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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Gentileza


Evanise M Zwirtes

Na realidade do Universo quântico, de possibilidades, neste mundo globalizado, aqueles que se destacam pela cooperação e pela ética constroem relações mais saudáveis e duradouras. São relações que possibilitam experiências auto-realizadoras, atendendo um convite da Vida ao equilíbrio pessoal e social.
 Assim sendo, perguntamos: o que entendemos por gentileza?
Como ser gentil no dia-a-dia?
Entendemos que gentileza é um modo de ser, de estar, do indivíduo.  Isto é, uma expressão da individualidade, comunicando suas potencialidades divinas na relação intra e interpessoal.  Essa expressão decorre do despertar da consciência, isto é, o ser, no seu processo evolutivo, possibilita-se apreender, gradualmente, os valores reais da vida, desenvolvendo, então, as virtudes, tais como: alegria, amorosidade, afabilidade, amizade, brandura, gratidão, humildade, justiça, paciência, prudência, respeito, renúncia, ternura, tolerância, etc. 
   É interessante notar que, no processo de aprendizagem, aprender a ser gentil consiste em aprender a despertar os sentimentos nobres, o coração, o que significa desenvolver, principalmente, a inteligência emocional, que  é  resultado  do  exercício  do auto-amor. A autoterapia do amor e do sentimento de dever contribui para o prosseguimento do esforço de crescimento interior.   
   Esse desenvolvimento decorre de um trabalho de autoconhecimento, auto-descobrimento, autotransformação e auto-iluminação, numa vivência solitária e solidária. Jung já dizia que o “Cristo é o homem interior a que se chega pelo caminho do autoconhecimento.”
   É necessário aprender a ouvir a nós mesmos; estar ciente do que pensamos, sentimos e como agimos. O ser psicológico manifesta-se na vivência diária, através dos comportamentos nos inter-relacionamentos pessoais. 
   Convém lembrar que gentileza não é ingenuidade.  Nem é ser falso ou manipulador. O poder da gentileza vem da bondade, não da falsidade. Ser gentil decorre de gestos, atitudes simples, como por exemplo, sorrir, agradecer, perdoar ofensas, silenciar agressões, relevar indiferenças, respeitar diferenças (pessoas ou situações), etc.
A gentileza é o princípio da renúncia.
   Com essa atitude interna, construímos uma qualidade de vida que nos propicia alegria de viver, entusiasmo para crescer e aprender sempre, facilitando nossa existência com oportunidades renovadoras, auto-motivadoras e libertadoras. 

Evanise M Zwirtes é Psicoterapeuta e Coordenadora do  The  Spiritist Psychological Society, Londres-UK.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 6  Setembro e Outubro 2009  
The Spiritist Psychological Society 

Apego e Renúncia


Manoel Portásio Filho

  Alguns milhares de anos nos separam do momento do despertar da consciência e do livre-arbítrio, quando passamos a ter uma noção mais clara acerca de nós mesmos e do mundo à nossa volta. Daí para a frente, as conquistas se revelaram mais rápidas e dirigidas para as necessidades básicas do homem no mundo. No entanto, somos ainda muito imperfeitos e ignorantes. Disso resultam os nossos comportamentos mais caracteristicamente humanos e entre eles, o apego, fruto da insegurança e do medo.
    Devido ao desconhecimento do mundo espiritual e da vida que o aguarda além da morte, o homem apega-se facilmente às coisas do mundo material e às pessoas que o rodeiam. “O apego às coisas materiais é um indício notório de inferioridade, pois quanto mais o homem se apega aos bens deste mundo, menos compreende o seu destino.” (L. E., perg. 895). Apegamo-nos a todas as coisas, tenham elas valor material ou afetivo.  
Juntamos, em nossa casa, coisas que dificilmente vamos utilizar algum dia; juntamos papéis, revistas e livros que jamais vamos ler. Por serem acessíveis aos nossos sentidos, as coisas deste mundo nos fascinam pela sua forma, cor ou simbolismo.
    Mas, a espécie mais dolorosa de apego ainda é aquela que nos liga a certas pessoas.  É verdade que há geralmente uma base afetiva nesses relacionamentos, mas invariavelmente levamo-los às últimas consequências. Pensamos que determinadas pessoas é que nos fazem felizes e, por isso, nos sentimos incapazes de viver sem tê-las ao nosso lado. Então, imantamo-nos uns aos outros, mental e sentimentalmente, chegando os casos extremos a serem identificados como verdadeiras obsessões.  A partida da nossa “outra metade”, pela separação ou pela morte, costuma se revelar insuportável.  Daí para a loucura, depressão ou suicídio medeia apenas um passo.
    Em muitas culturas é comum o culto do corpo.  Achamo-nos, em muitos casos, extremamente belos, verdadeiros clones de Narciso, e fazemos de tudo para manter essa beleza ou aprimorá-la.  Quando não sejam suficientes os exercícios físicos, a malhação, recorremos ao bronzeamento.  
Quando alguma coisa não seja corrigida pelas vias regulares, recorremos à lipoaspiração, à lipo-sucção ou mesmo à cirurgia plástica, na busca da fonte da eterna juventude.  E os apelos da mídia ainda concorrem para reforçar a nossa idéia de que o corpo é mais importante do que a alma, o que nos faz gastar rios de dinheiro para torná-lo “sarado”.


     A idéia não é nova e vem acompanhando o homem desde pelo menos a Grécia Antiga, onde se criaram os ginásios para essa finalidade. E na Roma dos Césares era natural dizer-se: mens sana in corpore sano.  Kardec nos ensina, n'O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVIII, n. 5, como é fácil transpor a porta larga que nos leva ao cultivo das más Paixões. Jesus, na verdade, ensinou-nos a cuidar da alma mais do que do corpo.  Sua vida foi um exemplo disso.  E muitos dos seus ensinamentos estavam voltados para a renúncia às coisas do mundo. Foi o caso da recomendação ao jovem rico (Mt 19:16-24);  da necessidade de juntar tesouros no céu (Mt 6:19-21);  e de um olhar para dentro de si mesmo, como no caso de se prestar mais atenção ao que sai da boca, por exemplo.
   Entretanto, renunciar não é uma coisa fácil para o homem, no atual estágio evolutivo da humanidade terrestre. Renunciar implica, muitas vezes, em lutar contra o nosso próprio orgulho, em declinar do nosso grande egoísmo, em abrir mão da nossa evidente vaidade, para beneficiar outrem. 
Renunciar é sair de si mesmo e caminhar na direção do outro.  
Renunciar é deixar o outro ser ele mesmo. Renunciar é encarar sofrimentos, dificuldades, sacrifícios, e “todo sacrifício feito à custa da própria felicidade é um ato soberanamente meritório aos olhos de Deus, porque é a prática da lei de caridade”, conforme ensina o Espírito da Verdade (L. E., perg. 951).  E ele também nos diz que “o mérito do bem está na dificuldade” (perg. 646). “Renúncia, quão poucos são capazes de entendê-la em sua sublimidade”, na abençoada lição de Jerônimo Mendonça, em Nas Pegadas de um Anjo, pág. 38.


Manuel Portásio Filho é Advogado, residente em Londres. É membro do The  Solidarity  Spiritist  Group, Londres-UK.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 5 Julho e Agosto 2009
The Spiritist Psychological Society 

Conflito Familiar


Ana Cecília Rosa


Cada indivíduo ocupa uma posição única no mundo em relação às suas características genéticas e comportamentais, às suas percepções,  crenças  e  necessidades.
Nesse contexto é que se formam as famílias e as sociedades. São nos relacionamentos humanos e espirituais que se permutam emoções e experiências, criam-se ansiedades e expectativas, por onde cargas de energias emocionais se convergem, desencadeando interações emocionais que se ajustam ou se atritam, estabelecendo os conflitos familiares.
Observamos que, apesar dos conflitos, a família é "única" em seu papel determinante no desenvolvimento da sociabilidade, da afetividade e do bem-estar físico dos indivíduos. Estendendo essa idéia sob o ponto de vista espírita, recebemos em nosso lar, pela lei das afinidades, aqueles que, no passado, compartilharam conosco de ações de toda ordem. Destacamos que afinidade não implica necessariamente em simpatia, e sim atração. Partindo dessa afirmativa, muitos dos conflitos entre os casais repousam nas uniões que não levam em consideração a simpatia espiritual, única forma de associação que estabelece e fortalece os laços afetivos duradouros.
Assim, os desvarios devido às uniões compulsórias ou mediadas por valores materiais, inevitavelmente, levam ao divórcio ou, pior, aos crimes passionais, fonte de novos compromissos reencarnatórios.
   Quanto aos filhos, os pais são depositários da confiança de Deus, que os solicita ao exercício do amor verdadeiro com a finalidade de edificá-los no bem. Observando as tendências inferiores na infância, trazidas de outras encarnações, os pais devem aplicar e combatê-las para que esses vícios não “lancem raízes profundas”, cumprindo, assim, a missão divina de “semeadores do bom caráter”.
A educação, exercida buscando o equilíbrio perfeito entre amor e justiça, é que confere o aprimoramento dessas almas para a vivência pacífica no lar e em sociedade.
   A responsabilidade exercida no convívio do lar é o maior compromisso do homem diante de Deus e sua própria consciência.

Ana Cecília Rosa é médica pediátrica, residente no Brasil. É membro do Instituto de Divulgação Espírita - Araras/SP.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 5 Julho e Agosto 2009
The Spiritist Psychological Society 

O Indivíduo e a Sociedade


Rodrigo Machado Tavares 

Joanna de Ângelis, em seu livro O Homem Integral (um dos livros da série psicológica, psicografado pelo querido irmão, o Professor Divaldo P. Franco) afirma que "o homem é um mamífero biossocial, construído para experiências e iniciativas constantes, renovadoras".  Portanto, pode-se afirmar que os indivíduos estão vivos para poderem interagir uns com os outros de forma positiva, isto é, de acordo com os ensinamentos de Jesus.
Apesar disso, o homem, indivíduo social que é, geralmente toma decisões as quais não estão baseadas na moral Divina (L. E., moral absoluta e imutável, a qual, muitas vezes, a moral dos homens na Terra não consegue vislumbrar). Em outras palavras, o homem, ao invés de agir em concordância com a Lei de Amor, passa, consciente, ou inconscientemente, a ser mais vulnerável, no qual as influências dos fatores externos (impostos pela sociedade) dominam o seu comportamento.
E, dessa forma, as experiências, que deveriam ser renovadoras, passam a gerar transtornos em todos os níveis de sua vida: pessoal, familiar e profissional.
    Concluindo, somente quando o indivíduo passar a buscar ser o Homem no Mundo e deixar de ser o homem do mundo (vide item 10 do Capítulo XVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo), ter-se-á uma sociedade melhor, porque cada indivíduo será melhor.  E independentemente dos valores da sociedade na qual se vive, vale lembrar: "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém" (I Coríntios 6:12).

Rodrigo Machado Tavares é Engenheiro e pesquisador, residente em Londres.  Colabora com a Revista Reformador.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 5 Julho e Agosto 2009
The Spiritist Psychological Society 

terça-feira, 26 de junho de 2012

O Despertar da Consciência


Sônia Theodoro da Silva

O grande pensador da antiguidade, Pitágoras, afirmava que a Terra era a morada da opinião.
Poderíamos asseverar que, se em sua época havia esse reconhecimento, hoje não estamos distante dessa definição. Aproximando-nos dela cada vez mais, distanciamo-nos do processo mais importante e sugestivo que já surgiu entre nós, também trazido por um sábio, que pautava o desenvolvimento do conhecimento a partir do próprio homem. Esse sábio, Sócrates, humilde pela concepção de Jesus pois os verdadeiros  humildes não têm necessidade de agir como “fortes” já  que reconhecem em si mesmos uma parcela  de  divindade  através  do exercício das virtudes latentes, ensinava, ou melhor,  guiava os seus  seguidores  e  ouvintes através dos caminhos ásperos da opinião, até o reconhecimento de que  os  seres  humanos  muito sabiam dos outros, porém, pouco ou nada sabiam de si mesmos.
   O conceito e a ironia socratianos, aplicados no desenvolvimento do verdadeiro e mais profundo de todos os conhecimentos, o saber de si, conduzia o pensamento e o raciocínio, de forma natural, a um outro momento: conheça-se  depois seja sincero com o que descobriu. A humanidade atual parece estar atravessando por esse processo; e é aí que surgem os desvios de rota. O ser humano habituou-se a reduzir a compreensão das coisas às percepções da própria mente, pois é difícil romper com as estruturas de referência e permitir que o Espírito efetue saltos qualitativos para outras dimensões de conhecimento, transcendendo aos limites impostos por vidas  de  pensamento estruturado.
    Foi isso o que o prof. Rivail, futuro Allan Kardec, realizou. Ao ser informado dos fenômenos que ocorriam em todo o mundo, em particular na França, em Paris, mas conhecedor das leis do magnetismo e da inconsequente utilização de seus mecanismos nas mãos de ilusionistas para espetáculos de lazer, transcende a si próprio e às estruturas de saber lineares de sua época, dá um salto de qualidade e vai ao encontro da maior proposta que um ser humano poderia receber: a realização efetiva da própria missão, certamente aceita na vida espiritual, porém passível de alterações oriundas de seu próprio arbítrio, de trazer à consciência humana, de forma despojada de atavismos religiosos, a sua verdadeira e real natureza, a espiritual, com todos os seus desdobramentos.
Isso implicaria em assumir um trabalho de peso, em que o discernimento, a impessoalidade e a renúncia estariam presentes a todo instante, exigindo de si doação plena, trabalho intenso, firmeza e coragem constantes.
   A humildade do grande sábio, aquela que lhe revela que o conhecimento real é vastíssimo e que nunca abarca uma só existência, manifesta-se em Rivail e ele então conclui a fase do trabalho imenso que lhe competia, legando, aos que chamou de “espíritas” (palavra nova no vocabulário de então), uma herança grandiosa, verdadeira e que nunca poderia estar sujeita às opiniões transitórias, muito embora estivessem embasadas em níveis de intelectualidade possivelmente invejáveis, porém sempre circunscritas e condicionadas à evolução temporal de quem as elabora, e, portanto, restritivas, limitantes e limitadoras. Assim, o caminho já estava traçado. Liberto das arestas reducionistas, o processo socrático precursor consolida, assim, a rota firme e segura pela qual o ser humano poderia transitar sem receios.
    O autoconhecimento, através da bússola espírita, revelaria ao ser humano que ele evolui em espiral ascendente, perpetuamente, e que, portanto, se bem compreendido, poderia livrá-lo do medo. Livre do medo, acabaria com o ódio. Livre do ódio, estaria livre da ganância, da inveja, da guerra, do ímpeto de matar, de destruir. Ele, o medo, necessário à conservação da vida, quando patológico medo do fracasso, da dor, da morte, da humilhação, da solidão, do desamor, de si mesmo, e, em última análise, medo do medo é insidioso, manipulado e manipulador, instrumento de forças negativas e destrutivas que se impõe ao que se acovarda diante do convite que o autoconhecimento lhe propõe.
    Mensagem clara e enobrecedora, o Espiritismo postula a maiêutica socrática como método de autoconhecimento seguro ao alcance daquele que não teme conhecer-se para renovar-se, sair da caverna escura de seus erros de percepção de uma suposta realidade, a das aparências, para alcançar degraus mais altos, reabilitando-se junto às leis divinas conscienciais, sendo uno com o Pai tal como na promessa de Jesus.
     Joanna de Ângelis, em seu livro O Homem Integral (um dos livros da série psicológica, psicografado pelo querido irmão, o Professor Divaldo P. Franco) afirma que "o homem é um mamífero biossocial, construído para experiências e iniciativas constantes, renovadoras".  Portanto, pode-se afirmar que os indivíduos estão vivos para poderem interagir uns com os outros de forma positiva, isto é, de acordo com os ensinamentos de Jesus.
      Apesar disso, o homem, indivíduo social que é, geralmente toma decisões as quais não estão baseadas na moral Divina (L.  E., moral absoluta e imutável, a qual, muitas vezes, a moral dos homens na Terra não consegue vislumbrar). Em outras palavras, o homem, ao invés de agir em concordância com a Lei de Amor, passa, consciente, ou inconscientemente, a ser mais vulnerável, no qual as influências dos fatores externos (impostos pela  sociedade) dominam o seu comportamento.
E, dessa forma, as experiências, que deveriam ser renovadoras, passam a gerar transtornos em todos os níveis de sua vida: pessoal, familiar e profissional.
    Concluindo, somente quando o indivíduo passar a buscar ser o Homem no Mundo e deixar de ser o homem do mundo (vide item 10 do Capítulo XVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo), ter-se-á uma sociedade melhor, porque cada indivíduo será melhor.  E independentemente dos valores da sociedade na qual se vive, vale lembrar: "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém" (I Coríntios 6:12).

Sônia Theodoro da Silva é tradutora e graduanda em Filosofia, residente em São Paulo, Brasil, colabora na FEESP, Casas André Luiz  e escreve  para revistas e jornais espíritas.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 5 Julho e Agosto 2009
The Spiritist Psychological Society 


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Amor Sempre


Adenáuer Novaes

    O amor é a força propulsora do Universo. Razão primeira e última da existência humana. Princípio causal e motivo essencial para que a vida se realize e o ser humano se conheça.  Sua ascensão na consciência tem sido gradativa, promovendo a integração de importante lei divina. Mesmo que considere a necessidade de amar e amar sempre, percebendo a grande quantidade de exemplos existente na vida humana (amor materno, amor de irmãos, amor entre amigos etc.), o ser humano ainda está longe de poder dizer que sabe amar verdadeiramente. A dificuldade é mais interna do que externa.  As pessoas, na sua maioria, desejam ter um amor, amar alguém. Porém, não sabem como fazê-lo e como vencer as sombras que ainda pairam no íntimo de si mesmas. Obstáculos interiores prejudicam as relações interpessoais com defesas, inibições, medos e todo tipo de imaginação a respeito do sentimento do outro. A relação entre duas pessoas, para a construção do amor, é um desafio, pois todos somos diferentes uns dos outros. Vencer essa diferença é o grande desafio. Não falta vontade, tampouco disposição para fazê-lo, mas a incapacidade de concretizar é enorme. O amor é um sentimento que deve ser materializado em ações, pois a simples consciência de sua existência no coração não é suficiente para que ele esteja de fato sendo integrado à personalidade como conhecimento já adquirido. Ações repetidas que consolidem o sentimento e sua realização espontânea são fundamentais para que se consiga adquirir a capacidade de amar. O lugar mais propício para se adquirir essa capacidade e que constitui um campo de testes e de constante aprendizagem é a família. Em seu espaço físico materializam-se as expressões da alma, sem que se consiga camuflar o que de fato se sente. Se, nele, o espírito não consegue vivenciar as expressões básicas do amor, dificilmente conseguirá fora dele. O amor em família é o embrião do verdadeiro amor, que deverá um dia vigorar em toda a humanidade.

Adenáuer Novaes é Psicólogo Clínico, residente no Brasil. É um dos diretores da Fundação Lar Harmonia - Salvador-BA


Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 5 Julho e Agosto 2009
The Spiritist Psychological Society 


Evanise M Zwirtes

O que vem a ser a felicidade? Como conquistá-la? São indagações relevantes no processo da realização pessoal.
    A maioria das pessoas procura a felicidade como um fim, e não como um caminho. Talvez por isso, ela pareça tão difícil de ser alcançada. Somente quando compreendermos que o mundo não é para ser disputado, mas compartilhado, passaremos a perceber e a entender que a humildade é privilégio dos grandes e é a rota certa para alcançarmos a felicidade.
    Ser humilde e tratar o outro de igual para igual nos faz melhorar como pessoa. A recompensa? Receber a mesma consideração e experimentar o sabor da alegria dia após dia.
    A felicidade é uma sucessão de momentos no presente. Origina-se da nossa força interior, da força vital, da nossa fé.
É a capacidade de encarar a vida de maneira positiva.
   Não se trata de fazer apenas o que se quer, mas de fazer com alegria o que tem de ser feito.
    Portanto, felicidade é um caminho que se descortina, é a esperança crescente, é a coragem de renovar-se, é amar, amar totalmente os momentos da vida. É a realização com equilíbrio num convite à harmonia, é sentir com serenidade a certeza de que a verdade, perseverante, vencerá a maldade na reconstrução do bem, pela paz.
    As causas da felicidade não se acham em lugares determinados do espaço. Elas estão em nós, nas profundezas da alma. "O reino dos céus está dentro de vós", disse o Cristo.
   Assim, por exemplo, sorrir inúmeras vezes, procurar o lado bom de tudo, esquecer os erros do passado, cair, mas levantar sempre, repudiar a inveja e a ingratidão são atitudes que tornam nossa vida muito melhor. Talvez não sejam fáceis, mas tudo é questão de aprendizado.
   É na vida íntima, no desabrochar de nossas faculdades, de nossas virtudes, que está o manancial da felicidade presente e futura.
    Em síntese, podemos dizer que a felicidade é uma atividade da alma.

Evanise M Zwirtes é Psicoterapeuta e Coordenadora  do  The  Spiritist Psychological Society, Londres-UK.

Jornal de Estudos Psicológicos
Ano II N° 5 Julho e Agosto 2009
The Spiritist Psychological Society