OS BENS DA TERRA
01 - APEGO AOS BENS MATERIAIS.
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Acontece
vez ou outra. Passamos em frente a uma loja e lá está o aviso: “fechado para
balanço.”
É. A
empresa parou um dia para fazer a verificação do estoque, entre outras tantas
providências.
É um dia
em que pára o fluxo de clientes, das compras e vendas para tomar pé,
verdadeiramente, do que existe no interior da loja, no almoxarifado, etc.
Essa é
uma providência que, cada um de nós, pessoa física, deveria tomar de vez em
quando.
Fazer um
levantamento de tudo o que guarda em casa. Com certeza, iríamos descobrir
coisas que nem lembramos mais que um dia guardamos.
O jogo de
toalhas bordado pela vovó e presenteado há muito tempo. Que nunca usamos. Para
não estragar. Para não gastar.
Mas,
afinal para que ele nos foi dado? Algo tão bonito, primoroso, bordado com tanto
carinho. Fica lá, no armário, guardado.
Ninguém
vê. Ninguém usa. Ninguém aproveita. A não ser as traças que, ao menor descuido,
vão fazer belas e substanciosas refeições.
E aquele
conjunto de saia e blusa tão bonito? Está guardado há tanto tempo, que já
passou da moda. Agora, não dá mais para usar mesmo.
Mas nós o
havíamos guardado para usar em uma ocasião especial. Que de tão especial ainda
não chegou.
E aqueles
sabonetes em formato de concha adquiridos na feira de artesanato? Quanto tempo
ficarão guardados? Para que?
Logo mais
eles perderão o perfume, perderão o colorido. Para que haverão de servir?
Livros,
roupas, guardados. Eles vão se acumulando. Esse fica guardado porque foi fulano
que nos deu. Aqueloutro, porque nos recorda determinada ocasião.
Convenhamos.
As coisas são para serem usadas, aproveitadas. Guarda-se tanto que depois de
algum tempo, acaba-se tendo que jogar fora.
Ninguém
aproveitou, nem aproveitará.
Desapegar-se
dos bens quer dizer também ter as coisas e servir-se delas. Tê-las para serem
usadas, para atender as necessidades.
Quem
muito amontoa, não usufrui. Aprendamos a nos servir do que nos é dado ou do que
adquirimos com o próprio esforço.
Há quem
compra um carro, mas não viaja com ele, para não gastá-lo. Não vai a
determinados lugares porque pode ser estragado.
A poeira,
a estrada, a vizinhança. Sempre há uma desculpa para não o utilizar. Os meses
passam. O carro continua novo. Mas não serve ao seu objetivo: ser meio de
transporte.
Há quem
adquire calçados, guarda-os novos no armário, mas usa sempre o mesmo par, até
acabar.
As coisas
são para servir ao homem, não para o escravizarem.
Façamos
um inventário do que temos em casa, desalojemos dos armários o que está
guardado há muito tempo sem servir a ninguém.
E
coloquemos tudo a benefício nosso ou de quem precise.
A
propósito, para um exercício inicial, podemos começar com as coisas mais
simples.
Comecemos
com o sabonete que somente ornamenta a pia ou está ainda guardado na caixa
bonita, cheia de laços.
Lembremos:
a forma aprisiona. Demos a ele a chance de ser uma outra coisa. Uma espuma
perfumada em nossas mãos.
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É natural
o desejo do bem-estar. É um direito de todos os homens o uso dos bens da terra.
Servir-se
deles com sabedoria é o que o homem deve buscar.
Isso lhe
constituiu ao mesmo tempo, uma prova, pelas tentações que propicia, quanto uma
missão, para dar aos bens terrenos a melhor utilidade.
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Equipe de
Redação do Momento Espírita.
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