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sexta-feira, 17 de abril de 2015

COMBATE AO MATERIALISMO – DESTRUIÇÃO DO EGOISMO

(Tema da USE para o mês de Abril de 2011)

OBJETIVOS

Apresentar o egoísmo como causa primária para o materialismo e os vícios exorbitantes no mundo atual e a educação moral como antídoto ao egoísmo e instrumento de progresso para o Espírito imortal.

INTRODUÇÃO

Quando Allan Kardec pergunta ao Espírito Verdade sobre qual o maior obstáculo ao progresso da Humanidade (questão 785- Lei de Progresso), obtém como resposta que “são o orgulho e o egoísmo”.
Prosseguindo na resposta, ensina-nos que o egoísmo e o orgulho atravancam o progresso moral porque estimulam os vícios, desenvolvendo a ambição e o amor das riquezas. No entanto, ensina-nos o Espírito Verdade, esse estado é passageiro porque na medida em que o homem compreender melhor que além do gozo dos bens terrenos existe uma felicidade infinitamente maior e mais durável, o progresso se fará inevitavelmente.
O Espiritismo deverá exercer um papel preponderante na edificação do indivíduo e na melhoria das instituições sociais, pois que a educação do Espírito é o cerne da proposta Espírita.
O aspecto educacional do Espiritismo através de sua filosofia descortina um mundo novo para a edificação moral do ser humano a partir da comprovação da imortalidade e da reencarnação.
“À medida que os homens se esclarecem sobre as coisas espirituais dão menos valor às materiais; em seguida, é necessário reformar as instituições humanas, que as entretêm e excitam. Isso depende da educação”.  (questão 914 – L.E.)

DESENVOLVIMENTO

“Entre os vícios, qual o que podemos considerar radical?
Já dissemos muitas vezes: o egoísmo. Dele se deriva todo o mal. Estudai todos os vícios e verei que no fundo de todos existe egoísmo “... “Quem nesta vida quiser se aproximar da perfeição moral deve extirpar do seu coração todo sentimento de egoísmo, porque o egoísmo é incompatível com a justiça, o amor e a caridade: ele neutraliza todas as outras qualidades”.  (Questão 913 –L.E.)
“O egoísmo consiste, basicamente, no interesse por si mesmo, em colocar o eu como centro do Universo, em querer para si sem nenhuma satisfação em dar, sendo o mundo visto apenas naquilo que pode ser tomado, não havendo consideração pela necessidade do outro, nem respeito pela sua pessoa”. (Balieiro, A.C. – Um Bom Começo).

“O egoísmo é úlcera moral que degenera o organismo espiritual da criatura humana. Remanescente do primarismo que lhe é dominante, reponde por incontáveis males que a afligem, assim como à sociedade, dificultando o progresso que é fatalidade inevitável... Sabe disfarçar-se de variadas maneiras, justificando-se com habilidade, a fim de prosseguir como agente de destruição dos bens da vida”. (Joanna de Ângelis – Jesus e o Evangelho á Luz da Psicologia Profunda)
“O egoísmo tem a sua fonte no orgulho. A exaltação da personalidade leva o homem a se considerar como acima dos outros, crendo-se com direitos superiores, e se fere com tudo o que, segundo ele, seja um golpe sobre os seus direitos. A importância que, pelo orgulho, liga à sua pessoa, torna-o naturalmente egoísta”. (A.K. – Obras Póstumas – O Orgulho e o Egoísmo)

O egoísmo se funda na importância da personalidade... É o contato que o homem experimenta do egoísmo dos outros que o torna geralmente egoísta, porque sente a necessidade de se por na defensiva.

Vendo que os outros pensam em si mesmos e não nele, é levado a se ocupar de si mesmo mais que dos outros. Que o princípio da caridade e da fraternidade seja a base das instituições sociais, das relações legais de povo para povo e de homem para homem, e este pensará menos em si mesmo quando vir que os outros o fazem; sofrerá assim a influência moralizadora do exemplo e do contato”. (Questão 917 – L.E.)

Ainda na questão 917: “De todas as imperfeições humanas a mais difícil de desenraizar, é o egoísmo, porque se liga à influência da matéria, da qual o homem, ainda muito próximo da sua origem, não pôde libertar-se. Tudo concorre para entreter essa influência; suas leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo se enfraquecerá com a predominância da vida moral sobre a vida material, sobretudo com a compreensão que o Espiritismo vos dá quanto ao vosso estado futuro real e não desfigurado pelas ficções alegóricas...”

“Para que o orgulhoso cesse de crer em sua superioridade, é preciso lhe provar que ele não é mais do que os outros, e que os outros são tanto quanto ele; que a igualdade é um fato e não, simplesmente, uma bela teoria filosófica; verdades que ressaltam da preexistência da alma e da reencarnação”. (A.K. - Obras Póstumas – O Orgulho e o Egoísmo)

“A importância da vida presente, tão triste, tão curta, tão efêmera, se apaga diante do esplendor do futuro infinito que se abre diante dele. A consequência natural, lógica, dessa certeza, é a de sacrificar um presente fugidio a um futuro durável, ao passo que antes sacrificava tudo ao presente. Tornando-se a vida futura o seu objetivo, pouco lhe importa ter um pouco mais, ou um pouco menos nesta; os interesses mundanos são os acessórios, em lugar de serem o principal; ele trabalha no presente tendo em vista assegurar a sua posição no futuro; além disso, sabe em que condições pode ser feliz”. (A.K. - Obras Póstumas – O Orgulho e o Egoísmo)

“... o Espiritismo lhe traz fé robusta, porque está fundada sobre a experiência e os fatos; porque lhe dá provas palpáveis da imortalidade de sua alma; ensina-lhe de onde vem, para onde vai, e porque está sobre a Terra; porque, enfim, ela fixa idéias incertas sobre seu passado e sobre seu futuro. Uma vez entrado largamente nesse caminho, o egoísmo e o orgulho, não tendo mais as mesmas causas de superexcitação, se extinguirão, pouco a pouco, por falta de objetivo e de alimento, e todas as relações sociais se modificarão sob o império da caridade e da fraternidade bem compreendidas”. (A.K. - Obras Póstumas – O Orgulho e o Egoísmo)

 “A cura (do egoísmo) poderá ser prolongada porque as causas são numerosas, mas não é impossível; de resto, não se chegará a esse ponto se não se atacar o mal pela raiz, ou seja, pela educação. Não essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas a que tende a fazer homens de bem. A educação se for bem compreendida, será a chave do progresso moral; quando se conhecer a arte de manejar a arte dos caracteres como se conhece a de manejar as inteligências, poder-se-á endireitá-los, da mesma maneira como se endireitam as plantas novas...
Que se faça pela moral tanto quanto se faz pela inteligência e ver-se-á que, se há naturezas refratárias, há também, em maior número do que se pensa, as que requerem apenas boa cultura para darem bons frutos...
O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade é a fonte de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a outra deve ser o alvo de todos os esforços do homem, se ele deseja assegurar a sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro”. (Comentário de A.K. à questão 917 –L.E.)

CONCLUSÃO

Das respostas do Espírito Verdade às questões 914 e 917 fica claro que o Espiritismo considera que a educação é o único instrumento de que podemos nos valer para alijarmos o egoísmo com o seu cortejo de vícios do interior de cada ser humano, de seus lares e das instituições sociais.

E considera também que a educação NÃO pode ser encarada apenas pelo seu lado instrucional, visando o desenvolvimento do intelecto, mas deve também ser trabalhada pelo lado moral, aperfeiçoando os caracteres dos indivíduos e isso só se consegue com a educação moral à luz da imortalidade da alma e da reencarnação.

Na questão 629 (L.E.) temos que “a moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem o bem do mal. Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus”.

Portanto, a educação moral consiste na formação do caráter do educando através de um ensino que priorize a prática do bem, o despertar de virtudes e o desenvolvimento do sentimento de amor ao próximo.
No entanto, a educação moral não relega a inteligência a segundo plano, pelo contrário, dela se utiliza para que o educando saiba distinguir entre o bem e o mal, e portanto equilibra os dois fatores: a inteligência e o sentimento.
Na visão Espírita de educação, tudo se deve fazer para promover a educação integral do ser:
“... deve-se procurar unir a família ao processo educacional da escola, tendo sempre em mente que vida é educação e, portanto, a coletividade, a família, a escola, o trabalho, a sexualidade, enfim, tudo o que faz parte da existência terrena, educa, na medida em que promovemos a integração do homem consigo mesmo, tornando-o consciente de si, de sua perfectibilidade, e também sua integração com o próximo e com Deus, nosso Pai”. (De Mario, M. A. - Visão Espírita da Educação).

“A Educação moral, portanto, é o despertar de uma consciência, apoiada numa compreensão da vida e fundamentada na vontade livre do indivíduo. Uma pessoa verdadeiramente moralizada é aquela que age voluntariamente no Bem, sem qualquer coerção interna ou externa. Sabe o que é o Bem, escolhe-o e persiste nessa escolha, independente das circunstâncias externas. Conseguir essa adesão livre da vontade para a prática do Bem – eis o desafio e o dever da Educação moral”. (Incontri, D. - A Educação Segundo o Espiritismo).

“Que a autoridade moral seja a única a refrear nos maus instintos – não por punições, reprimendas e demonstrações forçadas de conceitos morais – mas pela sua simples presença, pelo poder de irradiação que só o Bem possui!

Mas não vos descuideis também de aliar a esse exemplo moral, um constante incentivo ao desenvolvimento da inteligência, porque a Terra do futuro deve se constituir de homens fundamentalmente bons, mas igualmente com grande capacidade mental, que se traduz na lucidez de enxergar o universo, com suas leis físicas e morais, e de contribuir eficazmente para a imensa e infindável obra da Criação!” (mensagem de J.J.Rousseau, em “A Educação Segundo o Espiritismo, de Dora Incontri)


“Pois se a lei mais alta do Universo é a lei da evolução e se cada um é responsável por sua própria trajetória evolutiva, então o que principalmente o amor pedagógico é capaz de transmitir é o impulso de autodesenvolvimento, é o desejo incontido da criatura de se aproximar do Criador. Sede perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito – disse Jesus. E se Ele, o mestre dos mestres, através do seu amor pedagógico, tem sabido movimentar o elã evolutivo da humanidade, na busca do Pai, então nós – pequenos educadores de nós próprios e do próximo – precisamos pelo menos acender uma centelha!” (Mensagem de Pestalozzi, em “A Educação Segundo o Espiritismo, de Dora Incontri) 

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