LIVRO É NOTÍCIA
ENTREVISTANDO ALLAN KARDEC
A escritora Suely Caldas Schubert
propõe, em seu novo trabalho, uma viagem no tempo, com destino à França da
segunda metade do século XIX. Colocando-se, mentalmente, frente a frente com o
Codificador do Espiritismo, realiza – como ela mesmo define – uma “comovente e
inesquecível” entrevista, na qual evidencia, através de respostas extraídas de
escritos esparsos nas obras do mestre lionês, a atualidade do pensamento
kardequiano.
Mais que uma homenagem ao
bicentenário, “Entrevistando Allan Kardec” oferece ao leitor a oportunidade de
conhecer, de forma abrangente e ao mesmo tempo profunda, as bases sobre as
quais se alicerçaram os ideais espiritistas, e saber, por exemplo, a opinião de
Kardec a respeito da rápida expansão das ideias espíritas.
“O Espiritismo não tem
nacionalidade e não parte de nenhum culto existente; nenhuma classe social o
impõe, visto que qualquer pessoa pode receber instruções de seus parentes e
amigos de além-túmulo.
Cumpre seja assim, para que ele
possa conduzir todos os homens à fraternidade. Se não se mantivesse em terreno
neutro, alimentaria as dissensões, em vez de apaziguá-las.
Nessa universalidade do ensino dos Espíritos reside a força
do Espiritismo e, também, a causa de sua rápida propagação.
(...) Se o Espiritismo, portanto, é uma verdade, não teme o
malquerer dos homens, nem as revoluções morais, nem as subversões físicas do
globo, porque nada disso pode atingir os Espíritos” – diz ele (conforme “O Livro
dos Espíritos”).
Apesar de longa, a entrevista em
momento algum torna-se cansativa. A pauta, bastante interessante, versa sobre
assuntos os mais variados, dentre eles: “Caridade”, “Egoísmo e educação”,
“Espiritismo e Evangelho”, “Família”, “Genoma humano”, “Jesus”, “Mediunidade”,
“Penas futuras”, “Perda de entes queridos” e “Suicídio”.
A “Obsessão”, que também integra
essa relação de temas, levou a autora a indagar de Kardec a razão pela qual o
ser humano é tão vulnerável aos assédios dos maus Espíritos, e ainda, o que
fazer para curar ou evitar que isso aconteça.
“Do mesmo modo que as doenças
resultam das imperfeições físicas, que tornam o corpo acessível às perniciosas
influências exteriores, a obsessão é sempre resultado de uma imperfeição moral,
que dá acesso a um Espírito mau. A causas físicas se opõem forças físicas; a
uma causa moral, tem-se de opor uma força moral. Para preservá-lo das
enfermidades, fortifica-se o corpo; para isentá-lo da obsessão, é preciso fortificar
a alma, pelo que necessário se torna que o obsidiado trabalhe pela sua própria
melhoria, o que as mais das vezes basta para o livrar do obsessor, sem recorrer
a terceiros” (“O Evangelho segundo o Espiritismo”).
Sobre a conduta diária do
espírita, assim se manifestou o Codificador:
“O verdadeiro espírita jamais
deixará de fazer o bem. Lenir corações aflitos, consolar, acalmar desesperos,
operar reformas morais, essa a sua missão. É nisso também que encontrará
satisfação real” (“O Livro dos Médiuns”).
O livro tem 194 páginas, 15x21cm
e é dividido em duas partes, a primeira intitulada “De Rivail a Allan Kardec”,
subdividido em “O diálogo inesquecível” e “Kardec: a missão”; e a segunda,
chamada “A entrevista”, com as perguntas e respostas.
A publicação é da Federação
Espírita Brasileira (FEB), que editou as duas primeiras obras da autora, os
livros “Obsessão/Desobsessão: profilaxia e terapêutica espírita” (de 1981) e
“Testemunhos de Chico Xavier” (de 1986).
“Entrevistando Allan Kardec” pode
ser adquirido nas livrarias dos Centros Espíritas ou na FEB, Av. Passos, 30, no
Centro do Rio, telefone (21) 3970-2066. Pode ser, ainda, solicitado ao
Departamento Editorial da Federação, Rua Souza Valente, 17 – São Cristóvão –
CEP 20941-040 – telefone (21) 2187-8282.
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