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sexta-feira, 24 de junho de 2016

*IGUALDADE*

D.Villela

O artigo primeiro da Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948, tem a seguinte redação: Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência, devendo agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. E o lema da Revolução Francesa de 1789 foi Liberdade, Igualdade, Fraternidade.

As referências à igualdade decorrem de uma aspiração arraigada no ser humano, pois todos percebemos  e não gostamos disso  quando sofremos qualquer tipo de discriminação.

Por outro lado, convivemos, há milênios, com acentuadas desigualdades, seja em termos econômicos e sociais  riqueza e miséria , seja no plano individual, onde se observam profundas diferenças quanto a inteligência, habilidade e iniciativa, considerando injustas as primeiras e inexplicáveis estas últimas.

Habitualmente ligada ao poder, a religião chegou a sancionar alguns desses desníveis, como o direito divino dos reis ao governo de seus respectivos povos, atribuindo também os aspectos positivos de nossa personalidade  por exemplo, fé, humildade ou aptidão acentuada para algum ramo da ciência  a uma concessão especial do Criador.

Quanto aos traços negativos do caráter, não podendo provir de Deus, essencialmente bom, constituiriam uma característica da condição humana ou decorreriam da ação de Satã e seu séquito de subordinados, seres intrinsecamente maus e dotados de imenso poder para enganar e seduzir as pessoas, levando-as ao mal e à condenação eterna.

Soa estranho, sem dúvida, qualificar de má a natureza humana, pois nossa origem é divina, bem como imaginar a existência de uma fonte autônoma para o mal que não pudesse ser neutralizada pelo Poder Supremo.

Com as noções de livre-arbítrio, reencarnação e progresso, a Doutrina Espírita veio oferecer conceituação nova, lógica e abrangente para esta questão, esclarecendo que todos são criados simples e sem conhecimentos e percorrem uma trajetória na qual, empregando a liberdade e a vontade, caminham para a vivência integral das Leis Divinas com aprimoramento incessante da inteligência e dos sentimentos. Por isso, bondade espontânea ou pendor para música ou para matemática representam conquistas anteriormente realizadas e que não mais se perdem por se acharem incorporadas ao nosso patrimônio espiritual. Títulos honoríficos e propriedades materiais são transitórios, sendo abandonados, juntamente com o corpo, ao ensejo da morte.

A igualdade é assim uma lei divina que se manifesta na identidade de origem, destinação e tratamento que Deus dá a todos os seus filhos, respeitando, ao mesmo tempo, sua liberdade, que singulariza o percurso que cada um realiza da infância à plena maturidade espiritual.


*“O Livro dos Espíritos” (803 a 805).*

SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim SEI: E-mail: boletimsei@gmail.com
Abril 2014  no 2235

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