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quinta-feira, 30 de abril de 2015

CURSO DE MÉDIUNS - Doutrinação de Sofredores e de Obsessores

Capítulo: Ainda as Desobsessões - Livro: Gotas de Luz / Ramatis

Pergunta: Apesar dos ensinamentos de Kardec, através da obras “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos Médiuns”, e das observações judiciosas de Hermínio de Miranda em várias oportunidades, através de suas publicações, podemos verificar com pesar que a forma de diálogo entre os chamados “doutrinadores” e os Espíritos obsessores, ainda é muito rudimentar, chegando mesmo a parecer um misto de curiosidade e de inquisição.  
Como cremos (e isso tem sido confirmado) que nesses diálogos possa e deva haver um “esclarecimento” tendente a modificar comportamento e idéias (e não imposição e atitudes), resta-nos uma grande interrogação:
Como deveremos conversar com os chamados Espíritos inferiores, nesses processos de tentativa de desobsessão? Poderíeis nos complementar esclarecimentos a respeito?   

Ramatis: Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, criou e desenvolveu a prática da desobsessão nos moldes atuais, que enseja a cura através do esclarecimento doutrinário, substituindo todas as praticas esdrúxulas e antifraternas empregadas na Antiguidade, quando qualquer desequilíbrio mental era tido como ”possessão demoníaca”.
No caso da vossa pergunta, convém, antes, conceituar que todas as alienações de ordem mental, afora os casos naturais de lesões cerebrais, se originam diretamente do desequilíbrio da própria alma.
A obsessão, regra geral, é muito sutil, pois todos a possuem em menor ou maior escala, pelo descaso evangélico do próprio homem; toda alma desequilibrada se torna repasto fácil para os desencarnados viciosos e vingativos, que agem ardilosamente do astral inferior. O próprio obsediado engendrou as conseqüências dolorosas que depois vem a sofrer. Ele também feriu ou traiu aquele que o persegue.
Não há injustiças no organizado processo da evolução espiritual, criado por Deus. Conforme os justos princípios da Lei do Carma, a interferência de Espíritos cruéis e enfurecidos, tentando obsediar os encarnados, não acontece acidentalmente, ou por uma atitude injusta, mas sim, como efeito de alguma causa infeliz ou trágica do passado.
Obrigar o afastamento do Espírito obsessor, de junto de sua vítima, não resolve problemas obscuros, com raízes fixadas há muitos séculos, num passado todo feito de tropelias e crueldade mútuas!
O obsessor afastado violentamente de junto do obsediado, apenas aguarda o momento oportuno para retornar, ainda mais enfurecido, sobre a vítima, e continuar sua vingança odiosa.
A cura requer o desatamento voluntário e espontâneo das algemas que os prendem há longo tempo, o que somente será possível pela força do perdão e da humildade.
Só a conversão, tanto do obsessor quanto do obsediado, é que, de fato, proporciona a solução espiritual, que a violência e a força nunca poderão resolver.
Os Espíritos obsessores não só atuam por própria conta, exercendo vinganças e explorando incautos terrenos como, também, se incubem em serviço alheio, na aceitação do trabalho abominável de instrumentos de vingança, de outros. Revezando-se em suas próprias crueldades e vinganças, em comum acordo, instruídos e orientados pelos mais antigos e traquejados, esses Espíritos delituosos agem num organizado e contínuo trabalho exercido do Além, sobre os desencarnados.
Mas nem todos os obsessores estão plenamente conscientes de suas participações nas tarefas torpes ou vinganças cruéis, pois muitos há que, tomados pela loucura ou desespero, agarram-se fortemente à vítima indefesa; o melhor a oferecer nesses casos é o socorro do amor e da ternura espiritual, tentando, antes de tudo, aliviá-los das suas dores angustiantes e torturas psíquicas, e não apenas pretender afastá-los de junto dos encarnados distraídos que, devido aos seus próprios vícios e descuido espiritual, os atraem incessantemente.
Deveis saber que, sob o patrocínio do Alto, há uma ordem e uma harmonia controlando e presidindo todo o trabalho mediúnico de intuito redentor!
Nas desobsessões, o trabalho maior fica sempre a cargo de Espíritos responsáveis por essa tarefa no mundo espiritual.
Como medianeiro de instruções e esclarecimentos da vida espiritual, o doutrinador espírita, deve inteirar-se das comunidades do Além que se dedicam às tarefas benfeitoras de cura e tratamento desobsessivo.
A boa sintonia do médium com o Plano Espiritual, é fator imprescindível para a harmonia e o equilíbrio do ambiente que deveis preparar, antecipadamente, com preces e vibrações amorosas em benefício de todos, encarnados e desencarnados.
O amor possui vibrações revitalizantes!
Assim esses Espíritos que são levados ao trabalho de desobsessão pelas entidades que os estão socorrendo, podem melhor sentir e receber ajuda espiritual, despertando para sentimentos mais elevados, que desconheciam quando encarnados.
Inicialmente, há que distinguir, com muita observação, os bons e os não esclarecidos, os sofredores e os mistificadores.
Não existem regras específicas na doutrinação, porque, como sabeis, cada processo obsessivo traz em si um conjunto de manifestações individuais e distintas. O amor não se impõe pelas palavras rebuscadas e nem tampouco pelo gesto amoroso, mas deve ser sentido e manifestado na sincera vontade de ajudar.
Como doutrinadores espíritas, deveis viver o que verbalizais! Uma existência digna, por atos e intenções elevadas!
Tratai o obsessor com autoridade moral, a única autoridade que podeis ter perante os Espíritos inferiores.
Mostrai segurança, mas doutrinai com humildade e amor.
Usai de sinceridade!
Evitai ameaças, desafios, julgamentos e quaisquer interrogatórios, ou comentários que possam ferir a suscetibilidade do Espírito. Um trabalho de desobsessão não é um tribunal e nem tampouco se presta à identificação de desencarnados.
Usai o esclarecimento da Doutrina Espírita, que afirma a existência de um Pai amoroso, incapaz de castigar seus filhos e muito menos de fazê-los sofrer eternamente. Argumentai assim a verdade, que ajudará o Espírito na recuperação das suas forças e esperanças, dando-lhe a certeza de breve libertação do sofrimento de sua culpa.
Na realidade, todos vós sofreis mais ou menos a influência de atuações de Espíritos desencarnados. Mas não deveis esquecer que existem, também, Espíritos bons, em tarefa benfeitora, para todos vós, encarnados, que buscais a vossa reabilitação espiritual.
Cuidai, para não descurardes do vosso apuro moral, do estudo superior e do vosso controle emotivo e mental, para que possais vencer desejos inferiores e paixões violentas, se desejais livrar-vos da presença de Espíritos inferiores.
Confiai!
Mas estudai muito, aprofundando vossos conhecimentos da bibliografia espírita.
Intermediários dos ensinamentos e diretrizes do mundo espiritual, não podeis prescindir do estudo doutrinário.
A doutrinação espírita praticada com plena convicção desses princípios, equilibrada e amorosamente, muito beneficia e modifica a todos, encarnados e desencarnados, que comparecem ao trabalho de desobsessão.   
  


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