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terça-feira, 26 de abril de 2016

CONSEQUÊNCIAS

CONSEQUÊNCIAS

D. Villela


Habituamo-nos, no Espiritismo, a estudar a Lei de Causa e Efeito, identificando-lhe a atuação nas ocorrências da vida comum. Sabemos, por isso, que não se trata de um processo simples, mecânico, mas, pelo contrário, muito complexo, pois leva em conta fatores pessoais e circunstanciais que se influenciam reciprocamente e cuja ação, além disso, não é limitada pelo tempo, isto é, as consequências de atos praticados há muitas décadas, ou mesmo séculos, ao se apresentarem, podem ser modificadas por atitudes que assumimos poucos dias ou até horas antes.


Sem dúvida as religiões da Antiguidade continham também esse conceito, mas sob forma ainda imprecisa e desfigurada pela superstição e pela falta de informações (punições materiais eternas, incomunicabilidade entre encarnados e desencarnados, atuação de seres demoníacos, etc.).


Outro aspecto significativo que a Doutrina Espírita veio revelar acerca do tema é a imensa importância do bem que praticamos, cujas consequências são permanentes, ao passo que aquelas decorrentes de nossos erros são invariavelmente limitadas, esgotando-se em certo momento mas deixando-nos valioso cabedal de experiência. Devemos entender que essa assimetria é natural, de vez que o bem, expressando alinhamento com as Leis Divinas, tende sempre a se fortalecer e consolidar, enquanto o mal  o afastamento voluntário daquelas leis  se enfraquece e anula em virtude da Lei de Progresso, devido a nossas ações corretivas e nossa reforma íntima. Evidenciam-se aí, ainda uma vez, a bondade e a sabedoria do Criador, que fazem com que até mesmo faltas e equívocos, pelos resultados que produzem, contribuam para o nosso adiantamento. Em O Céu e o Inferno, bem como em obras doutrinárias posteriores à Codificação, essa lei é abordada com maior amplitude por meio de exemplos cuidadosamente analisados.


Há ainda dois importantes aspectos a focalizar. Primeiramente, estudando a Causalidade  da qual a grande maioria não cogita, mesmo quando tenha noções a respeito, por informação religiosa  somos, no âmbito espírita, convidados a utilizar conscientemente tal conhecimento, identificando aspectos positivos e negativos de nosso comportamento, com vistas ao fortalecimento dos primeiros e a correção dos últimos.


Por outro lado, embora a consequência do bem seja sempre a felicidade, passamos a interpretá-la de maneira nova e mais consentânea com a realidade, afastando-nos da visão tradicional, de feição individualista, que propõe ajudar os outros para ganhar o céu, um céu de facilidades, com repouso e ausência de problemas.


Com a mensagem espírita começamos a perceber que a vivência do bem amplia nossas possibilidades de ação, habilitando-nos a estender ainda mais a esperança, a alegria e a paz nos corações alheios, identificando, assim, a nossa felicidade com a de nossos semelhantes na aplicação efetiva do mandamento divino ama ao teu próximo como a ti mesmo.


O Evangelho segundo do Espiritismo (capítulo 2, item 3).



SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim SEI: E-mail: boletimsei@gmail.com
Edição 2258 Março 2016
 Publicação digital, sob responsabilidade da Federação Espírita Brasileira. Distribuição mensal e gratuita

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