Narra-se
que um caçador, em terras canadenses, surpreendeu certo dia um ninho de águias,
construído em rocha alta, nas vizinhanças da cabana onde se abrigava, durante a
temporada de caça.
Resolveu
tirar do ninho um dos filhotes e levá-lo consigo. A ave, ainda implume se
deixou conduzir.
O
caçador, finda a temporada, retornou ao próprio lar e aos demais afazeres de
sua vida.
Porque
fosse também afeiçoado à criação de algumas espécies animais, mantinha em seu
vasto terreiro, um expressivo número de pintinhos.
Foi ali,
junto aos demais filhotes de galinha, que a pequena águia passou a viver,
esquecendo-se de sua origem.
O tempo
passou. As penas abundaram no corpo da ave de rapina, fazendo com que ela se
destacasse do grupo.
Contudo,
passava os dias a ciscar, tal qual o faziam os pintainhos.
Certo
dia, quando a pequena águia repousava tranqüila, avistou uma grande águia que
sobrevoava o vasto terreno.
Observou-lhe
o vôo majestoso, o domínio dos céus.
Era um
ponto negro movendo-se pelo anil do firmamento.
Então,
uma estranha agitação tomou conta da aguiazinha. Desdobrou as asas, ficou na
ponta das suas patas e principiou a correr. Depois, soltou um grito estridente
e alçou vôo, em direção à sua irmã.
Em breve,
também ela não passava de um pequenino ponto escuro na linha do horizonte.
Descobrira,
enfim, que não nascera para viver nas estreitas vias de um quintal, limitada.
Seu destino era o infinito, a amplidão,
conquistar as rochas mais altas, buscar os rochedos agudos. Enfim, era a vida
total, plena de uma águia para lá das nuvens e das tempestades.
À
semelhança da pequena águia, muitos dos que vivemos nas terras nos esquecemos
de nossa origem divina.
Olvidamos
que fomos criados pelo amor de Deus e destinados às alturas da perfeição.
Conseqüentemente, da felicidade.
Aquartelamo-nos
na estreiteza do mundo material que nos cerca e que habitamos, vivemos à cata
dos que nos possam conceder alegrias, elegendo coisas efêmeras e com o
significado de poucos dias, quiçá semanas.
Isto
porque, no mundo, os valores que não são reais, mudam constantemente, valendo
hoje muito e amanhã mais nada.
No
entanto, como a aguiazinha, chegará um dia, breve ou distante, em que haveremos
de redescobrir nossa filiação divina e então, atraídos pelas vozes sublimes,
desejaremos atingir as amplidões da verdade.
Este dia
será o da felicidade suprema, quando sentiremos nos abrasar pelas chamas do
amor de Deus e, qual uma águia empreenderemos o garboso vôo rumo à perfeição,
para o alto, para cima.
Você
sabia?
Que é no
hemisfério norte que habita a águia que é considerada a rainha dos céus?
Chama-se águia real e atinge 2 metros de envergadura.
E que a
águia-do-mar é a ave símbolo dos Estados Unidos?
Ela foi
escolhida pela sua coragem e beleza.
Pode ser
encontrada na América do Norte e na Sibéria.
Mais
imponente do que o vôo das águias é o da alma, quando se deixa levar pelas
grandiosas realizações da vida, que ultrapassam a estreiteza de uma jornada na
Terra, curta e breve, ante a Eternidade.
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Do livro:
Lendas do Céu e da Terra - A Aguiazinha Desperta
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