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terça-feira, 28 de abril de 2015

TESOUROS TERRESTRES E TESOUROS CELESTES

01 - APEGO AOS BENS MATERIAIS.


O antigo oriente, hoje o tão falado Oriente Médio, foi o cenário escolhido por Deus para realizar os extraordinários acontecimentos que envolveram Jesus e a História da Salvação do mundo, cheia de mistérios e revelações.
Reportemo-nos ao ano 32 da Era Cristã, debrucemos nosso olhar sobre a Galiléia de então, onde bem no centro destacava-se a cidade de Nazaré, que assemelhava-se a um retalho colorido, entre montanhas, riachos, bosques e árvores frondosas.
A maior parte de suas casas era, geralmente, encravada nos morros cheios de atalhos de terra que serpenteavam entre laranjais, figueiras, vinhedos e cerejeiras carregadas de frutos.
Alguns desses atalhos convergiam para o coração de Nazaré, outros seguiam em direção às próximas cidades de Canaã, Tiberíades, Magdala e Cafarnaum, localizadas à beira do Lago de Genesaré, onde Jesus passou grande parte de Sua vida.
No fundo dos quintais quase sempre havia paineiras que, com suas folhas verdes, acenavam como a saudar os viajantes que descortinavam uma das mais lindas vistas de toda a Galiléia. Sob a sombra das palmeiras, os judeus passavam a maior parte de sua vida. Ali se e uniam para bordar, estudar e faziam suas refeições e seus trabalhos, bem como as orações em dias de festa e de graças.
Procuremos sentir-nos nessa paisagem pitoresca, entre aquele povo rústico que aguardava, ansiosamente, a palavra do Messias.
A Boa Nova começava a ser contada aos ouvidos dos séculos por Jesus. “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem, e onde os ladrões roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não podem destruir, e os ladrões não podem arrombar nem roubar”.
Nós apenas gozamos das heranças materiais recebidas, enquanto permanecemos na Terra. Assim, não nos deixemos deslumbrar somente por bens perecíveis. mas aproveitemos as heranças recebidas para crescermos espiritualmente, semeando na Terra o maior número possível de benefícios.
O valor de cada criatura não está na alta posição que ocupa, nem é medido pelo sucesso, beleza ou bens materiais que possui. Seu valor está na nobreza de seu caráter, no acumular valores íntimos, somando cada vez maiores virtudes.
Estes são os verdadeiros tesouros que “nem a ferrugem os destroem, nem a traça e o caruncho os corroem”.
Com essa real bagagem nos preparamos para. um dia, penetrarmos no Reino de Deus, pois poderemos dar boas contas da administração dos talentos recebidos.
Necessário é nos engrandecermos de dentro para fora, crescendo não só no sentido horizontal das coisas materiais, mas, também no sentido vertical das coisas espirituais.
Não deixemos que, pelo excesso de fortuna, se desenvolvam em nós os vícios da ociosidade, egoísmo, do orgulho e vaidade, que se instalem em nossos corações. levando-nos a terríveis desvios que não conduzem a Deus.
Há um grande valor em se lutar para um enriquecimento material moderado; entretanto, quantas pessoas se perdem fazendo disso uma obsessão, abusando de seu semelhante, especialmente quando exigem dele horas excessivas de serviço, pelo simples desejo de enriquecer cada vez mais.
Quantos se escravizam tanto ao dinheiro, estragando a saúde, abandonando obrigações do lar, caindo em vícios, desvirtuando seus deveres profissionais, tudo por ambição e apego desmedido por aquilo que julgamos ser nosso, mas que o caruncho pode roer ou o ladrão roubar.
Não sejamos daqueles que, na ânsia de acumular cada vez mais, esquecem da prática da caridade, deixando de se preocupar com as pessoas que estão ao seu redor, sofrendo e morrendo na miséria. Muitas vezes, estas criaturas não têm possibilidades de trabalhar por lhes faltar o necessário. Carecem de saúde ou de condições para realizarem bem um trabalho que lhes dê sustento; outras vezes falta-lhes visão ou energia, devido à fome que passam. Por essas deficiências e por suas poucas oportunidades, partem para a degradação, o roubo, a sarjeta, enquanto que aqueles que os poderiam ajudar, esbanjam em noitadas, vícios e luxo.
A riqueza, os bens e o poder não são os fatores da felicidade, mas, antes, trazem insatisfação à vida, se não lhe damos bom destino.
Para adquirir os tesouros da Terra, o homem não esrnorece nem se enfastia, não se cansa, é perseverante, dedicado, dando tudo de si para alcançar esse objetivo; enquanto que, com os tesouros celestes, nada ou quase nada faz. Por isso, não há paz em seu coração, nem harmonia no mundo.
Sabemos que a fortuna nos leva a grandes tentações, sendo quase sempre um enorme obstáculo à nossa evolução. Entretanto, se bem aplicada, poderá nos dar enormes créditos no julgamento divino.
Através dela, poderemos proporcionar trabalho a milhares de criaturas, ajudando o progresso material, melhorando o conforto dos que necessitam; teremos possibilidades de reerguer centenas de pessoas menos privilegiadas ou esclarecidas e nós, também, nos elevaremos no conceito do Criador, por cuidarmos de Suas criaturas.
O rico de bens materiais, em geral, é um solitário, por seu egoísmo e dureza de coração. Entretanto, aquele que tem a mente rica, que se desapega e reparte seus dons em sadias realizações materiais, tornar-se-á farto de bênçãos e de felicidade na Terra e no céu, por estar ligado ao reservatório divino, conseguindo canalizar para si aquilo que deseja.
Tudo que nos é supérfluo poderá ser de inestimável valor para uma criatura necessitada. Sejamos pródigos na distribuição de nossos bens, cultura, inteligência e bons sentimentos. Um simples olhar, um cumprimento, um atencioso aperto de mão, um sorriso com o qual somos solidários com a dor ou alegria de um semelhante, representa realmente o extravasar de sentimentos elevados, verdadeiras jóias que serão acrescentadas ao nosso patrimônio espiritual, evitando com isso sermos, um dia, devedores perante o Criador.
O ser humano corre atrás de tesouros, por um tesouro se briga, se luta, se rouba e se mata. Quem assim procede não é sábio, tem visão curta, pois não aprende que a felicidade nasce dos bens que espalhamos e não daqueles tesouros que acumulamos para nosso conforto na Terra.
Dinheiro e poder comandam o mundo de hoje, entretanto, estar no mundo sem apegar-se aos valores terrenos é o grande tesouro que nos trará a felicidade tanto na Terra como no céu.

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Autor Desconhecido


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