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domingo, 5 de junho de 2016

NOTAS DA GRANDE IMPRENSA # AOS QUASE SUICIDAS

 NOTAS DA GRANDE IMPRENSA

AOS QUASE SUICIDAS


Todos os finais de semana Chen Si deixa o modesto apartamento em que vive com a mulher e a filha pequena e parte em direção à histórica ponte do rio Yangtzé, na cidade de Nanquim, onde costuma chegar por volta das 7h30min, levando nas mãos apenas uma garrafa térmica com chá. Há um ano ele tornou-se o “anjo da guarda” da ponte, de onde mais de mil pessoas já pularam, desde 1968, quando foi inaugurada. “Se eu salvar uma única pessoa, para mim já é o bastante” – diz Chen, que observa atento o vai-e-vem de transeuntes na ponte, que possui mais de cem metros de altura. Segundo ele, é fácil reconhecer os potenciais suicidas.

“São pessoas que caminham de maneira desanimada” – descreve. Usando boné e óculos escuros, para escapar do sol escaldante, Chen Si, que tem 30 anos e ganha a vida vendendo pequenos painéis publicitários, pode ser avistado sempre no extremo sul da ponte, onde distribui folhetos com o número de seu celular, uma espécie de linha de emergência. Até o momento, Chen já salvou 42 pessoas. Seu trabalho começou depois que viu na imprensa reportagens sobre o suicídio, hoje a principal causa de morte dos chineses entre 15 e 34 anos. Conta que ficou chocado quando leu sobre uma multidão, em outra cidade chinesa, que gritava insultos para um homem migrante desesperado, quando ele subiu no topo de um outdoor para se matar. “Temos de ensinar as pessoas a amar a vida, a vê-la como o dom mais precioso” – afirma.

Nos últimos meses, Chen ganhou um importante auxílio. Estudantes universitários da China decidiram ajudá-lo, e agora se revezam na patrulha da ponte, juntamente com algumas das pessoas que ele convenceu a não saltar.

“Salvei muita gente, mas uma pessoa, sozinha, não é suficiente para fazer o trabalho” – disse Chen, ao que tudo indica o primeiro voluntário a fazer este tipo de trabalho na China, que ainda não possui um plano nacional de combate ao suicídio. Recentemente ele foi ouvido pelo repórter Jim Yardley, do “New York Times”, que publicou matéria a respeito, reproduzida em 25 de setembro no Brasil pela “Folha de S. Paulo”.

Sobre o assunto, vale recordar a belíssima página “Aos quase suicidas”, de Emmanuel, inserida no livro “Mais perto”, psicografado por Francisco Cândido Xavier e editado pelo Grupo Espírita Emmanuel, de São Bernardo do Campo (SP):

“Sim. É a dor fulminativa, a dor largamente suportada, aquela que se te acumulou no coração, qual represa de fogo e fel, e aquela outra que sempre temeste e que chegou, por fim, à maneira de tempestade, arrasando-te as forças. São elas, essas agonias indizíveis, para as quais os dicionários humanos não te fornecem palavras adequadas à necessária definição, que, muitas vezes, te fazem desejar a morte, antes do momento em que a morte aparece a cada criatura terrestre à feição de anjo libertador.

Ainda assim, compreendendo-te os ápices de angústia, em nome de todos aqueles que te amam, aquém das fronteiras de cinza, dos quais te despediste na grande separação, rogamos-te paciência e coragem.

Ergue-te, acima dos escombros das próprias ilusões, e contempla os caminhos novos que a Infinita Bondade de Deus te reserva.

Se amarguras te azedaram os sonhos, espera pelo tempo cujos filtros não funcionam debalde; se desenganos te buscaram, observa que ensinamentos te trazem; se dificuldades repontaram na estrada, estuda com elas qual a melhor solução aos teus problemas de paz e segurança; se provações surgiram, atribulando-te as horas, enumera as lições de que se façam portadoras, em teu benefício; se prejuízos te dilapidaram a existência, recorda que o trabalho nunca nos cerra as portas; e se alguém te deixou a alma vazia de afeição, pensa no amor infinito que sustenta o Universo, na certeza de que outras almas te virão ao encontro, abençoando-te o dom de amar e de servir.

Nunca esmoreças, ante as dificuldades que te surjam no caminho para a vanguarda.

Quando estiveres a ponto de ceder à pior rendição de todas – aquela de recusar o dom da vida – detém-te a refletir em Deus que te criou para a Sabedoria e para o Amor.

E Ele, cujo poder arranca a erva da semente sepultada no chão para o esplendor solar, te arrebatará igualmente a qualquer tribulação, a fim de que sobrepaires, além de todos os fracassos e de todas as crises, de modo a que brilhes e avances para a frente, aprendendo e trabalhando, servindo e amando, em plenitude de vida imperecível.”


SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim SEI: E-mail: boletimsei@gmail.com
Sábado, 27/11/2004 - no 1913

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