesus, em espírito e verdade, sem
fórmulas, sem ritos, sem aparências, nem representantes, nem ministros. É a
religião do amor e da verdade, na qual cada um é o responsável pelos atos”,
esclarece-nos Divaldo Pereira Franco em “Nos Bastidores da Obsessão”.
Se o Espiritismo busca a verdade cristã e espírita é
aquele que vive o Cristianismo na sua pureza, logo o Centro Espírita é a reunião
de pessoas que vivem a mensagem do Cristo na sua essência. Que possamos ser os
principais divulgadores desta Doutrina reveladora, lembrando sempre das
palavras de Jesus: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
“O Aprendiz”, informativo do Centro Espírita Maria Angélica (Rua Odilon
Duarte Braga, 240 – Recreio dos Bandeirantes – CEP 22790-220 Rio de Janeiro, RJ
– telefone (21) 2437-5947 – www.cema.org.br).
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