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quarta-feira, 22 de abril de 2015

ACOLHIMENTO

ÍNDICE



Como Eu Acolho A Casa Espírita – Alencar


Conceitos a Definir:

O Que É A Casa Espírita
Quem é o Trabalhador Espírita
O que a Casa Espirita Oferece
Como a Casa Espirita Oferece
O que a Casa Espirita pede em troca
O que o Trabalhador Espirita deseja
Como o Trabalhador deseja

































Por que ir à casa Espírita? - João Batista Armani


A experiência nos demonstra que algumas pessoas comparecem ao Centro Espírita a procura de solução para tormentosos problemas pessoais, destacando-se, isoladamente ou em conjunto:
  • Enfermidades renitentes – Apesar de terem procurado inúmeros especialistas, realizados variados exames (onde nada é encontrado), tomado inúmeros medicamentos, mas os sintomas permanecem, são as “doenças fantasmas”.
  • Desentendimentos no lar – Com discussões constantes entre cônjuges, pais e filhos, irmãos, parente em geral; e por mais que se esforcem, a harmonia aí não se instala.
  • Tensão nervosa – Onde a pessoa já levanta nervosa e não sabe porque, irritação sem causa aparente.
  • Depressão – Com profundos sentimentos de baixa estima, desamor.
  • Dificuldades financeiras – Onde apesar de terem seus ganhos, o dinheiro parece sumir de suas mãos. Quando tudo parece que vai melhorar, aparecem gastos inesperados como: o carro que estraga, uma doença, um prejuízo nos negócios.
  • Frustrações profissionais – Desagrado com o trabalho que realizam; o local onde trabalham; os colegas a sua volta, ou se não tem trabalho também não conseguem emprego, embora as vagas existam, não são admitidos.
  • Insistentes idéias infelizes – Sentimentos de largar tudo para traz e ir embora sem rumo; abandonar a família; insatisfação geral com a vida; e em casos mais graves até idéias de suicídio.
  • Desenganos sentimentais – Constantes idéias de separações; e se está solitária incansável busca do parceiro ideal, que nunca aparece.
  • Etc...
Solução esta que já buscaram em outras crenças e até mesmo em consultórios médicos, sem contudo lograrem o êxito esperado, na sua ótica de visão.
Vêem então à Casa Espírita. Isto significa que o Centro Espírita é para muitos um hospital mágico, onde mentores espirituais podem realizar os mais variados prodígios em favor dos consulentes.
Semelhante situação é no mínimo extravagante, porquanto não se inspira nos postulados doutrinários. Não há nada, em Espiritismo, que sugira a idéia de que o intercâmbio com o plano espiritual é uma panacéia (remédio) infalível para os males humanos.
Apesar desses irmãos infelizes desconhecerem o objetivo maior da Casa Espírita, esta os recebe de portas abertas e coloca-lhes a seus serviços todos os recursos de que dispõe, amparando, consolando e instruindo. (Lembrando que nas reuniões públicas não se fecha a porta em momento algum. Mesmo que alguém chegue atrasado, venha à Casa Espírita, se nos minutos finais da palestra, a pessoa escutar uma palavra que lhe toque verdadeiramente o coração, já será um grande passo em seu benefício).
Muito mais que atender aos interesses da Terra, a Casa Espírita faz nossa iniciação nos ideais do Céu, mostrando-nos a estrutura e funcionamento das Leis Naturais, através da divulgação do espiritismo. Simultaneamente convoca-nos à sua observância como o único caminho para que nos libertemos de sentimentos inferiores como o egoísmo, a vaidade, o orgulho, geradores de todos os nossos infortúnios. Somente assim nos habilitaremos a viver felizes, contribuindo para a construção de um mundo melhor e uma sociedade mais feliz, com o empenho de nossa própria renovação.
O desconhecimento desses objetivos induz a alguns enganos lamentáveis, O principal deles relaciona-se com a famosa “consulta”, onde os freqüentadores querem conversar com os Espíritos, ouvir a promessa de decisiva intervenção ou receber a indicação de “poções” infalíveis em seu benefício.
Pensando dessa maneira, poucos se vinculam ao Centro Espírita, que tomado à conta de hospital, é compreensível que os “pacientes” tendam a afastar-se atendendo a dois motivos:
  • melhoraram e consideram desnecessário continuar o tratamento;
  • ou não melhoraram e resolvem procurar ajuda em outro lugar, e ainda saem dizendo: “Eles não resolveram o meu problema”.
Devemos evitar que a atividade do Centro gire em torno de receituários e aconselhamentos espirituais, que podem amenizar determinados problemas mas jamais os resolvem, porquanto atacam efeitos sem remontar às causas.
Se um alcoólatra procura o Centro porque está com uma crise hepática, pouco valerá cuidar apenas de seu fígado. E indispensável ajudá-lo a superar o vício.
Se alguém é envolvido por Espíritos que o atormentam com idéias e sentimentos infelizes, será ocioso afastá-los simplesmente. Eles sempre retornarão. A providência fundamental é ajudar o obsidiado a modificar seu padrão vibratório com a assimilação de conhecimento renovador. Então ele próprio se libertará em definitivo.
Certa feita uma senhora perguntou a Divaldo Pereira Franco, qual seria o método mais eficaz de se afastar os maus espíritos, ao que Divaldo respondeu com outra pergunta: “Porque afastá-los? Afaste-se você deles, mudando o seu padrão vibratório.”
No Centro Espírita idôneo, não há manifestações mediúnicas nas reuniões públicas, mas ainda hoje muita gente confunde Espiritismo com manifestação dos Espíritos.
Evidentemente, há ali os trabalhos práticos, em vários dias (é parte das atividades espíritas), mas privativamente, em pequenos grupos, dos quais participam companheiros que têm conhecimento do fenômeno mediúnico e da responsabilidade que envolve seu exercício. Muitos de nossos desajustes guardam sua origem no desconhecimento dos mecanismos que regem nossas relações com o mundo dos Espíritos.
Bem! Algumas perguntas nos assomam aos lábios:
Se a Casa Espírita não é um hospital do além, não nos receita remédios, não podemos falar com os espíritos ou nossos entes queridos, então por que ir à Casa Espírita?
Resgatemos então os seus reais objetivos.
Nas reuniões públicas são comentados “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”. O primeiro aborda o aspecto religioso da Doutrina Espírita.
“Ué! Espiritismo é religião?” Sim! Mas uma religião diferente, sem cerimônias, sem ritos, sem rezas (onde o coração não participe). Seu objetivo não é de formalizar uma atitude religiosa com o comparecimento ao templo ou a adoção de determinada postura física, mas de renovar nossas concepções a respeito da comunhão com Deus. Devemos ser espíritas para nós mesmos e não para mostrarmos aos outros.
Devemos procurar Deus no único lugar onde realmente o encontraremos - na intimidade de nosso coração. Com esse propósito Kardec comenta os ensinamentos de Jesus em sua essência - a moral evangélica - demonstrando ser indispensável que nos renovemos para o Bem.
A fim de que nos sintamos estimulados a esse esforço temos em “O Livro dos Espíritos”, síntese filosófica da Doutrina, a resposta racional e lógica para os “porquês” da Vida. Por que estamos na Terra, por que sofremos, por que experimentamos frustrações, por que há tanta violência no Mundo, por que a enfermidade grassa, e muito mais, convidando-nos a desenvolver a capacidade de reflexão, no empenho de conhecermos a nós mesmos e o que nos compete fazer.
As reuniões públicas do Centro Espírita devem ser tomadas à conta de uma iniciação espírita, onde participaremos de um banquete de luzes que enriquecem a existência.
Para tanto é preciso superar a concepção distorcida e irreal do centro-hospital, com pleno entendimento de que ele é, acima de tudo, uma abençoada escola.
Bem mas e se aparecer um desses irmãos equivocados? O que fazer? Devemos recebê-los de braços abertos, escutando-os, consolando e esclarecendo amorosamente, renovando-lhes o convite a buscarem uma casa espírita, fazendo-os ver que podem rumar para a cura da alma e também para cura do corpo.
É aí que entra a nossa participação. O Espiritismo nos convida a todos que participamos do Movimento Espírita, (Seareiros, palestrantes, diretores, ouvintes) a realizar este nobre trabalho em favor dos irmãos angustiados.
  • Antes de cogitar dos benefícios que o Centro Espírita pode nos oferecer, procuremos conhecer a Doutrina Espírita. Muita gente perde valiosas oportunidades de edificação por não atentar a essa necessidade.
  • Leia e estude as obras básicas e as complementares. O livro espírita é precioso repositório de bênçãos que deve estar sempre ao alcance de nossa mão.
  • Eleja os dias da semana em que comparecerá ao Centro Espírita, assumindo, perante si mesmo, compromissos de assiduidade e perseverança.
Irmãos reticentes e ainda não convencidos poderão perguntar:
- Eu não posso estudar e aprender em casa sozinho? Pode.
- Sem ir à Casa Espírita, eu não posso ajudar aos necessitados no meu bairro? Evidente que sim.
- Ou em hospitais, orfanatos, asilos?...Resposta positiva.

Então por que ir à casa Espírita?

  • A Casa Espírita idônea, é um ambiente mais propício para encontrarmos a paz, o reconforto, compreensão, esclarecimentos.
  • A Casa Espírita é o lugar onde espíritos iluminados, vem em missões de divulgação das Leis Naturais, bem como em atendimento aos sofredores dos dois planos da vida.
  • Na Casa Espírita é onde irmãos encarnados dedicados (inspirados pelos mentores), buscam em pesquisas, nos passar a interpretação correta da mensagem do Cristo através de palestras edificantes.
  • Na Casa Espírita, com a divulgação dos ensinos de Jesus, compreendemos aos poucos que seremos cada vez mais felizes quanto mais pautarmos a nossa caminhada de acordo com as Leis Naturais.
  • Na Casa Espírita, devido à reunião dos trabalhadores do Cristo, a atmosfera espiritual está repleta de luzes e energias salutares que reorganizam as nossas forças.
  • Na Casa Espírita, relembraremos os ideais cristãos, buscando sufocar as nossas imperfeições e elevarmos os nossos valores morais, gravados indeléveis em nossas consciências, por bondade do Criador.
O Espiritismo é uma doutrina libertadora e faz um bem enorme a quem se coloca sob sua orientação a serviço de Jesus.


Bibliografia:
  • Uma Razão Para Viver – Richard Simonetti


O Que É A Casa Espírita? - Margareth Alberico


A finalidade deste lugar é ajudar às pessoas que chegam á * Casa Espírita a esclarecer as dúvidas mais comuns sobre a Doutrina dos Espíritos; o que é um Centro Espírita; e como funciona. E também o que é possível esperar como solução para o que motivou a vinda.

Nosso trabalho de 27 anos de exercício de um tipo de medicina que procura acima de tudo auscultar a alma humana para tentar ajudar na cura das doenças do corpo e da alma; somados aos 16 anos de estudo da Doutrina dos Espíritos, 10 dos quais na tarefa de entrevistador, proporcionou uma visão sobre os problemas existenciais que mais nos afetam e, que costuma nos trazer á Casa Espírita; observações que desejamos dividir com os leitores.

Também aprendemos muito trocando idéias com os dirigentes das Casas Espíritas onde fomos convidados a dar palestras como divulgador da Doutrina. Ao longo do tempo notamos que algumas Casas passam por dificuldades para as quais outras já têm soluções em andamento, e até simples.

Refletindo sobre o assunto nos sentimos estimulados a tentar aproveitar nossa experiência para ajudar aqueles que buscam auxílio; e porque não, também para os que proporcionam auxílio.

* As denominações para a Casa Espírita são muitas:
Centro Espírita; Grupo de Estudos Espíritas; Associação Espirita. Grupo Socorrista, etc. Recomendamos checar se as tarefas estão baseadas nas obras de Allan Kardec. Usaremos neste livro o termo Casa Espírita.

Importante


Nós chegamos ansiosos, respeitosos e esperançosos.

Certamente a maior parte de nós quando chega à Casa Espírita imagina que os problemas serão resolvidos de forma mística, milagrosa, sobrenatural. Nem imaginamos o quanto é difícil formar os *tarefeiros que nos atendem; e quantos anos de esforço de muitas pessoas são necessários também para mantê-los firmes e motivados na tarefa.

Na nossa chegada, admiramos as pessoas que circulam por ali como trabalhadores da Casa com tanta desenvoltura como se fossem “assim” “também” com a espiritualidade.

Engano nosso; a maior parte deles são simplesmente como a maioria de nós.

Se não são médiuns, o que será que os leva a tornarem-se tarefeiros da Casa Espírita?

Simples, depois de um tempo (cada um a seu tempo) sentimos necessidade de retribuir os benefícios que de uma forma ou de outra, sempre nós recebemos, quando buscamos a ajuda da espiritualidade.

Outra finalidade conversa é auxiliar o leitor a utilizar-se dos recursos da Casa Espírita com mais eficiência.

Na sequencia, nós apontaremos ainda de forma simples os acontecimentos mais comuns que nos levam a procurar auxílio espiritual (ao longo do tempo essas informações serão complementadas com leitura, estudo e palestras).

Cada um de nós vem impulsionado por motivos semelhantes embora distintos.

    * Problemas de saúde? Quem não os tem de uma forma ou de outra?
    * Problemas financeiros? Sejam eles de pequeno ou de grande porte.
    * Problemas familiares? Só mudam de endereço.
    * Desemprego?
    * Dificuldades no trabalho?
    * Ansiedade?
    * Medo?
    * Angustia?
    * Depressão leve ou profunda?
    * Traições e abandono?
    * Todos nós estamos sujeitos.
    * Curiosidade?
    * Literatura espírita?

Os motivos que nos trazem se assemelham, pois representam os problemas da evolução humana.

A maior parte de nós vem encaminhada com recomendações da dor; alguns chegam movidos pelo interesse em aprender; vários, por simples curiosidade. Mas, sempre chegamos por indicação de alguém que frequenta ou frequentou a Casa.

Nesta coletânea de experiências: Esboçamos um ligeiro resumo da Doutrina dos Espíritos, através de perguntas que imaginamos sejam feitas por boa parte dos que chegam até ela, seguido de respostas rápidas que, com o tempo devem ser complementadas com leituras das obras de *Allan Kardec.

Esperamos contribuir para que as entrevistas de assistência espiritual sejam mais simples e proveitosas tanto para quem fala quanto para quem ouve, e até quem sabe, tornem-se mais eficientes, pois a pessoa que busca ajuda já sabendo o que pode esperar pode tornar o auxílio da Casa e dos espíritos em algo mais definitivo.

Perguntem.

Questionem.

Na medida do possível, e das suas necessidades - nós atenderemos.

Mas antes de questionar – consultem sua Inteligência.

Bem vindos á Casa Espírita



Acolhimento para Acolhidos – Sigmar Gama


Muito se pode falar sobre acolhimento, pois todos nós cremos ser grandes credores deste ato. O que por justiça talvez não fosse de se esperar.
Hoje vamos falar algo sobre o que espera encontrar o “Acolhido” ao procurar um templo e em especial ao procurar um Centro Espírita.
Ninguém procura um hospital sem sentir-se doente, e, ao procurar um lugar para livrar-se se suas dores quer ter ali o melhor atendimento possível.
Queremos receber atenção, cordialidade, até algum carinho, mas e, sobretudo queremos ter Misericórdia[1].
Desejamos intimamente o tratamento dado por aquele samaritano que viajava, e, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e, tendo-o visto, foi tocado de compaixão.
Desejamos também que se aproximem de nós, deite-nos óleo e vinho nas feridas e as pense, e quiçá, depois, ponho-nos em seu cavalo, leve-nos a uma hospedaria e cuidem de nós. E que no “dia seguinte”, tirem dois denários e os deem ao hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar...
Basta lembrar que foi na casa “daquele” destemido chefe dos publicanos que Jesus encontrou fino acolhimento, e tão espontânea recepção espiritual, que, passados quase dois mil anos, ainda nos comove numa alegria santa, idêntica, talvez, àquela que Jesus sentiu, levando-o a pronunciar a nova felicitante, que se nos depara no trecho de Lucas:

"Hoje entrou a salvação nesta casa".

Lendo o texto Atos dos Apóstolos, capítulo quarto, encontramos a seguinte definição.

Na Casa do Caminho não havia necessitados”, porque todos atendiam às necessidades de todos, pois eram um só coração: Era uma comunidade de amor.
Eis que, este modelo, volta à Terra. E este o papel da Casa Espírita:

É ser um modelo de amor.





Ermance Dufaux - Wanderley S Oliveira - Mereça Ser Feliz


Capítulo 17 - Camuflagens e Projeções


"Além dos notoriamente malignos, que se insinuam nas reuniões, há os que, pelo próprio caráter, levam consigo a perturbação a toda parte aonde vão: nunca, portanto, será demasiada toda a circunspeção, na admissão de elementos novos."

O Livro dos Médiuns - cap. 29 - item 338
As transferências e as camuflagens na esfera dos sentimentos são fenômenos complexos e rotineiros nos relacionamentos.

Conhecidos pela psicanálise como mecanismos de defesa do inconsciente, as projeções e camuflagens afetivas ocorrem em razão de processos educacionais da infância centrados no ego, ou por impulsos de núcleos afetivos consolidados em outras reencarnações, ou ainda pelo desconhecimento de si mesmo, sendo capazes todas essas causas de gerar extensas lutas íntimas e trágicas provas no quadro dos envolvimentos passionais.

O reflexo mais eminente da presença de semelhantes defesas psíquicas é a perda da autenticidade humana. Na medida em que vai amadurecendo física e psicologicamente, a criança, o jovem e mais tarde o adulto aprendem a esconder-se de si e do mundo, gerando um complicado mecanismo para atendimento dos apelos sociais e paternais, quase sempre, em desacordo com sua autêntica personalidade.

Perdendo a autenticidade o ser não se plenifica, arroja-se no desajuste ensejando o ebulir[2] de culpas de outras vidas que não foram absorvidas, vivendo infeliz e sob intensa pressão interna em neuroses de longo curso.

Dependência, ciúme, possessividade e medo comandam as atitudes em direção a relações imaturas, sofríveis, pobres de confiança e caráter, ensejando a potencialização dessas camuflagens psicológicas junto aos grupos de ação do ser humano.

Os "esconderijos psíquicos" têm como origem mais saliente o medo: medo de si mesmo, medo de seus verdadeiros sentimentos. Não havendo coragem suficiente e nem desejo
para tal, a criatura foge do auto-encontro, incapacitando-se, a cada fuga, em dominar sua vida interior, deixando escapar a chance de olhar-se no espelho da consciência e cuidar de sua "realidade transitória", resgatando a sua "realidade natural e Divina".

Esse encontro, porque é doloroso, quanto mais for adiado mais a constrange a ombrear com um "eu falso" que lhe impinge sentimentos de desconforto e falsidade, caso possua um mínimo de formação ética, ou então faz lha penetrar na conduta degenerada caso ela desista de entender o que se passa consigo mesma, ante o caleidoscópio[3] de seus sentimentos e pensamentos confusos e inconstantes acerca do querer e do gostar.

Nas relações espíritas notabiliza-se um fato específico, credor de estudo e meditação. Camuflam-se desejos sexuais e afetivos, que são transferidos para outras vivências reencarnatórias, escondendo o verdadeiro sentimento de sua presente existência, evitando admiti-lo. Sentimentos esses que maceram e doem na acústica tio coração e da consciência, mas que, queiramos ou não, despontam na vida de relação.

Muitos amigos queridos do ideal, utilizando-se de expedientes humorísticos pouco sérios, zombam desses sentimentos tratando-os com brincadeiras, a fim de não ter que olhar para os mesmos com a seriedade que eles merecem em favor da própria paz. Frases que parecem ingênuas podem, em muitos casos, carregar dramas de largo urso, tais como: "já devemos ter sido muito íntimos", aquela pessoa deve ser minha alma gêmea", "tenho uma afinidade especial com tal coração", "sinto como se ele fosse meu pai", "há uma coisa muito forte que nos une, devemos ter vivido juntos"...

Vigiemos semelhante comportamento, perguntando-nos, com honestidade, qual a certeza e fundamento lógico temos para afirmar que as raízes de tais emoções pertencem ao passado de outras existências corporais. Para vós outros que estais na carne, agraciados com o esquecimento cerebral, torna-se mais difícil ainda tecer afirmativas verdadeiras sobre semelhante ocorrência. Ainda que sejam sentimentos ou lembranças de outras vidas, se elas se encontram ativas na vida presente, importa o que se sente hoje, devem ser elaborados como pertencentes à atualidade.

Se tais incursões mnemónicas[4] são permitidas é com função educativa e não para que tenhamos um "lugarzinho na mente", como se fosse um álibe com o qual possamos justificar, uns perante os outros, tudo aquilo que sentimos e não deveríamos. Isso não nos torna menos responsáveis pela vida afetiva. Assumamos com responsabilidade os nossos sentimentos, conhecendo-lhes os motivos, olhando para eles de frente, sem temor ou vergonha. Essa a primeira condição para os transformarmos em valores espirituais que impulsionam a evolução.

Entendamos por assumir sentimentos, o serviço de autoconhecimento e auto-aceitação dos mesmos em nós com finalidades superiores, longe do "assumir" de alguns profissionais levianos e descuidados que induzem seus pacientes a admitirem e viverem intensamente o seu "lado sombra".

Como espíritas lúcidos, ao contrário, vamos assumir o nosso "lado nobre e Divino", esquecido ou ainda não devassado pela sonda do autodescobrimento.

Tenhamos sobriedade e dispamos dessas máscaras perniciosas do relacionamento.

Rompamos com essas "fantasias de outras vidas" e definamos o processo das afinidades e desafeições, buscando entender as razões atuais de tais ocorrências do coração.
Entendamos as causas presentes das antipatias e simpatias e honremo-las com uma conduta ética e ilibada.

Não podemos deixar de nomear essa situação como uma atitude infeliz. Ao ficar camuflando sentimentos que temos uns com os outros, atribuindo-os a existências anteriores, perdemos o ensejo responsável de travar contato com nosso mundo profundo e subjetivo em busca do autêntico amor e dos necessários ajustes emocionais que fazem parte do aprimoramento pessoal.

Nossa primeira tarefa ao depararmos com os sentimentos que não gostaríamos ou deveríamos estar sentindo, em favor do bem alheio e de nós próprios, é estudar nossas reações e edificar as soluções adequadas ao melhor encaminhamento dos pendores da afetividade.

Por sua vez, as projeções são mais complexas ainda, porque, além dos fatores causais pertinentes às camuflagens, elas contêm ainda uma outra matriz infelicitadora: a obsessão.

O jogo das aparências entre os homens, mormente nesses dias de mídia exacerbada e desumana competitividade, faz com que a "comparação patológica" estabeleça complexos e síndromes sui generis[5] no capítulo das doenças do afeto e do psiquismo. Elencando valores fictícios e fugazes como a beleza perfeita, o status cultural e social,
a felicidade pela posse e o sucesso no amor pelo sexo, a sociedade, desbaratada com o fenômeno da vaidade e da aparência, impõe que as pessoas se comparem sempre
"para cima" e nunca "para baixo", ou seja, deseja-se o que o outro tem de melhor - o que seria muito natural não fossem os sentimentos inferiores e os complexos que se formam a partir dessas confrontações. Na mira das comparações, não havendo a possibilidade de adquirir ou ter como o outro, estabelece-se frustrações e conflitos interiores que, não sendo bem administrados, podem raiar para neuroses múltiplas.

Entre espíritas, já que os valores morais e os bons exemplos são estimulados, as referências costumam surgir no campo das realizações espirituais. Constatadas as possibilidades alheias no bem, a criatura com menos experiência, se não administrar bem suas projeções, estabelecerá comparações que conduzirão à falsa modéstia ou ao desânimo, confrontando sua suposta incapacidade em função da desenvoltura do outro, projetando sua limitação sem absorver o exemplo alheio.

Muitas vezes ocorre um processo de idealização no outro daquilo que não conseguimos êxito no relacionamento conjugal, profissional ou cultural, levando a sentimentos que são nomeados como "velhas afinidades", quando, em verdade, estamos locupletando com o outro ou desejando intensamente sua participação em nossa vida para fruir com ele o que lhe pertence no terreno das conquistas, incensando a princípio uma amizade e, mais adiante, possivelmente, um relacionamento amoroso. E a realização no outro daquilo que gostaríamos de ser, um processo sutil que pode tornar-se dolorosa prisão de compensação e escravização afetiva, levando a uma "coagulação dos sentimentos".

Outra faceta mais conhecida das projeções é a dos defeitos, nas quais vemos nossas imperfeições mais marcantes e menos admitidas para nós na pessoa do outro.

A valorização das próprias potencialidades, na medida em que são descobertas, é a receita para lidar com as projeções de modo proveitoso para o crescimento pessoal.
Aprender a estabelecer comparações com o mundo subjetivo e real das criaturas, a essência do ser humano, o que de fato ele é, sua realidade profunda, eis a grande meta a que devemos devotar, conforme assevera Antoine de Saint-exupery, o essencial ê invisível aos olhos".

Enquanto mantivermos sintonia com as carapaças sócio-humanas estaremos apenas vivendo na superficialidade das emoções, atraídos para realidades fugazes, quais crianças que tomam brinquedos umas das outras e logo os largam para novas investidas sem rumo e objetivo!

Somente treinando e desenvolvendo a sensibilidade enobrecedora estaremos aptos a fazer comparações e projeções mais sadias, promotoras de paz e contentamento espiritual, fruto da resignação dinâmica, ativa.

Eduquemo-nos para essa viagem ao mundo subjetivo do Espírito, em plena carne, porém lúcidos e em estado de alerta mental. Aprendamos a comparar-nos com o velho, o doente, o sábio sem diplomas, a quem ninguém quer se comparar, ou ainda com aqueles que agora estão no arrependimento sobre um leito de dor, sem tempo e sem mais opções de progresso, esperando a presença da morte para ajuizar sobre seu futuro. Comparemo-nos com aqueles que agora se encontram no ocaso da vida, avaliando sua existência com enorme sentimento de perda, asilando uma frágil esperança de paz para sua consciência. Avaliemo-nos no momento atual, frente àqueles que renascerão em situações mais dolorosas e que revoltam e odeiam a vida, dispostos a qualquer ato infeliz.

Reflitamos sempre, em nossas comparações, nos que têm menos, nos menos apreciados pelo mundo social, clastecendo[6] a sensibilidade para o que se passa invisível aos olhos comuns, e perceberemos lições estimuladoras e preenchedoras de júbilo com o que somos e temos. Aliás, sem exageros, o que destacamos de menos bom em nosso próximo quase sempre trazemos em nós mesmos. Se não for uma experiência do presente poderá ser uma imperfeição de outrora que, embora vencida ou lominada, tem registros claros na intimidade que facilitam concebê-la em outras pessoas na atual existência, com fins educativos. Vejamos as camuflagens e projeções como etapas do aprendizado afetivo, fenômenos comuns do sentimento humano, mas que carecem educação e responsabilidade para serem conduzidos a fins superiores. São processos de defesa da mente para abrandar a angústia da inferioridade humana que com o tempo superaremos.

Na medida em que lhes entendemos a forma de exprimir na personalidade, dilatamos as chances de autoconhecimento, pois são "pistas" sobre nós mesmos. O que tentamos esconder ou projetamos no mundo das formas são expressões do mundo profundo e podem ser fortes aliados no bom combate, naquele que consiste em lutarmos conosco mesmo, transformando hábitos e edificando sentimentos mais afinados com o verdadeiro amor, proposto pelo Evangelho, e com a rota de espiritualização apontada pelos conceitos espíritas.

Mediante a colocação do codificador na referência citada anteriormente, compreendemos bem a importância da circunspecção de elementos novos em nossos grupos, em se considerando o desconhecido mundo interior.

Circunspecção, no entanto, deve significar acolhimento fraternal para propiciar as condições ao novel frequentador para ter as possibilidades de fazer esse mergulho no mar de si mesmo, sem afogar-se nos sentimentos de insuficiência, decepção e tristeza.

Circunspecção quer dizer "exame demorado, atenção, prudência", o que nos leva a concluir que esse acolhimento, essa recepção é um serviço do tempo para o bem de todos, mas não pode deixar de ser feita, porque se analisarmos bem, o movimento espírita é um somatório geral de todas as nossas qualidades e esforços, mas também das projeções e camuflagens. Pensemos e debatamos, portanto, o quanto tudo será diferente quando aprendermos a circunspecção espírita, fazendo das agremiações doutrinárias uma escola do espírito destinada a desenvolver condições íntimas para a humanidade ser mais feliz e autêntica!

Emmanuel - Francisco C Xavier - Ave Cristo


3 - Compromisso do coração


Logo após, com muito esforço, Corvino pediu-lhe abrisse alguma página cristã para a leitura em voz alta.
 Queria guardar um pensamento das Sagradas Anotações, antes de morrer.
 Quinto Varro atendeu com presteza.
 Retirou, ao acaso, uma folha gasta do pergaminho, num rolo de instruções, e, à claridade bruxuleante da tocha que ardia junto ao leito, repetiu as belas palavras de Simão Pedro ao aleijado da Porta Formosa: — Ouro e prata não tenho, mas o que tenho, isso te dou». (7)

(7) Atos dos Apóstolos, capítulo 3, versículo 6. — (Nota do Autor
espiritual.)

 Corvino fitou o companheiro, desenhando largo sorriso nos lábios descorados, como a dizer que oferecia naquela hora a Deus e aos homens o seu próprio coração.
 Compridos instantes desdobraram-se pesados e aflitivos.
 O rapaz julgou que o venerando amigo houvesse alcançado o derradeiro minuto, todavia, o ancião, qual se despertasse de curta mas concentrada prece, falou ainda:
 — Varro, se possível... desejaria ver o céu, antes de morrer...
 O interpelado atendeu, de pronto.
 Descerrou pequena abertura do interior da câmara, que funcionava à guisa de janela.
 O vento entrou, de imediato, em lufadas fortes e frescas, apagando a luz mortiça, mas o luar, em prateado jorro, invadiu o recinto.
 Com inexcedível carinho, o rapaz tomou o velho ao colo, dando a idéia de satisfazer a uma criança doente, e conduziu-o à magnífica visão da noite.
 Ao doce clarão da Lua, o semblante de Ápio Corvino assemelhava-se a
vivo retrato de algum antigo profeta que surgisse, ali, de improviso, nimbado de esplendor. Seus olhos serenos e brilhantes devassaram o firmamento, onde multidões de estrelas faiscavam, sublimes..
 Depois de um minuto de silenciosa expectativa, falou em voz apagada:
 — Como é linda a nossa verdadeira pátria!...
 E, voltando-se com brandura para o moço em lágrimas, concluiu:
 — Eis a cidade de nosso Deus!...
 Nesse instante, contudo, o corpo do patriarca foi sacudido por uma onda de vida nova. Seu olhar, que empalidecera, devagarinho, voltou a possuir estranho brilho, como que reanimado por milagrosa força.
 Denunciando uma alegria desvairada, bradou:
 — Abriu-se o grande caminho!... É Átalo que vem!... Ó meu Deus, como é sublime o carro de ouro!... Centenas de estrelas brilham !... Oh !... é Átalo e Maturo, Santo e Alexandre... Alcibíades e Pôntico... Pontimiana e Blandina... (8)
 O ancião ensaiava o gesto de quem se dispunha a cair de joelhos, totalmente esquecido da presença de Varro e da precariedade da própria condição física.
 — Oh!... Senhor! quanta bondade!... não mereço!... sou indigno!... — continuava dizendo, em voz arrastada.
 O pranto escorria-lhe agora dos olhos inexplicavelmente revigorados, contudo, Varro, cuidadosamente, reconduziu-o ao leito manchado de sangue.
 Novamente deitado, o velhinho calou-se. Todavia, aos raios do luar que iluminava a câmara, o moço patrício viu-lhe o olhar, nas vascas da morte, coroado de indefiníveis fulgurações, parecendo fixar paisagens festivas, em santo deslumbramento.
 Com as mãos nas dele, notou que o agonizante lhe apertava a destra, a despedir-se.
 A corrente sanguínea parecia contida pela força mental do moribundo, interessado em satisfazer aos últimos deveres, mas, quando a tranquilidade se lhe estampou na fisionomia engelhada e nobre, o sangue jorrou abundantemente da chaga aberta, encharcando o sudário de linho.
 O rapaz notou que o fatigado coração do apóstolo parou devagar, à maneira de máquina agindo sem violência. A respiração desapareceu, como a de um pássaro que adormece na morte. O corpo inteiriçou-se. Varro compreendeu que era o fim.

(8) O agonizante recebia a visita espiritual de alguns dos mártires cristãos de Lião, flagelados no ano de 177. — (Nota do Autor espiritual.)

 Sentindo-se, então, vergastado por uma dor sem limites, abraçou-se ao cadáver, suplicando:
 — Corvino, meu amigo, meu pai!... Não me abandones! De onde estiveres, protege-me os passos. Não me deixes cair em tentação. Fortalece-me o ânimo fraco! Dá-me fé, paciência, coragem... Os soluços do jovem repetiam-se abafados, quando a porta foi escancarada, estrepitosamente, e Súbrio entrou com uma tocha, iluminando o quadro doloroso. Vendo o rapaz agarrado ao morto, sacudiu-O, violento, exclamando:
 — Louco! que fazes? o tempo é precioso. Em breves minutos, Hélcio virá.
É indispensável que não te encontre. Embriaguei-o para salvar-te. Não poderá ver o semblante do morto.
 Afastou Quinto Varro, brutalmente, e envolveu o corpo agora inerte no grande lençol, que foi amarrado, acima da cabeça hirta. Em seguida, dirigiu-se, de novo, ao rapaz, em voz baixa e enérgica
 — A esquerda, encontrarás uma escada, esperando-te e, sob a escada, há um bote que eu mesmo preparei. Foge nele. O vento levar-te-â para a costa.
Mas, ouve! busca outras terras e muda de nome. A partir de hoje, para Roma e para a tua família, estás sepultado nas águas.
 O moço quis reagir e enfrentar dignamente a situação, contudo, lembrou que, se Corvino lhe havia tomado o lugar na morte, cabia-lhe substitui-lo na vida, e, sentindo numa das mãos o peso da bolsa que o herói lhe havia confiado, silenciou, humilde, em lágrimas.
 — Conduze contigo a bagagem do velho, mas deixa os teus documentos
— avisou Flávio Súbrio, decidido —; Opílio Vetúrio deve certificar-se de que desapareceste para sempre.
 Todavia, quando o jovem reunira nas mãos a herança do apóStolO, o bastãO de HélciO Lúcio tocou rudemente a porta.
 Súbrio arrastou Varro para trás de um armário de bordo e atendeu.
 O comandante ébrio entrou, desferiu uma gargalhada seca, ao observar o fardo ensanguentado, e falou:
 — Muito bem, Súbrio! A tua eficiência é de pasmar. Tudo pronto?
— Perfeitamente — esclareceu o assessor, em atitude servil.
 Cambaleando, Hélcio aplicou algumas bastonadas no cadáver e observou:
 — Grande maroto, o nosso Opílio. Este pobretão de Varro poderia ter sido liquidado em qualquer viela de Roma. Porque semelhante homenagem, a de matá-lo no mar?
Enfim, compreendo. Um patrício decente nunca deve ferir a sensibilidade de uma bela mulher.
 Reclamou do auxiliar a documentação do morto e, em voz pitoresca, determinou:
 — Dá comida aos peixes, ainda hoje, e não nos esqueçamos de esclarecer a nobre Cíntia Júlia de que o marido, em missão de vigilância contra a praga nazarena, foi assassinado por escravos cristãos na galera...
 Com uma risada sarcástica, acentuou:
 — Vetúrio incumbir-se-á de dizer o resto O comandante despediu-se e, instado por Súbrio, Varro lançou um derradeiro olhar nos despojos do amigo. Carregando consigo as lembranças
dele, afastou-se em passos vacilantes, desceu a escada de serviço e instalou-se no bote minúsculo.
 Sozinho, na noite fria e clara, demorou-se longamente, no barco,
pensando, pensando...
 O vento, a silvar, parecia lamber-lhe o pranto, induzindo-o a marchar para a frente, mas o moço, pungido por amarga incerteza, no íntimo desejava arrojar-se ao mar e igualmente morrer.
 Corvino, porém, marcara-lhe o coração para o resto da vida, O sacrifício dele impunha-lhe valorosa coragem. Era necessário lutar. Para Cíntia e para o filhinho querido não mais existia, entretanto, havia um claro na igreja de Lião, que lhe competia preencher.
 Custasse o que custasse, alcançaria as Gálias com a resolução de devotar-se à grande causa.
 Confiando-se a Deus, o moço desamarrou o bote e, com uma e outra remada, rendeu-se à ventania.
 Indiferente aos perigos da viagem, não experimentou qualquer temor da solidão sobre o abismo.
 Arrastado fortemente sobre as águas, deu em extensa praia ao amanhecer. Trocou de vestimenta, envergando a túnica surrada de Corvino e, resoluto, atirou o nobre traje patrício ao mar, deliberando volver ao mundo na feição de outro homem.
 Acolhido numa aldeia litorânea, onde conseguiu alimento, peregrinou até alcançar Tarracina, florescente cidade balneária do Lácio.
 Não teve dificuldade para identificar o domicilio de alguns companheiros de fé. Apesar do terror que espalhava na vida pública, o governo de Bassiano-Caracala deixava os cristãos em relativo repouso, embora a severa vigilância com que lhes seguia os movimentos.
 Declarando-se caminheiro do Evangelho em trânsito para as Gálias, Varro, fatigado e enfermo, encontrou socorro na residência de Dácio Acúrsio, piedoso varão que mantinha um albergue destinado a indigentes.
 Amparado por amigos anônimos, delirou três dias e três noites, em febre alta; todavia, a mocidade robusta venceu a moléstia que o absorvera, de assalto.
 Porque nada pudesse informar, a princípio, com referência a si próprio, e (...)
(...)Inflamados de fé na imortalidade da alma, não receavam a morte. Os companheiros martirizados partiam como soldados de Jesus, cujas famílias, na retaguarda, lhes cabia proteger e educar.
 Assim é que a comunidade de Lião guardava sob a sua custódia de amor centenas de velhos, enfermos, mutilados, mulheres, jovens e crianças.
 A igreja de São João era, pois, acima de tudo, uma escola de fé e solidariedade, irradiando-se em variados serviços assistenciais.
 O culto reunia os adeptos para a prece em comum e para a extensão das práticas apostólicas, mas os lares de fraternidade multiplicavam-se. como impositivo da obra espiritual em construção.
 Muitas organizações domésticas tomavam a si a guarda de órfãos e o cuidado para com os doentes; todavia, ainda assim, o número de necessitados era, invariàvelmente, muito grande.
 A cidade fôra sempre um ponto de convergência para os estrangeiros.
Perseguidos de vários lugares batiam às portas da igreja, implorando socorro e asilo.
 A autoridade da fé, expressa nos irmãos mais velhos e mais experientes, designava diáconos para diversos setores de ação.
 Os serviços de amparo e educação à infância, de conforto aos velhinhos abandonados, de sustentação dos enfermos, de cura dos loucos, distribuíam-se em departamentos especiais, expandindo-se, assim, em moldes mais completos, a primitiva organização apostólica de Jerusalém, na qual as obras de amor do Cristo, junto aos paralíticos e cegos, leprosos e obsessos,
encontraram a melhor continuidade.
 Todos os irmãos partilhavam o esforço da instituição entre o trabalho profissional que lhes determinava o dever ao lado da família e as atividades evangélicas que lhes assinalavam a obrigação de discípulos da Boa Nova, junto da Humanidade.


Num crepúsculo de harmoniosa beleza, Quinto Varro, agora transformado em «irmão Corvino», chegou à sala acanhada e pobre destinada às pregações da igreja de São João, onde, segundo informações obtidas, encontraria Horácio Niger para o anelado entendimento.
 Num ângulo do recinto, um velho de longas barbas encanecidas, de rosto avelado e nobre, ouvia jovem senhora de amargurado semblante.
 Levantou-se, atencioso, para receber o recem-chegado, fê-lo sentar-se ao lado dele, no banco de pedra, e continuou a conversar com a dama, em tom paternal.
 Tratava-se de humilde viúva que procedia de Valença, implorando socorro.
Ficara sem o marido na carnificina de 202. Desde então, morava com o genitor e um tio na localidade mencionada, mas, a contragosto, envolvera-se em grande infortúnio. Por negar-se aos caprichos de um soldado influente, vira os dois familiares, com os quais residia, assassinados numa noite de angustiosa provação.
 Disposta a resistir, mas totalmente desamparada, fugira dali, em busca de abrigo.
 Chorando, acentuava, triste:
 — Pai Horácio, não me abandones... Não temo o sacrifício por nosso Divino Mestre, contudo, não concordo em render-me ao vício dos legionários.
Conserva-me, por amor de Jesus, nos serviços da igreja...
O interpelado observou, atento:
 — Sim, não me oponho. Entretanto, é preciso esclarecer que não possuímos serviço remunerado...
 — Não procuro compensações — disse a moça —, tenho necessidade de arrimo.
 — Então — explicou o interlocutor, satisfeito —, cooperarás no galpão dos velhos enfermos. Realmente, perdeste o pai e o tio, no entanto, encontrarás muitos outros parentes, junto dos quais o Cristo te pede carinho e proteção.
 A humilde senhora sorriu tranquila e retirou-se.
 Chegou a vez de o peregrino romano entrar em contacto com o ancião.
 Varro, comedido e confiante, inteirou-o de todas as ocorrências havidas com Ápio Corvino e com ele mesmo, desde o início do seu primeiro encontro com o inolvidável amigo apunhalado no mar.
 Horácio ouviu-lhe a narrativa, entre sereno e cortês, sem qualquer alarme, diante do noticiário constrangedor.
 Parecia calejado por dores maiores. Mesmo assim, quando o rapaz terminou a confissão, falou sobre o amigo morto, comovidamente:
 — Grande Corvino!... Seja ele feliz entre os servidores glorificados. Foi fiel até ao fim.
 Enxugando os olhos úmidos, acrescentou:
 — Estará conosco em espírito. A morte não nos separa uns dos outros, na obra do Senhor.
 Em seguida, reportou-se ao companheiro desaparecido, com imensa ternura. Ápio Corvino tomara a si o encargo de prover às necessidades das crianças mantidas pela igreja.
 Para esse fim, trabalhava em agricultura e jardinagem, além de viajar frequentemente, angariando recursos.
 Depois de 177, estivera largo tempo no Egito, onde adquirira valiosas experiências.
 Os meninos adoravam-no.
 A senectude não lhe subtraira o entusiasmo pelo trabalho. Cultivava o solo com alegre bando de rapazes, aos quais ministrava preciosos conhecimentos.
 Assinalou, preocupado, a falta que a presença dele lhes faria, mas, ante o oferecimento de Varro para substitui-lo quanto lhe fôsse possível, Horácio alegrou-se intensamente, e acentuou:
 — Bem lembrado. Aqui, na maioria dos casos, os colaboradores da igreja trabalham de acordo com os desajustes espirituais de que são portadores. As perseguições constantemente alimentadas provocam, entre nós, diversos tipos de luta e sofrimento. Sei que trazes o coração paterno mortificado de
saudades. Trabalharás pelas crianças. Temos mais de trinta órfãos pequeninos. Conversarei com as autoridades.
 E, em voz mais baixa, rogou-lhe que a personalidade de Quinto Varro fôsse para sempre esquecida. Apresentá-lo-ia a todos como sendo o irmão
Corvino, sucessor do venerável confrade. chamado ao Reino de Deus, e afiançava-lhe que tantas nuvens de dor pesavam sobre a alma cristã, formando dramas tristes a se desenrolarem na sombra, que ninguém se sentia com bastante curiosidade para qualquer indagação.
 O acolhimento carinhoso reaquecia o coração do viajante fatigado, quando dois petizes, de três e cinco anos, respectivamente, penetraram o recinto.
 O maior deles dirigiu-se ao ancião com os olhos interrogadores e perguntou:
 — Pai Horácio, é verdade que o vovô Corvino já veio?
 O patriarca afagou-lhe os cabelos encaracolados e informou:
 — Não, meu filho. Nosso velho amigo viajou para o Céu, mas enviou-nos um irmão que lhe tomará o lugar.
 Ergueu-se, abraçou as crianças e, sentando-as nos joelhos do recém-chegado, falou, bondoso:
 — Vamos, meus filhos! abracem o companheiro abençoado que chega de longe.
 Os meninos, com a doçura ingênua da infância, enlaçaram o mensageiro.
 O moço patrício tomou-os de encontro ao coração e acariciou-os, demoradamente; contudo, somente o velho Niger conseguiu ver o pranto que lhe corria dos olhos.
 Quinto Varro havia passado.
 Os anos rolariam para a frente e o ministério do novo Corvino ia começar.

Temas Diversos - CPDoc # Centro de Pesquisa e Documentação Espírita


Obsessão: Entrevista


 A ajuda na entrevista, dar-se-á através de uma ou mais conversação, onde o entrevistado receberá indicações que venham colaborar na percepção dos motivos que as impedem de serem felizes.
 Ao ser estabelecida a relação de ajuda é importante que a entrevista seja feita em um ambiente adequado para acolhimento da pessoa e seu sofrimento, criando também uma atmosfera pautada por confiança e respeito.
 Para o ambiente adequado deve ser garantido um local onde as condições externas, como barulho excessivo, não interfiram na relação de ajuda, evitando também interferências provocadas, como: batidas à porta, pessoas conversando paralelamente etc.
 Após localizar o ambiente que ofereça condições mínimas para o atendimento, o dirigente focalizará a atenção para o objetivo da entrevista, identificando o motivo da procura,
apresentando para si a seguinte questão:

 "Qual será o melhor modo de ajudar essa pessoa na situação em que se encontra no Centro Espírita?"

 A resposta à questão acima dependerá da atenção do dirigente às suas condições internas no transcorrer da entrevista, de modo que elas não venham interferir negativamente nos seus resultados, bloquear e/ ou afetar a comunicação do entrevistado, tais como:

1 - ele está com problemas pessoais mal-resolvidos, não conseguindo desligar-se da própria situação, para concentrar-se na entrevista;
2 - as questões abordadas pelo entrevistado incomodam-no profundamente seja porque vão contra os seus princípios morais seja por coincidirem com seus próprios problemas que
 não consegue solucionar ou conviver;
3 - a situação apresentada é tão chocante e desesperadora do ponto de vista do entrevistador que aviva sua curiosidade, levando-o a questionar ansiosa e incisivamente, e a fazer perguntas que não tenham por objetivo a ajuda.

 Portanto, o entrevistador deverá estar atento:
I - a sua expressão corporal, a fim de que o entrevistado sinta a sua atenção voltada para ele, evitando movimentos e gestos que possam embaraçá-lo durante a entrevista, como folhear livros ou olhar para o relógio enquanto ele fala;
2 - à sua disposição mental, afastando pensamentos e problemas diversos, concentrando a atenção na entrevista e na situação apresentada;
3 - às suas emoções, constatando os sentimentos que o entrevistado e/ ou situações apresentadas possam despertar em si.
 A entrevista, por sua vez, implicará no desenvolvimento de algumas atitudes e/ ou ações adequadas por parte do entrevistador, como:

 I - OUVIR: consiste em estar voltado ao entrevistado tanto corporal, mental como emocionalmente, evitando interromper a sua verbalização indevidamente. É comum entrevistadores iniciantes estarem tão preocupados com o que irão falar em seguida que não conseguem ouvir e absorver o que está acontecendo. O ouvir adequadamente constitui um
agente motivador à verbalização do entrevistado, facilitando a comunicação.

 II - FALAR: após ouvir a situação relatada, a intervenção do entrevistador dar-se-á através do entendimento do motivo pelo qual a pessoa está procurando o Centro Espírita, através da análise da respostas à seguinte questão:
 " - O que ela busca e espera do Centro Espírita?
 Para elaboração das perguntas posteriores, recomendo a leitura do texto Perguntas Que Se Podem Fazer43 que embora tenha como objetivo colaborar com o dirigente na interpelação

aos Espíritos comunicantes em reuniões mediúnicas, o texto pode subsidiá-lo na elaboração das perguntas a serem feitas às pessoas que procuram o Centro Espírita no tocante à maneira
de perguntar e à natureza das perguntas.
 O entrevistador deverá elaborar questões que levem a pessoa a refletir sobre a sua situação evitando aquelas:

I - que tenham por objetivo a satisfação de simples curiosidade;
2 - que estimulem detalhamentos desnecessários;
3 - que possam propiciar respostas duplas;
4 - mal formuladas, apressadas e repetitivas.

 Ele deverá evitar ainda de realizar as perguntas como se estivesse fazendo um bombardeio, isto é, lançando-as rápida, incisiva, contundente e incoerentemente, a fim de não bloquear a comunicação do entrevistado, sendo que este bloqueio também pode ocorrer quando:

1- há interrupções indevidas no falar do entrevistado, pois estas além de não demonstrar interesse pelo que ele diz, evidencia a ansiedade do entrevistador ao concluir, por exemplo, a frase do entrevistado em seu lugar;

2 - o entrevistador fala tanto ou mais que o entrevistado, intercalando discursos prontos de aconselhamento, sem antes ouvir ou independentemente do que o entrevistado tem a dizer, demonstrando com isso uma atitude de autoritarismo, ao agir como um ser superior que deve ser respeitosamente ouvido, não respeitando os sentimentos do entrevistado.

 III - HUMILDADE: esta atitude oferece condições ao entrevistador de perceber que jamais será capaz de solucionar problema algum de quem quer que seja se a própria pessoa não o quiser, por deter ela a responsabilidade exclusiva pelas suas escolhas. A humildade caracteriza- se também pela disposição do entrevistador de tomar cada entrevista uma fonte de aprendizado.

 IV - FLEXIBILIDADE: representa também um aprendizado constante ao oferecer ao entrevistado alternativas criativas e liberdade de experimentar certos modos de viver, levando-os a:

1- perceberem-se como agentes da própria mudança;
2 - a escutarem a si mesmos;
3 - encontrarem paulatinamente as maneiras adequadas de expressarem o que sentem.

 Constitui a flexibilidade um aprender a conviver com as diferenças, levando o entrevistador a evitar ao maniqueísmo de dividir as pessoas entre as boas e as más ou entre vítimas e algozes, por constituírem estas divisões formas sutis de preconceitos que impedem a aproximação humana.

 V - PERSPICÁCIA E SENSIBILIDADE: necessárias para que o entrevistador, ao contrário dos espíritos obsessores que atuam nas fragilidades humanas, aprenda a identificar e atuar no "ponto forte" de quem está atendendo, a fim de que este eleve a sua auto-estima, adquirindo com isso precondições para o seu fortalecimento interior almejando que não seja ele derrubado pelo sofrimento

 VI - ACONSELHAMENTO: o entrevistador deverá evitar uma atuação através de ameaças ou pressões, por afastarem estas muitas pessoas da relação de ajuda. No processo de aconselhamento deverá também estar atento às idéias pré-concebidas e/ ou preconceitos que venham a contaminar a relação de ajuda. Por exemplo, o dirigente que acredita que todo alcoolista é um sem-vergonha, numa entrevista com este tipo de viciado corre o risco de ser induzido a levá-lo ao descrédito, ridicularizando o seu modo de ser, crendo que assim o entrevistado passará a modificar o seu comportamento.
 No aconselhamento, o entrevistador terá como meta contribuir para que a pessoa aprenda a viver uma vida saudável, adquirindo confiança em si mesma e desenvolvendo a crença em seu próprio valor. Neste processo também irá adquirindo condições de perceber o que leva o entrevistado a se sintonizar com o obsessor e como agir para a quebra da sintonia, caso esteja sendo vítima real de uma obsessão.
 É como se a pessoa ao procurar o Centro Espírita estivesse com a vista embaraçada e o aclaramento de sua visão, pela mudança de direção de seu olhar constituísse a meta do dirigente.
 Ou então imaginemos essa pessoa perdida numa floresta, sem uma bússola capaz de lhe indicar o caminho da saída, estando presa em armadilhas, ora armadas por ela mesma ora por companheiros de jornada, tendo aí o dirigente a meta de construir com ela um mapa das armadilhas, de modo que a pessoa se comprometa a encontrar o caminho da saída, planejando como e quando pedir socorro e estando atenta àquelas armadilhas mais comuns que faz com que fique emperrada, como:

1 - justificativas externas para a situação em que se encontra, não tomando providência
 alguma para escapar da armadilha;
2 - tentativas de esconder tanto de si como de outros que está presa em uma armadilha,
 ficando imobilizada com isso;
3 - visão da situação como sendo de responsabilidade de outras pessoas ou de forças alheias a sua vontade, principalmente as sobrenaturais.
4 - repressão do que sente, não tendo com isso condições de encontrar o caminho da saída.

 No aconselhamento o dirigente deverá estar atento às armadilhas que possam surgir para si no processo de ajuda, tendo como parâmetros:

1 - o conhecimento da Doutrina Espírita, identificando como o seu entendimento poderá colaborar na melhoria de qualidade de vida da pessoa;
2 - o conhecimento das finalidades das atividades do Centro a fim de distinguir a mais indicada àquela pessoa na situação em que se encontra;
3 - a reflexão conjunta sobre os motivos que a levou a procurar o Centro, confrontando suas expectativas com o posicionamento espírita a respeito das mesmas.

 A entrevista poderá representar uma ajuda efetiva à pessoa que, através das informações
 recebidas adequadamente, poderá identificar o campo de atuação do Espiritismo, libertando-se de crenças negativas, expectativas indevidas e idéias pré-concebidas a seu respeito, identificando o auto-conhecimento como o meio prático e eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal, conforme questões 919 de O Livro dos Espíritos44, constituindo o estudo destas questões de grande utilidade no processo de alívio do sofrimento
 humano, seja de caráter obsessivo ou não.

F E B - Orientacao ao Centro Espirita


III – Atendimento Espiritual no Centro Espírita

B – ATIVIDADE DE “ATENDIMENTO FRATERNO PELO DIÁLOGO”

1. CONCEITO

O Atendimento Fraterno pelo Diálogo consiste em receber fraternalmente aquele que busca o Centro Espírita, dando-lhe a oportunidade de expor, livremente e em caráter privativo e sigiloso, suas dificuldades e necessidades.

2. FINALIDADE

Acolher, de forma fraterna e solidária, dentro dos princípios do Evangelho à luz da Doutrina Espírita, ouvindo e orientando com respeito, atenção e humildade aquele que:

a) Deseja fazer uma visita e/ou integrar-se às atividades do Centro Espírita;

 b) Deseja receber ajuda material e/ou espiritual;

 c) Deseja informação ou estudo;

 d) Necessita de assistência, orientação doutrinária ou amparo;

 e) Tem interesse em conhecer a Doutrina Espírita e o trabalho espírita.

3. PARTICIPANTES

 a) Um coordenador para organizar, capacitar e coordenar a equipe para a atividade.

 b) Uma equipe em número suficiente para atender a demanda das atividades de recepção, encaminhamento e diálogo.

 c) Os que buscam esclarecimento, amparo, orientação ou consolo.

4. DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES

 a) Acolhimento: Acolher fraternalmente quem chega, identificando o motivo de sua vinda e oferecendo-lhe os recursos de que o Centro Espírita dispõe para atendê-lo na sua necessidade:

 cursos, reuniões, evangelização da criança e do jovem e outros.

 b) Diálogo fraterno:

 b.1 – Receber o visitante, ouvindo-o e identificando-lhe os problemas, carências ou aspirações, orientando-o segundo os princípios evangélicos à luz da Doutrina Espírita.

 b.2 – Reerguer a auto-estima e a esperança, esclarecendo-o de que, com apoio espiritual, somente ele poderá mudar o quadro de sua preocupação, através da própria posição mental e renovação íntima.

b.3 – Orientar, sempre, para a necessidade da realização do Evangelho no Lar, estimulando-o para o desenvolvimento do hábito da leitura saudável e para o estudo, sugerindo os livros adequados da Codificação Espírita e obras complementares.

 b.4 – Após as devidas orientações, se necessário, encaminhá-lo para a reunião de explanação do Evangelho e para o passe.

 c) Encaminhamento: Quando for o caso, encaminhar o atendi-
 do para as palestras, reuniões, cursos ou outras atividades da casa, compatíveis com as suas possibilidades.

5. RECOMENDAÇÃO

Selecionar e capacitar, continuadamente, os colaboradores que tenham um perfil adequado para a tarefa: conhecimento evangélico-doutrinário, maturidade emocional, bom senso, empatia, alegria, afetividade, naturalidade e segurança.

Plano de Ideias nº 01

 

USE                            ENCERRAMENTO  
O que estamos fazendo de nossa vida??    Cristianismo Redivivo
=======================================
Mundo DE REGENERAÇÃO                       O Bem predomina                 Isento do orgulho, da inveja que nos tortura, do ódio que nos sufoca

Grande Desafio da Humanidade                  Viver em Sociedade na busca da Paz
=======================================
ACOLHIMENTO = Ato ou efeito de acolher =   Recepção =   Atenção =   Consideração =   Abrigo
 

Saber acolher é uma arte.                
1-Saber  ouvir.                      
2-Imparcialidade.
3-Objetividade.                      
4-Saber  falar.
=====================================
ALTERIDADE                                   “Capacidade de conviver com o diferente de se proporcionar  um olhar interior a partir das diferenças. Significa que se reconhece o outro também como sujeito de iguais direitos.”

ESCUTA ATIVA                                “Escuta ativa é o processo através do qual se deixa a outra pessoa saber que você estava prestando atenção e se interessando pelos pensamentos e opiniões dela”.

TESTE (Guardem suas respostas)

Quando um amigo vem lhe contar um fato que ocorreu com ele, você em seguida conta uma Historia igual que aconteceu com você e diz a atitude que tomou?

Quando um amigo te procura e falta de uma situação difícil que esta passando voce procura mostrar o lado positivo da situação

Quando um amigo esta muito triste você procura de todos os jeitos deixa-lo feliz para afasta-lo daqueles pensamentos.

Voce são pessoas de muita boa vontade e estão muito bem intencionados mas não estão acolhendo.
======================================
È raro saber ouvir  ACOLHER é simplesmente dizer ESTOU AQUI

ha os que desprezam a dor alheia
há os que aconselham, dão opinião sobre a dor alheia
há os que acolhem a dor alheia, praticando a empatia
=====================================================
RECEITA                   1- Reduza ao máximo os gestos que possam distrair o interlocutor, tais como: brincar com uma caneta, estalar os dedos.
2- Mantenha um contato visual eficiente, procure não desviar o olhar a toda hora.
3 -Balance a cabeça ou sorria.
4-Fuja à tentação de interromper a pessoa no meio do discurso.
5-Faça perguntas para checar o que foi dito.
6-Use a empatia e seja compreensivo
=======================================================
Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo. - Romanos 14:10

PERDOAMOS 1º :                Então, chegando-se Pedro a ele, perguntou:
 Senhor, quantas vezes poderá pecar meu irmão, contra mim para que lhe perdoe? Será até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo até sete vezes, mas que até setenta vezes sete vezes.”
=======================================================
INDULGÊNCIA E MISERICÓRDIA                                     Mulher Atormentada


[1] Entendida aqui como o não julgamento; A aceitação dos nossos motivos sem questionamentos.
[2] Entrar em ebulição
[3] Um caleidoscópio ou calidoscópio é um aparelho óptico formado por um pequeno tubo de cartão ou de metal, com pequenos fragmentos de vidro colorido, que, através do reflexo da luz exterior em pequenos espelhos inclinados, apresentam, a cada movimento, combinações variadas e agradáveis de efeito visual. O nome "caleidoscópio" deriva das palavras gregas καλός (kalos), "belo, bonito", είδος (eidos), "imagem, figura", e σκοπέω (scopeο), "olhar (para), observar".
[4] Arte de facilitar as operações de memória por meios artificiais, ligando ideias e factos difíceis de reter a factos e a ideias mais familiares e mais simples, mnemotecnia. (Do grego mnemoniké [tékhne], «a arte de lembrar», pelo latim mnemonĭca-, «idem»)
[5] O termo Sui generis, de origem latina, significa, literalmente, "de seu próprio gênero", ou seja, "único em seu gênero". Usa-se como adjetivo para indicar que algo é único, peculiar: uma atividade sui generis, uma proposta sui generis, um comportamento sui generis. A expressão começou a ser usada para coisas especiais, singulares, a partir do século XVIII, principalmente em textos científicos, para qualificar substâncias, enfermidades e até mesmo rochas que não se enquadravam nos grupos conhecidos ou que pareciam ser os únicos representantes de sua classe ou gênero. Pouco a pouco, sui generis ultrapassou os limites da ciência classificatória e passou a ser usado para qualquer coisa invulgar, fora do comum. Em certos contextos, esta expressão é usada eufemisticamente, disfarçando, por meio da pompa e circunstância do Latim, uma crítica a algo que nos pareceu francamente esquisito; por isso mesmo, temos de tomar cuidado ao usá-la, para não sermos acusados de estar fazendo ironia. Um comentário do tipo "Aquele professor tem uma maneira sui generis de expor suas idéias" pode ser lido tanto em direção ao bem, quanto ao mal; é bom esclarecer qual é a nossa intenção.
[6] Rasgando. Clastomania - Desejo irresistível de destruir, rasgando tudo

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