Conta-se que um rico
fazendeiro foi queixar-se ao padre da paróquia local, dizendo que as pessoas
não o viam com bons olhos porque ele não ajudava as outras pessoas nem
contribuía com as obras assistenciais da igreja.
Ora, disse o
fazendeiro: “todos sabem que quando eu morrer deixarei tudo o que tenho para a
igreja e seus pobres”.
O sacerdote, homem
sábio, disse ao fazendeiro: vou lhe contar uma história. A história da vaca e
do porco.
Um dia o porco foi
reclamar com a vaca porque ninguém lhe dava valor. Todos o desprezavam.
Afinal, disse ele, eu
dôo tudo o que tenho aos homens. Eles consomem a minha carne, usam meus pelos
para fazer pincéis, e aproveitam até meus ossos.
Mesmo assim sou um
animal desconsiderado. O mesmo não acontece com você, que dá apenas o leite e é
reverenciada por todos, concluiu o pobre porco.
A vaca, que ouvia com
atenção, falou: “talvez seja porque eu dôo um pouco de mim todos os dias,
enquanto estou viva, e você só tem utilidade depois de morto.”
O fazendeiro
agradeceu ao padre pela lição e se retirou pensativo.
E você, em que tem
contribuído com a sociedade da qual faz parte, enquanto está a caminho?
Muitos pensam e agem
como o fazendeiro. Pretendem dispor dos seus bens apenas depois da morte,
quando não precisarão de mais nada.
Outros pensam em doar
um pouco do seu tempo ao próximo só depois que se aposentarem.
No entanto, a
necessidade não aguarda o tempo propício para visitar os desafortunados.
A carência pede
socorro agora, não mais tarde.
A necessidade roga
mãos caridosas hoje, não amanhã.
A ignorância solicita
esclarecimento imediato, não num futuro distante.
Existem tantas
frentes de trabalho aguardando mãos dispostas a se movimentar em prol do
semelhante, nos mais variados campos de ação. Basta boa vontade e disposição.
Os recursos que Deus
coloca em nossas mãos são para serem movimentados em favor do bem geral,
produzindo bem-estar e fomentando a esperança.
E, por recursos,
entendemos não só os bens materiais, mas a saúde, a lucidez, as condições
favoráveis de modo geral.
Allan Kardec, o
codificador do Espiritismo, perguntou aos Sábios do Além, se para agradar a
Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal.
E os Benfeitores
responderam: “não; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto
responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem.”
Percebemos, assim,
que o mal que resulte da nossa omissão ou indiferença, será de nossa inteira
responsabilidade perante as leis maiores.
Quando temos
condições de praticar o bem e não o fazemos, e daí resultar algum mal, este
será por nossa conta.
Questão grave esta,
que merece nossa atenção.
Se somos daqueles que
dizemos: “eu não faço mal a ninguém”, e achamos que isto basta, reconsideremos
nossos conceitos, pois as leis estabelecem que devemos fazer o bem no limite de
nossas forças.
E nossas forças
contemplam tudo o que dispomos em nosso favor: forças físicas, intelectuais,
morais, financeiras.
Assim sendo, é
importante que façamos um balanço das nossas possibilidades e as movimentemos,
de forma efetiva, na construção de uma sociedade mais justa e mais feliz,
agora.
Pense nisso!
Se você tem condições
de auxiliar uma criança pobre a ter acesso à escola e à saúde, agora, talvez
esteja evitando que um criminoso a mais se movimente pelas ruas, amanhã.
Se você pode custear
a universidade de um jovem carente, hoje, e não o faz, é bem provável que
tenhamos um delinqüente a mais no futuro.
Enfim, se você pode
ajudar a construir escolas no presente, por que esperar a necessidade de se
construir prisões amanhã?
Pense nisso, mas
pense agora.
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Equipe de Redação do
Momento Espírita, com base na pergunta 642 de O Livro dos Espíritos e em
história do vídeo “Um impulso para as águias”, da empresa Siamar.
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