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terça-feira, 28 de junho de 2016

MAIS CUIDADO NA SELEÇÃO DO LIVRO ESPÍRITA

*MAIS CUIDADO NA SELEÇÃO DO LIVRO ESPÍRITA*

*Lucia Moysés*


Neste início de século estamos vendo crescer de forma significativa o número de livros autodenominados espíritas.

Diante da avalanche de novos autores e de médiuns desconhecidos, ficam-nos algumas indagações. Se o livro é da própria lavra do escritor, assalta-nos o desejo de conhecê-lo melhor, de saber sua trajetória dentro do Espiritismo, sua formação doutrinária e seus compromissos com a divulgação espírita. Se mediúnico, queremos saber quem é o médium, uma vez que mediunidade, por si só, não é garantia de qualidade e fidelidade à Doutrina Espírita. Importa saber se o conteúdo doutrinário transmitido pelo médium está coerente com os princípios fundamentados por Allan Kardec em suas obras básicas.

As Bienais do Livro que ocorrem nas grandes capitais brasileiras vêm comprovando o vigor da literatura espírita, expresso pelo elevado volume de venda dos livros sob essa rubrica.

Isto é, sem dúvida, motivo de júbilo para nós que abraçamos o Espiritismo. O interesse por nossas obras abrange adeptos de outras crenças religiosas, que se sentem atraídos pelos conteúdos esclarecedores e consoladores presentes na maioria dos livros espíritas.

Obedecendo a um preceito delineado pelo Codificador em O Livro dos Espíritos (questão 627), segundo o qual O ensino dos Espíritos deve ser claro e sem equívocos, de sorte que ninguém possa alegar ignorância e todos possam julgá-lo e apreciá-lo com razão, tais livros são, no comum das vezes, obras de fácil compreensão.

Acontece que nem todos os livros ditos espíritas de fato o são. E é para esse ponto que deveríamos atentar. Muita coisa tem sido publicada entre nós que não passa pelos crivos mais elementares do bom senso e da razão. Livros que ferem os princípios doutrinários, que trazem ideias exóticas que jamais passaram pelo critério de controle universal, tão caro a Kardec que buscava sempre nas comunicações recebidas verificar a coincidência da informação proveniente por diferentes médiuns. Outras pecam pelo linguajar vulgar ou pela puerilidade das ideias.

A esse respeito Kardec registra uma advertência do Espírito Santo Agostinho: Observai e estudai com cuidado as comunicações que recebeis; aceitai o que a razão não recusar, repeli o que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam na dúvida. Tendes aqui a marcha a seguir para transmitir às gerações futuras, sem medo de as ver desnaturadas, as verdades que separáveis sem esforço de seu cortejo inevitável de erros (Revista Espírita, julho de 1863).

Em suma: é preciso cautela, uma vez que, por trás de uma publicação pretensamente espírita, pode haver uma orquestração das trevas. Aconselhava Erasto, benfeitor espiritual, em 1863: É urgente que vos ponhais em guarda contra todas as publicações de origem suspeita, que parecem, ou possam parecer, contrárias a todas as que não tiverem uma atitude franca e clara, e tende como certo que muitas são elaboradas nos campos inimigos do mundo visível ou no invisível, visando a lançar entre vós os pomos da discórdia. Cabe a vós não vos deixar apanhar. Tendes todos os elementos necessários para as apreciar (Revista Espírita, Dezembro de 1863).

Elejamos, pois, os bons livros espíritas.

SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim SEI: E-mail: boletimsei@gmail.com
Fevereiro 2015  no 2245

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