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quinta-feira, 16 de abril de 2015

OS DOIS PILARES PEDAGÓGICOS DA CODIFICAÇÃO

Nilza Teresa Rotter Pelá

            Em artigo anterior discorremos sobre os quatro pilares da educação propostos pela UNESCO, em documento, que publicado no Brasil recebeu o nome Educação: um tesouro a descobrir. São eles: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
            Sendo essas dimensões importantes para a cultura da paz, pois envolvem a dimensão do desenvolvimento moral e do desenvolvimento intelectual sem os quais é impossível a busca do equilíbrio que possibilita que os indivíduos tenham suas necessidades bio-psico-socio-emocionais e espirituais atendidas, o que é importantíssimo para atingir uma vida digna.
            Os Espíritos que trabalharam junto à Kardec na codificação da Doutrina Espírita já apontaram essas dimensões como importantes conforme podemos constatar em  O Céu e o Inferno ( capítulo III- O Céu ) : “A felicidade está na razão direta do progresso... O progresso intelectual e o progresso moral raramente marcham juntos , mas o que o Espírito não consegue em dado tempo, alcança em outro, de modo que os dois progressos acabam por atingir o mesmo nível...A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e intelectual do Espírito: o progresso intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela necessidade recíproca dos homens entre si. A vida social é a pedra de toque das boas e más qualidades...Para o homem que vivesse insulado não haveria vícios nem virtudes, preservando-se do mal pelo insulamento o bem de si mesmo se anularia.”
            Comparando os quatro pilares da Unesco ao texto acima se pode constatar que os dois primeiros (aprender a aprender e aprender a fazer) constituem-se no progresso intelectual e os dois últimos (aprender a conviver e aprender a ser) constituem-se no progresso moral.
            A Doutrina Espírita, entretanto apresenta uma dimensão a mais na proposta de educação da UNESCO quando esclarece que o processo não ocorre no espaço estreito e curto de uma única encarnação e quando revela que o processo é contínuo para o Espírito esteja ele na condição de encarnado ou desencarnado. Em A Gênese (capítulo XI-Gênese Espiritual) encontramos: “No intervalo dessas encarnações, o Espírito progride igualmente, no sentido que aproveita, para seu adiantamento os conhecimentos e experiências adquiridos na vida corpórea; ele examina o que fez em sua permanência terrestre, passa em revista o que aprendeu, reconhece suas faltas, organiza seus planos e toma as resoluções segundo as quais conta guiar-se numa nova existência tratando de fazer o melhor. Assim é que cada existência é um passo adiante na via do progresso, uma espécie de escola de aplicação”.
            O Espiritismo tem seu alicerce nos ensinamentos de Jesus e seu fundamento pedagógico não podia ser outro senão  aquele praticado pelo Cristo. Joanna de Angelis (A pedagogia de Jesus-O Reformador-junho de 2004) assim apresenta essa pedagogia: “Apontava diretrizes e induzia a criatura a segui-las fazendo a sua parte, porquanto cada qual é responsável por tudo aquilo que se lhe torna necessário ... Com Ele a convivência é aprendida mediante o resultado do exercício da tolerância, do auxílio recíproco dignificador da espécie humana. Jamais abriu espaço para a ociosidade, sugerindo que o reino dos Céus fosse conquistado a esforço iniciando-se o seu labor na busca interna, superando os impedimentos apresentados pelas paixões dissolventes ... Incessantemente convida os Seus ouvintes ao autoconhecimento, para que se tornassem cartas vivas do Evangelho ... Assim sendo, tornou-se o Pedagogo por excelência não apenas ensinando a conhecer, a fazer, a conviver e a ser, mas sobretudo, demonstrando que ele o realizava. Tudo quanto ensinou vivenciou-o, comportando-se como modelo imprescindível à  lição ministrada. Jamais desmentiu pelos atos o que lecionou por palavras. O seu ministério é o ministério do exemplo, da ternura, do amor e da compaixão ... Melhor pedagogia que a d’Ele não existe, pois que vem atravessando os dois milênios já transatos com superior qualidade de orientação. Este é o teu mandato de realmente aprenderes a viver”.
           

            

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