ÍNDICE
Compilação - EDEGAR TÃO
O EVANGELHO SEGUNDO O
ESPIRITISMO
ORIENTANDO A SUA LEITURA E
ESTUDO
Estudando o Evangelho - Emmanuel
Aprimoramento do
raciocínio, na Terra, é base da evolução de que os povos se glorificam.
A escola, definida como
sendo a cultura do cérebro, desde o alfabeto à especialização acadêmica, é o
cérebro da cultura.
Especulações religiosas,
realizações científicas, preceitos filosóficos e experiências artísticas
devem-lhe os fundamentos.
Tudo o que brilha nas
construções da inteligência é fruto do estudo.
Colombo foi o descobridor
da América; entretanto, não alcançou o próprio destino sem os apontamentos de
Perestrello.
Newton enunciou os
conhecimentos da atração universal, mas inspirou-se nos princípios de Kepler.
Hellen Keller, cuja alma
de escol angariou o respeito da Humanidade, não venceu as sombras que lhe
envolviam o campo dos sentidos sem o concurso da professora que a seguiu, passo
a passo.
Assim também, no
burilamento da alma.
É indispensável conhecer o bem, para que os ensinamentos do bem nos
aperfeiçoem a vida íntima.
Nós, os espíritos
vinculados com Allan Kardec ao Cristianismo puro, não podemos prescindir do
contacto com o Divino Mestre, através das lições com que nos dirige a renovação
para as Esferas Superiores.
Estudemos, pois, o Evangelho.
É o apelo que formulamos
no limiar deste livro[1] que
consubstancia o valioso esforço do companheiro que o produziu nas lavras
luminosas da inspiração.
E qual aconteceu em nossas
primeiras páginas de comentários simples da Boa Nova[2],
aqui repetimos, com o Apóstolo Pedro[3], que
“nenhuma
palavra da Escritura é de interpretação particular”.
Introdução
“O Espiritismo, sem
Evangelho, pode alcançar as melhores expressões de nobreza, mas não passará de
atividade destinada a modificar-se ou desaparecer, como todos os elementos
transitórios do mundo. E o espírita, que não cogitou da sua iluminação com
Jesus Cristo, pode ser um cientista e um filósofo, com as mais elevadas
aquisições intelectuais, mas estará sem leme e sem roteiro no instante da
tempestade inevitável da provação e da experiência, porque só o sentimento
divino da fé pode arrebatar o homem das preocupações inferiores da Terra para
os caminhos supremos dos páramos espirituais.” - EMMANUEL - O CONSOLADOR - Pergunta
236
Certa vez, perguntaram a Chico Xavier: “Qual a
importância do Evangelho de Jesus para a Humanidade?”
E sua resposta foi a seguinte: “Creio que a importância
do Evangelho de Jesus, em nossa evolução espiritual, é semelhante à importância
do Sol na sustentação de nossa vida física.”[4]
Todos somos necessitados dos ensinamentos do Cristo. E
quando tomamos contato com sua essência, o foco de nossos interesses e
comportamento se altera substancialmente. E por quê? Simplesmente pelo fato de
que seu exercício nos possibilita a plena conscientização dos princípios de
igualdade, liberdade e fraternidade, condições imprescindíveis à correta e
elevada convivência social.
O sentido profundo de todas as parábolas do Evangelho nos
possibilita um contato mais direto com nosso próprio íntimo e com Deus, ou seja,
conseguimos uma visão mais elevada do Criador, um refletir mais intenso da
própria consciência e uma percepção mais ampliada do verdadeiro sentido da
Vida.
Allan Kardec anota:
“Para os homens, em
particular, constitui aquele código uma regra de proceder que abrange todas as
circunstâncias da vida provada e da vida pública, o princípio básico de todas
as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. É, finalmente e
acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento
de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura.”[5]
No entanto, muitos evitam tomar contato com o Evangelho,
omitindo-se, assim, de agir em conformidade com os seus fundamentos. Outros já
acreditam que a assídua frequência aos seus templos de fé seja suficiente para
torná-los plenos de seu conteúdo; todavia, o Espírito André Luiz escreve:
“O Evangelho é livro
divino e, enquanto permanecemos na cegueira da vaidade e da ignorância, não nos
expõe seus tesouros sagrados.”[6]
Este conjunto de livros necessita, portanto, ser
conhecido, meditado e sentido, porque seu maior objetivo é nos renovar e
aprimorar-nos intimamente.
Richard Simonetti
enfatiza:
A leitura da Boa Nova não se destina ‘aos outros’. Deve
falar à intimidade de nossa consciência.
Não devemos usá-la para
fiscalizar o semelhante e, sim, como orientação para nosso próprio
comportamento.
(...) No Evangelho, encontramos sempre duas orientações
precisas e inconfundíveis:
É preciso edificar o Bem.
É preciso eliminar o Mal.
Para sermos eficientes nesse empenho, é de fundamental
importância ter sempre presente que:
No empenho do Bem, somos convidados a pensar no que falta
no semelhante...
No combate ao Mal, devemos cogitar do que sobra em nós...[7]
Orientando Sua Leitura E E Estudo
"... o Evangelho é um
vasto caminho ascensional, cujo fim não poderemos atingir, legitimamente, sem
conhecimento e aplicação de todos os detalhes" - Alcione – Renúncia.
O objetivo principal da leitura e estudo do
Evangelho é retirar da letra, o “espírito que vivifica”, sob as luzes da
Doutrina Espírita, para melhor entendimento e vivência da Boa Nova.
As reuniões de estudo,
sejam elas realizadas nos agrupamentos espíritas ou no lar (Evangelho no Lar)
devem ser estimuladas como medida capaz de favorecer, pela troca de ideias, a
identificação mais lúcida da essência dos ensinos canalizados por Jesus, que
foram registrados na forma de discursos diretos, parábolas, acontecimentos,
fatos extraordinários, curas e profecias, sempre enaltecendo e promovendo a
espiritualização do ser.
Nessas reuniões, num
ambiente fraterno, o trabalho é levado a efeito com ampla troca de ideias,
argumentos, comparações de referências bíblicas, pesquisas em livros ou peças
avulsas que tratam do assunto, concentrando as reflexões para o tema colocado
em pauta, estimulando as mais profundas cogitações espirituais.
Desta forma:
• O conteúdo espiritual do Evangelho pode ser identificado a
partir de: um texto completo; um versículo; uma frase; uma expressão ou mesmo
um a só palavra, observado seu sentido no trecho sob análise;
• Entendimento do aspecto literal do texto, através de uma
leitura atenciosa, considerando o significado exato: de cada palavra; tempo e
pessoas dos verbos; lugar; ocasião; circunstâncias; profissões e cargos;
expressões e hábitos vigentes à época de Jesus.
• Culminando na busca cuidadosa da essência do seu conteúdo
espiritual. Este é o que dá vida, universalidade e eternidade à Boa Nova.
• Entendendo que algumas lições do Cristo se apresentam de
forma velada, o estudo do Evangelho e da Doutrina Espírita, conscientiza-nos da
nossa essência imortal, de nossa responsabilidade diante da construção do
próprio futuro e do permanente amparo espiritual em nossa trajetória evolutiva.
Assim, o hábito da leitura
e do estudo do Evangelho, deve:
• Possibilitar profunda compreensão das mensagens de Jesus,
facilitando, assim, pautar nossas vidas segundo as lições do Mestre.
• Criar em todos os lares o hábito salutar das reuniões
evangélicas, para que despertem e acentuem os sentimentos edificantes que devem
nortear cada criatura.
• Pelo momento de paz e de compreensão que o Evangelho no
Lar oferece, unir mais as criaturas, proporcionando-lhes uma vivência mais
tranquila.
• Tornar o Evangelho melhor compreendido, sentido e
exemplificado, no lar e em todos os ambientes da vida de relação.
• Higienizar nossos pensamentos através da elevação de
sentimentos, e vice-versa, permitindo
assim, mais fácil influência dos Mensageiros do Bem.
• Ampliar o conhecimento literal e espiritual do Evangelho
para oferecê-lo com maior segurança a todos que nos rodeiam.
• Provocar profunda meditação sobre as minúcias das
imorredouras lições de liberdade, lá encontradas, considerando que em cada
aspecto de nossa vida espiritual, encontraremos importante roteiro delineado
por Jesus, em seu Evangelho de Amor
É Indispensável
Conhecer O Bem, Para Que Os Ensinamentos Do Bem Nos Aperfeiçoem A Vida Íntima.
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