ÍNDICE
Mapa Mental
Lei De Liberdade (825 A 872)
Por Exercer Um Alto
Cargo Ou Mesmo Por Ter Nas Maos O Poder Sobre Um País, Esse Homem Tem A
Liberdade Absoluta?
R.: - Ninguém tem a
liberdade absoluta pois nao temos tambem a verdade absoluta. Por nao sabermos
tudo, nao podemos agir de maneira absoluta, pois nao teremos parametros para as
reacoes às nossas ações. Mesmo tendo sob sua tutela o governo de um país ou
mesmo de uma simples vila, o ser humano nao pode fazer tudo o que quer, sua
liberdade é relativa.
Por Que Nao Temos Essa
Liberdade Absoluta?
R.: - E nao podemos
ter a liberdade absoluta pois para que possamos sobreviver necessitamos
interagir com outros homens e por conseguinte respeitar os direitos do outro. A
formacao social do ser humano exige que ele viva em sociedade e portanto
respeite para ser respeitado.
Como Podemos Explicar
Em Um Ser Humano A Situação: Opiniões Liberais x Tirania
R.: - Sao pessoas que
ficam somente na teoria. Estudam, conhecem, debatem, mas na hora de colocar em
prática, o orgulho fala mais alto assim como o egoismo e este homem esquece-se
do que leu e deixa-se levar por sentimentos menores muitas vezes causando
sofrimento ao seu próximo.
Como Ficam Em Termos
Espirituais As Pessoas Que Nao Agem Com
Coerencia, Falando Uma Coisa E Agindo De Outra Forma?
R.: - Nossa própria
consciencia irá nos mostrar um dia que estavamos errados e entao teremos nocao
do quanto ficamos estagnados em nossa caminhada evolutiva. É necessario que
melhores nosso intelecto, mas precisamos tambem melhorar nosso mora e
espiritual se quisermos continuar evoluindo. Ao chegarmos ao plano espiritual
teremos uma melhor visao a respeito do que foi nossa encarnacao e veremos que
ser sinceros nos levará mais no caminho de Deus eo que fingir ser aquilo que
nao somos.
825
Em
qualquer posição no mundo, não existe liberdade absoluta. Todos precisam uns
dos outros. (825)
0825/Le - Liberdade
Natural
Liberdade é um ponto de
difícil entendimento, na interpretação das leis naturais. O homem não pode ser
livre, do modo que pensa ser; toda liberdade é relativa aos Espíritos, de
conformidade com a sua evolução espiritual.
Ninguém pode
glorificar-se ante os seus irmãos de ter plena liberdade, porque ninguém pode
viver só; uns precisam dos outros e todos de Deus. Como, desse modo poder
ufanar-se de que se é livre, de que não se precisa dos irmãos, quando se vive
em conjunto?
Todos temos uma
liberdade natural, entretanto, juntamente com ela deve haver o respeito às
criaturas, nossas irmãs, e os nossos deveres para com elas. Ultrapassar os
limites até onde podemos ir, é violência aos que nos cercam e que nos ajudam a
viver. Como podem os grandes viverem sem os pequenos e os pequenos sem os
grandes, se todos fazem parte de um todo? Além disso, somos eternos dependentes
de Deus, pela aliança em Cristo.
Somos muito crianças
para entendermos verdadeiramente todas as leis criadas por Deus e que nos
dirigem a todos, e existem muitas que ainda não nos foram reveladas, por não
suportarmos sua ação em nossos destinos. Convém estudarmos o que suportamos
agora e confiar em Jesus, que ele, pelo Seu amor ao rebanho, faz descer a
revelação quando estivermos preparados para tais eventos de luz.
Gabar-nos de que fazemos
o que queremos, pela posição que ocupamos quando no mundo, é ignorância, pois
somente Deus tem essa liberdade. Todos nós, sem exceção, somos guiados por Deus
em todas as nossas andanças e atitudes. Mesmo no mal, se o podemos chamar de
mal, o Senhor está consciente de tudo, deixando-o acontecer para nos
disciplinar e orientar para o bem que nunca morre.
Aos homens que já
compreendem as leis de Deus, mas não se conformam de todo com os
acontecimentos, alguém do mundo espiritual inspira para sentirem e dizerem
conforme encontramos em Atos dos Apóstolos, no capítulo vinte e um, versículo
quatorze:
Como, porém, não o
persuadimos, conformados dissemos:
Faça-se a vontade do
Senhor.
Devemos saber que Deus
nada faz errado, mas sempre em favor da educação dos Seus filhos, despertando
os valores que todos carregamos no coração. Sempre queremos demais, almejamos o
que não merecemos e quase sempre nos envaidecemos com aquilo que não nos
pertence. Somente chegando à maturidade espiritual é que entregamos ao Senhor
todos os nossos sentimentos e pensamos com Jesus, pedindo a Ele que faça em nós
a Sua vontade e não os nossos desejos.
Não há ninguém no mundo
que pode jactar-se de que goza da liberdade absoluta. Liberdade absoluta,
somente Deus, o Criador de todas as coisas, tem. Nós podemos, sim, com o tempo
e a purificação dos sentimentos e o despertar dos dons de vida, gozar da
tranqüilidade de consciência e viver em pleno céu, descobrindo esse paraíso
dentro de nós mesmos.
A liberdade natural não
é liberdade total; a primeira é bênção de Deus para a alegria e a esperança dos
Seus filhos, de maneira que todos nós possamos sentir que estamos seguros
n'Aquele que é o princípio e a vida de todas as criaturas.
Que Jesus nos abençoe
para entendermos melhor as leis que podemos assimilar.
826
Desde
que dois homens estejam juntos não mais existe liberdade total, há entre eles
direitos recíprocos a respeitar.(826)
0826/LE - LIBERDADE
ABSOLUTA
Liberdade absoluta só
existe para Deus, criador de todas as coisas. A Criatura já é dependente
do Criador. Deus pode fazer o que bem entender dentro da criação, mas somente
Ele. No que tange aos homens, se todos têm os mesmos direitos, deixa de existir
tal liberdade, pela barreira do respeito de uns para com os outros.
É necessário saber que
todos nós, para vivermos bem, nos submetemos à obediência das leis naturais
criadas. Somos escravos da lei, e é o Evangelho que nos ensina como escolher os
melhores caminhos da felicidade. A felicidade não nasce, nos seus princípios,
da nossa vontade; pelo contrário, somente nasce da vontade de Deus, que sempre
nos fala dela pelas leis estabelecidas.
É necessário que se
procure entender bem "O Livro dos Espíritos", que nele estão
estabelecidas todas as leis universais em expansão acompanhando, pois, a
evolução das criaturas. Não sejamos tolos na arte de escolher sem compreender,
para que não soframos o rigor das provas.
A liberdade absoluta
para os homens seria uma catástrofe para todos, por não terem eles condições de
saber o que realmente precisam na condição de homens encarnados, ainda cegos e
surdos no que se refere à vida espiritual. Compete a cada um ir até o ponto que
suporta; aí, sim, está a sua paz. Viver o futuro querendo esquecer o presente é
um mal, bem como querer voltar ao passado, que teve sua época.
Peçamos aos Espíritos
que nos revelem também a verdade, como Lucas assinala no capítulo dois,
versículo vinte e seis, desta forma:
Revelara-lhe o Espírito
Santo que ele não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor.
Pedimos a Deus que
desperte o Cristo em nós, antes de passarmos pela morte do corpo, porque é na
Terra que a porta do céu começa a se abrir pela força das transformações morais
que o amor nos sugere entender e praticar, de acordo com os preceitos do
Evangelho do Mestre.
Esqueçamos da liberdade
absoluta, como a queremos compreender, firmando-nos, assim, na obediência,
porque somos filhos que devemos, para o nosso bem, ouvir o Pai. A nossa
liberdade é vigiada, filtrada e, por vezes, interrompida. Quanto mais
crescermos, mais obedecemos às leis de Deus, porque é nessa obediência que
encontramos a paz de consciência e o próprio ritmo da vida.
Pedimos a Jesus que nos
abençoe nas nossas pretensões, acertando nossos passos e direcionando nossa
vida para a paz em Deus.
827
A
obrigação de respeitar os direitos alheios não tira ao homem o direito de
pertencer-se a si mesmo. (827)
0827/LE - OBRIGAÇÃO DE
RESPEITAR
Se o homem não respeitar
seu companheiro em caminho, como poderá exigir que seja respeitado? E como
ficaria o mundo se não houvesse esse respeito mútuo? Se retornarmos à Idade
Média poderemos imaginar como ficaria...
Temos obrigação
espiritual de observar o direito dos outros porque se não agirmos assim,
estaremos desrespeitando o próprio Deus que criou todos iguais.
Disse Jesus, analisando
os dez mandamentos dados a Moisés:
Amai a Deus sobre todas
as coisas e ao próximo como a vós mesmos.
E acrescenta o Mestre:
- Aí estão todas as leis
e os profetas.
Nossos direitos são
limitados pelos do nosso próximo. Os limites são traçados por Deus, para a paz
de todas as criaturas. Criaram-se leis, por causa da ignorância dos direitos
alheios. Quando toda a humanidade compreender o amor e amar no sentido
universal, certamente que não será mais necessário recorrer às leis.
Um cientista ou um
mestre não encontra mais sentido nos primeiros anos de estudo em uma escola
básica. Se quer aprender mais, avança mais além. Os primeiros anos de escola
são para as crianças. Assim é na vida; as primeiras leis de disciplina são para
os indisciplinados.
Jesus já dizia: -
"Não façais aos outros, o que não quereis para vós." Podemos
perguntar a nós mesmos em monólogo: queremos ser desrespeitados? Certamente que
não; então, respeitemos os outros, que a justiça nos devolverá segundo
fizermos.
O respeito aos outros
nunca tira o direito de pertencer a si mesmo, porque cada criatura é um mundo
onde vibram todas as leis universais, que comandam o Espírito imortal para a
paz de todo o complexo físico, que se interliga no mundo espiritual, pois tudo
saiu da mesma fonte divina. Os dois mundos se entrelaçam, em junção harmoniosa,
porque sem um o outro não pode viver.
As necessidades humanas
recorrem sempre aos valores do Espírito. Vejamos o que aconteceu com Paulo,
citado em Atos dos Apóstolos, no capítulo dezenove, versículo seis:
E impondo-lhes Paulo as
mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas, como
profetizavam.
Como não respeitar os
outros, se precisamos deles? Foi preciso o Espírito intervir pelos canais
mediúnicos de Paulo, para ajudar, curando e instruindo aos que precisavam das
bênçãos de Deus. Se queremos paz, façamos boas obras onde estivermos, que essa
paz se transforma, por justiça, no que possa nos fazer bem. Somos o que fazemos
pelos outros. Não é preciso que os olhos humanos nos acompanhem os passos; a
nossa própria consciência guarda o que pensamos e fazemos. Ainda mais, emitimos
imagens do que pensamos, empregando o fluido cósmico como livro da natureza,
onde nós mesmos escrevemos nossa condenação ou absolvição.
As leis de Deus não
erram em seus julgamentos e entregam a cada um o que se fez para merecer nos
campos da vida. Cada existência que tivermos é, pois, uma página que
escrevemos. Nós mesmos iremos lê-las depois, e o tribunal da consciência
decidirá o que receberemos pelo que fizemos. Essa é a lei.
A consciência é Deus
dentro de nós, como centelha abençoada, que tudo grava sem precisar de acusar
nem perseguir aos que erram. O próprio Espírito se condena, pelo que sobe da
profundidade do ser para a mente, que é parte da consciência profunda. Se
amarmos como o amor se expressa na vida, estaremos amando a Deus e ao próximo,
e somente o amor nos salvará da opressão da consciência.
A nossa liberdade
natural cresce com o crescimento da fraternidade universal exercida em nossos
caminhos.
828
Certos
homens de opiniões liberais costumam ser despóticos no lar, têm a compreensão
da lei, mas orgulho e egoísmo a anulam. (828)
0828/LE - LIBERALIDADE
A palavra é força
poderosa em todas as suas ressonâncias, no entanto, nem sempre o que se fala
corresponde à vivência. É muito comum a criatura anunciar certas verdades,
porém, se encontrar longe delas. Grandes homens comumente são liberais com os
estranhos e carrascos com a própria família. Esforçam-se e, por vezes, sofrem
para parecerem o que não são para os outros, por simples necessidade de manter
a posição, mas os pensamentos que partem da sua realidade interna agitam em
direção àqueles que vivem com eles, desfazendo dos esforços alheios que os
ajudam no dia-a-dia. Esta é a verdade, entretanto, a vida não os despreza,
procurando daqui e dali meios de os educar, pois este é o destino de todas as
almas criadas por Deus.
A teoria quase sempre
vem primeiro para os estudiosos da verdade, e os teóricos sabem das leis, mas
não as vivem. É dessa falta que eles sofrem as conseqüências, que a mesma lei
os castiga sem remissão. Os agentes de Deus têm tolerância para com essa faixa
de almas, que representa quase toda a população da Terra, por saberem que não
irão viver nessa postura eternamente. Algum dia, usarão as suas próprias forças
para se corrigirem. As almas iluminadas, voltando ao passado, observamos que
elas também passaram pelos mesmos processos de reajustamento espiritual. O
"não julgueis para não serdes julgados" é ponto divino sobre como
amar, ainda mais aos que não despertaram para o amor.
O Mestre dos mestres,
que poderemos considerar como o canal da misericórdia para a humanidade,
aliviava as faltas dos homens e, por vezes, lhes perdoava os pecados, não no
sentido exato da palavra, porque misericórdia é alívio. Ele dizia quase sempre
quando curava um enfermo: "Vai, e não tornes a pecar". E Lucas anotou
no capítulo cinco, versículo vinte e três:
Qual é mais fácil,
dizer:
Estão perdoados os teus
pecados, ou levanta-te e anda?
Jesus aplicava todos os
meios possíveis para aliviar e mesmo curar os enfermos dos seus males. Ò Senhor
era liberal com todas as criaturas, por saber que todos são iguais, na
igualdade com que Deus os criou. Os mais adiantados nos caminhos da
espiritualidade são aqueles que usam teoria, sem esquecerem o esforço de viver
o que falam e pregam aos outros. Podemos observar nesse tipo de Espírito a
maturidade à vista.
Aquele que pretende
parecer desperto em seus valores e não o é, engana-se a si mesmo, mas, como
todo engano é breve, ele mesmo desconfia do seu comportamento, e a dor, os
infortúnios e todos os tipos de problemas, fazem com que ele modifique o modo
pelo qual vive, ganhando condições no trabalho de libertação, para se libertar
definitivamente.
Deus sabe, e todos os benfeitores
espirituais reconhecem, que não existe outra marcha em se estudando a ascensão
dos Espíritos. Os recursos que têm para educar os homens, visam mostrar que
devem se esforçar para melhorar, porém, sabemos que isso se processa passo a
passo, na esteira do tempo.
Convém notar que todos
passam por esses processos, e quem mais sabe disto é o Criador. Em todos os
lances de Jesus, quando esteve na Terra junto aos homens, sentimos a irradiação
da sua tolerância para com aqueles que descuidam da vivência das leis naturais,
e isso ocorreu com os próprios discípulos do seu coração.
A liberalidade e a
fraternidade devem ser exercitadas em todas as direções do viver, para que a
vida se torne o verdadeiro amor.
828a
Quanto
mais inteligência tem o homem para compreender um princípio, menos desculpável
é de o não aplicar a si mesmo. (828a)
Em Sua Vida, O Homem
PossuiAlguma Coisa Pela Qual Ele Goze Com Liberdade Absoluta?
R.: - Sim, o homem tem
liberdade absoluta de pensamento.
O Homem Pode Deter Seu
Pensamento? Como?
R.: - Pode detê-lo,
porém não aniquilá-lo. "Escolhendo" os pensamentos, procurando pensar
coisas positivas, etc.
O Homem Tem
Responsabilidade Sob Seu Pensamento?
R.: - Tem
responsabilidade, porque goza de livre arbítrio.
Deus Conhece Nossos
Pensamentos? E Os Espíritos, Também Conhecem?
R.: - Deus conhece
nossos pensamentos e nossa essência. Os Espíritos conhecem nossos pensamentos,
de acordo com sua superioridade e obtendo permissão para isso.
833
No
homem só há uma situação na qual ele goza de absoluta liberdade... No ato de
pensar. (833)
0833/LE - LIBERDADE DE
PENSAR
O que nos parece,
examinando a questão, é que o homem tem plena liberdade de pensar e de sentir,
no entanto, mesmo que nada possa aniquilar tal valor espiritual dado por Deus,
Ele tem meios diversos de tolher essa liberdade, para o bem do próprio
Espírito. É o caso de certas provas pelas quais o Espírito deve passar na
carne, como a idiotia congênita, em que a alma não encontra no aparelho de carne
o instrumento necessário para expressar suas idéias. Ele sofre, com isso, no
silêncio dos dias, por vezes de anos e séculos, dado que pode levar para o
outro lado da vida o reflexo desses mesmos impedimentos, não tendo liberdade de
pensar. Esse entrave é provação pelo mau uso que fez do seu instrumental da
razão, praticando a arbitrariedade com seus irmãos menores. Ninguém consegue
burlar a lei de justiça.
Em muitos casos, existem
os que pensam, e muitos, no entanto, o fazem em circuito fechado, somente para
eles, de modo a se cansarem de pensar e de ouvirem na acústica da própria alma,
não conseguindo fazer chegar suas idéias aos ouvidos alheios, por terem
desencaminhado muitos em outras épocas. A Doutrina Espírita, sob a influência
do Cristo, vem nos ensinar a usar o verbo qual o fez Jesus, ensinar a usar o
dom de escrever para confortar os sofredores e usar a vida para ajudar os que
sofrem. Desta forma, seremos bem-aventurados, despertando em nós a luz divina
para a nossa felicidade, tornando felizes os outros.
Entretanto, nada pode
"botar peias" à mente do Espírito, fazendo desaparecer para sempre a
força da alma no sentido de pensar, porque Deus é perfeição e não iria fazer
algo de divino que não se mostrasse com a mesma expressão da Sua luz. Temos liberdade
de pensar, mas responderemos pelos pensamentos nascidos na nossa engrenagem
mental. Somos muito mais responsáveis, porque a matéria que usamos para pensar,
vem ungida pelo beijo de Deus, pelos canais da natureza e sob a
responsabilidade, podemos dar aos pensamentos a direção que entendermos. Eis aí
a nossa liberdade, porém, devemos conhecer a lei. Os pensamentos são sementes
que saímos a semear. Eles são filhos de quem pensa e sempre voltam à casa
paterna.
Nós, quando usamos mal
os pensamentos, estamos negando a Deus e a Jesus, e se negamos, recebemos
negação onde quer que estejamos. Observemos a anotação de Lucas, no capítulo
doze, versículo nove: Mas o que me negar diante dos homens será negado diante
dos Anjos de Deus.
Na posição em que os
homens se encontram, não podemos lhes pedir o que eles não podem dar, no
entanto, a boa vontade de melhorar, nós devemos incentivar todos os dias, para
que se acostumem a ser mais justos e bem melhores que antes. Se nos esforçarmos
para aperfeiçoar nossas qualidades, encontraremos sempre em nossos caminhos,
motivos para melhorar, da parte dos Anjos do Senhor.
No pensamento, goza o
homem de muita liberdade; essa liberdade somente não avança nos segredos que
não podem suportar ou que ainda desconhecem. Mas, já é uma faculdade grandiosa,
a de pensar e de recordar. Tanto o pobre como o rico podem pensar o que
desejarem, mas fiquem sabendo que a mente em atividade já coloca o que se
deseja em caminho.
834
O
homem é responsável pelo seu pensamento. Somente Deus pode condená-lo ou
absolvê-lo segundo sua justiça. (834)
0834/LE -
RESPONSABILIDADE
Já falamos alhures que
somos responsáveis pelos nossos pensamentos. Eles são como que sementes, e a
mente alheia é a Terra onde semeamos. Todo semear de idéias tem colheita, e a
lei de justiça nos faz colher o que semeamos.
Certamente que o homem é
responsável pelos seus pensamentos ante a Majestade Divina, no entanto, o
Senhor, quando nos criou, e tendo onisciência, já sabia o uso que iríamos fazer
dos nossos pensamentos e da nossa própria vida. A Inteligência Maior não nos
criou já perfeitos, no que se refere à isenção de erros, por achar melhor que
tivéssemos um pouco de trabalho para despertar os dons que se encontram em
nossa estrutura espiritual, em estado de sono. Na profundidade, somos
perfeitos, por termos sido criados pelo Ser Perfeito. Somente nos resta
despertar essas qualidades já existentes dentro de nós.
Deus nos condena ou
absolve pelo mecanismo das leis que Ele criou, sabendo antes que iríamos errar,
se esse é o termo. Se Ele soubesse que não iríamos cometer faltas, para que
existiriam leis? O Espírito, quando chega à perfeição, tem as leis de Deus
vibrando dentro de si e nada de exterior o pode envolver, nem tão pouco
disciplinar, porque ele é amor.
Vejamos como registrou
Lucas, no capítulo doze, versículo cinqüenta e um, as palavras do Mestre Jesus:
Supondes que vim para dar paz à Terra?
Não, eu vô-lo afirmo,
antes divisão.
Por que divisão, se o
Mestre é todo amor? A sociedade, com os velhos ensinamentos, não estava
compreendendo o Espírito da letra que vivifica. Trouxe o Mestre novos
conceitos, mais puros, mais visíveis, mas, mesmo assim, os homens iriam
alterá-los por causa da verdade mais acentuada e se dividiram, como se vê pela
quantidade de religiões que se multiplicaram no mundo, alicerçando-se no mesmo
Jesus e no Seu Evangelho. Eis a divisão; são sementes lançadas em várias
searas, com frutos que nos parecem desviados do verdadeiro objetivo da
árvore-mãe, porque os homens não se encontram maduros, na maturação que
corresponde ao amor mais puro.
A seara do Senhor é
grande, e faltam nela ainda os bons servidores. Os países lutam entre si,
gastando quantias astronômicas e matando uns aos outros por causa do orgulho e
egoísmo, por um pedacinho de Terra a menos ou a mais, por palavras que
desconsertam o adversário. Mas, no fundo, é o poder e o ouro influenciando e
dando margem à discussão. Não se segue Cristo, porque Ele não tinha uma pedra
onde reclinar a cabeça. A usura é um monstro que devora os ideais enobrecidos
dos homens. Eles vendem e compram tudo, colocando o ouro como o seu deus,
aquele que atende suas "necessidades". Que fazer agora nessa corrida
do ouro? As sementes irão lhes trazer frutos com o mesmo teor da sua semeadura.
Ninguém pode reclamar do
gosto amargo e das torturas advindas dos desvios das bênçãos que o Senhor lhe
deu, como o poder de pensar. A justiça se faz segundo as idéias de Deus,
impressas na lei de amor.
Que Elo Podemos
Estabelecer Entre A Liberdade De Pensar E A De Consciência?
R.: - A liberdade de
consciência é conseqüência da liberdade que o homem tem de pensar. Estão íntima
e indissoluvelmente ligadas e fazem parte dos direitos naturais do homem. Sem a
liberdade de pensar o homem não teria liberdade
de consciência.
Pode-Se Violentar A
Liberdade De Consciência?
R.: - A liberdade de
consciência, como se disse, é um
direito natural do homem,
inviolável. Pode-se violentar a
sua manifestação, opondo-se obstáculos à liberdade de expressão, como se tem
visto no curso da história, por parte de determinadas religiões ou de certos
regimes políticos. Porém, a liberdade
de consciência jamais é atingida, pois é íntima do homem. É um atributo
do espírito. Somente Deus
podepenetrá-la e conhecê-la.
Devemos Aceitar Toda E
Qualquer Crença, Em Nome Da Liberdade De Consciência?
R.: - Quando sincera e
conducente à prática do bem, sim. Toda crença religiosa, filosófica ou política
deve ser respeitada, posto que fruto da liberdade de consciência, lei natural
outorgada por Deus. Podemos não aceitá-la em seus fundamentos, mas devemos
aceitá-la como um direito natural do homem. Do contrário, seria atentar contra
a liberdade de pensar e de consciência e constituiria falta de caridade.
É Condenável O Convencimento
De Outrem A Cerca De Uma Determinada Crença, Quer Filosófica, Política Ou
Religiosa?
R.: - Não só é um
direito como também um dever do homem tentar corrigir o outro que propague uma
crença nociva à coletividade. Porém, isso deve ser feito com brandura e
utilizando-se de persuasão e não da força,como fez Jesus em sua passagem pelo
mundo da carne.
Como Saber Se Uma
Crença Determinada Está Em Conformidade Com As Leis De Deus?
Uma crença está
conforme as leis de Deus quando propague e pratique a lei de Amor que o Cristo
veio nos ensinar e quando faz mais homens de bem e menos hipócritas. Toda
crença que abrace uma doutrina que semeie desunião e separação entre as
criaturas deve ser considerada falsa e perniciosa para a civilização e o
progresso da humanidade.
835
A
consciência é um pensamento íntimo que pertence ao homem, como todos os outros
pensamentos. (835)
0835/LE - LIBERDADE DE
CONSCIÊNCIA
A vida do Espírito e
também dos corpos que o servem, ainda tem muito mistério que vamos desvendando
passo a passo. Na verdade, a Doutrina Espírita recebeu essa incumbência de
passar a revelar para os homens, na gradatividade suportável, muitas verdades
que estavam encobertas. Os estudiosos do Espiritismo devem prestar atenção nas
mensagens mediúnicas, que encontrarão alguns fios do entendimento a levá-los a
grandes descobertas.
Deus, por meios ainda
vedados aos homens, escreveu nas suas consciências todas as leis naturais,
capazes de direcionar as criaturas para uma vida pura. Se a nossa mente gera
pensamentos, sentindo o pensamento universal, a consciência tem esse poder,
indo ao encontro dos feitos dos homens, aceitando ou recusando aquilo que se
faz.
A consciência é um
tribunal interno, instalado por Deus no centro da vida, que sabe escolher o
melhor dentro das leis naturais. Tudo o que pensamos passa pela consciência e
ela grava por processos sensíveis, que escapam ao entendimento humano. Na
pessoa mais evoluída, ela dá o seu parecer imediatamente, desde que essa pessoa
possa suportar.
Quem já conseguiu a
felicidade de aprimorar seus próprios pensamentos, pode-se dizer que encontrou
a porta pela qual se passa, indo encontrar os princípios da felicidade. De
certo modo, tanto o bem quanto o mal se gravam em nós pelo sistema de
condicionamento. Ao falarmos muito em um assunto, ele passa a viver em nós e se
o esquecermos, ele vai sendo limpo da consciência.
Jesus trouxe para a
humanidade o Evangelho, constituindo preceitos elevados, de modo a limpar das
nossas consciências o mal, fixando nelas o bem, criando, assim, a harmonia em
todos os departamentos da nossa vida. Em Lucas, vamos entender, no capítulo
quatro, versículo quarenta e três, o seguinte:
Ele, porém, lhes disse:
É necessário que eu
anuncie o Evangelho do reino de Deus também às outras nações, pois para isso é
que fui enviado.
O Mestre dos mestres foi
enviado por Deus para anunciar o Evangelho reformador em toda a Terra,
modificando, por meio da verdade, o modo de pensar das criaturas, para que elas
sintam a vida em outra dimensão, compreendendo para onde vão e de onde vieram.
A engrenagem da consciência é diferente da do pensamento, e em várias mensagens
vamos pingando, aqui e ali, algo dessa verdade.
A consciência é uma
forma de pensamento secreto, cuja voz somente Aquele que o gerou pode perceber.
A sua voz não deixa de ser a voz de Deus. Procuremos nos familiarizar com a
nossa consciência, que ela nos levará aos preceitos mais iluminados que
possamos suportar, garantindo a estabilidade do nosso mundo interno.
Mudando-se por dentro,
muda-se automaticamente por fora. Temos liberdade de pensar, que se processa
como semeadura. Só não temos liberdade de colher o que quisermos; a colheita do
que
semeamos é obrigatória.
semeamos é obrigatória.
836
O
homem não tem o direito de se opor à liberdade de consciência assim como à
liberdade de pensar. (836)
0836/LE - DIREITO DO
HOMEM
O maior direito do homem
é a obediência às leis de Deus. Quando se foge a isso, responde-se pelos
desvios da harmonia divina e as conseqüências produzem lições inesquecíveis. É
para tanto que o Senhor deixa acontecer, no sentido de disciplinar, instruindo
cada criatura naquilo que ela tem o direito de aprender.
O homem, e mesmo o
Espírito fora da carne, não é dono dos seus próprios pensamentos, por não os
governar do modo que deseja. Qual a alma que pode suspender seus próprios
pensamentos, deixando de pensar? Quem pode intervir na consciência de modo que
ela deixe de emitir seus pareceres a respeito do que faz?
O pensamento vem de
Deus, vibrando na sua pureza original, e ao nos ser legado, compete-nos
inocular nele os nossos sentimentos, as nossas vibrações pessoais,
transformando-os em idéias e essas, em fala, como sementes que passamos a
semear. Tudo pertence a Deus, e somente Ele pode fazer o que deseja que seja
feito. Meditemos em Paulo, quando escreveu aos Romanos, no capítulo treze,
versículo três: Porque os magistrados não são para temor quando se faz o bem e,
sim, quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terá
louvor dela.
No caso em referência, a
autoridade maior para nós é a consciência; se não queremos temê-la,
respeitemo-la, somente fazendo o bem, porque ela é agente de Deus dentro de
nós, como um tribunal interno, nos ajudando na iluminação. Aquele que não teme
a si mesmo, o que mais pode temer? Quem se encontra em paz consigo mesmo, fica
em paz com Deus e com tudo o que o rodeia.
O direito do homem é
cumprir seus deveres ante a paternidade universal. O compromisso que assumimos
com a própria consciência é amar ao Senhor em todas as coisas, porque somente o
amor salva e dá direito ao homem de ser luz onde quer que seja. Não podemos
interferir nos nossos pensamentos no que toca à suspensão dos mesmos. A nossa
parte é, pois, plasmar neles o que pretendemos como sementes, de luz ou de
trevas. Porém, colhemos o que semeamos.
A consciência tem sua
plena liberdade, liberdade essa que vem de Deus, tendo Ele a nos olhar por esse
canal honesto que nunca erra. Querer negar essa liberdade é o mesmo que
intentar apagar o sol com os dois dedos, como se usava para apagar o pavio de
um candeeiro. Jesus já nos ensinou como viver bem com a consciência, que é amar
a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Eis aí toda a lei
e os profetas, e tudo que se possa pensar e sentir da vida.
Se quisermos viver bem,
façamo-lo onde estivermos; se pretendemos receber amor, amemos. O que desejamos
para os outros é o de que precisamos para nós.
837
O
resultado da oposição à liberdade de consciência faz os homens hipócritas.(837)
0837/LE - CONSTRANGIMENTO
A liberdade de
consciência é força do progresso espiritual de todas as criaturas, não
obstante, há países, por contradição materialistas, que desejam opor-se a esta
liberdade. Nenhum regime político consegue se manter quando não entende as leis
naturais, ou tenta impedir a sua ação. Infelizes dos homens que tentam
constranger a liberdade de consciência, região divina no homem, para ouvir o
que os Céus desejam falar.
Os maus acontecimentos
que surgiram em todos os tempos, e que estão se processando, fazendo as
criaturas sofrerem, e os que vêm por aí, no que se chama "os fins dos
tempos", são produto do constrangimento que se quer fazer contra a
consciência, onde estão escritas todas as leis universais para a educação e
entendimento das criaturas.
A consciência nos
inspira para amar; a alma que desconhece essa fonte, odeia.
A consciência nos
inspira para a paz; a alma ignorante procura a guerra.
A consciência nos fala
para perdoar;
A alma esquece a
advertência e revida todas as ofensas.
E nesta ação contrária, o
Espírito vai criando o seu próprio inferno e passa a sofrer dentro dele, até
surgir a maturidade, conscientizando-o de que deve reparar o mal que fez,
recolhendo muitas experiências e fazendo acender a luz no coração.
Convém analisar as vidas
que nos cercam, que vibram em todas as dimensões, pois desse modo poderemos
compreender as leis de Deus com mais facilidade. Depois que o Espírito desperta
para a verdade, ele faz o que o Mestre fez, como Lucas anotou no capítulo nove,
versículo seis:
Então, saindo, percorriam
todas as aldeias, anunciando o Evangelho e efetuando curas por toda parte.
Somente fluem as bênçãos
de Deus nos corações que O reconhecem e amam, e nesse avanço, passam a recolher
e crescer em todas as virtudes, pois essa é a vontade de Deus que se expressou
pela vida do Cristo.
Os homens que tentam
constranger os homens para viverem contra as leis de Deus que se irradia pela
consciência, buscam lutar contra o Senhor. A razão nos diz que é perda de tempo
e procurar sofrimento, onde os padecimentos são sem medida. E esses
padecimentos sabem educar. A consciência é uma área que deve ser livre por
pertencer principalmente a Deus, depois, ser ouvida pela mente e obedecida.
A humanidade passa por
uma fase de convocação para a limpeza do mal que foi posto no coração. Chegou o
momento das transformações internas e essas mudanças devem ser feitas logo,
para que se possa herdar a Terra. Com a mudança íntima dos seus habitantes,
este mundo se transformará no paraíso almejado por todos, onde o amor será o alimento
da vida. No lugar do erro, se estabelecerá a esperança, sendo que o
arrependimento será nota de reconhecimento de que a alma se encontra
transformando para o amor, a fim de que a fraternidade seja o caminho para o
encontro com o Cristo.
Podemos afirmar que os
materialistas não o são tanto quanto parece e afirmam. Eles pressentem, na
intimidade da vida, a existência de Deus; no entanto, desejam negá-Lo por
conveniência e para não escutarem as ordens da Suprema Majestade do Universo.
Como se enganam! Somente podemos viver dentro d'Ele e Ele dentro de nós, nos
comandando a todos.
Quando uma nação se
esforça para estabilizar a liberdade de consciência em seus filhos, ela acende
a luz no seio do seu povo, reconhecendo quem os criou. Mesmo na inconsciência de
certas leis, ela pede as bênçãos de maior entendimento da vida, passando a
obedecer às leis que reconhece serem de Deus.
838
Toda
a crença é respeitável, quando sincera e conduz à prática do bem. São
condenáveis às que conduzam ao mal.(838)
0838/LE - RESPEITO ÀS
CRENÇAS
Toda religião carece do
nosso respeito, desde quando ela inspire seus profitentes ao bem e ao amor. É
preciso que se saiba que o sistema religioso é um celeiro, onde seus crentes
recolhem e passam a semear, no entanto, é preciso notar que a colheita é viva e
pertence ao semeador.
Existem, bem o sabemos,
aquelas crenças que, melhor que as outras, ensinam mais a amar aos semelhantes.
Quem mais obedecer às leis naturais, mais colherá frutos dignificantes. Quando
uma religião ou filosofia tem por norma combater a outra, cujos ensinamentos
não lhe soam bem, é falta de respeito aos pensamentos alheios, por querer
oprimir a consciência daqueles que não pensam igual a eles. Isto é querer
violentar o modo de pensar dos irmãos em caminho. Na verdade, eles têm Jesus
como guia, mas esquecem Seus preceitos de não desejar aos outros o que não
querem para si mesmos.
O nosso maior desejo
deve ser cuidar de nós mesmos. Se cada criatura se interessar pelo seu próprio
aperfeiçoamento, tudo se regulará na harmonia divina. Enquanto o homem atender
à inferioridade de oprimir seu irmão com o seu modo de pensar e sentir a vida,
ele ainda dorme pelo magnetismo da ignorância.
Vamos reproduzir aqui o
que o Espírito de Verdade respondeu ao querido codificador do Espiritismo, na
pergunta em estudo:
"Toda crença é
respeitável, quando sincera e conducente à prática do bem. Condenáveis são as
crenças que conduzem ao mal."
Quando os discípulos de
Jesus condenaram alguém que curava em nome d'Ele e expulsava demônios também em
Seu nome, foram falar com o Mestre. Ele não aceitou a condenação, porque aquele
estava fazendo o bem aos que sofriam. Por que condenar outros sistemas
religiosos, se estão buscando a paz das criaturas e as inspirando para o amor?
Inspirado pelo Mestre,
Paulo escreveu em sua carta aos Romanos, no capítulo treze, versículo sete:
Pagai a todos o que lhes
é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito,
respeito; a quem honra, honra.
Tanto o senhor Jesus
falava aos Seus discípulos no respeito às crenças, como igualmente orientava
quanto às organizações da Terra, mostrando que o sistema político tem seus
objetivos que, com o tempo, vai se aprimorando até chegar aos Seus preceitos,
de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Fugir das leis de Deus
estabelecidas no universo e plasmadas em todas as consciências, é afastar-se da
própria felicidade. A Doutrina dos Espíritos tem a missão de levar a humanidade
para o conhecimento de Deus em tudo, mostrando por experiências que ninguém
morre. A vida continua depois do túmulo e no mundo espiritual se encontra a
verdadeira vida do Espírito e a liberdade de consciência em Deus.
O Mestre dos mestres
disse que voltaria no terceiro dia, e voltou, provando assim para a humanidade
que a vida atravessa o túmulo. Os sensitivos são, muitas vezes, pessoas
iletradas e escrevem o que os doutos não escreveriam na sua postura de mestres.
A razão falará mais alto àqueles que pesquisam a verdade. Aos que não se
interessam por essa verdade, Jesus já respondeu, dizendo que têm olhos e não
vêem; têm ouvidos e não ouvem.
839
Escandalizar
com a crença de outrem é falta de caridade e um atentado contra a liberdade de
consciência. (839)
0839/LE - FALTA DE
CARIDADE
Surgem de novo o orgulho
e o egoísmo, monstros da discórdia e da prepotência. Todo aquele que menospreza
as opiniões alheias, por não compatibilizarem com as suas, está cheio de
vaidade e desconhece os direitos alheios. Isso é falta de caridade e atenta
contra a liberdade de pensamento. Vemos nos fatos que ocorrem em todo o mundo,
Deus deixando que o homem aplique seus pensamentos, mesmo que depois sofra as
conseqüências dos seus atos errôneos, para mostrar-lhe que pode ter liberdade e
reconhecer no Senhor um Pai de Amor e de Bondade.
Quando notamos
companheiros que somente acreditam no seu modo de pensar e sentir, estampam em
seu ser plena ignorância sobre a vida. É preciso que reconheçamos que fazemos
parte de um todo, e que cada alma tem uma tarefa diferente da outra. Os dons
dados por Deus para o Espírito são diversos, mas ainda carecem de ser
despertados e esse despertamento é gradativo, mas em alternância que não para.
Certos dons estão em
atividades em uns, enquanto em outros dormem. É nesse sentido que não podemos
viver sozinhos, pois ternos necessidade uns dos outros para a paz de todos.
Nunca podemos julgar a ninguém porque tivemos e ainda vamos ter muitas vidas na
Terra, para o despertamento completo dos nossos valores. é falta de caridade,
de amor, condenar alguém porque esse alguém não aceita os nossos pensamentos.
Onde está a liberdade de pensar e sentir que a vida nos deu?
Todos buscamos a
liberdade, no entanto, não podemos ser livres de Deus, porque sem Ele não
podemos viver. Em Paulo, quando falava aos Coríntios, por sua primeira
epístola, notamos a diversidade entre as raças. Vejamos o capítulo um,
versículo vinte e dois, que assim diz:
Porque tanto os Judeus
pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria.
E podemos acrescentar:
uns buscam o direito, outros o amor, alguns a caridade, outros a paciência, e
ainda outros lutam para conquistar a santidade. E é nessa corrida que buscamos
e encontramos a perfeição no passar dos evos, porque a vida nos entregará a
felicidade somente nos caminhos da perfeição espiritual.
No "Evangelho
Segundo o Espiritismo" encontramos essa frase luminar:
"Fora da caridade
não há salvação."
Quem falta com ela, como
pode se libertar dos entulhos que lhe pesam na consciência? Somente ficamos
livres dos fardos pesados e do jugo que nos incomoda obedecendo às leis de
Deus, andando dentro delas. Aí é que a paz nasce em nós e por nós.
Seja quem for,
respeitemos sua liberdade de pensar. Não é com isso que vamos nos esquecer de
dar exemplos dignificantes. O exemplo no bem é a voz de Deus pelos nossos
recursos de amor. Os pensamentos e a própria vida consciencial estão no
silêncio, para serem ouvidos pelo seu portador, e ele mesmo deve tirar as suas
deduções para o que lhe cabe viver.
A Doutrina Espírita não
veio ao mundo revelar todas as leis de Deus, mas dar continuidade à revelação,
que é gradativa, de acordo com o crescimento das criaturas.
840
Podemos
reprimir os atos das crenças capazes de causar perturbação, mas a crença íntima
é inacessível. (840)
0840/LE - REPRIMIR OS
ATOS
É um dever da sociedade
organizada reprimir os atos que a possam perturbar. Existem crenças que
manifestam publicamente conceitos capazes de confundir e desorientar pessoas, e
mesmo estimular certos vícios em alguns dos que lhes seguem as orientações.
É para tanto que a sociedade
tem a força orientada para reprimir qualquer quisto que lhe venha trazer
embaraços e desarmonia; no entanto, a crença íntima que os dirigentes têm, elas
se conservam intactas em amadurecimento, para se transformarem naquilo que seja
a vontade do Criador. Na intimidade da alma, somente Deus pode intervir, usando
a própria alma, objetivando a transformação espiritual.
É com o objetivo de
manter a ordem na ação das criaturas que as nações do mundo mantêm organizações
oficiais. Porém, por dentro, somente o tempo, que não deixa de ser as mãos de
Deus, pode ter acesso na educação dos povos.
O dever do governo
estabelecido é reprimir os atos das crenças que prejudicam a sociedade, porém,
o mundo interno de cada crente é inacessível a qualquer ser, que deseja
investir no seu terreno íntimo; é área reservada a ele e a Deus. É por isso que
não devemos julgar os outros no seu comportamento, fazendo-o somente quando
esse comportamento possa prejudicar os outros. Mesmo assim, existem
departamentos que cuidam dessas modalidades e os podem reprimir, não a
intimidade, mas os atos.
Compreendamos, pois, a
necessidade de tolerância entre os instrutores da humanidade para com os seus
seguidores e os que não aceitam corretivos para o seu aprimoramento espiritual.
Estes, algum dia, aceitarão o Evangelho e passarão a caminhar com o Cristo no
coração e descobrir Deus na consciência. Vamos buscar em Paulo, novamente,
alguns traços de entendimento que possam estabelecer em nós, e para com os
outros, a paz:
Quem come, não despreze
ao que não come; e o que não come, não julgue o que come, porque Deus o
acolheu. (Romanos, 14:15)
Não temos o direito de
impedir os sentimentos de quem quer que seja. A vida do próximo é dele; as suas
contas, ele terá de acertar com Deus e com mais ninguém. Os compromissos
assumidos são de responsabilidade d'Aquele que os fez. Os nossos irmãos têm,
por vezes, compromissos de que já não precisamos mais, assim, não devemos
julgá-los porque são diferentes dos nossos.
Reprimir os atos, quando
estamos sendo instrumento da lei da Terra, sem violentar a intimidade, é certo,
mas nunca passar disso, para que não nos aconteçam coisas piores. A liberdade
de pensar é divina, e nela não devemos nos intrometer. Se queremos ajudar aos
que se encontram na retaguarda, vivamos uma vida de nobreza, acompanhando
Jesus, que essa força do bom exemplo, em silêncio faz muita coisa em favor dos
que precisam de conselhos. Deus inspira a todos a seguirem o caminho que lhes
garante a paz de consciência, porque somente Ele a conhece e sabe ativá-la.
Pedimos a Deus e a Jesus
que nos ajudem a compreender melhor todas as suas leis, principalmente as mais
visíveis para nós.
841
Podemos
tentar, respeitando a liberdade, evitar que doutrinas perniciosas se propaguem,
mas com suavidade e persuasão.(841)
0841/LE - PARA
RESPEITAR
Nunca aconselhamos a
violência, para impedir que se propaguem certas idéias. A brandura é sempre o
melhor caminho. Quando falamos em energia, não queremos dizer que se deve
oprimir pela força, os pensamentos e mesmo fatos que possam contaminar a massa
humana. O homem que ama, a pessoa branda na sua vida, a alma honesta no seu
viver com seriedade, o ser humano que procura sempre a verdade, nunca encontram
dificuldades para ensinar, e quem os ouve acata seus pensamentos educativos.
Podemos respeitar as
criaturas e, no entanto, divergir delas no modo pelo qual pensam e fazem, sem
que a prepotência e o orgulho possam nos afetar. Ninguém é senhor de toda a
verdade. A vida, com todos os ensinamentos de Deus, se divide ao infinito, para
instruir as criaturas. Não fiquemos pensando que somente nós possuímos os
direitos e a verdade do Senhor, por pertencermos a uma religião. Todas as
religiões se modificam com o tempo e a força do progresso, bem assim os livros
em que elas alicerçam seus conceitos. Tudo muda com a força do tempo; somente
Deus e Suas leis são soberanamente eternos e perfeitos. Tudo o mais obedece à
transitoriedade, como se vê em todos os ângulos da criação.
Quando se trata de
liberdade, é certo que não devemos tolher os outros ao propagarem suas crenças,
desde que elas não firam a moral da sociedade. Quando isso acontecer, essa
mesma sociedade tem seus meios de defesa. Uma religião combater a outra é, pois
mostra de que já se encontra fraca e tem medo de desaparecer. Se ela teme, não
está com a verdade, porque a verdade não precisa de defesa dos homens.
Se se trata das coisas
espirituais, como combater com a força, violentando o modo pelo qual os outros
passaram a viver? Se tememos, não confiamos naquele cuja doutrina propagamos.
Se todas as religiões afirmam que Deus é o Supremo Senhor de toda a vida, de
toda a criação, Ele se encontra à frente de todos os acontecimentos. Quando Ele
deixa algo acontecer, por que vamos querer impedir que aconteça? Andemos nas
linhas do amor, que esse amor nos defenderá e fortalecerá no bem onde quer que
seja.
Vejamos o que Paulo
escreveu aos Romanos, no capítulo onze, versículo trinta e seis, de sua carta:
Porque dele e por meio
dele e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente.
Por que nós, minúsculos
seres, queremos ou vamos querer impedir os pensamentos alheios aos nossos?
Interferir nos sentimentos do próximo é área em que não nos é permitido
penetrar. Gostaríamos que outros intervissem nas nossas idéias? Então, não
façamos aos outros o que não desejamos que eles nos façam.
Se somos todos iguais, a
justiça nos policia todos os segundos e registra o que fazemos, para depois
recebermos o mesmo em troca. Nem mesmo o bem e a caridade que o amor puro
impulsiona, devem ser impostos; estas virtudes, por si mesmas crescem, por
serem abençoadas por Deus, quando criou o amor e achou bom que se irradiasse em
toda a Sua criação, dividindo-se em variadas leis que sustentam e garantem a
vida.
842
A
doutrina que mais se aproxima da verdade é a que mais homens de bem e menos
hipócritas fizer. (842)
0842/Le - A Boa E
Verdadeira Doutrina
Para que possamos
reconhecer uma doutrina como boa, basta verificarmos seus preceitos e os seus
componentes. Aquela doutrina, ou mesmo filosofia espiritualista, cujos
profitentes amarem mais, essa doutrina é respeitável e será colocada como fonte
de fraternidade. Os filhos de Deus se unem por sentimentos dotados da verdade e
de paz. Poderemos reconhecer os verdadeiros discípulos de Jesus por muito se
amarem.
A religião, no entanto,
que gasta o seu tempo precioso em combater outras religiões, que persegue e
calunia outras crenças, essa religião é, pelo seu caráter, perniciosa, e se
encontra afastada do Evangelho de Jesus.
Não queremos dizer que a
Religião Espírita é a melhor. Os Espíritos benfeitores da humanidade, quando
escreveram que fora da caridade não há salvação, dão prova de que eles mesmos
não estavam escolhendo religião, mas sinceridade de ação. O que é caridade? É
amor. Portanto, fora dessa virtude não há salvação, porque Deus criou o amor,
para depois criar tudo o que existe e que possamos conceber.
O único sinal pelo qual
podemos reconhecer se uma doutrina é boa e verdadeira, é aquela que ensina a
amar mais, a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Melhor
seria dizer, amar a Deus em todas as coisas, por ser Deus tudo para nós, seres
criados por Ele por amor. E se queremos sentir Deus mais de perto, Paulo nos
ensina, falando aos Romanos, no capítulo treze, versículo treze:
Andemos dignamente como
em pleno dia, não em orgias e bebedeiras, não em impudicícias e dissoluções,
nem em contendas e ciúmes.
É por esses meios que
vamos reconhecendo o verdadeiro crente, aquele que não precisa que se lhe faça
imposição para ter uma vida reta. Ele mesmo descobre o seu caminho, vendo e
sentindo que deve mudar os seus pensamentos para melhor, do modo pelo qual
Jesus nos ensinou. O homem de bem do futuro vai pensar e falar, vai falar e
escrever o que fala, sem nenhuma restrição, por estar integrado na verdade e no
amor.
Toda doutrina que tiver
por efeito semear a desunião, ela não é boa; os Espíritos da discórdia e da má
fé ali estão, inspirando seus dirigentes. Se eles pretendem defender a verdade
da qual se acham dotados, essa verdade é falsa, porque Deus é a verdade e não
precisa de defesa humana. Basta que os que pensam estar com a verdade, vivam-na
em silêncio, que ela se irradia em todas as direções, acendendo luzes e
deixando o amor, em suas múltiplas formas do bem.
As religiões que
desejarem melhorar, devem entender que Deus não é carrasco; Ele espera que
todos compreendam, mudando suas normas de viver. É somente se concentrarem
nestas palavras com interesse:
Deus é amor.
Se Ele é amor, como nos
falou João, o Evangelista, o que devemos fazer? Amar permanentemente em todas
as direções da vida... Todo aquele que queira se levantar contra Deus, já
deixou de viver, porque a vida é Deus.
A Propriedade De Um
Homem Por Outro Homem É Natural?
R.: - Não. Qualquer
forma de escravidão ou de sujeição de um ser humano por outro é contrária à Lei
de Deus.
A Escravidão Como
Costume De Um Povo Torna Seu Uso Menos Repreensível?
R.: - Não há como se
transformar o mal em bem.Aquele que se serve da escravidão é sempre culpável de
uma violação da lei natural. A culpabilidade é relativa ao grau de evolução em
que se encontre o povo, mas atenuado ou não o mal sempre é o mal.
O Tratamento
Humanitário , Mesmo Mantendo-Se O Homem Escravo, Modifica A Situação De Culpa?
R.: - Não são culpados
como aqueles que maltratam; mas não o redime ou exonera de exercitar algo
contrário à Lei de Deus.
Os Espíritos Informam
Que A Escravidão Desaparecerá Com O Progresso, Poderiamos, Então, Dizer Que,
Hoje, Elas Já Não Mais Existem?
R.: - Ainda não
atingimos o progresso a que se referem os Espíritos , pelo qual estaremos
libertos verdadeiramente. Hoje, ainda, existe a escravidão , como a entendemos
de um homem ser dono de outro homem, em uma escala diminuta. Embora tenhamos
ainda outras formas de escravidões as quais estão diluídas, mas nem que por
isso deixam de ser escravidão.
Poderiamos Dizer Que
Hoje A Escravidão Tomou Características Diferentes, Mas Ainda É Existente? De
Que Ou Quais Formas?
R.: - Sim, poderíamos
dizer que a escravidão tomou forma diferente daquela anteriormente existente,
mas ainda continua a existir vestida com outras peças. Por exemplo: trabalho (e
exploração do) infantil, exploração do trabalho alheio , prostituição de
sobrevivência, prostituição infantil, a indução aos vícios, principalmente às
drogas, dentre várias outras formas.
Toda sujeição absoluta de um homem a
outro homem é contrária à lei de Deus. A escravidão é um abuso da força. (829)
0829/LE - ESCRAVIDÃO
Para melhor entendimento
do que se passa com os próprios homens, analisemos a resposta à questão nº 536
de "O Livro dos Espíritos" diz: “Tudo tem uma razão de ser e nada
acontece sem a permissão de Deus".
Deus permite que os
homens escravizem os homens e usa esse meio para educá-los, tanto a um como ao
outro, porque nada se perde, na grande extensão dos meios educativos. Qual de
nós não escravizamos alguém, qual de nós que não fomos escravizados algum dia?
Os negros africanos
foram arrebanhados para diversas nações do mundo como escravos, porque eram
considerados uma raça primitiva, com exceção de alguns poucos que estavam ali
orientando em alguns pontos de princípios educativos.
Não devemos olhar tudo
no mundo como tão somente produto da mente humana e, sim, como sistema de despertamento
das criaturas. O que Deus não quer, não existe, e Ele, sendo onisciente, já
sabia de tudo que iria e vai acontecer no futuro.
Começando pelos reinos
da natureza, o homem já habituou a vender e trocar o que a Deus pertence, até
os animais. Esse comércio se tornou mais acentuado e passaram a vender seus
próprios irmãos, no orgulho irradiante de dominar. Quem no mundo já pôs termo
às guerras fratricidas?
Por que Deus permite
essa matança incontrolável em várias ' nações do mundo? Isso se processa entre
os primitivos e mesmo entre os animais que, por vezes, se alimentam dos
próprios companheiros de selva. Certamente que tudo isso, esses processos
violentos, desaparecerão da face da Terra com a maturidade dos homens, mas
enquanto não chegar a luz ao coração, os homens vão continuar a matar e a
escravizar. O homem assemelha-se ao animal e é classificado como tal na própria
ciência. É por isso que vive, em parte, vida animal.
Matar e escravizar são
fatos que acontecem em mundos de provações e expiações. Quem pode mudar esses
acontecimentos? Somente o tempo. As almas sairão, certamente, da escuridão,
quando acenderem a luz na intimidade da consciência. Jesus veio ao mundo ao
encontro da humanidade, para mostrar aos Espíritos como eles mesmos devem se
libertar desses atos e fatos primitivos, limpando dos seus caminhos as nódoas
negras provocadas pela escravidão e matanças. Contudo, as lições disso oriundas
ficarão no centro da vida, e tanto quem morre, como o escravo, quanto o que faz
morrer e escraviza, trocam de posições pela lei das vidas sucessivas, e todos
aprendem juntos as lições de amor que salvam a todos.
Lemos em Lucas, no
capítulo dezoito, versículo trinta e dois:
Pois será ele entregue
aos gentios; escarnecido, ultrajado e cuspido.
Por que Deus permitiu
que acontecesse isso com Seu filho amado? A porta que Jesus transpôs foi das
mais dolorosas, para voltar aos céus. Entretanto, somente assim Ele pôde
despertar nos homens o desejo da renovação espiritual, ao exemplificar a Sua
vida nobre e fecunda.
E as grandes catástrofes
da natureza? Quem as impulsiona e regula? Somos todos escravos das
conseqüências dos nossos pensamentos. E por que pensamos assim? Tudo é
organizado por Deus e somente Ele sabe o porquê. Nós outros devemos obedcer-Lhe
com humildade, e ainda amá-Lo sobre todas as coisas, porque o Senhor assim o
faz por amor a nós, que ainda não sabemos os verdadeiros motivos, por nos
faltar capacidade para tal.
Muitos aspectos da
Verdade não são ditas, por não termos ainda ouvidos para ouvir. A Verdade chega
aos nossos ouvidos, gradativamente, de acordo com a nossa capacidade
espiritual.
Quem tira proveito da escravidão é
culpado perante as leis de Deus. Mas como em tudo a culpa é relativa. (830)
0830/LE - COSTUMES
As leis de um povo são
de acordo com as suas necessidades educativas, e como amostra disso podemos
notar as diferenças de país para país. No entanto, elas vão se modificando com
as mudanças dos homens.
Se uma nação for
recebendo mais almas primitivas, ou envolvidas em dividas do passado, as leis
vão se arrochando cada vez mais, para que elas possam saldar o débito dos seus
deslizes. Mas, tudo isso são processos de despertamento das qualidades
espirituais das almas em questão. O que se chama de mal são sempre esses
processos. Em todas as circunstâncias, em tudo, eles aparecem para desentulhar
os caminhos e tornar os Espíritos melhores. Quando se destrói uma mata,
parece-nos um mal, no entanto, é dali que surgirá a alimentação das criaturas.
Como se pode fazer o plantio no seio da mata virgem? É preciso que se destrua,
em muitos casos, para construir. A casa velha, quando destruída para fazer
levantar uma nova, modificada e bem mais saudável. Os corpos, igualmente, são
destruídos, para que a alma receba novo corpo com novas possibilidades de se
reerguer.
As leis estabelecidas em
um país, quando não mais necessárias, são substituídas por outras mais
aprimoradas. Não vamos colocar Deus como carrasco, por esse motivo; nós é que
não sabemos, na profundidade, o que são essas mesmas leis que se encontram em
vigor e o bem que fazem para os que a elas estão sujeitos.
Não se deve somente
olhar para trás. Se há alguém sofrendo no mundo, que se faça qual Jesus:
trabalhe-se para o aprimoramento dessa criatura e que não se passe com isso a
viver o que ela vive. A compaixão desmedida retrocede os próprios sentimentos.
Cada um recebe o que merece na pauta do tempo.
Estudemos em Lucas, no
capítulo nove, versículo sessenta e dois, a seguinte instrução:
Mas Jesus lhes replicou:
Ninguém que tendo posto a mão no arado, olha para trás, é apto para o reino de
Deus.
Olhar para trás, para os
acontecimentos do passado e viver esse passado distante não é ato digno de
elevar-nos, por ficarmos presos ao que se foi. Nós mesmos é que nos
escravizamos pela ignorância.
Aquele que escraviza as
criaturas se encontra, por lei, ligado a elas. Tanto um como o outro sofre as
conseqüências. O guarda de um presídio é obrigado a se manter ao lado do preso,
e ambos se encontram ligados um ao outro, respirando no mesmo ambiente. Até os
diretores vivem aquele clima de crimes e de toda a ordem de desvios da lei.
O Cristo veio para nos
dar uma nova noção de liberdade, tirando o homem da escravidão da Terra,
colocando-o na obediência a Deus. No fundo, todos somos dependentes uns dos outros,
no que tange às necessidades, principalmente no mundo em que nos encontramos,
dando nossos testemunhos. Se não queremos ser escravos, basta que amemos aos
que nos escravizam. Entendamos essa lei de amor, que ficaremos livres.
Certamente que todas as
criaturas querem ser perfeitamente livres, até mesmo das leis que as
disciplinam, todavia, ainda não podem ter essa liberdade. Somente Deus tem a
liberdade absoluta, porque Ele cria as condições que deseja para a Sua vida.
Nunca seremos livres,
totalmente livres. A dependência a Deus é eterna e, de certo modo, estamos
sempre ligados uns aos outros, porque os Espíritos, mesmo os mais evoluídos,
trabalham em conjunto; o que nos traz a liberdade interna é o cumprimento das
leis de Deus, às quais o amor serve de veículo.
Não devemos nos
preocupar com os costumes dos povos, mesmo os mais primitivos, que eles
asseguram, onde servem de lei, certa paz para os que vivem em conjunto por
sintonia.
A desigualdade natural das aptidões
coloca certas raças sob dependência de outras, mas para que estas as elevem.
(831)
0831/LE - DESIGUALDADE
A desigualdade das raças
é um acontecimento natural em todos os mundos, mesmo os espirituais. Não se
encontra em lugar algum igualdade de aptidões, e nem mesmo de evolução dos
Espíritos que habitam determinado lugar ou mundo. No entanto, os mais
inteligentes foram colocados ali para ajudar os menos capacitados, uns como
sendo crianças e outros adultos.
A lei nos fala que os
fortes devem ajudar aos fracos e, conseqüentemente, os mais inteligentes
instruírem aos que não alcançaram o dom do saber. Entretanto, os mais fortes
abusam dos mais fracos e fazem deles escravos, até mesmo colocando-os no
mercado qual mercadoria. Atualmente, o fazem por meios indiretos, mas assim
acontece, e ao invés de os instruírem, servem-se deles para aumentar seu
orgulho. As raças mais fortes e mais ricas escravizam as subdesenvolvidas;
emprestam-lhes dinheiro em condições tais que nunca acabam de pagar, por eles
mesmos, os ricos, não o desejarem, permanecendo infiltrados no país em
decadência, dominando e tirando dos seus poucos celeiros o muito de que não
precisam. Todavia, isso sempre aconteceu. O planeta passa por crises forjadas
pelos seus moradores. Tanto os fracos, como os fortes, ninguém recebe o que não
merece na pauta do tempo.
A vida espera que no
amanhã tudo mude. Os homens não nasceram das mãos de Deus para serem escravos e
escravizarem eternamente. As condições mudam e continuam mudando para melhor;
quem deve paga e quem tem para receber recebe, e todos passam a se entender na
condição de filhos de Deus.
O embrutecimento dos que
sofrem é ilusório, porque a lei não nos deixa retrogradar. Caminhemos sempre
para a frente, essa é a nossa alegria. Àqueles que nos oprimem, o tempo lhes mostrará
que não vale a pena a violência, e o próprio tempo lhes ensinará a nos amar,
nos ensinando, igualmente, o perdão de todas as ofensas. Nada muda na estrutura
do Espírito; ele nasceu das mãos perfeitas e é perfeito para a eternidade. O
que nos cabe examinar, nos julgando imperfeitos, é a falta de despertamento dos
valores imortais que trazemos desde a nossa geração no seio divino, Pai e Mãe
de todos nós, encarnados e desencarnados.
As desigualdades, pois,
existem por causa das diferentes idades espirituais das almas. Isso é justiça,
é o próprio amor que nos coloca nessas posições por merecimento. Da opressão
que certas raças sofrem, ganhar-se-á com isso no futuro. Quantas nações do
passado, que dominaram meio mundo e que hoje pedem socorro e recebem das
dominadas de ontem? Tudo na vida tem ascensão e queda, visando ao
desenvolvimento de tudo e de todas as criaturas de Deus. As desigualdades são
nota de beleza na própria natureza, onde nada se vê obedecendo a uma igualdade
e formas, desde o átomo até os mundos.
As desigualdades dos
Espíritos não partem da sua gênese, mas da sua idade. O tempo vai chegando, de
modo que todos recebem as mesmas bênçãos do despertar do Cristo nos corações.
Notemos os animais: quantos vivem nas florestas, submetendo-se a difícil viver,
onde as condições são terríveis, enquanto outros vivem vida quase humana nas
cidades!? Por que essa diferença? Assim as árvores, assim tudo que existe. Em
tudo encontramos diferenças, no entanto, no fundo formamos um todo em Deus, no
esplendor da Sua luz.
A primeira carta de
Paulo aos Tessalonicenses, no capítulo três, versículo três, nos diz:
A fim de que ninguém se
inquiete com essas tribulações, porque vós mesmos sabeis que estamos designados
para isso.
Homens que tratam com respeito os
escravos, não são tão culpados, mas não deixam de dispor deles como uma
mercadoria. (832)
0832/LE - HOMENS BONS
Em todas as épocas
existem homens bons, mesmo entre aqueles que tinham escravos, pois a própria
lei permitia a escravidão entre os homens. Todavia, existiam senhores que
maltratavam seus escravos e os vendiam como animais de carga e, por vezes, em
piores condições. Faltava-lhes a humanidade para com os seus irmãos, filhos do
mesmo Deus de bondade e de amor.
Sabemos também que a
escravidão em todo o mundo era um processo de despertamento das criaturas e, se
nada se faz sem a permissão de Deus, ela teve algo de útil para os cativos.
Não podemos esquecer
ainda que havia a alforria para os escravos e, em muitos casos, muitos deles
não queriam ser livres porque, no caso em questão, eles iriam sofrer mais. A
sociedade não compreendia que o escravo poderia ter liberdade e, na verdade,
mesmo não existindo escravidão, como nos dias que correm, continuava a existir
a escravidão à discriminação racial e social.
As diferenças sociais
sempre existiram em todos os países, no entanto, é bom saber que o respeito,
onde o mundo é superior, é que garante a paz e todos se sentem felizes nas
posições que ocupam.
A lei que determinava a
escravidão, não mandava violentar o escravo; isso acontecia por livre arbítrio
dos homens maldosos. Nós sempre, bem o sabemos, respondemos pelos nossos
feitos. Há uma lei que se chama justiça, que cobra ceitil por ceitil, o que
pesa sobre os ombros dos faltosos, para que esses aprendam a amar, reconhecendo
que todos somos filhos do mesmo pai.
As lições na Terra são
irremovíveis, em todos os sentidos do existir, desde a mínima partícula da
matéria, até os acúmulos dos mundos. Eles se fazem e desfazem, e cada vez mais
se expressam com mais brilho na sua intimidade. é da lei que nada pára; tudo
cresce, o homem é que fica parado.
O homem bom e
inteligente que sempre existiu, que direcionou sua sabedoria para o amor, é o
Espírito mais velho na contagem sideral e que já recolheu experiência nos
caminhos da Verdade. Esses homens mesmos, nascidos em épocas em que existiam a
escravidão, a inquisição e, recuando mais, as cruzadas foram pessoas boas, que
se comportavam bem diante de todas as situações, ante os seus irmãos cativos e
mesmo prisioneiros de guerras. Não podemos deixar de mencionar que esses
cativos e prisioneiros, quase todos eles, eram de má índole; se não o fossem,
não receberiam as provações que vivenciaram.
Se somente recebemos o
que merecemos, a própria escravidão foi merecimento dos que a sofreram,
entretanto, o tempo, escoando o carma coletivo, nos mostra os fardos mais leves
e os jugos mais suaves, de maneira que desapareceram, por lei e por evolução,
as cruzadas, as inquisições e a escravidão, que continuaram a existir somente por
dentro das criaturas. Essa guerra de dentro, somente o próprio Espírito pode
vencer, fazendo despertar o Cristo no coração.
O bom entendedor
reconhece em Jesus e na sua herança para a humanidade, o Evangelho que veio
mostrar a força poderosa para a verdadeira libertação espiritual. Mesmo sendo
escravos de qualquer posição, no nosso íntimo poderemos ser livres em Cristo.
Precisamos meditar muito, estudar mais e nos transformarmos bastante
intimamente, para que possamos compreender as leis de Deus e obedecer a elas,
porque de outra forma não alcançaremos a felicidade.
Qualquer escravo somente
se torna livre conhecendo a Verdade.
Em Que Consiste O
Livre-Arbítrio?
R - Podemos resumir a
definição do livre-arbítrio como a liberdade de pensar e obrar, de que todo
espírito é dotado. É a faculdade que tem o espírito, encarnado ou desencarnado,
de determinar a sua própria conduta, de fazer a escolha entre duas ou mais
maneiras de querer e agir, fazendo com que prevaleça uma delas sobre a (s)
outra (s). Nos primeiros anos de vida terrena, as faculdades
corpóreas ainda não se encontram suficientemente desenvolvidas, o que torna
quase nulo
o livre-arbítrio. A
criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário. O mesmo ocorre
com o selvagem, que aplica a liberdade às suas necessidades. Tanto na criança,
como no selvagem, o livre-arbítrio vai se desenvolvendo à medida que estas
faculdades se desenvolvem.
Podemos Considerar As
Predisposições Instintivas Como Limitadoras Do Exercício Do Livre-Arbítrio?
R - Como mencionado
durante o estudo, as predisposições instintivas são trazidas pelo espírito de
outras reencarnações. São, portanto, resultado do modo como o espírito utilizou
o livre-arbítrio. Podem, com efeito, arrastar o homem à prática de atos
contrários às Leis Naturais. Entretanto, como explicam os Espíritos, não
havendo arrastamentos irresistíveis, ele pode, utilizando-se do livre-arbítrio,
fazer prevalecer a vontade de resistir. Assim, as predisposições instintivas não
podem ser consideradas limitadoras do livre-arbítrio, primeiramente, porque
resultam de sua utilização e, em segundo lugar, porque não impedem o homem de
agir contrariamente a elas.
Segundo Os Espíritos,
Quais São Os Fatores Que Limitam O Exercício Do Livre-Arbítrio Pelo Homem?
R - O livre-arbítrio
não é absoluto, pois não há como deixar de reconhecer as inúmeras contingências
e limitações a que estamos sujeitos, que condicionam e cerceiam a nossa
liberdade. Segundo os Espíritos, são fatores que limitam o exercício do
livre-arbítrio pelo homem as condições do organismo físico, as turbações
mentais, que atingem a inteligência, como a idiotia e a posição em que se
encontra na Terra. Com relação a esta última, podemos apontar inúmeras
circunstâncias que, conjunta ou isoladamente, impõem restrições ao nosso
livre-arbítrio, tais como os costumes, o clima, o solo e o meio social em que
vivemos; a educação, os princípios religiosos e os exemplos que recebemos; o
regime alimentar, o sexo no qual estamos reencarnados. São fatores, que, sem
dúvida, limitam o exercício do livre-arbítrio pelo homem, a quem cabe empregar
esforços para vencê-los.
Qual A Influência Da
Matéria No Exercício Do Livre-Arbítrio?
R - Inegavelmente, a
matéria exerce influência na vida do espírito, podendo embaraçar-lhe as
manifestações, notadamente na Terra, onde os corpos são ainda muito densos. Nos
mundos onde os corpos são menos materiais, todas as faculdades do espírito
desenvolvem-se mais livremente, o que não significa que é o corpo físico é que
dá essas faculdades. Assim, muitas das vezes, como no caso daquele que é
portador de alguma enfermidade no cérebro, a matéria restringe a liberdade do
espírito, a quem falta o instrumento necessário à sua livre manifestação. O
exercício pleno do livre-arbítrio depende dos órgãos que lhe servem de
instrumento.
O homem tem a liberdade de agir e de
pensar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria uma máquina. (843)
0843/LE - LIVRE
ARBÍTRIO
O homem tem liberdade de
pensar e de operar; contudo, nas suas obras pode ser obstado pelas leis
humanas, se o que fizer for contra as regras da sociedade. No modo pelo qual
pensa, todavia, ele tem plena liberdade, porque nessa equação divina somente
ele e Deus se unem, compartilhando do segredo de pensar e sentir a vida.
O livre arbítrio é,
pois, uma disposição de semear. Os pensamentos são sementes formadas no campo
sagrado da alma, porém, ela é obrigada a colher seus frutos. A Doutrina
Espírita, inspirada no Cristo de Deus, veio ensinar aos homens como escolher o
que plantam na lavoura do mundo e das criaturas. é nessa escolha que a vida
pode nos surgir cheia de esperança.
Se o homem não conseguiu
ainda limpar seus pensamentos dos contrários da caridade, deve esforçar-se mais
um pouco, passando a orar com mais fé, porque ninguém pode livrá-lo do mal, a
não ser ele mesmo. Se ontem os seus pensamentos estavam desgovernados, não
obedecendo a sua vontade, que se esforce de novo, descondicionando seu mundo
mental de velhos acordos com o mal, e esforçando-se no novo plantio, que a
Terra é boa e dadivosa", disse Caminha ao escrever ao rei de Portugal. Ele
falava da Terra física, e nós, o acompanhando, mostramos a Terra espiritual, as
mentes dos nossos irmãos em Jesus, nas quais existem Terras boas e dadivosas.
Em se plantando nelas, tudo dá e corresponde aos nossos sentimentos.
Sabendo disso, vamos
escolher sementes de primeira qualidade, para que os frutos sejam de primeira
ordem; a natureza não falha e nos devolve o que lhe damos. Temos o livre
arbítrio; apenas ele desaparece ante a paternidade divina, porque somente
fazemos o que a nossa evolução comporta fazer. Convém anotarmos urgentemente,
que subimos sempre na gradação que suportamos subir. É a lei agindo com a
proporção de cada ser.
Caminhamos para uma
liberdade maior, porque Deus quer que sejamos mais livres. Vamos ver em Lucas,
no capítulo quatro, versículo trinta e nove, esta referência:
Inclinando-se ele para
ela, repreendeu a febre, esta a deixou e ela, levantando-se, passou a
servi-los.
Se temos o Cristo dentro
de nós, Ele vai nos ajudar a repreender a febre dos maus pensamentos que
criamos por ignorância, e esses, sendo da mesma massa divina, passarão a nos
servir, à luz do Evangelho, porque nada se perde no grande movimento da vida.
A matéria que vem a nós
como força divina e que vai nos servir para pensar, recebe na sua sensibilidade
nossos sentimentos e grava na sua estrutura nossos ideais. Aí, somos
responsáveis por essas sementes, colhendo mais tarde seus frutos. É o livre
arbítrio que nos faz entrar nessa escola, cujo aprendizado nos leva a conhecer
a verdade mais depressa.
A liberdade dos nossos
atos é vigiada, no aprimoramento espiritual. O que mais nos alegra é que somos
filhos de Deus e todos com os mesmos direitos e deveres. Entramos na vida por
vários caminhos e podemos escolher as diretrizes que nos convierem, porém, o
ponto final da chegada é um só: Deus, pelos canais do Amor e da Sabedoria.
Aconselhamos a todos os
seres humanos de todas as classes e dimensões, que aprendam a orar, pois é
através da oração que a luz de Deus nos visita com acentuada força de
transformação espiritual. Com ela, seremos obedientes a Deus e vamos ficar
livres do mal.
O livre-arbítrio é quase nulo nas
primeiras fases da vida, cresce e muda de objeto com o desenvolvimento das
faculdades. (844)
0844/LE - LIBERDADE DE
AGIR
O Espírito, quando volta
ao corpo pelo processo da reencarnação, a princípio é tolhido na sua liberdade,
por estar inseguro no seu instrumento de carne, mas, o tempo leva-lo-á, pelo
crescimento do corpo, a certa liberdade, desde quando não lhe sejam impostas
certas provações ou expiação, quando seu carma lhe cobra dos seus atos do
passado. É preciso adquirir as condições para que ele possa chegar a uma
liberdade mais acentuada, porém, quando a tem, essa liberdade vai chegando com
o crescimento e ao se tornar adulto, é livre para pensar e fazer o que achar
mais conveniente dentro da vida.
Os atos e pensamentos
estão sempre no nível que a idade do Espírito reclama, e quando chega ao
máximo, ao estado de adulto, passa a responder diretamente pelos seus atos, de
modo a ter liberdade plena de pensar o que por vezes condicionou nesta vida e
em outras, em épocas diferentes. Eis a liberdade de agir, onde quer que se
deseje, mas com uma condição imposta por Deus: a de responder pelo que se faz
da própria vida.
Já falamos, mas tornamos
a dizer, que somente não temos livre escolha ante o nosso Pai que está nos
céus, porque também mora Ele na nossa consciência. Por exemplo, estamos aqui escrevendo
pelos canais mediúnicos; se quisermos, poderemos deixar de escrever, mas outro
tomará o nosso lugar. O trabalho não deixará de ser feito, porque Deus o quer,
entretanto, podemos escolher outro serviço, na grande vinha de Deus. Não
podemos parar, não temos livre vontade se essa é a vontade do Criador. Mudamos
de posições, mas nunca da direção que Deus estabeleceu para todas as criaturas.
Todos somos chamados
para alguma coisa na vida, entrementes, os escolhidos são poucos, por ser pela
maturidade da alma. Essa é a razão por que alguns não compreendem a linguagem
de Jesus e são incapazes de ouvir a Sua palavra. Vamos ouvir João, quando ele
se refere ao que ouviu do Mestre, conforme anotado no capítulo oito, versículo
quarenta e três:
Qual a razão por que não
compreendeis a minha linguagem?
É porque sois incapazes
de ouvir a minha palavra.
A vontade de agir no
bem, compreender a linguagem do Evangelho e ouvir o Cristo é caso de maturidade
espiritual. A liberdade é para todos, mas nem todos estão despertados para
usá-la nos caminhos do amor. É verdade que todos somos chamados por Deus para o
aprendizado, mas nem todos escolhidos para se iniciarem na escola da verdade
como deseja a palavra do Mestre. Mas, temos o tempo como força divina, que
prepara a todos pelos processos variados, até nos deixar nos braços de Jesus,
capacitados para ouvi-Lo e, mais ainda, compreendê-Lo na plenitude do Seu amor.
Há, na verdade,
liberdade de agir, porque agir é plantar, mas somos forçados a colher o que
lançamos na leira do mundo, e na lavoura da mente humana. Essa é a lei de
justiça. Pela vontade, a escolha é nossa, que é obedecida pela nossa maturidade
espiritual. Nas primeiras fases da vida certamente que escolhemos mal e mal
usamos as nossas possibilidades, no dizer dos que não compreendem o trabalho de
Deus, porque tudo dá certo nas linhas da programação da Luz. O tesouro que Deus
colocou na engrenagem da alma vai despertando como que por encanto e
transformando-se em faculdades enobrecidas. De posse delas, vamos entender
quais os caminhos que deveremos tomar pela força da caridade e do amor que
começamos a perceber. Conscientizemo-nos, porém, de que é nosso dever, amar a
Deus em todas as direções. Aí estão todas as leis reunidas e as religiões
concentradas.
As predisposições instintivas do
espírito não provocam um arrastamento irresistível ao erro, sempre se pode
resistir. (845)
0845/LE -
PREDISPOSIÇÕES INSTINTIVAS
As predisposições
instintivas do Espírito, quando toma um corpo físico, são as qualidades boas ou
más do Espírito. Vivendo com essa alma, podemos reconhecer a sua estrutura
espiritual.
Quando se fala que o
ambiente em que o homem vive o influencia, trata-se de uma parcela diminuta,
por vezes nada. Quando o Espírito tem sua evolução voltada para o bem, dá-se o
contrário: quanto mais instigada para o mal, mais faz o bem, por já ter se
conscientizado dos frutos que o amor produz.
O Espírito recebe o
corpo que merece e ele se organiza de acordo com a estrutura do ser espiritual
que nele vai reencarnar. Se atiramos um diamante no lamaçal, ele não deixa de
ser diamante; logo que for dali retirado, mostrará o seu brilho e consistência.
A vida na Terra é como
que uma escola permanente, onde a alma aprende, passo a passo, as primeiras
letras do abecedário espiritual, na vivência. Os últimos toques de libertação
são, pois, nos liames da carne, provando suas qualidades para novas caminhadas
que a gradação das revelações irá mostrando aos que nela se encontram
aprendendo.
O Espírito mais
adiantado, onde quer que esteja, mostra a sua elevação espiritual. A verdade é
para ser conhecida por todos os seres. Deus não tem privilegiados. As próprias
entidades angelicais já passaram pelos caminhos que os homens estão trilhando.
Esta verdade pode nos dar mais esperança e animar-nos cada vez mais nas lutas
da carne.
Quando as paixões
inferiores arrastam os homens para determinadas práticas repreensíveis, é
porque são Espíritos ainda ligados a elas por natureza íntima. Não podemos
culpar as almas desencarnadas que têm as mesmas paixões, porque elas se
aproximam das criaturas por afinidade de pensamentos e obras, nas mesmas faixas
de vida. Não há invasão do domicílio da alma, sem convite. Quando observamos
almas unidas, é pela força da simpatia. Os iguais se congregam no mesmo clima
que respiram; isso é a justiça em plena coerência com os princípios elaborados
por Deus, de que somente recebemos o que merecemos. Não há arrastamento
irresistível de alma para alma.
O que buscamos pelos
processos da vida, encontramos pelos processos da justiça de Deus. É o
"pedi e obtereis", é o "batei e abrir-se-vos-á". A nossa
predisposição é, pois, condicionamento de vidas e mais vidas que tivemos,
alimentando idéias e acumulando forças, por vezes negativas, que sobem à mente.
Daí, lhe darmos o nome de predisposição instintiva, que a mente positiva recebe
do centro da consciência e transforma em atos, até que o Espírito descubra a
fonte dos seus sofrimentos e passe a se corrigir, certo de que o Cristo
constitui força indispensável, que oferece os meios de combater esses miasmas
que turvam a alma e a cega.
A Doutrina Espírita é o
Cristo de volta, como o fez no terceiro dia após o drama do Calvário, de modo
que os Seus braços de luz possam alcançar a humanidade inteira.
As religiões do passado
são como diz Paulo aos Romanos, no capítulo dois, versículo vinte e três:
Tu, que te glorias na
lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
As velhas religiões que
se esqueceram da verdade, glorificam a lei e pregam, de certo modo, as leis de
Deus, mas esquecem de praticá-las no dia-a-dia, desonrando a Deus pela
vivência. Mas, Deus e Jesus mostram a elas por meios variáveis que já é época
de viver o que se prega, sendo o exemplo a luz da palavra. Agora, com o
despertamento mesmo parcial das criaturas, podemos dizer que querer é poder.
Querendo, poderemos alcançar o entendimento, que Jesus nos trouxe pela vontade
de Deus.
A matéria exerce influência sobre o
espírito, mas o instinto assassino que o homem tem não é o corpo que lhe dá. (846)
0846/LE - INFLUÊNCIA
DA MATÉRIA
A matéria tem grande
influência sobre o Espírito, entretanto, esse deve esforçar-se para a sua
devida libertação, e para tanto deve renunciar a muitos impulsos que os
instintos animais o possam envolver.
A alma encarnada é capaz
de grandes coisas, desde quando conheça a verdade. Jesus desceu à Terra, dos
planos resplandecentes, para dotar de poderes a alma envolvida na carne,
visando a disciplinar as investidas inferiores.
A matéria precisa de nós
como precisamos dela. Ela veio da mesma fonte divina donde viemos. Matéria e
Espírito se confundem, por serem originárias da mesma fonte; o que separa uma
do outro é o que chamamos de tempo de evolução. A matéria pode embaraçar as
manifestações do Espírito, mas, se não fosse ela, como testar a alma nos
caminhos a percorrer? Todos os impulsos instintivos, toda vontade, todos os
feitos da alma envolvida na carne vêm do Espírito, porém a matéria gávea da
alma influencia pelas baixas vibrações,de modo que a luz viva no clima das trevas.
Enquanto o Espírito não se emancipar das paixões inferiores, ele ainda receberá
e acomodará na mente influências negativas do plano inferior em que habita.
Nesta luta, matéria e
Espírito, um prendendo e o outro libertando, aparece, no cenário do mundo e no
ambiente dos corações dos homens e almas na Terra, o Mestre Jesus, para nos
ajudar a ficarmos livres de todas as influências do plano físico. Quantos já se
tornaram livres conhecendo a verdade com o Cristo despertado no coração? Muitos
e muitos. Para reconhecer que Jesus é o Cristo que havia de vir, basta uma
simples olhada no próprio Evangelho; como Seus feitos, nunca houve no mundo
nada igual. João anotou, no capítulo nove, versículo trinta e dois:
Desde que há mundo,
jamais se ouviu que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença.
Pelo exame do Velho
Testamento, podemos ver como era a Sua vida, praticando feitos como esse; é o
filho de Deus operando maravilhas e é esse mesmo Jesus que nos trouxe os meios
de nos libertarmos da influência da matéria, cuja prisão muito nos serve para
despertarmos os dons de vida que Deus nos deu.
Cabe ao ser humano,
mesmo em ambiente negativo, esforçar-se para escolher o bem e viver o amor, e é
desse esforço que a luz passa a surgir. Para reconhecer uma alma, o caminho é
verificar a sua vida; os seus feitos dizem o que ela é, porque não é a matéria
nem tão pouco o ambiente que exercem a ação, mas a alma que se movimenta na
carne. As influências são necessárias como campo de luta, como escola.
O verdadeiro aprendizado
é individual, dado a cada um segundo as suas obras. O homem que faz esforço
para melhorar espiritualmente recebe assistência dos bons Espíritos, sendo
induzido para os melhores caminhos. O organismo, é certo que traz certa
influência, contudo, o Espírito é o comandante, e não a matéria.
Jesus já dizia que é
necessário o escândalo, mas afirmava: Ai daquele por quem o escândalo vier. E
nós dizemos: é necessária a matéria, mas ai daquele que se entregar à sua
influência, em aumento dos impulsos negativos, oriundos de baixa vibração do
físico!
Quando por alguma razão o espírito
nasce num corpo de um idiota ele perde o livre-arbítrio. (847)
0847/LE - ABERRAÇÃO
DAS FACULDADES
As aberrações das
faculdades de uma criatura certamente que perturbam seus sentimentos mais
profundos. Notoriamente constitui posicionamento de que essa pessoa, em outras
existências, se deixou dominar pelo orgulho e o egoísmo, e o condicionamento
foi tão forte que atravessou o túmulo; e voltando do mundo espiritual para a Terra,
continua com o seu criador, gerando embaraços em sua vida.
Os desvios das
qualidades oriundas do Espírito, que se fazem sentir pelas leis espirituais,
fazem-no sofrer as suas conseqüências por muito tempo. O Espírito recolhe aos
seus celeiros o produto das suas atividades, tanto como Espírito livre, quanto
como encarnado, sendo responsável por esse trabalho, de recolher e semear, ou
semear e colher. A anomalia da alma causa-lhe distúrbios de difícil reparação,
contudo, são lições, que em todo o seu curso poderão trazer muita iluminação.
Jesus veio nos ensinar,
Espíritos encarnados e desencarnados, como sair das extravagâncias e percorrer
os caminhos que nos dão paz ao coração. Ele não somente ensinou, como viveu as
lições ministradas. Foi por isso que Seus discípulos assimilaram rapidamente
todos os conceitos que Ele expunha. Vamos buscar em João, no capítulo dez,
versículo sete, o seguinte, para nos ilustrar melhor a palavra de Jesus:Jesus,
pois, lhes ensinou de novo:
Em verdade, em verdade,
vos digo: Eu sou a porta das ovelhas.
Sendo o Mestre a porta
das ovelhas, é por essa porta que devemos passar para conseguir a libertação de
que carecemos, e a porta simboliza as instruções dadas por Ele. O Evangelho é
rico em conceitos espirituais para nos educar e instruir. Eis porque
apresentamos o Espiritismo como sendo continuação da obra do Cristo de Deus,
porque ele vem ensinando as mesmas coisas, enriquecendo, aqui e ali, de
conformidade com a capacidade de cada um.
De fato, o Mestre é a
porta da vida; quem não passar por Ele, não conseguirá conhecer a verdade,
porque Ele é a verdade, o caminho e a vida. Felicidade nossa, por termos
despertado em Seus braços.
As excentricidades
apresentadas no modo pelo qual pensamos, são efeitos das nossas ações do
passado e, por vezes, os nossos pensamentos presentes não nos obedecem. A
correção que devemos fazer é com muito esforço e dedicação. É por isso que para
uns é mais difícil se educar, enquanto para outros torna-se mais fácil. O
espiritualista entende o que significa facilidade e dificuldade. Não é que uns
foram favorecidos e a outros dificultados; a própria reencarnação é motivo para
o entendimento da justiça.
O mau uso das faculdades
espirituais tem sua resposta em outras vidas. Quantos médiuns - e eles são sem
conta - que usam suas faculdades para motivo de aberrações? Os Espíritos que os
acompanham por misericórdia, inspiram seus tutelados, mas esses se encontram
motivados por outras idéias e não escutam os chamados. Em muitos casos, voltam
apressados aos lugares de origem, para serem chamados às contas frente a
frente, livres da matéria. Então, choram e rangem os dentes, arrependidos,
pedindo novas oportunidades, para que possam se reerguer. Muitos deles se
desviam de novo. Muitos dos grandes medianeiros do passado, de tanto insistirem
nos desvios das suas faculdades, tornaram a apelar para voltar. Eles voltaram
em reencarnações dolorosas e estão no mundo rastejando em corpos deformados,
envolvidos pela idiotice, para que despertem nos corações o interesse exclusivo
de servir sem exigências. Muitos venderam tanto os dons espirituais, que vieram
com eles atrofiados...
Esse comércio,
companheiro, começa com simples interesse, que vai crescendo de maneira que os
dotados dessas faculdades não percebam, por causa da cegueira, e o médium ainda
defende os abusos que pratica, dando mau exemplo aos seus companheiros de
ideal!
Não existe desculpa aos atos
reprováveis devido à embriaguez. O ébrio se privou da razão voluntariamente.
(848)
0848/LE - EMBRIAGUEZ
Usando da embriaguez
para cometer atos reprováveis, o ser humano, ao invés de cometer uma falta,
verdadeiramente comete duas, por usar conscientemente de um estado provocado
pela bebida e incorrendo em outra falta. É a escola do desculpismo, tão velha
quanto o mundo, e existente entre todos os povos.
Até as leis dos homens
acoberta um pouco a pessoa que se entregou ao vício, atenuando as suas faltas,
com a justificativa do estado inconsciente em que se encontra. No entanto, as
leis espirituais os corrige como culpados por dupla falta, porque os viciados
têm plena consciência, quando põem o primeiro pé na estrada das aberrações.
Estamos falando às almas
que já conhecem um pouco da verdade, que estão sendo chamadas todos os dias
para o trabalho que devem fazer consigo mesmas. O mundo espiritual nunca exige
a iluminação por passe de mágica, mas que as pessoas conhecedoras de algumas
verdades espirituais passem a se esforçar todos os dias para melhorar. Neste
esforço, estaremos juntos como companheiros para animá-los na subida de todos
os "calvários". Não escrevemos para os ignorantes de certas verdades,
mas sim para os que já a conhecem e se encontram cansados de ficarem só em
teorias.
Observemos o que fala o
apóstolo João, no capítulo nove, versículo quarenta e um:
Respondeu-lhes Jesus:
Se fôsseis cegos, não
teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: nós vemos, subsiste o vosso
pecado.
Observa na fala do
Mestre que o que desconhece a lei não tem pecado, entretanto, o pregador da lei
que comete a falta, embora ensine aos outros a não cometê-la, é punido
duplamente nas suas excentricidades. Não se deve usar das desculpas para servir
de instrumento para as trevas, pois o preço destas desculpas será muito grande
e ter-se-á de pagar ceitil por ceitil, por vezes até em corpos incapacitados e
com a mente conturbada, para exercitar o bem e entendê-lo. Eis a maior das
provações e expiações, nos caminhos que percorrem no mundo os faltosos diante
da lei de amor!
Ainda existe embriaguez
pior que a da bebida forte: é a do ódio, da inveja, do ciúme, do orgulho, da
vaidade e do egoísmo, por deixar a pessoa em perfeita lucidez para escolher, e
a escolha é quase sempre a pior. Aos espíritas, nossos companheiros de tarefas
com Jesus, lembramos que estamos sendo chamados e escolhidos para entender a
verdade e passarmos à sua vivência. Mesmo que as lutas conosco mesmos sejam
duras, não devemos deixar de lutar todos os dias, horas e minutos. Estamos
vivendo em um fechamento de século em que podem acontecer grandes coisas, onde
estará envolvida a humanidade inteira.
Meditemos nesta verdade,
que ela pode e tem a força de nos inspirar para a nossa transformação interior,
onde a luz de Deus começa a nascer para a glória da vida.
No homem selvagem a faculdade
predominante é o instinto, o que não o impede de agir com liberdade. (849)
0849/LE - FACULDADE
PREDOMINANTE
A faculdade predominante
no selvagem, certamente que é o instinto, impulso que parte de Deus para as
necessidades do homem primitivo, como também dos animais. No entanto, ele
evolui cada vez mais, de acordo com o crescimento do homem em busca da razão
mais esclarecida. Mesmo assim, o instinto não desaparece no homem; ele se
desenvolve, alcançando o estado que se chama raciocínio e se expressando como
inteligência, de modo que a criatura se torna mais responsável pelos seus atos.
A razão, com o
percorrerdes milênios, se transforma em intuição, que igualmente domina uma
escala, até chegar ao ponto de a alma intuitiva do futuro não precisar mais da
razão, por simplesmente saber, ou seja, a alma dispensará o raciocínio para
concluir, porque já sabe.
A faculdade predominante
no selvagem é o instinto, e a predominante no intelectual é a inteligência, que
trabalha como razão na engrenagem da mente. O homem civilizado é mais responsável
pelos seus atos do que o animal, destituído totalmente de raciocínio. No
selvagem, a razão começa a desabrochar, assim como no civilizado existe algo de
intuição começando a crescer.
A liberdade, mesmo
relativa, nasce e cresce com a alma, dotando-a de algo mais, do que a natureza
divina é pródiga. Porém, a liberdade diante de Deus é sempre relativa, porque
dependemos do Pai para sempre. Quanto mais crescemos, mais fazemos a Sua
vontade. Quando necessário, sejamos evoluídos ou atrasados, somos enviados para
outros mundos, se precisamos buscar neles experiências que não podemos realizar
na Terra. E é por mandato de Jesus que assim se processa.
Vamos consultar o
Evangelho, em João, no capítulo dez, versículo dezoito:
Ninguém a tira de mim,
pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregar e
também para reavê-la. Este mandato, recebi de meu Pai.
O Espírito, quando é
preciso, Jesus o envia para outras casas no universo, mas torna a buscá-lo, por
fazer parte do rebanho que Ele tanto ama. Vamos trabalhar e compreender, para
que as faculdades predominantes em nós sejam as virtudes espirituais tão
afloradas nos santos quanto nos sábios. Esse é, pois, o caminho a que todos
estamos destinados a seguir. Entrementes, não podemos desdenhar dos que se
encontram na retaguarda, porque também nós outros passamos por lá, tendo
recebido tantas bênçãos nos próprios desequilíbrios!
O selvagem é uma criança
espiritual; o homem primitivo é quase igual ao animal, tocado pelos instintos
mais profundos, mas, o tempo dota-o de melhores condições no correr dos anos,
porque também ele é filho de Deus, dotado de todas as qualidades espirituais
que os Espíritos elevados desfrutam agora no reino da luz. A criança, com a
idade não se torna adulto? Assim é o selvagem de hoje; no amanhã, passará a ser
civilizado, e depois espiritualizado. Essa é a lei de amor e de justiça, que
olha a tudo que Deus criou com o mesmo carinho e a mesma graça.
Tu que te encontras na
sociedade e és mais esclarecido do que o selvagem, ajuda-o, de modo que ele
reconheça a necessidade de melhorar. Dentro dele existe, em germe, a luz que
pode levá-lo ao conhecimento da verdade. Não percas a oportunidade de ajudar,
porque tu também já foste ajudado por outros que estão à tua dianteira.
A posição social às vezes é um
obstáculo à liberdade, mas Deus é justo e tudo leva em conta. (850)
0850/LE - POSIÇÃO
SOCIAL
O homem primitivo deve
crescer para a luz, e como crescer sem passar pelas escolas que a natureza cria
para todos os seres? Vê que a própria natureza te dotou de pés, de mãos e do
aparelho pelo qual raciocinas, enfim, de todo o corpo físico, no entanto, ela
não vem colocá-los em ação para ti; essa é a tua parte. Esse trabalho é da
razão, e a inteligência deve escolher o que fazer, para assim responder pelo
que faz.
Quando o selvagem,
começa a viver em uma sociedade, as suas necessidades crescem e as suas
responsabilidades também, no entanto, nesse convívio ele sobe mais na escala
dos Espíritos esclarecidos. Aparecem obstáculos que ele deve superar, aparecem
dores que ele deve suportar e cuja mensagem deve compreender, aparece toda
ordem de agressões que ele deve desfazer. Mas, somente o tempo, sendo força de
Deus, pode lhe conferir o diploma de completista na subida para a Luz, para a
libertação espiritual.
O mundo tem suas
exigências; se assim não fora, não constituiria escolas para esse aprendizado.
É necessário, e tanto o é que foi a Maior Inteligência que criou essas leis
para educar e disciplinar os homens e demais seres no silêncio da vida. A
evolução é, de certa forma, imposta às criaturas, porque fomos feitos para
isso. Se queres estacionar, a vida não o consente, por ser ela movimento, tanto
que, quando a alma não se movimenta no bem, ela passa a fazê-lo no mal, mas, como
o mal cansa, por não termos sido feitos para ele, passamos, depois de muitos
sofrimentos, a aceitar o bem, donde saem grandes almas, que a história registra
como santos.
Quando uma região da
Terra escurece em demasia, quando algum povo passa a se esquecer de Deus,
olhando somente para a Terra, o Senhor envia um dos Seus filhos maiores, para
despertar nas criaturas o que elas têm de sagrado no coração. Esse enviado, por
vezes, enfrenta muitas torturas para vencer a ignorância da maioria, sem estar
saldando carma como os demais. Vejamos o que Jesus falou, no Evangelho anotado
por João, no capítulo nove, versículo três:
Respondeu Jesus:
Nem ele pecou, nem seus
pais; mas foi para que se manifestassem nele as obras de Deus.
Os recursos de Deus são
variados e ilimitados, para que possamos entender Seu poder e a Sua existência
como Pai amoroso e Santo, que se encontra sempre junto a nós. O homem vive em
sociedade, agredido em todas as suas faculdades, condicionado por todos os
meios, para despertar seus próprios valores internos. Às vezes, passa por isso
sem perceber no início, porque a verdade é gradativa em todas as frentes de
evolução espiritual e mesmo física. A solução dos problemas se encontra dentro
dele. Se está maduro e quer fugir da sociedade, o que pretende? Regredir não é
permitido; ele tem que avançar, queira ou não, e para tanto deve dar o primeiro
passo no esforço próprio. Não há outro caminho. E é neste esforçar-se e
avançar, que a mão de Deus chega à sua cabeça por variados meios internos e
diversas modalidades externas.
Estás cercado pelas leis
que não te deixam parar nem regredir. O que pensas se encontrar parado está
"fermentando", e se está "fermentando", não está parado e,
sim, se preparando para novamente caminhar com Jesus que, para nós, na Terra, é
o único que sabe perfeitamente o caminho da felicidade e como ensiná-lo para a
humanidade.
Há Um Fatalismo
Absoluto?
R.: - Não, não há um
fatalismo absoluto, um determinismo que norteará a vida do homem. O
livre-arbitrio foi a grande conquista do principio inteligente em sua jornada
evolutiva, pois, atraves dele, tornou-se o Espirito responsavel pelos seus
atos. No entanto, embora o homem esteja
subordinado ao seu livre-arbitrio, sua existência está tambem submetida a determinada
caracteristica de acordo com o mapa de seus serviços e provações na Terra e,
delineado pela individualidade em harmonia com as opiniões da Espiritualidade
antes da reencarnação. As condições sociais, as moléstias, os vícios, as
"tentações" são circunsâncias da existencia do homem. E caberá à sua
vontade , que é soberana, ultrapassar positiva ou negativamente os reajustes
que são necessários ao Espírito
Poderiamos Dizer Que O
Fatalismo , À Luz Das Questões Estudadas, Pode Ser
Traduzido Como A
Conseqüência De Nossa Conduta Anterior?
R.: - Sim, poderiamos
dizer que o fatalismo é determinado pelas escolhas, opções, que fazemos ao
longo de nossa evolução. O homem é livre
para agir, para escolher o tipo de vida que procura levar. As dores, as dificuldades
existentes na sua vida são provas e expiações que vem muitas vezes como
conseqüencia do uso incorreto do livre-arbitrio em existências anteriores.
O Fatalismo Pode Ser Modificado Com Nossas Ações?
R.: - Somos nós mesmos
quem construimos o nosso destino, que pode ser de dores ou de alegrias; podemos
fazer o que quisermos de nossa existência. Entretanto, vale lembrar que existe
uma outra lei que rege o Universo: a lei de causa e efeito, ou seja, a toda
ação corresponderá uma reação. De acordo, portanto, com nossas ações é
determinada uma reação. Ao
reencarnarmos, em geral, fazemos uma programação dos principais acontecimentos
que teremos que passar. Podemos, por exemplo, programar o tipo de morte que
teremos: uma morte trágica, acidental ou uma morte natural. Se programamos que,
no final de semana, vamos lavar o carro, não implica necessariamente que
faremos isso. A misericordia de Deus está justamente nesse ponto: o fatalismo
pode ser modificado com nossas ações, ou seja, podemos minorar nossos sofrimentos
na medida que auxiliarmos mais, na medida que nos doarmos mais. Lembrando
sempre: em qualquer ação no bem, o maior beneficiado será aquele que a pratica.
Existe Uma Relação
Entre Livre-Arbítrio E Fatalismo? Qual? Por Que?
R.: - Fatalismo é uma
doutrina segundo a qual todos os fatos são considerados como conseqüências
necessárias de condições antecedentes. De acordo com essa maneira de pensar
todos os acontecimentos foram irrevogavelmente fixados de antemão, sendo o
homem mero joquete nas mãos do destino.
O livre-arbitrio é a
concepção doutrinária que afirma que o homem dispõe sempre da liberdade de
escolha, podendo gerenciar as suas decisões e a sua vida.
Se o homem tem a
liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbitrio, o homem seria
maquina." [LE-qestão 843]. Livre-arbítrio é a faculdade que o espírito tem
de pensar e agir. Essa faculdade é adquirida quando o princípio inteligente,
que vem se elaborando nos reinos inferiores, ingressa no reino hominal,
passando a se constituir espírito. A partir desse momento, o espírito parte do
zero, simples e ignorante, com a liberdade de escolher seus atos e seus
pensamentos e com aptidão, igualmente, para o bem e para o mal. Desde então, é
o único senhor da sua razão e das opções que fará durante a existência. Sem o
livre-arbítrio, disseram os Espíritos a Kardec, " ... o homem seria
máquina.".
Fatalismo será,
justamente, a conseqüência do uso desse livre-arbítrio, ou seja, será o
resultado dos atos e pensamentos praticados pelo espírito. Pode ser bom ou mau.
Se os atos e pensamentos do espírito forem no sentido de seguir as Leis
Naturais, será positivo; se contrários às leis divinas, será negativo.
Para o espitismo, a
lei de causa e efeito é irreversível, porém não fatalista. Isto significa que o
espírito, em que pese haver contraído aspectos negativos, face ao mau uso do
seu livre-arbítrio, poderá atenuar as suas conseqüências, desde que passe a se
portar de conformidade com as leis divinas e trabalhe na reparação do erro; é o
que chamamos de lei de ação e reação,
que regula as ações no Universo. A toda ação corresponde uma reação da mesma
natureza e com igual intensidade.
Por força dessa lei,
lei de causa e efeito, todo ato e, até todo pensamento, que praticamos, gera
uma reação, que pode se manifestar nesta ou em outra existência física.
Assim, quando
retornamos à vida material, nossa programação de vida é elaborada em função das
nossas necessidades, que, por sua vez, são fruto das experiências anteriores.
Voltamos com uma programação em que são previstos os gêneros de provas a que
teremos de nos submeter.
Esclareceram os
Espíritos (questão 259 de "O Livro dos Espíritos"), que
"previstos só são os fatos principais, os que influem no destino" e
que "as particularidades correm por conta da posição em que vos
achais". Não somos, portanto, simples máquinas, joguetes da Providência
Divina. Nosso futuro não é aleatório, fruto dos caprichos de Deus. Temos, sim,
responsabilidades pelo nosso destino e colheremos aquilo que nós mesmos
plantarmos.
Pode O Homem Modificar
Os Acontecimentos Previstos Para A Sua Existência?
R.: - Somente os fatos
principais, que influem no seu destino, são previstos antes mesmo do
espírito reencarnar. São aqueles, por exemplo, resultantes de débitos
cármicos ou os escolhidos pelo espírito como prova. Esses o homem não pode
modificar, pois estão programados
em seu planejamento reencarnatório e vão acontecer independentemente
da sua vontade enquanto encarnado. Os demais são acontecimentos secundários que
não estão previstos e se originam das circunstâncias e do tipo de vida
escolhido pelo espírito ou que lhe é imposto por necessidade evolutiva.
Tem O Homem Como
Justificativa Para Suas Más Ações O Fato De Terem Ela Sido Programadas Para A
Sua Existência?
R.: - Os atos da vida
moral não são previstos, pois dependem sempre do próprio homem, que manifesta
sua vontade através do seu livre-arbítrio. Assim, aquele que leva uma
existência contrariando as leis naturais não pode alegar a
fatalidade para justificar
seus atos. Ninguém
reencarna tendo em sua
programação de vida a prática de qualquer ato contrário às leis de Deus. Se
assim age, é
por sua própria conta e risco,
não por predestinação.
Como Os Espíritos
Explicam A Existência De Pessoas De "Sorte" E Outras De
"Azar"?
R.: - As pessoas que
comumente se diz que têm sorte são aquelas que sabem melhor se portar
diante das provas ou que não têm em seu planejamento de reencarnação
nenhum fato grave a suportar.Outras há que por necessidade provacional ou
expiatória ou mesmo por não saberem enfrentar adequadamente as provas tudo
parece lhes ser desfavorável. Desconhecendo as leis que regem a vida
espiritual e, em conseqüência, o destino do homem, que o
Espiritismo veio trazer à luz, o homem criou essa crença de "sorte"
ou "azar", para explicar e, até mesmo, justificar sua felicidade ou
infelicidade.
De Acordo Com O
Ensinamento Dos Espíritos, Existe Ou Não Fatalidade?
R.: - Fatais somente
são os acontecimentos previstos antes da reencarnação do espírito, que obedecem
a um planejamento feito pelas Entidades Superiores encarregadas da
questão e de
acordo com o necessário para a sua evolução. São as
provas solicitadas ou aceitas pelo espírito e as expiações que resultam de débito cármico por ele
contraídos. Quanto ao mais, inexiste fatalidade, sendo resultado do
livre-arbítrio exercido pelo espírito.
A fatalidade existe unicamente pela
escolha que o espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer.
(851)
0851/LE - FATALIDADE
O que chamas fatalidade
já é produto do livre arbítrio, pois, antes de reencarnar o Espírito, por
vezes, escolheu determinadas fases para passar. Se ele escolheu, o
acontecimento é uma fatalidade. Mesmo assim, conforme a sua.vida na Terra,
poderá modificar seu destino em algum aspecto, dependendo do que vai fazer ou
está fazendo em favor da humanidade.
Há casos em que os
benfeitores espirituais investem na criatura e encurtam ou alongam a sua vida,
desde quando isso sirva para o bem comum. Mas, tudo depende de Deus, que é,
como se sabe, o senhor de tudo que existe na criação. Quantas enfermidades
escolhidas são removidas dos caminhos de quem as escolheu, porque o mesmo
trabalho que, em certa ocasião somente elas poderiam fazer, o amor pode
substituí-las com mais eficiência? A fatalidade é, pois, produto da escolha de
quem deseja progredir.
As provas morais são
mais flexíveis, por deixarem a razão livre, por isso deves exercitá-la na tua
defesa, do modo ensinado pelo Cristo. Enfim, nós todos temos a mente como força
de Deus, podendo movimentá-la para a defesa e o conserto da personalidade em
variados posicionamentos, buscando o crescimento espiritual. Convém que todas
as criaturas, principalmente os espíritas, estudem e meditem sobre todas as
palavras de Jesus e na obra basilar da Doutrina dos Espíritos, para entenderem
melhor as leis de Deus que nos regulam e orientam as nossas vidas, onde
estivermos.
O livre arbítrio pleno,
do modo que muitos pensam, não existe, mas do modo que a Doutrina dos Espíritos
ensina é uma realidade. As provas que o Espírito escolhe para despertar,
certamente que, depois de despertado, não têm mais razão de ser, e o Espírito,
pela vontade, pode crescer mais do que havia previsto. Eis ai o livre arbítrio.
Quantas pessoas reencarnam para cumprir determinada tarefa e fazem duas ou três
vezes mais? O que ele merece da parte da Espiritualidade Maior? Um certo alívio
das provas e mesmo das tentações costumeiras a todos os seres. No entanto,
existem alguns, que não desejam que se lhes tirem os fardos pesados e pedem
para continuar com eles, dando exemplo aos que sofrem.
As leis de Deus são
justas e sábias em todos os sentidos. No entanto, a fatalidade acontece com
quase todas as criaturas que escolheram seus próprios caminhos. Existem, porém,
muitos encarnados que sofrem por buscarem sofrimentos, e muitos deles o fazem
conscientemente. Os vícios, por exemplo, são portas de infortúnios e dores sem
conta, e hoje quase todos são conscientes desta verdade. Se já conheces as leis
que regem o corpo físico e as leis morais, procura tratar de ti mesmo, que
muitos males serão banidos pelos teus próprios esforços.
O progresso, pelos seus
canais, vem nos dizer muita coisa que antes ignorávamos. O próprio Jesus disse,
e João anotou, no capítulo dezesseis, versículo doze:
Tenho ainda muito que
vos dizer, mas vós não podeis suportar agora.
Entretanto, prometeu
enviar o Consolador, para dar continuidade à revelação, de modo a esclarecer a
humanidade. E ele chegou à Terra através da Doutrina dos Espíritos, revelando e
facilitando com meios lógicos o entendimento das criaturas sobre as leis
espirituais, de modo que elas ficassem mais visíveis a todos os povos.
Certamente que esse entendimento é trabalho paciente, mas seguro. A verdade
nunca pára de expressar a presença do Criador, mesmo que seja lenta, porém
progressivamente.
A mediunidade cristã é
canal em todo o mundo para mostrar a presença do Cristo em nós e em toda parte,
nos chamando para a libertação espiritual. Esqueçamos a palavra fatalidade e
nos envolvamos constantemente nas realizações do bem, do amor e da caridade,
que todas as fatalidades deverão, por força da misericórdia do Pai, ceder lugar
à fé e às mudanças, sempre para melhor.
Pessoas que parecem perseguidas por
uma fatalidade são talvez provas que lhes caibam ou consequências das faltas.
(852)
0852/LE - PERSEGUIDAS
PELA FATALIDADE
Há certamente pessoas
que são perseguidas pela fatalidade, no entanto, elas escolheram essa
fatalidade pelo seu livre pensar. Essas pessoas, e principalmente as almas mais
evoluídas, em estado de sono, vão encontrar mais diretamente seus anjos
guardiães que tutelam por amor sua reencarnação e pedem novamente para não
tirar seus fardos, mesmo que para isso tenham adquirido direitos. Então, são
aparentemente massacradas pelo destino, de modo a levar muitas pessoas a se
condoerem pelos seus sofrimentos. Outrossim, outros tantos estribam-se no seu
sofrer, consolando-se nos seus próprios padecimentos. São missionários que
desejam ser úteis em todas as direções da vida.
A fatalidade os
persegue, sem dó, mas eles mesmos abriram as portas para a dor, e essa dor lhes
mostrará mais luz em seus caminhos. Deus, na sua bondade e no seu amor, concede
a todos de boa vontade a liberdade para escolherem os trilhos que lhes aprouver,
desde que as leis não fiquem sem ser obedecidas. Todas as provações, todas as
lutas, todos os infortúnios, e mesmo as missões das almas são para harmonizar a
mente, para que compreendamos o amor praticando-o, a fim de que todas as
verdades espirituais se nos apresentem de modo que passemos a vivê-las.
Os meios de nos
educarmos para Deus são diversos e poderemos escolher fazendo uso do nosso
livre arbítrio. Às vezes falamos certas coisas e essas coisas enchem de
tristeza certos corações, entretanto, não podemos negar a verdade, fazendo
descer à Terra periodicamente uma dose a mais para os corações que sofrem, de
modo a infundir-lhes esperança. Consultemos João, no capítulo dezesseis,
versículo seis, que nos diz o seguinte, traduzindo as palavras de Jesus:
Pelo contrário porque
vos tenho dito estas coisas, a tristeza encheu o vosso coração.
Mas, agora, muitos dos
tristes à época de Jesus estão alegres, por entenderem melhor a Sua doutrina de
fé e de amor. A reencarnação lhes mostrou a realidade, e continua a mostrar
para todos os que ignoram os ensinamentos do Divino Mestre. Ao leres alguma
mensagem, se ela entristece o teu coração, torna a ler e medita sobre seu
assunto; ora a Jesus pedindo inspiração que a alegria não se fará esperar,
porque a verdade vem de Deus, e toda a verdade fica de pé, nos mostrando os
caminhos que deveremos seguir.
Não acuses a Deus em
tempo algum quando vires pessoas perseguidas pela fatalidade, porque, em muitos
casos, elas mesmas pedem sua continuidade, para o bem de todos. E muitas outras
que sofrem a fatalidade, que desejam sair dela e não podem, estão em processo
que a lei usa para educá-las. Não há nada errado; tudo se funde na grande
escola de Deus, para o bem da humanidade.
Fatal, no sentido verdadeiro da palavra,
só a morte. De uma forma ou de outra não podemos nos furtar dela. (853)
0853/LE - A
FATALIDADE
Somente a morte é fatal,
nos campos de lutas das formas. Tudo se transforma em todos os segmentos da
matéria. As mutações são fatais, no entanto, os momentos de mudanças, em certos
casos não o são. Por que os animais da mesma espécie não têm o mesmo período de
vida? Por que as árvores da mesma família não têm durabilidade igual? Assim é,
também, com os homens.
A fatalidade,
principalmente na raça humana, pode sofrer mudanças; depende muito do que as
criaturas estão fazendo da vida, do comportamento e da compreensão, bem como do
cuidado que podem ter com seu corpo e com sua missão. O esforço próprio é de
grande valia em muitos casos, contudo, por vezes o próprio Espírito é que não
deseja o prolongamento de sua vida na Terra, pedindo que cumpra apenas o
compromisso assumido, no mundo espiritual, antes de tomar a forma corpórea.
Certos aspectos da vida
espiritual requerem muito estudo, meditação e trabalho no bem comum. Nesse
ambiente de amor, poderás compreender melhor a função das leis de Deus nos
destinos humanos. O Espírito avança na perfeição de tal modo que ele domina a
própria vida, por ter liberdade para isso. Lázaro, não fosse o poder de Jesus,
ficaria no túmulo. Jesus, que dizia ser a vida, fê-lo levantar, recompôs toda a
sua organização biológica e ele se levantou, vivendo muito tempo. Por isso é
que dizemos que a morte é fatal, porque Lázaro tornou a adoecer e morreu, mas
não daquela vez.
A fatalidade pode
transformar-se em vida, dependendo da vontade d'Aquele que criou a vida. Diante
de Deus tudo muda com a Sua magnânima vontade. Vejamos o que João nos diz, no
capítulo sete, versículo quinze, assim se expressando: Então os Judeus se
maravilhavam e diziam:
Como sabe estas letras,
sem ter estudado?
Jesus não estudou entre
os homens, desta vez em que veio como Salvador da humanidade. O que se ensinava
na Terra, para Ele já não serviria, pois, já conhecia a ciência universal, e
mesmo estando na carne ele não esqueceu o grande saber que possui. Não existia
fatalismo no tocante a Jesus, porque Ele dominava tudo pelos Seus poderes:
levantava os caídos, curava enfermos, mesmo desenganados, cegos de nascença e,
ainda mais, restituía a vida física aos que já se encontravam mortos.
Fatalidade total é para
a ignorância em todos os seus aspectos. Para Deus não há segredos; tudo Ele
sabe, antes e depois, por ter onisciência e ser onipresente em todos os
sentidos.
Os espíritas de todos os
níveis devem estudar com mais profundidade as leis de Deus, meditarem sempre
nelas e esperar trabalhando no bem, para que esse mesmo Deus lhes revele a
verdade, que nunca deixa de ser gradativa.
Assim, qualquer que seja o perigo que
nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou, não morreremos. (853a)
O espírito sabe que o gênero de vida
que escolheu o expõe mais a morrer desta do que daquela maneira.(856)
0856/LE - SABE O
ESPÍRITO?
A alma sabe mais ou
menos que gênero de morte encerrará sua jornada na carne, porque isto foi antes
escolhido, desde quando o seu destino não seja mudado pela Providência Divina.
Tudo muda conforme a lei; somente Deus e Suas leis são imutáveis.
Temos como que um livro
dentro de nós, que devemos escrever e que estamos escrevendo pelas nossas vidas.
Se combinamos determinado tipo de vida a levar na Terra, somos inspirados por
esse registro, para que possamos vivê-la. As lembranças que se sucedem em nossa
mente vêm com mais ou menos clareza, isso de acordo com a elevação da alma. Há
Espíritos que recordam minuciosamente o tipo de vida que escolheram. Esse será
mais culpado, se desviar-se dos seus objetivos. Cada ser humano tem uma missão
a cumprir na face da Terra.
Pode a fatalidade ser
uma verdade em uma vida, e em outra não. Depende muito das mudanças
empreendidas pela alma na sua jornada evolutiva. Tudo muda por fora com as
mutações por dentro. As religiões do mundo, as filosofias de vida surgiram na
Terra como misericórdia de Deus visando às criaturas, sobre essas verdades que
a Doutrina Espírita sabiamente anuncia, no entanto, esses movimentos
espiritualistas se esqueceram dos Céus para viver quase somente sob a
inspiração da Terra. Mas Deus não se aborrece com isso; pelo contrário, Ele já
sabia desses desvios morais no que se refere à vida espiritual e a Sua bondade
e paciência esperam que todos esses movimentos passem a reclamar consertos. Na
hora certa, os benfeitores da Espiritualidade superior aproximar-se-ão desses
pastores, inspirando-os a servir de exemplo para os seus rebanhos. Com o tempo,
todos os movimentos espiritualistas tornarão a se fundir em um só ideal, o do
bem e da verdade, para que o amor seja o clima de luz encaminhado à felicidade
das almas em corrida para a consciência tranqüila.
Todo Espírito recebe a
intuição divina de que caminha para a paz, que existe Deus e Jesus à sua
espera. Não existe nenhum dos filhos que, dentro de si, não reconheça seu
próprio Pai. Saímos todos da Fonte Divina e trazemos dentro de nós o perfume de
Deus que recende' onde quer que passemos. Quanto mais a alma se encontra no
primitivismo, mais as forças da natureza selvagem a dominam, mais se cumpre o
fatalismo. Depois que se acende a luz nos corações das almas, elas passam a se
libertar de todas as agressões externas, libertando-se e vivendo em plena luz
de Deus. Vejamos o que nos fala Tiago, no capítulo um, versículo vinte:
Porque a ira do homem
não produz a justiça de Deus.
O homem desviado das
leis naturais do Senhor não pode ser livre; ele é cativo das suas próprias
inferioridades. Eis ai a fatalidade das suas próprias escolhas, no entanto, o
Espírito que já reconhece no amor a lei mais alta, esse é livre, na liberdade
espiritual e muda os acontecimentos com as mudanças internas, que são inúmeras
a todos os momentos.
Quantas pessoas que - e
os fatos nos mostram - temem, por templo, o fogo. É a intuição as alertando,
mas, como não despertaram para a luz do Espírito e nada fazem para descarregar
o peso do seu fardo neste sentido, embora lutando para se livrarem de morrer
por esse sistema, acabam sucumbindo por ele. No entanto, não existe fatalismo
para todos. Os que descarregam seu carma no processo da vida, com todo o amor
que a luz requer, têm a mudança do seu destino, que se faz pela bondade do
Criador e às vezes sofrem simples queimaduras, tendo sua provação aliviada pelo
bem que fizeram aos outros, por caridade.
A vida é uma doação
divina e quem dá recebe, essa é a lei da justiça.
Do fato de ser infalível a hora da
morte, nada impede que tomemos as precauções para evitá-la. (854)
0854/LE - PRECAUÇÕES
Devemos tomar precauções
em tudo na vida, para evitarmos o pior que nos possa acontecer. A prevenção,
por vezes, é sugerida pelos Espíritos amigos, para que possamos nos livrar do
determinismo, pois a evolução da alma faz com que ela possa mudar de rumo,
sempre para melhor.
Muitas ciências e
técnicas de prever o futuro estão difundidas por toda parte, entretanto, se as
observarmos, veremos que todas elas se prendem ao fatalismo. A lei de evolução
faz com que os acontecimentos atendam ao crescimento da alma, fugindo às regras
expressas por aquelas ciências.
O Espírito encarnado
traz em si traços que lhe dizem respeito à vida. A sua expressão denuncia o que
é e o que pretende ser. Isto faz parte dá psicologia profunda e espiritual, no
entanto, esses traços podem mudar com a mudança interna das criaturas. O
Espírito evoluído domina o determinismo e avança pela sua liberdade em campos
diferentes, onde o fatalismo deixa de existir e os acontecimentos passam a ser
de acordo com os profundos ideais da alma. Nada se destrói, nada se acaba, mas
tudo muda de acordo com o progresso proposto por mandamento de Deus.
Devemos tomar todas as
precauções no que se refere ao nosso bem-estar. A melhoria do ser humano é uma
lei, e devemos lutar todos os dias para nos livrarmos de todas as agressões
naturais do meio onde vivemos. Não penses que como Espíritos desencarnados
estamos isentos de tomar certas precauções, para nos livrarmos do determinismo.
Em qualquer estado ou situação devemos vigiar e orar, como nos preveniu Jesus.
O Espírito altamente
evoluído pode dizer: Eu sou a vida, porque em seus caminhos não há morte. As
transformações operadas nele vêm por força do seu amor e da sua paz interior,
que com nada se perturba. É indispensável que tenhamos perseverança em todo o
bem que desejamos fazer e que estamos fazendo sob a inspiração de Jesus, porque
esse é o nosso caminho para a felicidade. Consultemos a epístola de Tiago,
capítulo um, versículo quatro, nesta explicação correta e simples de ser
entendida:
Ora, a perseverança
tenha ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.
É de nosso dever sermos
perseverantes nas precauções para que possamos nos defender de todas as
agressões da natureza má, que nos testam todos os dias. Certamente aprendemos
muitas lições, no entanto, devemos ser vigilantes para não entrarmos em testes
de que não precisamos mais.
Se estás na Terra, deves
obedecer às leis que sustentam a forma que usas para o aprendizado. Deus
colocou na natureza, para ajudar-te, os meios que podes usar para a tua paz.
Todo tipo de obstáculo se encontra por onde passares, nos caminhos físicos, mas
Deus te dotou de olhos para desviar-te de todos, bastando que os use bem, e a
escolha do seu uso a razão pode fazer, e muito bem. Dentro de ti existe tudo
para ter crescimento e para as devidas defesas como, e certamente, o amor e a
caridade. Deus não se esqueceu de nada.
A morte do corpo físico
investe sobre os seres humanos na sua existência terrena. É preciso que tenhas
cuidado: quando criança, os pais são encarregados disso; tornando-te adulto
deves proteger-te por ti mesmo, e é tua obrigação cuidar-te. Ao empreender a
vigilância, as mãos espirituais não se fazem esperar, e é o próprio Deus
ajudando a quem deseja ser ajudado
Quando corremos perigos que não tem
conseqüência, constitui um aviso a fim de nos desviarmos do mal. (855)
0855/LE - FINALIDADE
DOS PERIGOS
A humanidade se encontra
em perigo constantemente, para que possa aprender a se defender por si mesma.
Somente lutando, o soldado torna-se eficiente em novos campos de batalha. O
próprio corpo humano, na sua primorosa constituição, nos mostra a variedade de
lutas dentro de si, para o seu aperfeiçoamento e sua harmonia. Fora dele é a
mesma coisa: a alma está sempre em perigo de todas as ordens e para que possa
livrar-se de todos eles, Deus criou as leis que podem lhe servir de defesa em
todas essas lutas.
Se o ódio investe contra
os corações, a sabedoria espiritual nos inspira para amar aqueles que nos
odeiam e caluniam. Se somos feridos em todas as nossas andanças, o nosso dever
é perdoar como nos ensinou Jesus, esquecendo todas as faltas, porque desta
maneira o ofensor passa a ser nosso amigo. Nesta linha de ação, devemos
continuar, pois essa é a defesa do cristão. A mediunidade inspirada no Cristo
de Deus oferece muitos meios que podem assegurar a proteção contra todas as
investidas das trevas. Não penses, porém, que basta te encontrares com o
Evangelho nas mãos; necessário se faz que ele esteja no coração, onde é refletido
nos atos de todos os dias, minutos e segundos.
O Espírito deve se
encontrar permanentemente vigilante em todos os seus caminhos, mesmo nos
pensamentos que surgem em suas mentes. A razão o induz para escolher e
alimentar os que forem da ordem que o Evangelho nos inspira. A escolha é nossa.
Se existe o Cristo dentro de nós, deixemos que Ele se levante em nossos
corações, mas isso somente é feito pela nossa maturidade, pela nossa vontade.
Desta forma, teremos toda a segurança, em nos despertando para a vida,
conhecendo as leis espirituais. João nos relata desta forma, no capítulo oito,
versículo vinte e oito:
Disse-lhes, Jesus:
Quando levantardes o
filho do homem, então sabereis quem eu sou, e que nada faço por mim mesmo; mas
falo como o Pai me ensinou.
O filho do homem, como
diz o apóstolo reproduzindo a conversa de Jesus, se levanta sempre dentro e
fora de nós, a nos instruir e educar, mas Ele se levanta por muitos meios, e
devemos estar preparados para conhecer o despertar na alma. Com que fim, qual é
a finalidade de Jesus se expressar nos nossos caminhos internos e externos? é
para reconhecermos os nossos deveres ante as nossas promessas, e o Mestre nos
faz reconhecer a verdade, conhecendo e amando a Deus em todas as coisas. Aí
estão todas as leis e todas as falas dos grandes profetas.
Os perigos que a vida te
mostra e que a própria vida te ajuda a te livrares deles, faz a alma meditar
nos seus deveres e em todas essas fases o Espírito passa a melhorar, estando em
comunhão com os seus deveres, que vibram com mais intensidade na ação do perigo
de morte à vista. Se perguntares por que esses meios de aperfeiçoamento das
criaturas, digo-te que não sei; só Deus sabe porque achou melhor esse tipo de
educação das almas.
Não temos o direito e
não podemos julgar as obras do Criador. Apega-te à oração nos momentos da
dúvida, que a mente clareará e te sentirás feliz, dentro da felicidade dos que
já a alcançaram.
É comum que homem tenha o
pressentimento do seu fim, como pode ter o de que ainda não morrerá, por
intuição. (857)
0857/LE - A HORA NÃO
LHES CHEGOU
São milhares de
criaturas que reconhecem, mesmo diante do perigo, que a hora da morte não lhes
chegou, e enfrentam tal estado perigoso com coragem. Porém, existem outras que
reconhecem chegada a hora. Esse processo é inspiração dos seus guias
espirituais. No silêncio da vida, essas revelações surgem por intuição durante
o dia ou pelo processo do sono, ou ainda por variados meios que os Espíritos
sabem escolher para avisar seus tutelados.
Se existe perigo, a
Providência Divina mostra os meios de defesa. Todos esses processos são escolas
onde aprendemos as lições para o nosso adiantamento espiritual. Compete aos
homens e almas fora da Terra estudar, meditar e procurar por todos os meios
possíveis entender mais de perto as leis espirituais, porque é na vivência
desses programas de Deus que alcançamos a tranqüilidade de consciência.
Podemos ter o
pressentimento do nosso fim quando na Terra, no entanto, o nosso dever é
procurar, por todos os meios, que nossa vida se prolongue cada vez mais,
pedindo a Deus que nos abençoe para que essa continuação seja útil no esquema
da Luz. Já falamos alhures que assumimos um compromisso no mundo espiritual,
mas que a bondade de Deus pode mudar nossos destinos, porque Ele se encontra em
todo o comando da vida. Qual de nós, encarnados e desencarnados, conhecemos os
sentimentos de Deus? Nós outros estamos em marcha de ascensão, de despertamento
espiritual; queiramos ou não, nossa elevação é um fatalismo e não está sujeita
à nossa vontade, e sim à do Criador. Ele domina toda a criação.
O que temos de fazer
ante a paternidade universal é glorificá-lo na nossa humildade, em todos os
aspectos, por ser o que temos para dar como gratidão. Vamos ouvir o que Tiago
diz sobre esse assunto, no capítulo um, versículo nove:
Glorie-se, porém, o
irmão de condição humilde na sua dignidade.
E acrescentamos: que
Deus nos abençoe nos nossos esforços de despertamento para a Luz. A nossa maior
glória é quando estamos alcançando a vivência das virtudes mencionadas por
Jesus no Evangelho. Desta maneira, mesmo quando a morte do corpo chegar,
estaremos preparados para todos os acontecimentos de renovações da vida para a
vida, sem aflições, nem ressentimentos. O homem feliz é aquele que encontra felicidade
mesmo nos infortúnios dos caminhos percorridos e a percorrer. Os Espíritos
estão mais próximos dos homens do que eles possam suspeitar, nas suas tarefas
de cada dia. Jamais deves pensar que estás abandonado; nas maiores dificuldades
os Espíritos amigos estão te ajudando a carregar a cruz das tuas provações.
Ninguém se encontra deserdado. Quanto mais a alma confia em Deus e em suas
próprias forças, sem esquecer a oração, ela escuta por dentro a voz de Deus lhe
comandando o destino, e sabe o que deve fazer da vida, porque a voz nunca
engana, como sendo o guia de olhos abertos guiando o cego.
Confia em Deus e na Sua
justiça, que o resto vem por acréscimo de misericórdia, surgindo gradativamente
em teu caminho o que precisas para a tua paz de consciência.
Normalmente quem pressente a morte
não a teme, pois o faz com o espírito e a compreende como sua libertação. (858)
0858/LE - TEMER A
MORTE
A verdade é sempre
agradável aos que se encontram preparados para recebê-la. Os que pressentem a
morte, reconhecem internamente que escolheram aquele tipo de desencarnação e,
por vezes, sentem-se aliviados quando ela dá demonstração de que está chegando.
Morrer, para o Espírito que cumpriu sua missão na Terra, é um prêmio.
Muitos dos que temem a
morte, é porque não cumpriram a obrigação que assumiram no plano do Espírito e
procuram por todos os meios viver para terminar sua tarefa. Uma quantidade
enorme de almas consegue adiar o momento da morte, para completarem sua tarefa,
mas tornam a se esquecer dos compromissos assumidos.
É muito difícil a
conscientização completa dos deveres. As religiões estão incumbidas de
despertar seus fiéis no sentido dos deveres ante as leis espirituais, mas, do
modo que elas se encontram, estão igualmente esquecidas das suas obrigações de
orientar seu rebanho. Cumpre com mais eficiência à Doutrina Espírita, através
dos livros e mensagens mediúnicas, alertar aos companheiros espíritas para se
lembrarem dos seus compromissos no que se refere à caridade, principalmente
para consigo mesmos. Não restam dúvidas de que o ambiente do mundo é bastante
negativo para que cumpram fielmente os deveres, no entanto, o nosso pedido é
que se faça alguma coisa, mesmo que o encarnado não observe fielmente seus
mandatos.
Quem teme a morte é o
homem da Terra, pelo condicionamento em que se encontra, principalmente os que
gozam as ofertas da matéria. As paixões escurecem a razão no sentido
espiritual. O Homem-Espírito não teme o momento de partir para o lugar de onde
veio, principalmente aquele que fez o que deveria realizar pela sua libertação
espiritual.
O homem inteligente e
espiritualizado compreende que a morte é libertação, mas, da criatura que não
pensa no Espírito, dizendo que não lhe sobra tempo para tal conhecimento, o
tempo mesmo se encarrega. Não é preciso que julgues essas criaturas; há época
para tudo na vida, tanto para plantar, quanto para colher.Eles próprios estão
se condenando e não devem receber condenação de ninguém. Paulo, quando escreveu
a Tito, assim disse em sua carta, no capítulo três, versículo onze:
Pois sabeis que tal
pessoa está pervertida e vive pecando, e por si mesma está condenada.
As pessoas que estão
pervertidas e que, por vezes, têm boa saúde, boas relações e bens materiais,
Deus está esperando como filhos pródigos a voltarem para a casa. A hora do
chamamento chega mais rigorosamente e não precisa dos seus irmãos as
violentarem para que elas sofram mais depressa a corrigenda. Deus estabeleceu
leis para corrigir e educar a todos. Se Jesus não quis condenar a mulher adúltera,
como nós, Espíritos endividados com a lei, vamos ser juizes de um procedimento
que também já tivemos no passado?
Os que temem a morte,
por vezes com escândalo, desconhecem a sua função na vida. A desencarnação é
uma lei natural; tudo muda, tudo se transforma, mas nada desaparece. A Doutrina
Espírita veio nos ensinar a encarar face a face a morte e vencê-la,
compreendendo que tudo é vida e que ninguém morre, não somente o homem, mas
todas as coisas. Até o próprio vírus, sai de uma forma para entrar em outra, e
é nesse entrar e sair que ele se aprimora cada vez mais.
Disse o benfeitor
espiritual, certa feita, a Allan Kardec, que ele também, Kardec, já tinha sido
átomo. Por aí vemos que as transformações são necessárias para que possamos
encontrar a vida cada vez mais bela, como flor de Deus, a perfumar os caminhos
por que percorremos.
Aqueles acidentes que nos sobrevêm,
que não a morte, muitas vezes os espíritos ajudam a evitar ou prevenir. (859)
0859/LE - OS
ACIDENTES
A nossa mente é força poderosa
que pode criar situações nos nossos destinos. Os acidentes em geral são
produzidos pela nossa invigilância, então, a lei nos cobra, por ser ela
instrumento da Justiça. Os nossos benfeitores da eternidade sempre nos falam
sobre o respeito às leis, e devemos atendê-los, confiando mais na força divina
dentro de nós, emergindo pelos processos da nossa consciência.
Podes verificar que
quando uma pessoa dirige um veículo e sempre desrespeita os sinais, mesmo que
não tenha provação cármica de passar por um acidente de veículos, ele está
criando essa condição pelo desrespeito aos sinais que significam ordem nas
raias humanas. Quando acontece um acidente, apesar de toda a atenção do
motorista, é a força da cobrança do passado, usando o ambiente do presente.
O que devemos fazer no
momento é, pois, respeitar todas as leis, porque elas criam em nosso coração a
harmonia que nos defende dos males que provêm da invigilância. Esses acidentes
que ocorrem na vida são coisas insignificantes, que nascem da nossa incompreensão
das leis, e é nesse proceder que aprendemos a entender todas as situações que
surgem para nos educar.
Os benfeitores
espirituais não gostam dos sofrimentos humanos por coisas que podem ser
evitadas. Eles sempre avisam, por muitos meios, para os homens evitarem os
perigos, a não ser certas provas que trazem para os seres humanos lições que
somente elas poderão e terão a força de corrigir certos desvios arraigados na
conduta humana.
A fatalidade existe, mas
é bom que compreendas onde ela se expressa como tal. No final da resposta de
"O Livro dos Espíritos", a Entidade superior disse o seguinte:
"A fatalidade,
verdadeiramente, só existe quanto ao momento em que deveis aparecer e
desaparecer deste mundo."
Medita bem sobre esta
resposta, que compreenderás os nossos pensamentos com mais facilidade. A morte
é uma fatalidade, mas a data de sua ocorrência pode ser mudada por Aquele que é
puramente a vida. Reencarnar é uma fatalidade, mas as épocas são variáveis para
todos os seres. A existência das leis, se podemos dizer, é uma fatalidade para
todos nós, encarnados e desencarnados, desde quando precisamos delas. Ao
encontrarmos a verdade, tornando-nos livres, já somos a lei e somos a vida, o
caminho e a verdade. A liberdade de escolha do que deves passar revestido pela
carne é, ou pode ser, uma fatalidade gerada pela tua escolha, que pode ser
mudada, desde que Deus ache conveniente. A alma, pelo seu procedimento, piora
ou melhora sua situação.
Em cada mensagem
colocamos um traço do que pensamos da verdade, para que possas te cientificar
de que o Espiritismo cresce nas suas exposições, e que o progresso se estampa
nos seus conceitos, como força de Deus para a paz e a esperança de todas as
criaturas. Não deves te maravilhar dos feitos e do avanço da Doutrina dos Espíritos
porque, com o tempo, a força do Espiritismo dominará todo o mundo mental das
criaturas e mostrará a todos grandes coisas, como disse Jesus, registrado por
João no capítulo cinco, versículo vinte e oito:
Não vos maravilheis
disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua
voz e sairão.
As palavras de Jesus,
que os Espíritos superiores estão divulgando a todos, estão indo até os túmulos
e desligando os Espíritos ali chumbados aos restos mortais, mostrando a eles a
esperança de nova vida. Outras maravilhas deverão surgir, para glória d'Aquele
que criou a própria vida!
Mesmo assim, há fatos que
forçosamente devam se dar e que os espíritos não podem evitar, embora o
queiram. (859a)
O homem, por sua vontade e por seus
atos, pode mudar acontecimentos programados e também não programados. (860)
0860/LE - A VONTADE
Acresce notar-se que a
vontade na alma constitui uma força poderosa na seqüência da sua vida. O poder
da vontade realiza prodígios, principalmente dentro de nós, no entanto, é bom
que se note que, para termos uma vontade poderosa, necessário se faz o alcance
da maturidade espiritual.
As leis que regem a vida
não podem ser interpretadas com uma palavra somente; elas têm uma área imensa a
ser descortinada. Eis aí como muitos se enganam, querendo mostrar a lei de Deus
em um simples livro que apenas copia a natureza, sem que a verdade esteja nele
totalmente. Um livro, o melhor que seja, nos mostra uma simples claridade da
lei vigente e vibrante em todos os reinos. Não devemos esmorecer. Estamos
caminhando para a espiritualidade maior, e essa caminhada se faz passo a passo.
Deus não tem pressa, mas nunca para, e os nossos olhos, tanto de encarnados
quanto dos fora da carne, vão se abrindo frente à verdade, pelos processos do
tempo-espaço, que é a ação de Deus nos acordando para os cumprimentos dos
nossos deveres.
A própria Doutrina dos
Espíritos não tem a pretensão, e nunca teve, de revelar todas as leis, de fazer
o homem conhecer a verdade total. Não é a sua finalidade; o que ela pode fazer
e se encontra fazendo, é gradativamente ir nos mostrando o que podemos
suportar, pelos meios de que dispõe e pela vontade de Deus.
O ser humano, pela sua
vontade, pode mudar muita coisa nas linhas do destino, e a vida que levamos,
mesmo no mundo espiritual, é cheia de mudanças que a vontade pode fazer.
Entretanto, essa vontade somente encontra apoio para o que ela realiza, nas
experiências acumuladas, o que quer dizer na maturidade espiritual.
Uma alma primitiva nada
pode fazer com a sua vontade apenas seguindo o bem, aquele caminho que o
Espírito iluminado trilha, por já ter colhido em suas várias vidas sucessivas
um celeiro de advertências e milhares de anos lutando entre os infortúnios e as
dores, como duras lições, porque somente assim pode o Espírito iluminar a
consciência e expandir o coração. A vontade naquele que não tem experiências
colhidas em muitas vidas, nada vale, por não saber usá-la, nem escolher seus
próprios caminhos.
Podes conhecer melhor o
que é a vontade, notando, como experiência, o que fazem os cientistas quando
enviam uma nave ao espaço; depois que ela voa ganhando milhares e milhares de
quilômetros, aí é que se faz a correção da sua rota. Assim é a alma; a correção
da sua rota é feita depois de muitas reencarnações, somente depois que a nave
humana sai para os caminhos do bem. No Espírito que não tem bases para a
reforma dos seus costumes as mudanças são aparentes. Elas se processam apenas
externamente, sem nenhum motivo interno. É necessária a teoria, para com o
tempo aparecer a prática.
A vontade cresce com o
tempo. Não existem outros meios e ninguém foi criado diferente do outro. Todos
somos iguais, na igualdade que as leis nos mostram, porque Deus, sendo Pai de
todas as criaturas, pelo Seu amor não iria criar Espíritos diferentes entre si.
Os caminhos para o despertamento das criaturas são variáveis, porém, o peso e
as experiências são os mesmos, têm as mesmas forças educativas. A vontade tem
um poder muito grande em nossas mudanças, mas quando essa vontade se alicerça
na educação e na disciplina, sendo que essa educação e essa disciplina somente
ganham terreno quando começa a aflorar na alma a maturidade espiritual. Assim
são todas as virtudes: só nascem no clima do despertar para a vida.
"O Livro dos
Espíritos" é o livro basilar da Doutrina dos Espíritos, entretanto, é
preciso que o leiamos com muita atenção, porque muitas respostas se completam,
estando umas distantes das outras, na disposição do livro. Vamos transcrever o
que Paulo fala a Tito, no capítulo um, versículo quatorze:
E não se ocupem com
fábulas judaicas, nem com mandamentos de homens desviados da verdade.
Ninguém está predestinado ao crime e
todo o crime, como qualquer outro ato resulta sempre da vontade e do
livre-arbítrio. (861)
0861/LE - ESCOLHENDO
Em escolhendo o Espírito
a sua nova existência na Terra, certamente que ele não saberia que viria a ser
um assassino, pois não escolheria esse tipo de falta, que viria a comprometer
sua vida com mais peso sobre seus ombros. Somente Deus é presciente do que virá
a acontecer com todos os Seus filhos.
A deliberação é dos
Espíritos; eles têm livre escolha nos seus momentos de decisões, mas Deus sabe
sempre antecipadamente o que ele irá escolher. Os Espíritos angélicos, fazendo
um retrospecto nas suas vidas pregressas, recordam todos os fatos, que não são
melhores do que os daqueles que estão praticando desatinos envolvidos na carne.
Basta dizer que todos somos iguais e que os processos de despertamento
espiritual são para todas as criaturas, sem exceção.
Compete a todos os seres
estudar as leis de Deus, analisar todas elas em todos os sentidos, verificar
todas as filosofias e religiões, passando assim a sentir a verdade por todos os
seus ângulos. Deus não é criador somente de um punhado de almas mas, de tudo
que existe. Um pai que somente ama determinados filhos, esquecendo-se dos
outros, não pode ser chamado de pai, pois esquece o verdadeiro amor. Nós, ao
retornarmos à carne, temos a liberdade de escolher certos acontecimentos, buscando
limpar nosso carma. Ao nos expressarmos na carne, certamente que esquecemos os
acontecimentos, para nos sentirmos mais encorajados nas lutas, bem como termos
o poder de modificarmos alguma coisa, dependendo dos nossos esforços no sentido
de desenvolvermos as qualidades enobrecidas.
O assassino ou o suicida
o são por deliberação própria, influenciado pelo estado em que se encontra não
por escolha antes de reencarnar, por serem fatos que complicam a sua vida, ante
as vidas que haverá de ter. Deus assim permite por respeitar, de certo modo, o
nosso livre arbítrio. São sementes que plantamos na consciência e que haveremos
de colher, mais cedo ou mais tarde.
A nossa escolha, quando
podemos fazê-la, é para uma vida de lutas, por vezes dolorosas, mas os detalhes
surgirão pela nossa vontade; podem ou não acontecer, no entanto, quanto ao
Espírito mais primitivo, sabe-se mais ou menos o que ele deverá fazer, pelo seu
estado evolutivo inferior. Não podemos dizer que isso é determinismo, porque a
vontade pode modificar muitos fatos de modo a mudar as rotas da alma nos
caminhos do mundo.
Conforme o Espírito,
sabe ele que terá oportunidade de matar um ou alguns dos seus irmãos, mas não
sabe se isso acontecerá. Em frações de segundo pode haver a determinação, que
surge de variados condicionamentos do presente e do passado. São sutis esses
acontecimentos espirituais e as leis que nos assistem. Somente Deus, tornamos a
falar, não ignora esses fatos e sabe transformá-los no bem para os caminhos do
Espírito imortal.
É preciso que os homens
saibam que os acontecimentos somados, sejam eles quais forem na vida das almas,
são qual um grão de areia em se comparando com o universo.
Não deves
impressionar-te com esses fatos, mas nunca deixes de trabalhar para o
aprimoramento espiritual em todos os sentidos. Cada trabalho, cada modificação
que fizeres dentro de ti para o bem, é uma luz que acendes na tua vida. Esse
esforço todos os dias, se tornará um sol e, pelo exemplo, converterás muitas
criaturas para os caminhos retos.
E converterá muitos dos
filhos de Israel ao Senhor seu Deus. (Lucas, 1:16).
O que podes chamar de
fatalidade é sobre a vida material com seus sucessos. Podes verificar nos
próprios acontecimentos, que muitos deles não precisam esforço quase nenhum
para que o homem alcance êxito, no entanto, a fatalidade não existe em se
referindo à vida moral. Aí, depende de maturidade da alma, cuja luz verte do
tempo e do espaço, onde a vontade faz correções inúmeras todos os dias, para
que possa encontrar o alvo desejado, onde se respira o amor e a caridade.
Pessoas que se dão mal no que fazem,
podem ter escolhido essa prova, mas obteriam êxito se usassem suas tendências.
(862)
0862/LE - A FATALIDADE
NA ALMA PRIMITIVA
É bom que compreendas
que a fatalidade, em quase todos os seus aspectos, se processa na alma
primitiva. Qual a criança dirigida pelos pais, crescendo ela pode ir tomando
suas próprias decisões, o Espírito vai ganhando a liberdade de conformidade com
a sua compreensão.
Existem muitos que, em
quase tudo, a fatalidade é para eles lei irremovível, por viverem dentro da
ignorância quase total. Eles somente são tocados pelo egoísmo e conhecem mal
alguma coisa em torno de sua personalidade. Somente há escolhas quando a alma
tem alguma compreensão; quando não a tem, nasce e renasce quase como o próprio
animal. O que o primitivo iria escolher para si? Ainda lhe faltam vários corpos
espirituais que podem recolher informações em muitos aspectos de vida.
O instinto do homem
animal deve transformar-se em razão, de maneira a esplender em inteligência, e
neste percurso a alma toma muitas decisões erradas, mas que lhe servem de
experiências onde nasce o interesse para o bem, de modo a amar ao próximo,
tendo Deus em primeiro lugar. O Espírito nunca que passa diretamente do
primitivismo para a iluminação, sem os desequilíbrios que correspondem aos
testemunhos. O que chamamos de mal, é para compreender o valor do bem. Medita
bastante nas leis de amor, para que possas compreender o destino das almas em
marcha para o Criador.
Os ditos
"escolhidos", aos quais o Evangelho faz referência, são Espíritos que
passaram por todos os testemunhos, para chegarem à intimidade de viverem como
os anjos. A sua bagagem lhes forneceu experiências fecundas. Se os Espíritos
angélicos são os escolhidos, é porque eles aprenderam, no desenrolar do tempo,
todas as leis e as vivem em todos os momentos da vida. A lei de justiça não
erra; onde estiveres, receberás aquilo a que fizeres jus. Vamos escutar as
palavras anotadas por Marcos, no capítulo treze, versículo vinte e sete:
E ele enviará os Anjos e
reunirá os Seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da Terra até a
extremidade do Céu.
Os escolhidos a que se
refere o Evangelho são aqueles que fizeram o plantio de luz, sementes essas que
serão recolhidas em todas as suas vidas sucessivas, pois todos os trabalhadores
são dignos dos seus salários. A fatalidade, como a entendes, não existe para os
Espíritos superiores; eles vivem o que são na intimidade.
O homem se perde pela
sua ambição e amor próprio. Mas, por que sente ele ambição e amor próprio? Por
ser ignorante. E por que é ignorante? Por lhe faltar maturidade espiritual.
Pode-se dizer que não é culpa dele; isto é processo criado para o seu
despertamento espiritual. Deus nos criou desta maneira, e nunca mudou os meios
para chegarmos ao esplendor das nossas faculdades espirituais.
Os fracassos das almas,
se podemos chamar de fracassos, são quedas para nos levantarmos com mais
compreensão e mais amor, conhecendo a verdade para nos tornarmos livres. Se
Deus permitiu, é porque achou melhor para nós. Que Deus nos ajude a compreender
melhor as Suas leis.
Os costumes sociais obrigam o homem a
seguir ocupações que não querem, mas tal submissão é um ato de liberdade. (863)
0863/LE - COSTUMES
SOCIAIS
Os costumes sociais dos
homens foram feitos pelos próprios homens, por aquiescência de Deus, porque as
leis sociais são transitórias e as leis de Deus são eternas como Ele. Então, é
dado aos Seus filhos fazer as suas próprias leis, de acordo com a evolução
humana.
Não poderiam as almas
revestidas do fluido da carne, compreender de imediato as leis de Deus na sua
profundidade e praticá-las. A verdade chega às criaturas na gradação que elas
possam suportar. Essa é, pois, a justiça. Como exigir das crianças a
compreensão dos adultos? Os costumes sociais que se notam no mundo e que se
expressam diferentemente em cada país, constituem disciplina que seu povo
suporta. Se não existissem eles, ficaria a humanidade sem freio, o que
corresponde a uma calamidade.
As leis humanas sempre
têm algo das divinas; quem tiver a curiosidade de verificar, notará certa
analogia aqui e ali, como princípio de educação para a humanidade. Deus não
desampara a ninguém e usa de todos os recursos para a paz de todos os Seus
filhos. Enquanto estamos sem rumo, sofremos as conseqüências dos desvios, e
isso é um aprendizado para todos nós. João anotou, no capítulo três, versículo
vinte: Porquanto todo aquele que pratica o mal, aborrece a luz, e não vem para
a luz a fim de não serem argüidas as suas obras.
As próprias leis humanas
são avisos de Deus para que os homens se afastem do mal, para que não sejam
argüidas as suas obras do mal. Em tudo podes notar o chamamento da alma para o
bem mas, é preciso ter ouvidos para ouvir e olhos para ver. Para tanto,
necessária se faz a maturidade do Espírito, e essa maturidade verte, como já
falamos, das mãos de Deus pelos processos do tempo e do espaço. O homem
obediente às leis humanas já está a caminho da sua paz interior e depois passa
a conhecer melhor as leis imutáveis de Deus.
São os homens que fazem
as suas próprias leis, bem o sabes, mas tudo inspirado pelos benfeitores da
eternidade, porque, diz o apóstolo, tudo vem do Senhor. Ainda somos carentes de
disciplina, de educação, para depois sentir o amor e vivê-lo. Somente o tempo
nos mostra que deveremos amar a Deus em todas as coisas e sobre todas as
coisas. O amor ao próximo é conseqüência do amor a Deus. O homem sente-se feliz
em ter o livre arbítrio de fazer as suas próprias leis, porque elas dão certo
resultado e com o tempo passam a condicionar as almas vestidas de carne nos
princípios do bem e no respeito aos outros.
Temos direitos, mas
nesta seqüência aparecem deveres igualmente. Quem pratica o mal, aborrece a
Luz, por ser ele contrário à verdade, no entanto, é caindo nas trevas que damos
valor às claridades que vêm do Criador. Aos espíritas, estão sendo mandadas
mensagens para mostrar o valor da harmonia da mente, de maneira a criar a paz
na intimidade do coração. O espírita não pode aborrecer a Luz, por entender a
verdade mais acentuada. Nós te pedimos para ler o Evangelho com mais atenção,
meditar nesta obra maravilhosa, que de suas letras poderá sair a força divina,
de modo a te fazer compreender e escolher os caminhos que deverão ser
trilhados, escolher as sementes que deverão ser semeadas na vida.
Deves ser tolerante com
os irmãos menos avisados. Disse Jesus: "Eles não sabem o que fazem".
Os que hoje encontraram a paz interior, já foram, em outras épocas,
atribulados. Ninguém se perde, pois todos são filhos de Deus, e todos, sem
exceção, encontrarão a esperança, para a conquista do céu interno, para que o
céu exterior se apresente como expressão da Divindade na consciência e no
coração.
As pessoas “favorecidas” pela sorte,
normalmente sabem se conduzir melhor, mas também pode ser um gênero de prova.
(864)
0864/LE - PESSOAS
FAVORECIDAS
As pessoas favorecidas
no mundo pelos bens materiais, e mesmo pela família em ordem, não são
beneficiadas por Deus enquanto outras são esquecidas. Somente a reencarnação
pode explicar essas "anomalias" do destino. Em muitos casos, elas
estão sendo testadas, com o fim de aprender sobre as leis de Deus.
Alguns dos favorecidos
acham que, os que não o são, parecem preguiçosos, ou então não são dotados de
inteligência para ganhar a vida com mais facilidade. Os próprios fatos
desmentem isto, por existirem criaturas de pouca inteligência bem aquinhoadas
de bens materiais e outras que não usaram a inteligência para adquirir os bens
materiais, como, por exemplo, fortunas entregues a eles pelos processos de
jogos, que bem conheces. A riqueza não constitui felicidade; às vezes é o
contrário, no entanto, quando sabemos usá-la, ela é uma porta que poderá levar
seu dono para as estâncias de luz.
A lei da reencarnação
pode mudar as pessoas de posições, quantas vezes for permitido por Deus. O rico
de hoje pode. vir a ser pobre amanhã, e vice-versa. O melhor é tirar o proveito
educativo nas mudanças que Deus faz com os Seus filhos; a vida é um educandário
cuja finalidade é despertar e instruir as criaturas, e isso será feito sem
erro.
O homem que sabe se
conduzir melhor nas suas empresas, é aquele que já tem experiência de outras
vidas. O que não as tem, deverá adquiri-las, por vezes com sofrimentos e
dificuldades sem conta. Ninguém evolui por simples passe de mágica, nem com uma
simples bênção. Toda companhia boa é útil, como todas as fontes de educação são
notáveis, no entanto, somente a própria pessoa pode andar em busca da sua
felicidade.
A afirmação de que
"ninguém evolui ninguém" é certíssima, porém, todos precisamos uns
dos outros, como o cireneu que ajudou o Cristo a levar a Sua cruz, e o Mestre
aceitou a ajuda para nos dar o exemplo de humildade e de interesse pela
fraternidade e companheirismo. Mas, sem a decisão que parte da própria pessoa,
nada pode ser feito. Deus nos dá tudo, mas depende de cada um a vontade de
aceitar ou não a oferta divina. Depois de voltarmos para Deus, devemos
conquistar a nossa paz de consciência.
Nós, no estágio em que
nos encontramos, temos inimigos em todas as dimensões, inimigos internos e
externos, e eles, cada vez mais, se aproximam de nós, com a finalidade, embora
não o saibam, de nos acordar para a luz do amor e da sabedoria. Vejamos no
Evangelho de Lucas, o que Jesus fala sobre esse assunto, anotado no capítulo
dezenove, versículo quarenta e três: Pois sobre ti virão dias em que os teus
inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e por todos os lados te
apertarão o cerco.
Estamos nessa época por
necessidade evolutiva. Os inimigos internos estão aflorados, juntamente com os
externos de todas as espécies, para nos fazerem compreender a verdade. Esse é o
processo final. Somos alunos rebeldes, que devemos encontrar professores
enérgicos. Tudo isso é um gênero de prova e precisamos passar por elas, para
termos o merecimento do diploma que a verdade pode nos conferir.
"Conhecereis a
verdade e a verdade vos libertará", palavra luminosa de Jesus para a nossa
libertação definitiva da ignorância. Mas, com o tempo, a ignorância e a
simplicidade vão cedendo lugar à sabedoria e ao amor. E depois disso passaremos
a ter prudência em todos os nossos atos, orando em todos os momentos de
dificuldades, de modo a sentirmos Deus palpitando na consciência e o Cristo
iluminando o nosso coração para a eternidade.
A fortuna favorecida pelo jogo pode
ser uma prova com escolha prévia, mas normalmente ganha o homem e perde o
espírito. (865)
0865/LE -
FAVORECIMENTO
A lei que regula a
reencarnação dá feições diferentes às vidas sucessivas, compondo regras e
facilitando acontecimentos, de maneira a possibilitar o aprendizado das almas
em marcha para a evolução espiritual. De certa forma, ninguém perde nada nas
linhas da sua educação espiritual. Deus usa de todos os acontecimentos para
disciplinar e fazer o aprendizado crescer, pelos métodos que Ele achar mais
conveniente.
O Espírito, ao tomar um
corpo de carne, certamente que precisa de um esquema, assim como é preciso uma
planta do arquiteto para fazer-se um edifício e os cuidados de pessoas que
entendem de construção. A mesma coisa se dá no plano espiritual; ao descer para
a carne, o Espírito se submete a variados testes ou provações no mundo mas,
dependendo de sua maturidade, do seu interesse pelo bem comum, essas escamas de
provações vão caindo como por encanto, pela força do amor e tornando-o livre
dos seus padecimentos.
O Espírito pode pedir
essa ou aquela modalidade de vida, mas nem sempre lhe é concedido. Deus não põe
fardos pesados em ombros frágeis. Para tanto, há instrutores espirituais,
vigiando todos os processos de reencarnação. Se assim não fora, seria uma
terrível desarmonia espiritual, porque quase todos os Espíritos que reencarnam
não sabem o que querem.
Podes fazer uma
experiência, perguntando aos homens o que eles desejam para suas vidas, que
poderás sentir a realidade. A algumas almas, ou a muitas delas, as
reencarnações devem ser impostas para o seu próprio bem. O que podemos explicar
sobre os destinos dos homens aos Espíritos ser-lhes-á mais fácil entender; são
provas, tanto a pobreza como a riqueza, são testes para as almas, visando à
educação dos seus impulsos inferiores. A vida é cheia dessas situações. Nós
todos nos encontramos em função da aprendizagem, enfrentando todos os tipos de
provas, de acordo com as nossas necessidades. O que chamas de boa sorte de
alguns homens, por vezes é má sorte para a alma, porém, em tudo Deus visa ao
bem, na educação e sabedoria para Seus filhos. Vejamos o que diz o apóstolo
Lucas, no capítulo dezenove, versículo quarenta e dois:
E dizia:
Ah! Se conhecesses por
ti mesma, ainda hoje, o que pode te levar à luz!
Mas isto está, agora,
oculto aos teus olhos.
Os que se encontram
preparados conhecerão o oculto e libertar-se-ão das garras da ignorância, pelos
seus próprios esforços na paz de Deus. Nunca deves deixar de procurar, porque
às vezes tudo está pronto, bastando somente os teus esforços, a tua parte para
a tua paz interior. O espírita deve procurar sempre as pegadas de Jesus, porque
Ele é o caminho, a verdade e a vida. Ninguém de Seu rebanho vai à luz senão por
Ele.
O Espiritismo codificado
por Allan Kardec teve a honra de vir tornar conhecido Jesus para a humanidade,
apresentando um Jesus todo amor, a trazer a esperança em todas as suas feições
de luz. Aqueles preparados e escolhidos pelo tempo são chamados para maiores
entendimentos. O Cristo antes vivia fora de nós; com o advento do Mestre,, em
se refletindo pelos espelhos da Doutrina Espírita, Ele penetra e esplende em
nossos corações, morando nas nossas consciências, a nos dizer: "Estou
aqui, para a tua felicidade".
Os prazeres que são
dados às almas para o gozo da vida física são testes, explicáveis pela
reencarnação, que serão dados a todos como experiências, assim como também os
sofrimentos e todos os tipos de infortúnios. Não há nada errado na escrita
divina. O que pensas ser erro, é devido à ignorância das leis que regem a todos
e a tudo.
Deus é a eterna
inteligência e a Sabedoria Divina, expressando-se no Seu amor, não iria errar
nos acontecimentos. Quem crê em Deus, aproveita em tudo as lições. Isto é o que
deves fazer.
Nós mesmos escolhemos nossas provas.
Quanto mais rude ela for e melhor a suportarmos, tanto mais nos elevaremos.
(866)
0866/LE - PROVAS
ESCOLHIDAS
Nós escolhemos as nossas
provas, no entanto, até nas nossas escolhas aparece a intuição divina nos
ajudando, quando temos capacidade para tal empreendimento. Se o Espírito usa
seu pensamento para comunicar, certamente que ele também recebe comunicação dos
maiores da espiritualidade através desse sistema de conversa.
Deus á a Suprema
Inteligência que comanda a tudo. A Sua magnânima vontade está em tudo, de
maneira ainda desconhecida pelos seres humanos, não obstante, a suavidade das
Suas leis, deixa que entendamos, sintamos e usemos o livre arbítrio, para que
possamos encontrar na nossa escolha a esperança e a paz, na nossa parte de
ação, na conquista dos nossos valores.
Jesus dizia: "Eu só
faço a vontade do Pai que está nos Céus". Se Jesus dizia isso, nós outros,
o que vamos dizer? Quem copia a Jesus nunca erra o roteiro. Podemos notar que
os grandes personagens da Terra escolhem sempre provas rudes, por saberem que,
quanto mais sofrimento em seus caminhos, mais luz nos seus ideais. Mesmo que
eles possam retirar os espinhos das suas estradas, não aceitam, por serem eles
energia divina que despertam mais seus valores internos. O próprio Mestre deu
provas disso. Quando o apóstolo Pedro desejou que Jesus recusasse a cruz,
disse-lhe o Mestre: "Retira-te de mim, Satanás", e o apóstolo compreendeu
logo que a cruz seria uma ação maior para a humanidade.
Cada criatura deve pegar
a sua cruz e seguir o Mestre, com a mesma serenidade que o Divino Amigo se
portou diante de tantos sofrimentos. A justiça, como lei de Deus, não permite
que as provações que não sejam as nossas venham aos nossos caminhos, nem que os
espinhos de outrem sangrem os nossos pés. O que é nosso não erra o nosso
endereço. Os que passam pela vida com fartura e nos desregramentos materiais,
em viagens sem conta, sem um objetivo espiritual, somente para se regalar e
aumentar seu orgulho, egoísmo e vaidade, está aumentando o peso de seu fardo e
atrasando cada vez mais a sua libertação, por cerrar seus próprios olhos à
verdade. Sofrer é bom para a sua evolução, porém, sem revolta, com paciência e amor
em todos os passos de sua vida, retirando de cada espinho uma lição de amor e
de fraternidade.
Os encarnados que se
comprazem na sombra do comodismo improdutivo, são almas pusilânimes, incapazes
de sentir a luz espiritual que existe na intimidade da consciência. Os sábios
do mundo tentam todos os meios para retirarem da humanidade a dor e todos os
tipos de sofrimentos que oprimem a humanidade mas, até hoje, não descobriram o
elixir que tanto procuram, que coloca em plenitude de saúde e de paz as criaturas,
por desconhecerem esses sábios que, em primeiro lugar, deveriam ensinar os
homens a se comportarem moralmente, educar a mente e fazer compreender a
sabedoria de Deus, a chamá-los por todos os meios.
Sabemos que Jesus é a
porta da vida para nós outros encarnados e desencarnados mas, para encontrá-la,
somente a dor nos indica, somente os infortúnios nos capacitam para tal
empreendimento divino, somente o esforço próprio nos desperta para compreender
a excelência do comportamento dos grandes personagens da história. Vamos
escutar João, no capítulo dez, versículo nove, quando assim registrou o que
ouviu de Jesus:
Eu sou a porta. Se
alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagem.
E para atravessar essa
porta e sair leve e feliz, achando alimento de todos os tipos para o
enriquecimento da alma, é necessário percorrer os caminhos por Ele traçados. A
dor implode no coração quando aceita todas as forças da Divindade, desmanchando
a desarmonia e iluminando a consciência, de modo que o coração se expresse como
um holofote de Deus sustentando a felicidade.
Se estás em provas,
convence-te de que elas são breves. Vale a pena ter paciência, extraindo delas
o que Deus quer te dizer, porque somente é eterna a tua paz de consciência,
quando limpa das ilusões.
A expressão “nascer sob uma boa
estrela” é antiga superstição que conferia às estrelas os destinos dos homens.
(867)
0867/LE - NASCER FELIZ
Deus tem tudo para dar
aos Seus filhos, não obstante, essa doação é pela lei de justiça, que tem mãos
sábias e sabe onde deve doar.
Quando alguém julga que
outra pessoa se encontra em bem-estar permanente, pensa que ela nasceu bafejada
pelas estrelas, e que a sorte a escolheu, lhe dando o prêmio da felicidade, dos
bens materiais e dos dons da alma; tudo nela é luz. De fato, existem tais
pessoas, mais ou menos felizes, entretanto, o que usufruem não foi doação sem
merecimento. A reencarnação vem explicar esses acontecimentos, porque a justiça
não erra as pessoas que merecem; o que recebe, fez jus à dádiva provinda da
Luz.
Verdadeiramente, a
crença na boa estrela é uma superstição mas, dentro dela, está a verdade
brilhando, pois as estrelas - Espíritos iluminados - iluminam os missionários
da verdade e os ajudam, para ajudar o rebanho na Terra; nunca faltaram no mundo
os pastores que sempre dirigem o rebanho humano para o bem e a verdade. Nunca
faltaram livros educativos para a humanidade, nunca faltam para os povos
exemplos dignificantes, que levam o amor e a caridade, de Espíritos que passam pela
vida enfrentando sofrimentos e escárnio, recebendo pedradas e infortúnios mas,
que mesmo assim, não esmorecem nos caminhos que percorrem.
As mesmas superstições
cederam lugar à verdade, porque somente o tempo vem preparando os povos para
receber as luzes mais acentuadas. A verdade, como bem o sabes, é graduada de
acordo com a evolução das almas. Se o Sol que nos aquece a todos não tivesse
impedimento para os seus raios, poderia acabar com a vida física da humanidade
mas, como eles são regulados pela natureza, a vida se encontra com abundância,
e os seus raios, em vez de matarem, dão vida. Diante de todos esses
acontecimentos para que a vida na Terra se expresse na grandeza que ela é,
temos de agradecer a Jesus, por ser Ele o maior de todos os Espíritos, em se
referindo ao mundo que habitamos, encarnados e desencarnados. Ele, como sábio
que dirige e orienta todos os sábios, foi quem planejou todos esses recursos,
para que o Seu rebanho pudesse viver feliz, dentro da felicidade natural de
Deus. Escutemos o que João ouviu do Mestre, anotado no capítulo dez, versículo
quatorze: Eu sou o bom pastor; Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a
mim.
Nós todos conhecemos
Jesus, porque despertamos para a razão em Seus braços amorosos, e jamais nos
esqueceremos deste fato que eternizou nossa consciência no Seu amor. Nascer sob
as 'bênçãos das estrelas, todos nascemos, porque as próprias estrelas que
brilham no infinito não estão ali por acaso. Respiramos constantemente seu
magnetismo salutar e benfeitor.
Quando falamos das
superstições, é bom que acreditemos quê existe a realidade; quando se fala nos
falsos profetas, é porque existem os verdadeiros; quando falamos do escuro, é
certamente mostrando que existe a luz. Podes notar que tudo existe em
dualidade, e um não vive sem o outro, principalmente no nível em que a
humanidade se encontra na escala da vida. A doação sem exigência é fonte de luz
interna.
João novamente nos
esclarece, escutando o Mestre:
Por isso o Pai me ama,
porque eu dou a minha vida para a reassumir. (João, 10:17)
Quem trabalha com amor
em favor da humanidade,- sempre reassume novas posições na grandeza espiritual
e a vida cresce cada vez mais para seu coração, palpitando nele o coração de
Deus. Quem entende ao pé da letra, é por ser carente de melhor entendimento.
Esperemos, que ele chegará lá, e com o tempo vai entender em Espírito e
verdade. Somos todos iguais, feitos para o mesmo destino, e acertados em
direção ao amor, amando dentro da felicidade que Deus criou para todos nós.
Jesus é o nosso Mestre e será sempre o nosso Pastor.
Como Interpretarmos O
Desconhecimento Do Futuro Pelo Homem? Podemos Considerá-Lo Uma Misericórdia De
Deus Para Com Suas Criaturas? Por Que?
R.: - A
impossibilidade do homem conhecer o futuro é mais uma demonstração da sabedoria
da Providência. O conhecimento de um fato que viria acontecer paralisaria o
homem, impedindo o
andamento de todo o
processo de aprendizado necessário à sua evolução. Se conhecesse
antecipadamente um acontecimento venturoso, o homem seria levado
à inação. Sentir-se-ia desmotivado à luta que o levaria a fazer jus a esse
acontecimento desejado. Se, ao contrário, viesse a conhecer um fato futuro
negativo, sentir-se-ia desmotivado a lutar contra ele, pois a certeza desse
acontecimento tornaria inútil qualquer ação para evitá-lo.
Podemos constatar isso
no nosso cotidiano. Se alguém soubesse antecipadamente que ao longo de sua
atual existência terrena viria ser possuidor de grande riqueza, teria sua
motivação para o estudo e para o trabalho abalada, pois sentir-se-ia dispensado
de estudar e trabalhar. Como evoluiria nestas condições? Por
outro lado, aquele que soubesse que futuramente viria sofrer, por força
de necessidade provacional ou expiatória, uma doença grave que o levasse à
invalidez. Como suportaria viver aguardando esse acontecimento?
Portanto, temos que
concluir, que, tanto numa como noutra hipótese, o conhecimento do futuro teria
um efeito absolutamente prejudicial à
humanidade, paralisando-a e, em conseqüência, impedindo que os espíritos que
aqui se encontram encarnados em busca de evolução passem pelas provas ou
expiações necessárias ao seu
aprendizado. Além disso, sendo o nosso futuro a colheita do que hoje
semeamos, nada há de fatal nem de
predeterminado, salvo as conseqüências de nosso agir e pensar.
No entanto, quando o
conhecimento do futuro pode resultar em algum fato que venha trazer progresso
para a humanidade, a Espiritualidade Superior providencia, através de pessoas
fisicamente dotadas para tanto, que eles cheguem até nós. Tanto o
Antigo Testamento como o Evangelho encontram-se repletos de passagens nesse
sentido, sendo a mais importante aquela que narra o aviso de um anjo do Senhor
a José para que fugisse com o filho recém-nascido, pois Herodes mandaria
matá-lo. É um caso exemplar de um fato futuro
dado a conhecer e que, por isso
mesmo, foi evitado, beneficiando toda a humanidade, com a vinda do Cristo.
Da mesma forma que o
esquecimento do passado é uma prova da misericórdia de Deus, o conhecimento do
futuro também o é, pois nosso psiquismo não suportaria a vivência de
acontecimentos de três épocas distintas - passado, presente e futuro. Para que
possamos passar pelas experiências de dor e de felicidade, ambas tão
indispensáveis ao nosso aprendizado, não temos como suportar o conhecimento do
passado nem do futuro. É necessário que se apaguem os fatos passados e que os
fatos futuros nos sejam olvidados, para que possamos construí-los através do
nosso livre-arbítrio.
Em princípio o futuro é oculto ao
homem e só em casos raros e excepcionais Deus permite que seja revelado. (868)
0868/LE - FUTURO
O passado de todos os
Espíritos está mais ou menos escondido no subconsciente, de modo a permitir à
alma andar mais livremente em busca do melhor. Se ele viesse à tona da mente
presente, é certo que perturbaria a vida atual, em face dos deslizes do
Espírito nas leis espirituais.
O aprendizado das almas
no mundo é cheio de altos e baixos, dando conotação e afirmando posições para
um breve aprimoramento da vida. Nada se perde e Deus aproveita todos os nossos
atos para nos ensinar a viver e compreender a lei do amor e da justiça.
Conhecer o futuro, se
ele se encontra escondido nas dobras do tempo, igualmente poderá nos
interromper em nossa marcha de ascensão para o amanhã. O homem não está
preparado para conhecer o seu próprio futuro; se por acaso fosse ele revelado
antes do tempo, o Espírito reencarnado iria fazer todos os esforços para
modificá-lo, e poderia atrapalhar sua caminhada, no que diz respeito ao
aprendizado.
Em muitos casos, a alma
vestida de um corpo físico tem vaga lembrança do passado e uma embaciada
intuição do futuro, no entanto, esta é tão leve que não atrapalha a caminhada.
É qual sonho que não interrompe a vida que deve levar.
Jesus veio com uma
doutrina de modo a nos mostrar os nossos deveres ante a paternidade universal,
que tem o poder de aliviar o peso dos nossos ombros quando na carne, como
também limpar o miasma magnético de vidas que não soubemos aproveitar por
empanamento da ignorância. Mas, com a Doutrina Espírita, o mundo ganhou de novo
outro Consolador, aquele que Jesus havia prometido, ficando conosco para
sempre, por ter vindo em forma de uma doutrina, revelando leis e nos ajudando a
vivê-las, pondo-nos a par, eventualmente, tanto do passado quanto do futuro.
O ponto energético de
todos esses acontecimentos e que pode desfazer todos os empecilhos dos caminhos
é a caridade, na forma de amor, para que possa se dar a reforma interior das
criaturas. O futuro, tanto quanto o passado, Deus permite que em casos raros
seja revelado, quando Ele achar conveniente e que sirva para beneficiar a
humanidade, como no caso de Paulo de Tarso no caminho de Damasco. Ele, Paulo,
não somente recebeu a mensagem de Jesus para o que deveria fazer, como se
recordou dos erros do passado, vendo igualmente o futuro de luz, quando viesse
a cumprir os seus compromissos junto à Divindade. Vejamos essa passagem do
Evangelho, anotada por Mateus, no capítulo vinte e dois, versículo vinte e um:
Responderam: de César.
Então lhes disse:
Dai, pois, a César o que
é de César, E a Deus o que é de Deus.
Na sua fúria, e somente
olhando para a Terra, Paulo queria somente dar a César, esquecendo-se de Deus
na sua plenitude. Quando ele passou a dar a Deus o que era de Deus, entendendo
as leis do Senhor, respeitava as leis dos homens no ponto que elas merecem
respeito, limpando o passado e plantando as sementes do amor, para que o futuro
pudesse corresponder ao salário a que fez jus.
Quando se começa a amar,
a caridade é feita em todos os seus contornos, e o perdão passa a ser o clima
de vida, não interessando por conhecer mais o passado nem o futuro, porque se
vive no eterno com Jesus. Nascemos para a harmonia, e quando sentimos seus
princípios como sinfonia em nossos corações, isto é promessa do céu e de Deus,
como sol no coração.
Para que conhecer
passado e futuro, se vives somente o bem? Entrega a Deus essa busca, pois Ele
sabe a hora de revelar o que deve ser conhecido.
Se o homem conhecesse o futuro,
negligenciaria o presente e não trabalharia com a liberdade com que o faz.
(869)
0869/LE - CONHECER O
FUTURO
O futuro conserva-se
oculto ao homem, com a finalidade educativa, para que as lutas não cessem no
decorrer da sua existência. Se todos os homens tivessem conhecimento do futuro,
seria uma catástrofe nas suas vidas; eles iriam lutar para não passarem pelas
provas que deveriam enriquecer suas experiências para a verdadeira felicidade.
Deus é amor, mas não
tira de nossos ombros o fardo que devemos e precisamos carregar. Para isso
fomos feitos, para passar pelas provas e delas tirar, pelo livre arbítrio, as
lições indispensáveis ao nosso burilamento espiritual. Já falamos alhures que o
Espírito, em todas as circunstâncias, é puro, por ter saído das mãos puras.
Deus não iria criar Espíritos impuros, sendo Ele perfeito. Devemos raciocinar
sobre isto.
O Espírito tem uma
linhagem de corpos para vestir, com trocas imensuráveis deles, dependendo do
seu estágio evolutivo. Convém a todos nós entrar em observação com.nós mesmos
para encontrar Deus na sua pureza, vibrando em nossos corações e em nossas
consciências.
Preocuparmos em demasia
em conhecer o futuro e voltar ao passado é perda de tempo, sendo que esse tempo
deveria ser usado para disciplinar o comportamento espiritual da alma, buscando
entender e viver .o amor. Em certas fases da vida, o Espírito entra em um
determinismo capaz de levá-lo a certo despertamento espiritual, de modo a
dominar forças e se livrar de muitas imposições da natureza.
Nós, do mundo
espiritual, estamos encarregados de conversar com os homens, fazendo, por
vezes, considerável esforço para este mister, mas o fazemos com alegria, no
esforço constante de sentir igualmente amor nesta tarefa. é necessário saber
que o passado já se foi e o futuro será de acordo com o presente. Somos todos
semeadores, de forma a colhermos o que plantarmos nas consciências alheias.
Quantas pessoas, em
muitos países, desejam fortemente conhecer o futuro, dando explicações
descabidas! Algumas delas recebem alguma coisa do que pedem, acabando por
desistir de viver, reclamando do fardo demasiadamente pesado. Não queremos
dizer que ninguém conhece o passado e o futuro; às vezes, Deus o permite, e
muitos dos insistentes em conhecer as suas vidas pregressas e futuras acabam
misturando as vidas, e as bênçãos dos céus colocam-nos em certos hospitais,
para que se reestabeleça a harmonia. É neste sentido que o Senhor deixa
escondido o futuro, assim como o passado, e ainda inspira as criaturas nas
lutas para construir sua paz.
Lucas anotou um tópico
no Evangelho, no capítulo um, versículo trinta e cinco, que nos serve de
advertência, nesse sentido de conhecimento do futuro:
Respondeu-lhe o anjo:
Descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua
sombra; por isso também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de
Deus.
No caso, o futuro seria
de luz, e quando no caso de muitas criaturas cujo futuro será de trevas? Como
iria proceder? O procedimento deve ser quando testado no conhecimento do
porvir.
E aconteceu com Maria,
mãe de Jesus, como abaixo transcrevemos:
Então disse Maria:
Aqui está a serva do
Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra. Neste ponto, o anjo
retirou-se. (Lucas, 1:38)
O Espírito destinado a
nos revelar o futuro, quando isso acontece, logo se retira, nos entregando ao
próprio destino, de maneira a escolhermos os nossos caminhos.
Se uma coisa tem que
acontecer para o nosso bem, inútil perder tempo com ela. Cuidemos, pois, de
fazer o bem por todos os meios possíveis, porque assim o fardo se alivia, e o
jugo do nosso passado tornar-se-á mais suave. Se o teu passado foi
comprometido, o teu futuro está escrito pelas tuas próprias mãos. Como
alterá-lo por palavras, somente pela vontade? A borracha é o tempo, com o
esforço contínuo de anos ou séculos a fio, de maneira que a lição se aprofunde
na consciência do bem e do amor.
Se não nos lembramos do
passado, e o futuro Se nos encontra escondido, é por vontade de Deus. Não
queiramos mudar o destino traçado pelo Criador. Façamos como Maria, dizendo:
"- Faça-se em mim segundo a Tua vontade."
O conhecimento prévio do futuro é
permitido quando facilite a execução de alguma coisa de interesse da
Providência. (870)
0870/LE - ALGUMAS
VEZES
Algumas vezes, permite o
Senhor que seja revelado o futuro de certas criaturas, quando essa revelação
lhes possa ajudar no seu desempenho espiritual. É bom que pensemos nisso, a fim
de não conturbarmos nossos corações por falta de revelação espiritual. Elas chegam
de acordo com as nossas necessidades em caminho.
A regressão de memória é
um fato, no entanto, não se pode efetuá-la indiscriminadamente. A consciência
guarda experiências nas suas fibras mais íntimas, de modo a nada poder revelar,
quando exigida pela violência que se mistura com a vaidade e o capricho de
saber o que não devia, nem se estaria preparado para tal. Pactuar com a
vontade, de que a razão e o bom senso não participem, é criar perturbação no
próprio destino.
A ação hipnótica ou
magnética, que é a mesma coisa, pode levar ao mergulho no passado, por vezes
distante, no entanto, esse mergulho pode ser prejudicial, trazendo à tona a
lembrança de fatos que não deveríamos recordar, pelo menos por enquanto.
Não deves pensar que,
como Espíritos, nós buscamos no passado o que pretendemos. Não, somente vamos
até onde podemos suportar o embate de forças contrárias que nós mesmos criamos
e guardamos nas dobras da vida. Só os Espíritos puros, almas que já não sentem
mais o peso do fardo e o jugo de suas vidas pregressas, é que têm condições de
estudar, quando o desejam, as experiências do passado distante, com preparo no
coração.
Quando necessário, e se
as lições foram bem aprendidas, alguma coisa do passado, não tudo, pode se
fazer presente, de modo a servir de estímulo para o trabalho e a vida. Mas,
quando esse passado cria mais distúrbios nos caminhos do aprendiz, o mundo
espiritual deixa cair no silêncio seus pedidos de regressão da memória, para
que ele possa andar melhor. Nem sempre recordamos do passado, mas algumas vezes
isso acontece, para o nosso bem, quando há naturalidade e a revelação se opera
com Jesus.
A consciência é
verdadeiramente um mundo que ainda não foi estudado nem tão pouco compreendido,
por faltar ao homem preparo para tal empreendimento espiritual. Compete ao
homem do futuro procurar nos vários departamentos da consciência as lições mais
sublimadas, onde Deus se encontra mais presente. Certas cartomantes e
quiromantes pensam que revelam o passado e o futuro, mas enganam a si mesmas,
buscando revelações em aspectos exteriores; entrementes, quando conveniente, os
Espíritos superiores podem se servir delas, para revelarem o que for útil a
quem as procura. Elas atuam como médiuns, estimulando forças virgens no
paciente, para melhor andamento da sua vida, alimentando a esperança.
O próprio Allan Kardec
entregou a certa pessoa suas mãos para serem examinadas, quando ela lhe disse
que via uma tiara em sua cabeça. A tiara é um símbolo de autoridade moral e
religiosa. Ela leu no futuro do codificador algo da sua missão que ela mesma
não compreendia. E ele, com a sua sensibilidade espiritual, pressentiu que
significava algo de responsabilidade, pela revelação intima que já possuía da
sua grande missão, a de fazer mais claro o cristianismo.
Kardec recebeu essa
revelação fora da área em que operava, de quem desconhecia totalmente a
Doutrina dos Espíritos, para maior confirmação dos seus trabalhos em favor da
humanidade. Essa revelação foi divina, por estimular um missionário que, mesmo
se a revelação fosse o contrário, não teria se impressionado com o fato, pelo
seu grau evolutivo; no entanto, ajudou e muito, por ter vindo de fonte comum.
Devemos, assim, ter condescendência com todos os pontos de sintonia, desde
quando somente o bem se encontre na mira, se ajustando com o amor.
Quando recebemos em
nosso íntimo certas revelações, elas vêm de Deus e nós sentimos essa
procedência. Lembremo-nos de João, no capítulo três, versículo vinte e sete,
quando citou João Batista:
Respondeu João:
O homem não pode receber
cousa alguma se do céu não lhe for dada.
Receber é quando o
coração participa com alegria e a consciência aprova. E quando vem do céu, essa
inspiração estimula e faz nascer pensamentos nobres e idéias generosas.
A prova não tem por fim dar a Deus
esclarecimentos sobre o homem, mas dar ao homem a responsabilidade da ação.
(871)
0871/LE - SUCUMBIR NA
PROVA
Abrimos esta página com
a anotação de João, no capítulo três, versículo trinta e cinco, que diz:
O Pai ama ao filho, e
todas as cousas tem confiado às suas mãos.
Deus confia sempre em
Seus filhos, porque a todos os conhece; necessário se faz que correspondamos a
essa confiança de Paternidade Divina. Muitos questionam que, se Deus é
onisciente, por que deixa que os Espíritos sucumbam nas provas? Busquemos a
resposta com nosso raciocínio, que a razão nos responderá, principalmente
quando conhecemos a Doutrina Espírita.
É bastante claro para os
estudiosos que, em se sucumbindo no caminho não se perde tudo; as experiências
ficam, e muito aprende o Espírito na própria queda. Os grandes Espíritos que
hoje se apresentam envoltos em luz, já sucumbiram no passado, recolhendo
experiências nessas lutas. Então não vale a pena lutar? É de luta em luta que
chegamos ao objetivo, na condição de alunos, ou mesmo professores para os que
vêm em nossa retaguarda.
A impressão que dá a
palavra sucumbir é de fracasso, entretanto, devemos entendê-la como lição. O
aprendizado é contínuo e naquele que erra se gravam mais as lições e o
conhecimento das leis de Deus, porque é reparando o erro que o Espírito adquire
experiência.
Deus não criou o homem
perfeito porque, a ser assim, não precisaria criar; ele ficaria no Seu seio
divino, para a divina ventura espiritual. Quis o Senhor que tivéssemos
personalidade, mostrando o seu trabalho perfeito, mas, na seqüência de
despertamento dos valores eternos. Devemos estudar o Espírito, e isso fazemos
constantemente, mas, conhecer totalmente a nós mesmos, depende de muito tempo e
até mesmo de vivermos fora do tempo e do próprio espaço. Se nos confundimos com
pouca coisa, em se referindo a nós, quanto mais em conhecer a vida e seus
pormenores! Quando estivermos confundidos em assuntos relevantes como Deus,
Cristo e nós mesmos, busquemos a oração, que ela alivia e nos ensina até onde
devemos ir, no nosso crescimento espiritual.
Verdadeiramente somos
crianças ante Jesus, e é justo que tomemos alimento de criança para não nos
desequilibrarmos nas nossas fraquezas. O Pai nos deu liberdade de escolha, por
saber que primeiramente iríamos escolher o mal, para que esse mal nos mostrasse
o bem com maior firmeza de vida. Se assim não fora, não o permitiria. Já
falamos muitas vezes que o mal não existe; ele é a estrada para chegarmos ao
bem com mais certeza no amor e na verdade. Deus certamente não irá punir um
filho antes que esse filho experimente caminhos divergentes do amor, mas que,
ao fim, levem a esse. O próprio juiz da Terra somente condena depois do erro.
Essa é a dignidade da sua posição.
Se queres saber o que a
alma primitiva vai fazer em seu caminho de despertamento espiritual, observa
tuas próprias crianças; somente o tempo tem o poder de modificação das
criaturas. A luz não pode se fazer em uma residência sem primeiro o projeto da
sua fonte, a feitura da mesma, os fios, as lâmpadas. Assim as criaturas de Deus
existem e têm uma seqüência de vida, de trabalhos e de desvios, se podemos
chamá-los por esse nome. Depois, vêm a bonança, a harmonia mental e a
tranqüilidade de consciência que não se perturba.
Para o espírita
estudioso não é preciso conhecimento do futuro, pois o seu presente está de
certa forma ligado ao futuro. Colhemos somente o que plantamos e ele sabe que
está colhendo o que plantou no passado. Entretanto, a fé, as mudanças internas
em seu favor têm o poder de limpar com mais urgência o magnetismo inferior que
a invigilância criou.
Confiemos em Deus e em
Jesus, que tudo mais nos virá por misericórdia. Essa é a nossa grande alegria
de viver, trabalhando e ajudando, pois sabemos que nunca nos faltará a luz de
Deus em nossos caminhos, e ela fica cada ver mais visível para os companheiros
que estão despertando para a vida maior.
O Progresso
Intelecutal Está Ligado Ao Sentimento De Justiça?
R.: - O progresso
intelectual traz inteligência e não moralidade. Existem homens que conhecem as
grandes verdades do mundo material e nada sabem sobre as leis morais. É claro
que onde houver progresso intelectual, um dia haverá progresso moral; mas quem
está intimamente ligado ao sentimento de justiça é o progresso moral que
desenvolve esse sentimento. Entretanto, somente Deus é capaz de colocar no
coração do homem o sentimento de justiça.
Por Que O Sentimento
De Justiça É Tão Diferente De Um Homem Para Outro?
R.: - Porque a esse
sentimento se misturam nossos vícios e paixões, que diferem de homem para
homem, assim nosso sentimento de justiça fica "embaçado" por nossas
paixões.
As Leis Humanas
Mudaram Com O Tempo, Entretanto Existem Leis Que São Imutáveis E Elas Regem Uma
Grande Parcela Das Relações Sociais. Aonde Se Encontram "Definidas"
Essas Leis?
R.: - Imutável é a Lei
Natural, ela é colocada por Deus na nossa consiência.
Por Que A Consciência
É O Guia Mais Seguro Que Deus Nos Deu Para O Respeito A Justiça?
R.: - Porque através
dela, o homem pode refletir e agir como Jesus nos ensinou "Queira cada um
para os outros o que quereria para si mesmo". Usando a consiência, esse
guia seguro, o homem pode decidir o que realmente quer pra si e agir assim para
com seus semelhantes.
Viver Em Sociedade
Exige Obrigações Especiais. O Homem Sabe Viver Em Sociedade? Como Vivem As
Sociedades Humanas? Por Que?
R.: - Infelizmente o
homem não sabe viver em sociedade. As sociedades atuais vivem
"afundadas" na pertubação e no desrespeito aos direitos e deveres dos
homens, em especial os mais pobres. Tudo isso, porqueos homens não usam a Lei
da Justiça para conviverem com seus semelhantes.
Os Direitos São Iguais
Para Todos. Os Limites Dessa Regra São Respeitados Nas Sociedades? Essa Regra
Determina A Anarquia Dos Poderes?
R.: - Nas sociedades
humanas os limites não são respeitados. De acordo com a Lei da Justiça, a única
hieraquia que deve existir é a superioridade de sabedoria, virtude e
moralidade. Nada disso tem haver com a anarquia dos poderes.
O Que Representa Um
"Verdadeiro Justo"?
R.: - Tem como exemplo
Jesus, pratica o amor ao próximo e a caridade, sem eles não há verdadeira
justiça.
O livre-arbítrio existe na escolha da
existência e das provas e na maneira de ceder ou resistir às provas como
encarnado. (872)
0872/Le - Ações
Humanas
Sabemos a
responsabilidade de escrevermos sobre "O Livro dos Espíritos", no
entanto, nos propomos a fazê-lo no intuito de esclarecer cada vez mais as leis
naturais que exercem total influência sobre todas as coisas, principalmente os
Espíritos.
As leis existem por
existirem almas para educar. Depois que as almas estiverem despertadas em todos
os seus valores, elas serão as "leis andantes", que por toda parte
somente farão a vontade de Deus.
As ações humanas e mesmo
as espirituais, digamos dos Espíritos livres, partem de uma vontade que
acionamos ou não, segundo nosso livre arbítrio. Existe, sim, uma programação de
Deus; as leis de Deus agem por toda a criação e vivemos dentro dela. Estamos
presos, ou somos escravos da lei.
Quando falamos em livre
arbítrio, não quer dizer que somos totalmente livres, que nos é dado fazer o
que quisermos, onde quer que seja. Nunca seremos livres de Deus. Ele nos
dirige, através dos Seus emissários, educando nossas emoções e disciplinando
nossos impulsos. Nós temos liberdade para escolher o que o Senhor achar mais
conveniente. O ignorante não pode ter livre escolha em tudo que deseja. Já
pensaste se os encarnados, todos eles, pudessem escolher à vontade o tipo de
vida que desejam e tudo o mais? A própria lei humana corta seus interesses,
pela disciplina, e por vezes a consciência não concorda, e a consciência é Deus
nos convidando para o amor.
Para que entendamos o
livre arbítrio, é necessário mais despertamento espiritual, nos caminhos que
percorremos. É preciso orar e vigiar mais, que os ensinamentos da vida surgirão
gradativamente para o nosso bem-estar.
A fatalidade existe em
relação a algumas coisas, como já foi dito; em outras, pode ser modificada pela
misericórdia divina, inspirada na fonte do amor. A desencarnação é uma
fatalidade, por ser imutável e certa, como o nascimento na faixa em que se
encontra o homem. A vida é uma fatalidade e, queiramos ou não, temos de viver.
Por esta visão das coisas, podemos reconhecer outras, mas a condição moral muda
por fora, se mudada por dentro da vida, na intimidade dos corações. Quem faz a
fatalidade são os erros, os procedimentos inferiores, as paixões.
Vamos ouvir Paulo
falando aos Romanos, no capítulo sete, versículo dezessete:
Neste caso, quem faz
isto não sou mais eu, mas o pecado que habita em mim.
São as ações humanas, os
feitos que se acumulam na consciência, tornando-se fatalidade. As sementes
plantadas dão frutos. O homem não é uma máquina como as dos homens. Certamente
que não, porque as máquinas foram feitas por ele e o Espírito, por Deus. A
diferença é muito grande em todas as seqüências da vida. A idéia de Deus neste
sentido ainda não penetrou a mente humana, e quase sempre os seres humanos
entram em contradição acerca do livre arbítrio, porque diante de Deus e das
Suas leis somos servidores para sempre. As faltas que cometemos têm por fonte
única a ignorância. Quando aprendermos o mal que ela nos causa, será pela
inteligência que iremos nos afastar delas, passando a viver somente a verdade
que tem o condão de nos dar a liberdade.
Oremos e confiemos,
procuremos fazer
a vontade de Deus, se a capacidade suportar, que o resto virá por misericórdia, onde o
amor será sempre o canal de Deus para Seus filhos do coração.
Plano de Idéias nº 01
Encerramento Esquema
das Leis
Somos livres
realmente? Absolutamente?
Liberdade Absoluta depende de Responsabilidade Absoluta
Liberdade de
pensamento = liberdade de consciência
Planeta de PROVAS E EXPIAÇÕES
E O espírito das Trevas disse...... Autoridade Moral
Liberdade + Responsabilidade - FELICIDADE
ESCRAVIDÃO
Toda sujeição é contra
a Lei de DEUS
Não Existe Mais
Legalizada
Desaparecerão todos os
Abusos, quando deixarmos de ser abusados
Sempre achamos que
temos razão
Ainda somos muito Egoístas
Atitudes de SENHORES
DE ESCRAVOS
Ainda existe trabalho
escravo
Sem intenção de
prejudicar ainda promovemos trabalho escravo. (Dependência Absoluta)
Prestar atenção nas
nossas atitudes.
O mal é sempre mal,
pode ser necessário mas continua sendo errado.
A responsabilidade do mal é relativa ao meio de
compreensão
Se existe meios de obter o conhecimento quem não o usa
está em falta.
“Eu queria ser
espírita mas tenho medo da responsabilidade depois”
Quem lê O Livro dos Espíritos, nunca mais será o mesmo
Quem não sabe que agiu errado a consciência não cobra
Desde que vemos no próximo um irmão não existe mais
justificativa para escravidão de qualquer maneira
Pais ditadores que limitam a carreira dos filhos (Mariana
entregou o diploma de dentista para o Manoel (Pai)).
SÓ VOU AO CENTRO
QUANDO MEU MARIDO ESTÁ VIAJANDO
LIVRE ARBITRIO
O único ser na criação que tem Livre Arbítrio
Somos a Imagem e Semelhança de DEUS
Somos CO Criadores, Deus nos criou e nós acabamos de acabar a
obra divina.
Boa escolha = Elegantes
Para fazer mal para alguém não precisa fazer fisicamente, basta
direcionar o pensamento infeliz na direção daquela pessoa.
Somos julgados pela Intenção e não pelo ato em si
DEUS não condena o criminoso, condena o crime.
Não podemos definir alguém pelo seu erro
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