SURGIMENTO DO HOMEM
D. Villela
O moderno pensamento cristão abandonou, já há bastante tempo, a antiga
postura religiosa que aceitava as narrativas bíblicas acerca da Criação como
descrições de fatos reais, reconhecendo agora o caráter simbólico das mesmas
que, eventualmente, ainda são utilizadas na pregação em nível popular.
Sabe-se atualmente que, em seu período inicial, nosso planeta foi uma
esfera incandescente na qual, devido à temperatura extremamente elevada, até os
metais e rochas se achavam em estado gasoso. Ao longo do tempo ela foi se
resfriando, o que permitiu o aparecimento de um núcleo em estado pastoso em
torno do qual, posteriormente, formou-se uma camada sólida.
Prosseguindo nesse processo, a água condensou-se passando a existir
também em estado líquido, surgindo, assim, os mares e continentes, sendo
oportuno frisar que esta descrição, muito sucinta, corresponde, na verdade, a
etapas cuja duração – de milhões de anos – a tecnologia moderna permite
determinar com razoável segurança.
Com temperaturas mais amenas, água e atmosfera límpida, achavam-se
estabelecidas as condições para o aparecimento da vida, o que ocorreu,
inicialmente, no seio dos oceanos, de onde ela se encaminhou, mais tarde, para
terra firme, principiando com formas unicelulares, muito simples, e ganhando –
novamente em períodos milenares – organização cada vez mais complexa através de
inumeráveis espécies vegetais e animais dentre as quais muitas deixaram
vestígios chamados fósseis, estudados pela Paleontologia e exibidos em museus
de História Natural. Não deixa de ser curioso que esta sequência
extraordinária, em que se patenteia um progressivo desenvolvimento do ser que
cada vez mais se equipa de habilidade, agilidade e adaptabilidade e, a partir
de certo ponto, também de inteligência, seja atribuída por muitos estudiosos
ao... acaso.
O homem é o estágio final desse processo, recebendo na classificação
científica o título de homo sapiens sapiens, embora em muitas ocasiões aja de
forma francamente irracional, apesar das diretrizes religiosas e dos códigos
legais com que convive há alguns milênios.
Informa a Doutrina Espírita que os fenômenos naturais são dirigidos por
agentes espirituais, sendo que na Terra a responsabilidade final pela condução
dos fatores ambientais, da vida em suas múltiplas expressões inclusive a nossa
consciência, cabe a Jesus, governador espiritual de nosso planeta.
Por outro lado, o conhecimento desse vasto panorama em que se articulam
os sucessivos planos da vida permite que, ao nos referirmos ao Criador,
expressões como Todo-Poderoso ou Todo-Sábio tenham mais significado, sem
esquecermos de que Ele é igualmente a Misericórdia Infinita a envolver em amor
o universo inteiro.
“A Gênese” (capítulo 7).
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Sábado,
20/11/2004 - no 1912
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