Powered By Blogger

terça-feira, 28 de abril de 2015

SERVIR A DEUS E A MANON


01 - APEGO AOS BENS MATERIAIS.

A resplandescente cidade de Damasco, na Síria, exibia seus majestosos castelos, de uma beleza poucas vezes vista, com seus lagos serenos, onde a lua e as estrelas se viam refletidas ao anoitecer como lantejoulas vivas.
Ali se reuniam, nas noites de orgia, os triunfadores da vida, os poderosos e gananciosos da época, quase todos enriquecidos pelo comércio de escravos ou pela exploração dos trabalhadores.
Os palácios eram rodeados por lindíssimos jardins e pomares, por onde circulavam os servos de todas as procedências.
O povo sírio adorava ao deus Mamon, feito de ouro e prata, representando a riqueza, o luxo, a ganância e os gozos excessivos. Daí a analogia feita pelo Mestre:
“Ninguém pode servir a Deus e a Mamon, pois, ou odiando a um, amará o outro, ou aderindo a um, desprezará o outro”.
Não se pode viver a vida que agrada a Deus, praticando-se os desregramentos que a vida material oferece.
Os templos vivem cheios, mas o mundo está vazio do Espírito de Cristo.
Um falso cristianismo tende, cada vez mais, a aprisionar o Cristo só nas igrejas.
Ninguém O quer na sua mesa de trabalho, no seu partido, nos salões, nos jornais ou nos seus máximos e mínimos atos diários, na rua ou no lar.
Desejam que Jesus fique nos santuários, rodeado de promessas, da luz de velas de cera, do incenso, do som dos órgãos e cânticos dos fiéis; cá fora, porém, a Sua presença é inoportuna, todos adoram a Mamon, o ídolo dos negócios e dos interesses individuais.
Ë válido desfrutarmos das heranças recebidas, mas não nos escravizemos a elas, querendo servir a Deus e a Mamon, às coisas materiais e as espirituais.
Primeiro devemos nos preocupar com nossa alma, que é imortal; depois com nosso corpo, que é perecível, jamais deixando sufocar nosso progresso espiritual.
Se quisermos servir a Deus, precisamos nos espiritualizar, dando grande importância ao aperfeiçoamento moral, tendo isso como constante preocupação, pois é o que nos valerá na eternidade.
Deus, entretanto, não condena a riqueza, pois ela é necessária ao progresso da humanidade.
O que Ele condena é o seu abuso ou mau uso, quando é utilizada para a satisfação de gozos prejudiciais, pelas tristes conseqüências que acarreta.
Um dia, teremos que prestar contas do uso de nossos bens, e não será válido dizer que não tivemos tempo para praticar a caridade, pois ela não precisa de tempo especial, deve estar contida em todos nossos atos. Podemos exercer a caridade dentro de nossas ocupações diárias.
A vida material e a espiritual devem estar sempre juntas, as coisas materiais devem ser feitas com espiritualidade.
Grandes fortunas trazem grandes encargos.
Se sob certos aspectos dão comodidade e conforto, de outro trazem grandes obrigações que, se não cumpridas, poderão perder a nossa alma, criando enormes dívidas.
O ideal seria redistribuir pequena parte do que possuímos, entretanto, é muito difícil que o façamos. Por isso disse Jesus que: e mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus.”“.
Cada criatura possui o mapa da sua existência, que deve cumprir mediante seu livre arbítrio, isto é, sua vontade, que pode ser usada de uma forma negativa, vindo a se prejudicar por desviar-se daquilo que se propôs a realizar, no plano maior.
A sementeira é livre, mas a colheita é obrigatória!
Teremos que dar contas de todos nossos atos e das coisas que nos propusemos fazer.
Quantas pessoas se perdem nos caminhos dos vícios, dos defeitos e da falta de honestidade, por causa do dinheiro. Quem serve a Mamon proclama o dinheiro seu soberano, tornando-se escravo dele.
Não é o dinheiro em si que é o flagelo da humanidade, mas sim o amor excessivo a ele, que é a raiz de toda espécie de mal, através de seu mau uso e por despertar o orgulho e a ociosidade, dois fantasmas da infelicidade humana.
A riqueza não deve constituir obstáculo à nossa evolução, é importante que a façamos circular em benefício do nosso semelhante, não deixando que, devido a ela, se desenvolvam em nós o desamor, o egoísmo e a ambição.
O dinheiro deve circular em nossas mãos como o sangue em nosso corpo.
O sangue é impulsionado pelo órgão nobre, o coração; assim, também, o dinheiro deveria circular em nossas mãos impulsionadas pelos sentimentos nobres, produzindo boas obras. Infelizmente, poucas vezes ele é dirigido por bons sentimentos, pelo coração, mas quase sempre pelo interesse.
Há muitas criaturas que pensam só alcançar a paz se conseguirem fortuna e segurança. E segurança para estes significa “ter” cada vez mais, “fazer” tudo que desejam e “ser” cada vez mais elevados socialmente.
Entregam-se ao materialismo, à preguiça e ao comodismo.
Corrompem-se, pois aquilo que fica parado. Deteriora-se.
Os que só se preocupam com as conquistas da Terra terão tudo o que há nela: bens, terras, jóias e posição social. Sentir-se-ão seguros no mundo material.
Mas, e a nossa morada no céu?
Alguém já pensou em adquiri-la? Jesus disse:
“Na casa de meu Pai há muitas moradas”.Em qual delas nos situaremos?
Não serão os bens terrenos que. irão comprá-la, mas sim as conquistas espirituais, as virtudes que adquirirmos, aquilo que “somos” e não o que “temos”.
Compraremos com a dedicação e a compreensão que dermos aos que Deus colocou perto de nós, para que os orientássemos e ajudássemos.
E, na busca incessante do “ter”, “ser” e “fazer” cada vez mais, a paz é a primeira a ser sacrificada. Tornamo-nos incapazes de diminuir o ritmo com que corremos atrás dessas ilusões. Seguimos, então, pelos mundos, como cavalos sem rumo, esporeados pela inveja, o egoísmo, a cobiça e a ganância, fugindo do tédio, da solidão e do medo de perder o que possuímos, buscando sensações cada vez maiores, procurando acumular sempre mais e mais.
Transformamo-nos em homens-máquinas, desprovidos de sentimentos puros, vivendo escravizados aos nossos múltiplos interesses.
Passamos a não mais gozar as delícias da natureza, o aconchego, e a dedicação do lar e o carinho dos filhos.
E, nesta vida agitada saem pais e mães, deixando de dar aos filhos o maior tesouro: carinho, orientação; criando filhos carentes de afeto e revoltados; instruídos sim, bem vestidos, mas cheios de traumas, de problemas emocionais, incapazes de dar valor aos bens materiais que possuem, porque no fundo eles prefeririam menos conforto e mais amor, compreensão e dedicação.
E, pelo desamor dos pais, pela falta de tempo e atenção, os filhos, por se sentirem desprezados, agredidos e mal orientados, muitas vezes procuram uma fuga nos tóxicos, no álcool, em divertimentos perigosos, em prazeres nocivos, esquecidos de que a liberdade está no sentido oposto à agressividade excessiva que possuem, pois este foi o exemplo que receberam.
Assim, chegamos ao sofrimento causado por se adorar ao deus Mamon, quando o dinheiro não consertará os problemas que o excesso de riqueza mal utilizada causou.

"Um pai, seja pobre ou rico, tem sempre a maior riqueza para deixar ao filho, a formação de seu caráter. (Platão)"
"O amor é a asa que Deus deu ao homem para subir até Ele". (Michelângelo)  

*******

Autor Desconhecido


Nenhum comentário:

Postar um comentário