D. Villela
No princípio Deus criou os céus e a terra... e Deus disse: Faça-se a luz! E a luz foi feita... foi o primeiro dia... Façam-se luzeiros no firmamento dos céus para separar o dia da noite; sirvam eles de sinais e marquem o tempo, os dias e os anos... Deus fez os dois grandes luzeiros: o maior para presidir ao dia e o menor para presidir a noite, e fez também as estrelas... Deus colocou-os no firmamento para que iluminassem a Terra... foi o quarto dia... (Gênesis, capítulo 1).
A narrativa bíblica da Criação em sete dias é poética e ingênua, atribuindo ao nosso mundo um destaque todo especial, pois em função dele é que foram criados os demais corpos celestes (...para que iluminassem a Terra...), concepção essa, aliás, presente em outras cosmogonias antigas.
Dispondo apenas da visão e da inteligência, pôde o homem, ao longo do tempo, descobrir várias coisas acerca do céu, aprendendo a diferenciar estrelas e planetas e a identificar o ritmo de certos fenômenos, constatando, igualmente, a correlação entre alguns destes últimos e o que se passava na Terra.
A invenção do telescópio, no século XVII, ampliou extraordinariamente as possibilidades de observação, permitindo que se fizesse uma ideia melhor acerca das dimensões do universo.
Surgindo no século XIX, a Doutrina Espírita pôde referir-se com segurança à grandeza do cosmo, acrescentando os benfeitores espirituais que a vida nele se acha espalhada em inumeráveis lares planetários numa exaltação à sabedoria e ao poder divinos.
Em época mais recente, o progresso científico e tecnológico incessante trouxe-nos radiotelescópios, satélites artificiais e sondas espaciais (uma das quais deixou o sistema solar) ampliando continuamente nosso conhecimento acerca do espaço sideral, cujas dimensões se estendem sempre mais e no qual agora se incluem supernovas, conglomerados de galáxias, quasares e estrelas anãs brancas. A propósito, é interessante lembrar que, habituada aos quilômetros, quilogramas e anos terrestres, nossa percepção se confunde ante as dimensões cósmicas pois, na verdade, afirmar que a massa da Terra é de 5.974.200.000.000.000.000.000.000 quilogramas ou que o diâmetro da Via Láctea mede 9.460.000.000.000 quilômetros, não tem significado para nós de vez que em nossa experiência de nada dispomos com que comparar tais medidas.
Embora a imensa maioria, ontem quanto hoje, não se preocupe com tais questões, absorvida que se acha por interesses imediatos (preocupações profissionais, competições desportivas...), a Doutrina Espírita nos convida a refletir sobre a vastidão e complexidade do cosmo, conduzindo, naturalmente, nosso espírito a meditar sobre a grandeza do Criador. O Espiritismo nos possibilita ainda compreender que, ao lado da sabedoria e do poder supremos, atua sempre o amor infinito na condução dos mundos e dos seres, entre os quais nos encontramos, na condição de filhos ainda imaturos e não conscientes quanto à paternidade divina. Esclarecem, por outro lado, os benfeitores espirituais que nessa extraordinária caminhada jamais nos encontramos sozinhos pois, conforme acentuou o apóstolo Paulo: O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Jesus Cristo (Filipenses, 4: 19).
A Gênese (capítulo 6).
Conselho Espírita Internacional
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Sábado, 25/9/2004 - no 1904
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