O DR. DEMEURE
D. Villela
Antoine Demeure residia na
cidade de Albi, situada no sul da França, aí desencarnando após uma longa e
proveitosa existência. Médico homeopata, seu saber, tanto quanto seu caráter,
haviam-lhe granjeado a admiração e uma profunda estima de seus concidadãos e, a
despeito da idade avançada, não se lhe conheciam fadigas em se tratando de socorrer
doentes pobres, aos quais, muitas vezes, além de nada cobrar, ainda oferecia
ajuda, para aliviar-lhes as necessidades materiais. Conhecendo as publicações
de Allan Kardec, tornara-se espírita convicto e grande divulgador do
Espiritismo, passando, também, a corresponder-se com o Codificador,
estabelecendo-se, então, entre eles, embora nunca se tivessem encontrado
pessoalmente, laços de fraterna amizade. Tomando conhecimento, no dia 30 de
janeiro, de seu falecimento, Kardec desejou entrar em contato com ele, obtendo,
nesse mesmo dia, bela mensagem transmitida por Demeure, na qual este chama
Kardec de Mestre e amigo e descreve sua rápida superação do torpor da morte, sua
alegria ao sentir-se totalmente livre das impressões produzidas pelo desgaste
orgânico e seu deslumbramento ante as maravilhas da Criação, observadas, agora,
sem as limitações impostas pelos sentidos materiais. Outras mensagens recebidas
nesse período mostravam o Dr. Demeure empenhado no atendimento a pessoas com
problemas de saúde – entre elas o próprio Kardec –, procurando curá-las ou
aliviar seus padecimentos.
O depoimento de Antoine
Demeure e mais 17 outros de entidades que estavam felizes após retornarem à
espiritualidade evidenciavam que essa felicidade não se constituía de
contemplação ociosa, mas, sim, de contínua ação no bem, não raro nas mesmas
áreas em que atuaram enquanto na Terra.
Dispunha-se agora de
informações, e não de simples especulações, sobre as condições de vida no mundo
espiritual, dados estes que possibilitaram a Allan Kardec apresentar na obra “O
Céu e o Inferno” um amplo estudo sobre a Justiça Divina, onde se evidencia que
ela funciona sempre em associação com a Divina Misericórdia.
Tinha-se, ao mesmo tempo,
mais uma confirmação das palavras dos benfeitores espirituais responsáveis pela
Codificação que, em resposta à indagação “Por que a verdade não foi sempre
posta ao alcance de toda a gente?” (“O Livro dos Espíritos”, questão 628),
afirmaram: “Importa que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é como a luz: o
homem precisa habituar-se a ela, pouco a pouco; do contrário, fica deslumbrado.
Jamais permitiu Deus que o homem recebesse comunicações tão completas e
instrutivas como as que hoje lhe são dadas...”
A literatura espírita
posterior prosseguiu, e prossegue, ampliando esse conhecimento, evidenciando,
assim, o cumprimento da promessa de Jesus, de que enviaria outro Consolador
para explicar¬-nos todas as coisas e permanecer conosco para sempre (João, 14:
15 a 17 e 26).
*
“O Céu e o Inferno”
(Segunda Parte, “Espíritos felizes, o Dr. Demeure”).
SERVIÇO ESPÍRITA DE
INFORMAÇÕES
Boletim SEI: E-mail: boletimsei@gmail.com
Novembro
2013 – no 2230
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