Muito se fala em caridade,
em fazer o bem ao próximo.
Para muitos, isso pode
parecer sinônimo de atitudes complexas, envolvendo, na maioria das vezes, a
doação de bens materiais.
Mas há um tipo básico de
beneficência ao alcance de todos, da qual habitualmente se esquece.
Trata-se do cuidado de
ocultar dos outros os próprios aborrecimentos, a fim de auxiliar.
Talvez você haja iniciado o
dia sob a intromissão de contratempos que lhe espancaram a alma.
À vista disso, se exibir a
figura da mágoa, na palavra ou na face, ela se expande, como um tóxico mental.
Um mal que só a você atingia
passa a afligir todos que o rodeiam.
Quando a poeira invade seu
reduto doméstico, obriga-o a limpar e a recuperar a pureza do ambiente que frequenta.
O mesmo ocorre se você se
desequilibrar e comportar-se asperamente, em face dos transtornos habituais da
vida.
Será necessário despender
força e diligência para reparar os estragos que a sua intemperança causou.
Inúmeros pedidos de
desculpas deverão ser formulados, dentre diversas outras reparações que se
façam indispensáveis.
Muitas sensibilidades podem
ser afetadas por sua rudeza, pondo a perder amizades e simpatias preciosas.
Se o desequilíbrio for um
hábito em sua vida, tanto pior.
Afinal, todos tendem a serem
menos compreensivos com alguém que adota de forma costumeira condutas
deselegantes.
Entretanto, você pode
escolher pairar acima de desgostos e inquietações, mantendo tranquilidade e bom
ânimo.
Sua mensagem de otimismo e
renovação também prosseguirá adiante, espalhando bênçãos e paz.
A energia positiva que você
espalha angaria em seu favor simpatia e cooperação.
Os estados negativos da
mente, como tristeza e azedume, angústia e inconformidade, constituem sombras
que o entendimento e a bondade são chamados a dissipar.
Talvez o esforço silencioso
para domar o próprio mau gênio não chame a atenção de ninguém.
Isso pode frustrar, de algum
modo, eventual expectativa de parecer virtuoso aos olhos alheios.
Mais importante do que
parecer é ser.
Constitui equívoco evidente
a ideia de que a caridade se resume em esmolas, de preferência visíveis a
terceiros.
Isso não passa, na maioria
das vezes, de manifestação de um psiquismo desequilibrado, de um ego inflado.
Por certo a caridade
material é valiosa, mas o móvel de quem deseja fazer o bem deve ser o de
auxiliar o próximo, e não o de brilhar.
Sob esse enfoque, avulta de
importância o esforço em colaborar para a paz do mundo, mediante uma vontade
firme aplicada no domínio dos próprios desequilíbrios.
Os homens sofrem muito mais
pelo contato recíproco com os vícios de seus semelhantes do que com as
condições materiais do planeta que habitam.
Fossem todos generosos,
compreensivos, pacíficos e honestos e a terra logo se converteria em um
paraíso.
Em um mundo carente de paz,
todos são chamados a colaborar para o equilíbrio geral.
Assim, a benefício coletivo,
evitemos solenizar obstáculos e conflitos, aflições ou desencantamentos que nos
surpreendem a marcha.
Permaneçamos sempre
conscientes de que a única fórmula para o exercício dessa elementar beneficência
da paz é esquecer o mal e fazer o bem.
Na verdade, somente a
criatura consagrada a trabalhar, servindo ao próximo, não dispõe de recursos
para entediar-se e nem encontra tempo para ser infeliz.
Pensemos nisso.
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