ÍNDICE
Como Eu Acolho A Casa Espírita –
Alencar
Conceitos a Definir:
O Que É A Casa Espírita
Quem é o Trabalhador Espírita
O que a Casa Espirita Oferece
Como a Casa Espirita Oferece
O que a Casa Espirita pede em troca
O que o Trabalhador Espirita deseja
Como o Trabalhador deseja
Por que ir à casa Espírita? - João Batista Armani
A experiência nos demonstra que algumas pessoas comparecem ao Centro Espírita a procura de solução para tormentosos problemas pessoais, destacando-se, isoladamente ou em conjunto:
- Enfermidades renitentes – Apesar de terem procurado inúmeros especialistas, realizados variados exames (onde nada é encontrado), tomado inúmeros medicamentos, mas os sintomas permanecem, são as “doenças fantasmas”.
- Desentendimentos no lar – Com discussões constantes entre cônjuges, pais e filhos, irmãos, parente em geral; e por mais que se esforcem, a harmonia aí não se instala.
- Tensão nervosa – Onde a pessoa já levanta nervosa e não sabe porque, irritação sem causa aparente.
- Depressão – Com profundos sentimentos de baixa estima, desamor.
- Dificuldades financeiras – Onde apesar de terem seus ganhos, o dinheiro parece sumir de suas mãos. Quando tudo parece que vai melhorar, aparecem gastos inesperados como: o carro que estraga, uma doença, um prejuízo nos negócios.
- Frustrações profissionais – Desagrado com o trabalho que realizam; o local onde trabalham; os colegas a sua volta, ou se não tem trabalho também não conseguem emprego, embora as vagas existam, não são admitidos.
- Insistentes idéias infelizes – Sentimentos de largar tudo para traz e ir embora sem rumo; abandonar a família; insatisfação geral com a vida; e em casos mais graves até idéias de suicídio.
- Desenganos sentimentais – Constantes idéias de separações; e se está solitária incansável busca do parceiro ideal, que nunca aparece.
- Etc...
Vêem então à Casa Espírita. Isto significa que o Centro Espírita é para muitos um hospital mágico, onde mentores espirituais podem realizar os mais variados prodígios em favor dos consulentes.
Semelhante situação é no mínimo extravagante, porquanto não se inspira nos postulados doutrinários. Não há nada, em Espiritismo, que sugira a idéia de que o intercâmbio com o plano espiritual é uma panacéia (remédio) infalível para os males humanos.
Apesar desses irmãos infelizes desconhecerem o objetivo maior da Casa Espírita, esta os recebe de portas abertas e coloca-lhes a seus serviços todos os recursos de que dispõe, amparando, consolando e instruindo. (Lembrando que nas reuniões públicas não se fecha a porta em momento algum. Mesmo que alguém chegue atrasado, venha à Casa Espírita, se nos minutos finais da palestra, a pessoa escutar uma palavra que lhe toque verdadeiramente o coração, já será um grande passo em seu benefício).
Muito mais que atender aos interesses da Terra, a Casa Espírita faz nossa iniciação nos ideais do Céu, mostrando-nos a estrutura e funcionamento das Leis Naturais, através da divulgação do espiritismo. Simultaneamente convoca-nos à sua observância como o único caminho para que nos libertemos de sentimentos inferiores como o egoísmo, a vaidade, o orgulho, geradores de todos os nossos infortúnios. Somente assim nos habilitaremos a viver felizes, contribuindo para a construção de um mundo melhor e uma sociedade mais feliz, com o empenho de nossa própria renovação.
O desconhecimento desses objetivos induz a alguns enganos lamentáveis, O principal deles relaciona-se com a famosa “consulta”, onde os freqüentadores querem conversar com os Espíritos, ouvir a promessa de decisiva intervenção ou receber a indicação de “poções” infalíveis em seu benefício.
Pensando dessa maneira, poucos se vinculam ao Centro Espírita, que tomado à conta de hospital, é compreensível que os “pacientes” tendam a afastar-se atendendo a dois motivos:
- melhoraram e consideram desnecessário continuar o tratamento;
- ou não melhoraram e resolvem procurar ajuda em outro lugar, e ainda saem dizendo: “Eles não resolveram o meu problema”.
Se um alcoólatra procura o Centro porque está com uma crise hepática, pouco valerá cuidar apenas de seu fígado. E indispensável ajudá-lo a superar o vício.
Se alguém é envolvido por Espíritos que o atormentam com idéias e sentimentos infelizes, será ocioso afastá-los simplesmente. Eles sempre retornarão. A providência fundamental é ajudar o obsidiado a modificar seu padrão vibratório com a assimilação de conhecimento renovador. Então ele próprio se libertará em definitivo.
Certa feita uma senhora perguntou a Divaldo Pereira Franco, qual seria o método mais eficaz de se afastar os maus espíritos, ao que Divaldo respondeu com outra pergunta: “Porque afastá-los? Afaste-se você deles, mudando o seu padrão vibratório.”
No Centro Espírita idôneo, não há manifestações mediúnicas nas reuniões públicas, mas ainda hoje muita gente confunde Espiritismo com manifestação dos Espíritos.
Evidentemente, há ali os trabalhos práticos, em vários dias (é parte das atividades espíritas), mas privativamente, em pequenos grupos, dos quais participam companheiros que têm conhecimento do fenômeno mediúnico e da responsabilidade que envolve seu exercício. Muitos de nossos desajustes guardam sua origem no desconhecimento dos mecanismos que regem nossas relações com o mundo dos Espíritos.
Bem! Algumas perguntas nos assomam aos lábios:
Se a Casa Espírita não é um hospital do além, não nos receita remédios, não podemos falar com os espíritos ou nossos entes queridos, então por que ir à Casa Espírita?
Resgatemos então os seus reais objetivos.
Nas reuniões públicas são comentados “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”. O primeiro aborda o aspecto religioso da Doutrina Espírita.
“Ué! Espiritismo é religião?” Sim! Mas uma religião diferente, sem cerimônias, sem ritos, sem rezas (onde o coração não participe). Seu objetivo não é de formalizar uma atitude religiosa com o comparecimento ao templo ou a adoção de determinada postura física, mas de renovar nossas concepções a respeito da comunhão com Deus. Devemos ser espíritas para nós mesmos e não para mostrarmos aos outros.
Devemos procurar Deus no único lugar onde realmente o encontraremos - na intimidade de nosso coração. Com esse propósito Kardec comenta os ensinamentos de Jesus em sua essência - a moral evangélica - demonstrando ser indispensável que nos renovemos para o Bem.
A fim de que nos sintamos estimulados a esse esforço temos em “O Livro dos Espíritos”, síntese filosófica da Doutrina, a resposta racional e lógica para os “porquês” da Vida. Por que estamos na Terra, por que sofremos, por que experimentamos frustrações, por que há tanta violência no Mundo, por que a enfermidade grassa, e muito mais, convidando-nos a desenvolver a capacidade de reflexão, no empenho de conhecermos a nós mesmos e o que nos compete fazer.
As reuniões públicas do Centro Espírita devem ser tomadas à conta de uma iniciação espírita, onde participaremos de um banquete de luzes que enriquecem a existência.
Para tanto é preciso superar a concepção distorcida e irreal do centro-hospital, com pleno entendimento de que ele é, acima de tudo, uma abençoada escola.
Bem mas e se aparecer um desses irmãos equivocados? O que fazer? Devemos recebê-los de braços abertos, escutando-os, consolando e esclarecendo amorosamente, renovando-lhes o convite a buscarem uma casa espírita, fazendo-os ver que podem rumar para a cura da alma e também para cura do corpo.
É aí que entra a nossa participação. O Espiritismo nos convida a todos que participamos do Movimento Espírita, (Seareiros, palestrantes, diretores, ouvintes) a realizar este nobre trabalho em favor dos irmãos angustiados.
- Antes de cogitar dos benefícios que o Centro Espírita pode nos oferecer, procuremos conhecer a Doutrina Espírita. Muita gente perde valiosas oportunidades de edificação por não atentar a essa necessidade.
- Leia e estude as obras básicas e as complementares. O livro espírita é precioso repositório de bênçãos que deve estar sempre ao alcance de nossa mão.
- Eleja os dias da semana em que comparecerá ao Centro Espírita, assumindo, perante si mesmo, compromissos de assiduidade e perseverança.
- Eu não posso estudar e aprender em casa sozinho? Pode.
- Sem ir à Casa Espírita, eu não posso ajudar aos necessitados no meu bairro? Evidente que sim.
- Ou em hospitais, orfanatos, asilos?...Resposta positiva.
Então por que ir à casa Espírita?
- A Casa Espírita idônea, é um ambiente mais propício para encontrarmos a paz, o reconforto, compreensão, esclarecimentos.
- A Casa Espírita é o lugar onde espíritos iluminados, vem em missões de divulgação das Leis Naturais, bem como em atendimento aos sofredores dos dois planos da vida.
- Na Casa Espírita é onde irmãos encarnados dedicados (inspirados pelos mentores), buscam em pesquisas, nos passar a interpretação correta da mensagem do Cristo através de palestras edificantes.
- Na Casa Espírita, com a divulgação dos ensinos de Jesus, compreendemos aos poucos que seremos cada vez mais felizes quanto mais pautarmos a nossa caminhada de acordo com as Leis Naturais.
- Na Casa Espírita, devido à reunião dos trabalhadores do Cristo, a atmosfera espiritual está repleta de luzes e energias salutares que reorganizam as nossas forças.
- Na Casa Espírita, relembraremos os ideais cristãos, buscando sufocar as nossas imperfeições e elevarmos os nossos valores morais, gravados indeléveis em nossas consciências, por bondade do Criador.
Bibliografia:
- Uma Razão Para Viver – Richard Simonetti
O Que É A Casa Espírita? - Margareth Alberico
A finalidade deste lugar é ajudar às pessoas que chegam á * Casa
Espírita a esclarecer as dúvidas mais comuns sobre a Doutrina dos Espíritos; o
que é um Centro Espírita; e como funciona. E também o que é possível esperar
como solução para o que motivou a vinda.
Nosso trabalho de 27 anos de exercício de um tipo de medicina
que procura acima de tudo auscultar a alma humana para tentar ajudar na cura
das doenças do corpo e da alma; somados aos 16 anos de estudo da Doutrina dos
Espíritos, 10 dos quais na tarefa de entrevistador, proporcionou uma visão
sobre os problemas existenciais que mais nos afetam e, que costuma nos trazer á
Casa Espírita; observações que desejamos dividir com os leitores.
Também aprendemos muito trocando idéias com os dirigentes das
Casas Espíritas onde fomos convidados a dar palestras como divulgador da
Doutrina. Ao longo do tempo notamos que algumas Casas passam por dificuldades
para as quais outras já têm soluções em andamento, e até simples.
Refletindo sobre o assunto nos sentimos estimulados a tentar
aproveitar nossa experiência para ajudar aqueles que buscam auxílio; e porque
não, também para os que proporcionam auxílio.
* As denominações para a Casa Espírita são muitas:
Centro Espírita; Grupo de Estudos Espíritas; Associação
Espirita. Grupo Socorrista, etc. Recomendamos checar se as tarefas estão
baseadas nas obras de Allan Kardec. Usaremos neste livro o termo Casa Espírita.
Importante
Nós chegamos ansiosos, respeitosos e esperançosos.
Certamente a maior parte de nós quando chega à Casa Espírita
imagina que os problemas serão resolvidos de forma mística, milagrosa,
sobrenatural. Nem imaginamos o quanto é difícil formar os *tarefeiros que nos
atendem; e quantos anos de esforço de muitas pessoas são necessários também
para mantê-los firmes e motivados na tarefa.
Na nossa chegada, admiramos as pessoas que circulam por ali como
trabalhadores da Casa com tanta desenvoltura como se fossem “assim” “também”
com a espiritualidade.
Engano nosso; a maior parte deles são simplesmente como a
maioria de nós.
Se não são médiuns, o que será que os leva a tornarem-se
tarefeiros da Casa Espírita?
Simples, depois de um tempo (cada um a seu tempo) sentimos
necessidade de retribuir os benefícios que de uma forma ou de outra, sempre nós
recebemos, quando buscamos a ajuda da espiritualidade.
Outra finalidade conversa é auxiliar o leitor a utilizar-se dos
recursos da Casa Espírita com mais eficiência.
Na sequencia, nós apontaremos ainda de forma simples os
acontecimentos mais comuns que nos levam a procurar auxílio espiritual (ao
longo do tempo essas informações serão complementadas com leitura, estudo e
palestras).
Cada um de nós vem impulsionado por motivos semelhantes embora
distintos.
* Problemas de saúde? Quem não os tem de uma forma
ou de outra?
* Problemas financeiros? Sejam eles de pequeno ou
de grande porte.
* Problemas familiares? Só mudam de endereço.
* Desemprego?
* Dificuldades no trabalho?
* Ansiedade?
* Medo?
* Angustia?
* Depressão leve ou profunda?
* Traições e abandono?
* Todos nós estamos sujeitos.
* Curiosidade?
* Literatura espírita?
Os motivos que nos trazem se assemelham, pois representam os problemas
da evolução humana.
A maior parte de nós vem encaminhada com recomendações da dor;
alguns chegam movidos pelo interesse em aprender; vários, por simples
curiosidade. Mas, sempre chegamos por indicação de alguém que frequenta ou
frequentou a Casa.
Nesta coletânea de experiências: Esboçamos um ligeiro resumo da
Doutrina dos Espíritos, através de perguntas que imaginamos sejam feitas por
boa parte dos que chegam até ela, seguido de respostas rápidas que, com o tempo
devem ser complementadas com leituras das obras de *Allan Kardec.
Esperamos contribuir para que as entrevistas de assistência
espiritual sejam mais simples e proveitosas tanto para quem fala quanto para
quem ouve, e até quem sabe, tornem-se mais eficientes, pois a pessoa que busca
ajuda já sabendo o que pode esperar pode tornar o auxílio da Casa e dos
espíritos em algo mais definitivo.
Perguntem.
Questionem.
Na medida do possível, e das suas necessidades - nós
atenderemos.
Mas antes de questionar – consultem sua Inteligência.
Bem vindos á Casa Espírita
Acolhimento para Acolhidos – Sigmar
Gama
Muito se pode falar sobre
acolhimento, pois todos nós cremos ser grandes credores deste ato. O que por
justiça talvez não fosse de se esperar.
Hoje vamos falar algo
sobre o que espera encontrar o “Acolhido” ao procurar um templo e em especial
ao procurar um Centro Espírita.
Ninguém procura um
hospital sem sentir-se doente, e, ao procurar um lugar para livrar-se se suas
dores quer ter ali o melhor atendimento possível.
Queremos receber atenção,
cordialidade, até algum carinho, mas e, sobretudo queremos ter Misericórdia[1].
Desejamos intimamente o
tratamento dado por aquele samaritano que viajava, e, chegando ao lugar onde jazia
aquele homem e, tendo-o visto, foi tocado de compaixão.
Desejamos também que se aproximem
de nós, deite-nos óleo e vinho nas feridas e as pense, e quiçá, depois, ponho-nos
em seu cavalo, leve-nos a uma hospedaria e cuidem de nós. E que no “dia
seguinte”, tirem dois denários e os deem ao hospedeiro, dizendo: Trata muito
bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando
regressar...
Basta lembrar que foi
na casa “daquele” destemido chefe dos publicanos que Jesus encontrou fino acolhimento, e tão espontânea recepção
espiritual, que, passados quase dois mil anos, ainda nos comove numa alegria
santa, idêntica, talvez, àquela que Jesus sentiu, levando-o a pronunciar a nova
felicitante, que se nos depara no trecho de Lucas:
"Hoje entrou a
salvação nesta casa".
Lendo o texto Atos dos
Apóstolos, capítulo quarto, encontramos a seguinte definição.
“Na Casa do Caminho não havia necessitados”,
porque todos atendiam às necessidades de todos, pois eram um só coração: Era uma
comunidade de amor.
Eis que, este modelo,
volta à Terra. E este o papel da Casa Espírita:
É ser um modelo de amor.
Ermance Dufaux -
Wanderley S Oliveira - Mereça Ser Feliz
Capítulo 17 -
Camuflagens e Projeções
"Além dos
notoriamente malignos, que se insinuam nas reuniões, há os que, pelo próprio
caráter, levam consigo a perturbação a toda parte aonde vão: nunca, portanto,
será demasiada toda a circunspeção, na admissão de elementos novos."
O Livro dos Médiuns - cap.
29 - item 338
As transferências e as
camuflagens na esfera dos sentimentos são fenômenos complexos e rotineiros nos
relacionamentos.
Conhecidos pela
psicanálise como mecanismos de defesa do inconsciente, as projeções e
camuflagens afetivas ocorrem em razão de processos educacionais da infância
centrados no ego, ou por impulsos de núcleos afetivos consolidados em outras
reencarnações, ou ainda pelo desconhecimento de si mesmo, sendo capazes todas
essas causas de gerar extensas lutas íntimas e trágicas provas no quadro dos
envolvimentos passionais.
O reflexo mais eminente da
presença de semelhantes defesas psíquicas é a perda da autenticidade humana. Na
medida em que vai amadurecendo física e psicologicamente, a criança, o jovem e
mais tarde o adulto aprendem a esconder-se de si e do mundo, gerando um
complicado mecanismo para atendimento dos apelos sociais e paternais, quase
sempre, em desacordo com sua autêntica personalidade.
Perdendo a autenticidade o
ser não se plenifica, arroja-se no desajuste ensejando o ebulir[2] de
culpas de outras vidas que não foram absorvidas, vivendo infeliz e sob intensa
pressão interna em neuroses de longo curso.
Dependência, ciúme,
possessividade e medo comandam as atitudes em direção a relações imaturas,
sofríveis, pobres de confiança e caráter, ensejando a potencialização dessas
camuflagens psicológicas junto aos grupos de ação do ser humano.
Os "esconderijos
psíquicos" têm como origem mais saliente o medo: medo de si mesmo, medo de
seus verdadeiros sentimentos. Não havendo coragem suficiente e nem desejo
para tal, a criatura foge
do auto-encontro, incapacitando-se, a cada fuga, em dominar sua vida interior,
deixando escapar a chance de olhar-se no espelho da consciência e cuidar de sua
"realidade transitória", resgatando a sua "realidade natural e
Divina".
Esse encontro, porque é
doloroso, quanto mais for adiado mais a constrange a ombrear com um "eu
falso" que lhe impinge sentimentos de desconforto e falsidade, caso possua
um mínimo de formação ética, ou então faz lha penetrar na conduta degenerada
caso ela desista de entender o que se passa consigo mesma, ante o caleidoscópio[3] de
seus sentimentos e pensamentos confusos e inconstantes acerca do querer e do
gostar.
Nas relações espíritas
notabiliza-se um fato específico, credor de estudo e meditação. Camuflam-se
desejos sexuais e afetivos, que são transferidos para outras vivências
reencarnatórias, escondendo o verdadeiro sentimento de sua presente existência,
evitando admiti-lo. Sentimentos esses que maceram e doem na acústica tio
coração e da consciência, mas que, queiramos ou não, despontam na vida de
relação.
Muitos amigos queridos do
ideal, utilizando-se de expedientes humorísticos pouco sérios, zombam desses
sentimentos tratando-os com brincadeiras, a fim de não ter que olhar para os
mesmos com a seriedade que eles merecem em favor da própria paz. Frases que
parecem ingênuas podem, em muitos casos, carregar dramas de largo urso, tais
como: "já devemos ter sido muito íntimos", aquela pessoa deve ser
minha alma gêmea", "tenho uma afinidade especial com tal
coração", "sinto como se ele fosse meu pai", "há uma coisa
muito forte que nos une, devemos ter vivido juntos"...
Vigiemos semelhante
comportamento, perguntando-nos, com honestidade, qual a certeza e fundamento
lógico temos para afirmar que as raízes de tais emoções pertencem ao passado de
outras existências corporais. Para vós outros que estais na carne, agraciados
com o esquecimento cerebral, torna-se mais difícil ainda tecer afirmativas
verdadeiras sobre semelhante ocorrência. Ainda que sejam sentimentos ou
lembranças de outras vidas, se elas se encontram ativas na vida presente,
importa o que se sente hoje, devem ser elaborados como pertencentes à
atualidade.
Se tais incursões
mnemónicas[4] são
permitidas é com função educativa e não para que tenhamos um "lugarzinho
na mente", como se fosse um álibe com o qual possamos justificar, uns
perante os outros, tudo aquilo que sentimos e não deveríamos. Isso não nos
torna menos responsáveis pela vida afetiva. Assumamos com responsabilidade os
nossos sentimentos, conhecendo-lhes os motivos, olhando para eles de frente,
sem temor ou vergonha. Essa a primeira condição para os transformarmos em
valores espirituais que impulsionam a evolução.
Entendamos por assumir
sentimentos, o serviço de autoconhecimento e auto-aceitação dos mesmos em nós
com finalidades superiores, longe do "assumir" de alguns
profissionais levianos e descuidados que induzem seus pacientes a admitirem e
viverem intensamente o seu "lado sombra".
Como espíritas lúcidos, ao
contrário, vamos assumir o nosso "lado nobre e Divino", esquecido ou
ainda não devassado pela sonda do autodescobrimento.
Tenhamos sobriedade e
dispamos dessas máscaras perniciosas do relacionamento.
Rompamos com essas
"fantasias de outras vidas" e definamos o processo das afinidades e
desafeições, buscando entender as razões atuais de tais ocorrências do coração.
Entendamos as causas
presentes das antipatias e simpatias e honremo-las com uma conduta ética e
ilibada.
Não podemos deixar de
nomear essa situação como uma atitude infeliz. Ao ficar camuflando sentimentos
que temos uns com os outros, atribuindo-os a existências anteriores, perdemos o
ensejo responsável de travar contato com nosso mundo profundo e subjetivo em
busca do autêntico amor e dos necessários ajustes emocionais que fazem parte do
aprimoramento pessoal.
Nossa primeira tarefa ao
depararmos com os sentimentos que não gostaríamos ou deveríamos estar sentindo,
em favor do bem alheio e de nós próprios, é estudar nossas reações e edificar
as soluções adequadas ao melhor encaminhamento dos pendores da afetividade.
Por sua vez, as projeções
são mais complexas ainda, porque, além dos fatores causais pertinentes às
camuflagens, elas contêm ainda uma outra matriz infelicitadora: a obsessão.
O jogo das aparências
entre os homens, mormente nesses dias de mídia exacerbada e desumana
competitividade, faz com que a "comparação patológica" estabeleça
complexos e síndromes sui generis[5] no
capítulo das doenças do afeto e do psiquismo. Elencando valores fictícios e
fugazes como a beleza perfeita, o status cultural e social,
a felicidade pela posse e
o sucesso no amor pelo sexo, a sociedade, desbaratada com o fenômeno da vaidade
e da aparência, impõe que as pessoas se comparem sempre
"para cima" e
nunca "para baixo", ou seja, deseja-se o que o outro tem de melhor -
o que seria muito natural não fossem os sentimentos inferiores e os complexos
que se formam a partir dessas confrontações. Na mira das comparações, não
havendo a possibilidade de adquirir ou ter como o outro, estabelece-se
frustrações e conflitos interiores que, não sendo bem administrados, podem
raiar para neuroses múltiplas.
Entre espíritas, já que os
valores morais e os bons exemplos são estimulados, as referências costumam
surgir no campo das realizações espirituais. Constatadas as possibilidades
alheias no bem, a criatura com menos experiência, se não administrar bem suas
projeções, estabelecerá comparações que conduzirão à falsa modéstia ou ao
desânimo, confrontando sua suposta incapacidade em função da desenvoltura do
outro, projetando sua limitação sem absorver o exemplo alheio.
Muitas vezes ocorre um
processo de idealização no outro daquilo que não conseguimos êxito no
relacionamento conjugal, profissional ou cultural, levando a sentimentos que
são nomeados como "velhas afinidades", quando, em verdade, estamos
locupletando com o outro ou desejando intensamente sua participação em nossa
vida para fruir com ele o que lhe pertence no terreno das conquistas,
incensando a princípio uma amizade e, mais adiante, possivelmente, um
relacionamento amoroso. E a realização no outro daquilo que gostaríamos de ser,
um processo sutil que pode tornar-se dolorosa prisão de compensação e
escravização afetiva, levando a uma "coagulação dos sentimentos".
Outra faceta mais
conhecida das projeções é a dos defeitos, nas quais vemos nossas imperfeições
mais marcantes e menos admitidas para nós na pessoa do outro.
A valorização das próprias
potencialidades, na medida em que são descobertas, é a receita para lidar com
as projeções de modo proveitoso para o crescimento pessoal.
Aprender a estabelecer
comparações com o mundo subjetivo e real das criaturas, a essência do ser
humano, o que de fato ele é, sua realidade profunda, eis a grande meta a que
devemos devotar, conforme assevera Antoine de Saint-exupery, o essencial ê
invisível aos olhos".
Enquanto mantivermos
sintonia com as carapaças sócio-humanas estaremos apenas vivendo na
superficialidade das emoções, atraídos para realidades fugazes, quais crianças
que tomam brinquedos umas das outras e logo os largam para novas investidas sem
rumo e objetivo!
Somente treinando e
desenvolvendo a sensibilidade enobrecedora estaremos aptos a fazer comparações
e projeções mais sadias, promotoras de paz e contentamento espiritual, fruto da
resignação dinâmica, ativa.
Eduquemo-nos para essa
viagem ao mundo subjetivo do Espírito, em plena carne, porém lúcidos e em
estado de alerta mental. Aprendamos a comparar-nos com o velho, o doente, o
sábio sem diplomas, a quem ninguém quer se comparar, ou ainda com aqueles que
agora estão no arrependimento sobre um leito de dor, sem tempo e sem mais
opções de progresso, esperando a presença da morte para ajuizar sobre seu
futuro. Comparemo-nos com aqueles que agora se encontram no ocaso da vida,
avaliando sua existência com enorme sentimento de perda, asilando uma frágil
esperança de paz para sua consciência. Avaliemo-nos no momento atual, frente
àqueles que renascerão em situações mais dolorosas e que revoltam e odeiam a
vida, dispostos a qualquer ato infeliz.
Reflitamos sempre, em
nossas comparações, nos que têm menos, nos menos apreciados pelo mundo social,
clastecendo[6]
a sensibilidade para o que se passa invisível aos olhos comuns, e perceberemos
lições estimuladoras e preenchedoras de júbilo com o que somos e temos. Aliás,
sem exageros, o que destacamos de menos bom em nosso próximo quase sempre
trazemos em nós mesmos. Se não for uma experiência do presente poderá ser uma
imperfeição de outrora que, embora vencida ou lominada, tem registros claros na
intimidade que facilitam concebê-la em outras pessoas na atual existência, com
fins educativos. Vejamos as camuflagens e projeções como etapas do aprendizado
afetivo, fenômenos comuns do sentimento humano, mas que carecem educação e
responsabilidade para serem conduzidos a fins superiores. São processos de
defesa da mente para abrandar a angústia da inferioridade humana que com o
tempo superaremos.
Na medida em que lhes
entendemos a forma de exprimir na personalidade, dilatamos as chances de
autoconhecimento, pois são "pistas" sobre nós mesmos. O que tentamos
esconder ou projetamos no mundo das formas são expressões do mundo profundo e
podem ser fortes aliados no bom combate, naquele que consiste em lutarmos
conosco mesmo, transformando hábitos e edificando sentimentos mais afinados com
o verdadeiro amor, proposto pelo Evangelho, e com a rota de espiritualização
apontada pelos conceitos espíritas.
Mediante a colocação do
codificador na referência citada anteriormente, compreendemos bem a importância
da circunspecção de elementos novos em nossos grupos, em se considerando o
desconhecido mundo interior.
Circunspecção, no entanto,
deve significar acolhimento fraternal para propiciar as condições ao novel
frequentador para ter as possibilidades de fazer esse mergulho no mar de si
mesmo, sem afogar-se nos sentimentos de insuficiência, decepção e tristeza.
Circunspecção quer dizer
"exame demorado, atenção, prudência", o que nos leva a concluir que
esse acolhimento, essa recepção é um serviço do tempo para o bem de todos, mas
não pode deixar de ser feita, porque se analisarmos bem, o movimento espírita é
um somatório geral de todas as nossas qualidades e esforços, mas também das
projeções e camuflagens. Pensemos e debatamos, portanto, o quanto tudo será
diferente quando aprendermos a circunspecção espírita, fazendo das agremiações
doutrinárias uma escola do espírito destinada a desenvolver condições íntimas
para a humanidade ser mais feliz e autêntica!
Emmanuel - Francisco C
Xavier - Ave Cristo
3 - Compromisso do
coração
Logo após, com muito esforço,
Corvino pediu-lhe abrisse alguma página cristã para a leitura em voz alta.
Queria guardar um pensamento das Sagradas Anotações,
antes de morrer.
Quinto Varro atendeu com presteza.
Retirou, ao acaso, uma folha gasta do
pergaminho, num rolo de instruções, e, à claridade bruxuleante da tocha que ardia
junto ao leito, repetiu as belas palavras de Simão Pedro ao aleijado da Porta
Formosa: — Ouro e prata não tenho, mas o que tenho, isso te dou». (7)
(7) Atos dos Apóstolos, capítulo
3, versículo 6. — (Nota do Autor
espiritual.)
Corvino fitou o companheiro, desenhando largo sorriso
nos lábios descorados, como a dizer que oferecia naquela hora a Deus e aos
homens o seu próprio coração.
Compridos instantes desdobraram-se pesados e
aflitivos.
O rapaz julgou que o venerando amigo houvesse
alcançado o derradeiro minuto, todavia, o ancião, qual se despertasse de curta mas
concentrada prece, falou ainda:
— Varro, se possível... desejaria ver o céu,
antes de morrer...
O interpelado atendeu, de pronto.
Descerrou pequena abertura do interior da
câmara, que funcionava à guisa de janela.
O vento entrou, de imediato, em lufadas fortes
e frescas, apagando a luz mortiça, mas o luar, em prateado jorro, invadiu o
recinto.
Com inexcedível carinho, o rapaz tomou o velho
ao colo, dando a idéia de satisfazer a uma criança doente, e conduziu-o à
magnífica visão da noite.
Ao doce clarão da Lua, o semblante de Ápio Corvino
assemelhava-se a
vivo retrato de algum
antigo profeta que surgisse, ali, de improviso, nimbado de esplendor. Seus olhos
serenos e brilhantes devassaram o firmamento, onde multidões de estrelas
faiscavam, sublimes..
Depois de um minuto de silenciosa expectativa,
falou em voz apagada:
— Como é linda a nossa verdadeira pátria!...
E, voltando-se com brandura para o moço em
lágrimas, concluiu:
— Eis a cidade de nosso Deus!...
Nesse instante, contudo, o corpo do patriarca
foi sacudido por uma onda de vida nova. Seu olhar, que empalidecera, devagarinho,
voltou a possuir estranho brilho, como que reanimado por milagrosa força.
Denunciando uma alegria desvairada, bradou:
— Abriu-se o grande caminho!... É Átalo que
vem!... Ó meu Deus, como é sublime o carro de ouro!... Centenas de estrelas
brilham !... Oh !... é Átalo e Maturo, Santo e Alexandre... Alcibíades e Pôntico...
Pontimiana e Blandina... (8)
O ancião ensaiava o gesto de quem se dispunha a
cair de joelhos, totalmente esquecido da presença de Varro e da precariedade da
própria condição física.
— Oh!... Senhor! quanta bondade!... não mereço!...
sou indigno!... — continuava dizendo, em voz arrastada.
O pranto escorria-lhe agora dos olhos inexplicavelmente
revigorados, contudo, Varro, cuidadosamente, reconduziu-o ao leito manchado de
sangue.
Novamente deitado, o velhinho calou-se. Todavia,
aos raios do luar que iluminava a câmara, o moço patrício viu-lhe o olhar, nas vascas
da morte, coroado de indefiníveis fulgurações, parecendo fixar paisagens festivas,
em santo deslumbramento.
Com as mãos nas dele, notou que o agonizante
lhe apertava a destra, a despedir-se.
A corrente sanguínea parecia contida pela força
mental do moribundo, interessado em satisfazer aos últimos deveres, mas, quando
a tranquilidade se lhe estampou na fisionomia engelhada e nobre, o sangue jorrou
abundantemente da chaga aberta, encharcando o sudário de linho.
O rapaz notou que o fatigado coração do apóstolo
parou devagar, à maneira de máquina agindo sem violência. A respiração
desapareceu, como a de um pássaro que adormece na morte. O corpo inteiriçou-se.
Varro compreendeu que era o fim.
(8) O agonizante recebia a
visita espiritual de alguns dos mártires cristãos de Lião, flagelados no ano de
177. — (Nota do Autor espiritual.)
Sentindo-se, então, vergastado por uma dor sem
limites, abraçou-se ao cadáver, suplicando:
— Corvino, meu amigo, meu pai!... Não me
abandones! De onde estiveres, protege-me os passos. Não me deixes cair em
tentação. Fortalece-me o ânimo fraco! Dá-me fé, paciência, coragem... Os soluços
do jovem repetiam-se abafados, quando a porta foi escancarada,
estrepitosamente, e Súbrio entrou com uma tocha, iluminando o quadro doloroso. Vendo
o rapaz agarrado ao morto, sacudiu-O, violento, exclamando:
— Louco! que fazes? o tempo é precioso. Em
breves minutos, Hélcio virá.
É indispensável que não te
encontre. Embriaguei-o para salvar-te. Não poderá ver o semblante do morto.
Afastou Quinto Varro, brutalmente, e envolveu o
corpo agora inerte no grande lençol, que foi amarrado, acima da cabeça hirta.
Em seguida, dirigiu-se, de novo, ao rapaz, em voz baixa e enérgica
— A esquerda, encontrarás uma escada,
esperando-te e, sob a escada, há um bote que eu mesmo preparei. Foge nele. O
vento levar-te-â para a costa.
Mas, ouve! busca outras
terras e muda de nome. A partir de hoje, para Roma e para a tua família, estás
sepultado nas águas.
O moço quis reagir e enfrentar dignamente a
situação, contudo, lembrou que, se Corvino lhe havia tomado o lugar na morte, cabia-lhe
substitui-lo na vida, e, sentindo numa das mãos o peso da bolsa que o herói lhe
havia confiado, silenciou, humilde, em lágrimas.
— Conduze contigo a bagagem do velho, mas
deixa os teus documentos
— avisou Flávio Súbrio, decidido
—; Opílio Vetúrio deve certificar-se de que desapareceste para sempre.
Todavia, quando o jovem reunira nas mãos a herança
do apóStolO, o bastãO de HélciO Lúcio tocou rudemente a porta.
Súbrio arrastou Varro para trás de um armário
de bordo e atendeu.
O comandante ébrio entrou, desferiu uma
gargalhada seca, ao observar o fardo ensanguentado, e falou:
— Muito bem, Súbrio! A tua eficiência é de
pasmar. Tudo pronto?
— Perfeitamente —
esclareceu o assessor, em atitude servil.
Cambaleando, Hélcio aplicou algumas bastonadas
no cadáver e observou:
— Grande maroto, o nosso Opílio. Este pobretão
de Varro poderia ter sido liquidado em qualquer viela de Roma. Porque semelhante
homenagem, a de matá-lo no mar?
Enfim, compreendo. Um
patrício decente nunca deve ferir a sensibilidade de uma bela mulher.
Reclamou do auxiliar a documentação do morto e,
em voz pitoresca, determinou:
— Dá comida aos peixes, ainda hoje, e não nos
esqueçamos de esclarecer a nobre Cíntia Júlia de que o marido, em missão de
vigilância contra a praga nazarena, foi assassinado por escravos cristãos na
galera...
Com uma risada sarcástica, acentuou:
— Vetúrio incumbir-se-á de dizer o resto O
comandante despediu-se e, instado por Súbrio, Varro lançou um derradeiro olhar nos
despojos do amigo. Carregando consigo as lembranças
dele, afastou-se em passos
vacilantes, desceu a escada de serviço e instalou-se no bote minúsculo.
Sozinho, na noite fria e clara, demorou-se longamente,
no barco,
pensando, pensando...
O vento, a silvar, parecia lamber-lhe o
pranto, induzindo-o a marchar para a frente, mas o moço, pungido por amarga incerteza,
no íntimo desejava arrojar-se ao mar e igualmente morrer.
Corvino, porém, marcara-lhe o coração para o
resto da vida, O sacrifício dele impunha-lhe valorosa coragem. Era necessário
lutar. Para Cíntia e para o filhinho querido não mais existia, entretanto,
havia um claro na igreja de Lião, que lhe competia preencher.
Custasse o que custasse, alcançaria as Gálias com
a resolução de devotar-se à grande causa.
Confiando-se a Deus, o moço desamarrou o bote e,
com uma e outra remada, rendeu-se à ventania.
Indiferente aos perigos da viagem, não experimentou
qualquer temor da solidão sobre o abismo.
Arrastado fortemente sobre as águas, deu em extensa
praia ao amanhecer. Trocou de vestimenta, envergando a túnica surrada de
Corvino e, resoluto, atirou o nobre traje patrício ao mar, deliberando volver
ao mundo na feição de outro homem.
Acolhido numa aldeia litorânea, onde conseguiu alimento, peregrinou
até alcançar Tarracina, florescente cidade balneária do Lácio.
Não teve dificuldade para identificar o domicilio
de alguns companheiros de fé. Apesar do terror que espalhava na vida pública, o
governo de Bassiano-Caracala deixava os cristãos em relativo repouso, embora a
severa vigilância com que lhes seguia os movimentos.
Declarando-se caminheiro do Evangelho em
trânsito para as Gálias, Varro, fatigado e enfermo, encontrou socorro na
residência de Dácio Acúrsio, piedoso varão que mantinha um albergue destinado a
indigentes.
Amparado por amigos anônimos, delirou três
dias e três noites, em febre alta; todavia, a mocidade robusta venceu a moléstia
que o absorvera, de assalto.
Porque nada pudesse informar, a princípio, com
referência a si próprio, e (...)
(...)Inflamados de fé na
imortalidade da alma, não receavam a morte. Os companheiros martirizados partiam
como soldados de Jesus, cujas famílias, na retaguarda, lhes cabia proteger e
educar.
Assim é que a comunidade de Lião guardava sob
a sua custódia de amor centenas de velhos, enfermos, mutilados, mulheres,
jovens e crianças.
A igreja de São João era, pois, acima de tudo,
uma escola de fé e solidariedade, irradiando-se em variados serviços
assistenciais.
O culto reunia os adeptos para a prece em
comum e para a extensão das práticas apostólicas, mas os lares de fraternidade
multiplicavam-se. como impositivo da obra espiritual em construção.
Muitas organizações domésticas tomavam a si a
guarda de órfãos e o cuidado para com os doentes; todavia, ainda assim, o
número de necessitados era, invariàvelmente, muito grande.
A cidade fôra sempre um ponto de convergência
para os estrangeiros.
Perseguidos de vários
lugares batiam às portas da igreja, implorando socorro e asilo.
A autoridade da fé, expressa nos irmãos mais
velhos e mais experientes, designava diáconos para diversos setores de ação.
Os serviços de amparo e educação à infância,
de conforto aos velhinhos abandonados, de sustentação dos enfermos, de cura dos
loucos, distribuíam-se em departamentos especiais, expandindo-se, assim, em
moldes mais completos, a primitiva organização apostólica de Jerusalém, na qual
as obras de amor do Cristo, junto aos paralíticos e cegos, leprosos e obsessos,
encontraram a melhor
continuidade.
Todos os irmãos partilhavam o esforço da
instituição entre o trabalho profissional que lhes determinava o dever ao lado da
família e as atividades evangélicas que lhes assinalavam a obrigação de
discípulos da Boa Nova, junto da Humanidade.
Num crepúsculo de
harmoniosa beleza, Quinto Varro, agora transformado em «irmão Corvino», chegou
à sala acanhada e pobre destinada às pregações da igreja de São João, onde,
segundo informações obtidas, encontraria Horácio Niger para o anelado
entendimento.
Num ângulo do recinto, um velho de longas
barbas encanecidas, de rosto avelado e nobre, ouvia jovem senhora de amargurado
semblante.
Levantou-se, atencioso, para receber o
recem-chegado, fê-lo sentar-se ao lado dele, no banco de pedra, e continuou a
conversar com a dama, em tom paternal.
Tratava-se de humilde viúva que procedia de
Valença, implorando socorro.
Ficara sem o marido na
carnificina de 202. Desde então, morava com o genitor e um tio na localidade
mencionada, mas, a contragosto, envolvera-se em grande infortúnio. Por negar-se
aos caprichos de um soldado influente, vira os dois familiares, com os quais
residia, assassinados numa noite de angustiosa provação.
Disposta a resistir, mas totalmente
desamparada, fugira dali, em busca de abrigo.
Chorando, acentuava, triste:
— Pai Horácio, não me abandones... Não temo o
sacrifício por nosso Divino Mestre, contudo, não concordo em render-me ao vício
dos legionários.
Conserva-me, por amor de
Jesus, nos serviços da igreja...
O interpelado observou,
atento:
— Sim, não me oponho. Entretanto, é preciso
esclarecer que não possuímos serviço remunerado...
— Não procuro compensações — disse a moça —,
tenho necessidade de arrimo.
— Então — explicou o interlocutor, satisfeito
—, cooperarás no galpão dos velhos enfermos. Realmente, perdeste o pai e o tio,
no entanto, encontrarás muitos outros parentes, junto dos quais o Cristo te pede
carinho e proteção.
A humilde senhora sorriu tranquila e
retirou-se.
Chegou a vez de o peregrino romano entrar em
contacto com o ancião.
Varro, comedido e confiante, inteirou-o de
todas as ocorrências havidas com Ápio Corvino e com ele mesmo, desde o início
do seu primeiro encontro com o inolvidável amigo apunhalado no mar.
Horácio ouviu-lhe a narrativa, entre sereno e
cortês, sem qualquer alarme, diante do noticiário constrangedor.
Parecia calejado por dores maiores. Mesmo
assim, quando o rapaz terminou a confissão, falou sobre o amigo morto,
comovidamente:
— Grande Corvino!... Seja ele feliz entre os
servidores glorificados. Foi fiel até ao fim.
Enxugando os olhos úmidos, acrescentou:
— Estará conosco em espírito. A morte não nos
separa uns dos outros, na obra do Senhor.
Em seguida, reportou-se ao companheiro
desaparecido, com imensa ternura. Ápio Corvino tomara a si o encargo de prover
às necessidades das crianças mantidas pela igreja.
Para esse fim, trabalhava em agricultura e
jardinagem, além de viajar frequentemente, angariando recursos.
Depois de 177, estivera largo tempo no Egito,
onde adquirira valiosas experiências.
Os meninos adoravam-no.
A senectude não lhe subtraira o entusiasmo
pelo trabalho. Cultivava o solo com alegre bando de rapazes, aos quais
ministrava preciosos conhecimentos.
Assinalou, preocupado, a falta que a presença
dele lhes faria, mas, ante o oferecimento de Varro para substitui-lo quanto lhe
fôsse possível, Horácio alegrou-se intensamente, e acentuou:
— Bem lembrado. Aqui, na maioria dos casos, os
colaboradores da igreja trabalham de acordo com os desajustes espirituais de
que são portadores. As perseguições constantemente alimentadas provocam, entre
nós, diversos tipos de luta e sofrimento. Sei que trazes o coração paterno
mortificado de
saudades. Trabalharás
pelas crianças. Temos mais de trinta órfãos pequeninos. Conversarei com as
autoridades.
E, em voz mais baixa, rogou-lhe que a
personalidade de Quinto Varro fôsse para sempre esquecida. Apresentá-lo-ia a
todos como sendo o irmão
Corvino, sucessor do
venerável confrade. chamado ao Reino de Deus, e afiançava-lhe que tantas nuvens
de dor pesavam sobre a alma cristã, formando dramas tristes a se desenrolarem
na sombra, que ninguém se sentia com bastante curiosidade para qualquer
indagação.
O acolhimento carinhoso reaquecia o coração do
viajante fatigado, quando dois petizes, de três e cinco anos, respectivamente,
penetraram o recinto.
O maior deles dirigiu-se ao ancião com os
olhos interrogadores e perguntou:
— Pai Horácio, é verdade que o vovô Corvino já
veio?
O patriarca afagou-lhe os cabelos
encaracolados e informou:
— Não, meu filho. Nosso velho amigo viajou
para o Céu, mas enviou-nos um irmão que lhe tomará o lugar.
Ergueu-se, abraçou as crianças e, sentando-as
nos joelhos do recém-chegado, falou, bondoso:
— Vamos, meus filhos! abracem o companheiro
abençoado que chega de longe.
Os meninos, com a doçura ingênua da infância,
enlaçaram o mensageiro.
O moço patrício tomou-os de encontro ao
coração e acariciou-os, demoradamente; contudo, somente o velho Niger conseguiu
ver o pranto que lhe corria dos olhos.
Quinto Varro havia passado.
Os anos rolariam para a frente e o ministério
do novo Corvino ia começar.
Temas Diversos - CPDoc
# Centro de Pesquisa e Documentação Espírita
Obsessão: Entrevista
A ajuda na entrevista, dar-se-á através de uma
ou mais conversação, onde o entrevistado receberá indicações que venham
colaborar na percepção dos motivos que as impedem de serem felizes.
Ao ser estabelecida a relação de ajuda é
importante que a entrevista seja feita em um ambiente adequado para acolhimento
da pessoa e seu sofrimento, criando também uma atmosfera pautada por confiança
e respeito.
Para o ambiente adequado deve ser garantido um
local onde as condições externas, como barulho excessivo, não interfiram na
relação de ajuda, evitando também interferências provocadas, como: batidas à
porta, pessoas conversando paralelamente etc.
Após localizar o ambiente que ofereça condições
mínimas para o atendimento, o dirigente focalizará a atenção para o objetivo da
entrevista, identificando o motivo da procura,
apresentando para si a
seguinte questão:
"Qual será o melhor modo de ajudar essa
pessoa na situação em que se encontra no Centro Espírita?"
A resposta à questão acima dependerá da
atenção do dirigente às suas condições internas no transcorrer da entrevista,
de modo que elas não venham interferir negativamente nos seus resultados,
bloquear e/ ou afetar a comunicação do entrevistado, tais como:
1 - ele está com problemas
pessoais mal-resolvidos, não conseguindo desligar-se da própria situação, para
concentrar-se na entrevista;
2 - as questões abordadas
pelo entrevistado incomodam-no profundamente seja porque vão contra os seus
princípios morais seja por coincidirem com seus próprios problemas que
não consegue solucionar ou conviver;
3 - a situação apresentada
é tão chocante e desesperadora do ponto de vista do entrevistador que aviva sua
curiosidade, levando-o a questionar ansiosa e incisivamente, e a fazer
perguntas que não tenham por objetivo a ajuda.
Portanto, o entrevistador deverá estar atento:
I - a sua expressão
corporal, a fim de que o entrevistado sinta a sua atenção voltada para ele,
evitando movimentos e gestos que possam embaraçá-lo durante a entrevista, como
folhear livros ou olhar para o relógio enquanto ele fala;
2 - à sua disposição
mental, afastando pensamentos e problemas diversos, concentrando a atenção na
entrevista e na situação apresentada;
3 - às suas emoções,
constatando os sentimentos que o entrevistado e/ ou situações apresentadas
possam despertar em si.
A entrevista, por sua vez, implicará no
desenvolvimento de algumas atitudes e/ ou ações adequadas por parte do
entrevistador, como:
I - OUVIR: consiste em estar voltado ao
entrevistado tanto corporal, mental como emocionalmente, evitando interromper a
sua verbalização indevidamente. É comum entrevistadores iniciantes estarem tão
preocupados com o que irão falar em seguida que não conseguem ouvir e absorver
o que está acontecendo. O ouvir adequadamente constitui um
agente motivador à
verbalização do entrevistado, facilitando a comunicação.
II - FALAR: após ouvir a situação relatada, a
intervenção do entrevistador dar-se-á através do entendimento do motivo pelo
qual a pessoa está procurando o Centro Espírita, através da análise da
respostas à seguinte questão:
" - O que ela busca e espera do Centro
Espírita?
Para elaboração das perguntas posteriores,
recomendo a leitura do texto Perguntas Que Se Podem Fazer43 que embora tenha
como objetivo colaborar com o dirigente na interpelação
aos Espíritos comunicantes
em reuniões mediúnicas, o texto pode subsidiá-lo na elaboração das perguntas a
serem feitas às pessoas que procuram o Centro Espírita no tocante à maneira
de perguntar e à natureza
das perguntas.
O entrevistador deverá elaborar questões que
levem a pessoa a refletir sobre a sua situação evitando aquelas:
I - que tenham por
objetivo a satisfação de simples curiosidade;
2 - que estimulem
detalhamentos desnecessários;
3 - que possam propiciar
respostas duplas;
4 - mal formuladas,
apressadas e repetitivas.
Ele deverá evitar ainda de realizar as
perguntas como se estivesse fazendo um bombardeio, isto é, lançando-as rápida,
incisiva, contundente e incoerentemente, a fim de não bloquear a comunicação do
entrevistado, sendo que este bloqueio também pode ocorrer quando:
1- há interrupções
indevidas no falar do entrevistado, pois estas além de não demonstrar interesse
pelo que ele diz, evidencia a ansiedade do entrevistador ao concluir, por
exemplo, a frase do entrevistado em seu lugar;
2 - o entrevistador fala
tanto ou mais que o entrevistado, intercalando discursos prontos de
aconselhamento, sem antes ouvir ou independentemente do que o entrevistado tem
a dizer, demonstrando com isso uma atitude de autoritarismo, ao agir como um
ser superior que deve ser respeitosamente ouvido, não respeitando os
sentimentos do entrevistado.
III - HUMILDADE: esta atitude oferece
condições ao entrevistador de perceber que jamais será capaz de solucionar
problema algum de quem quer que seja se a própria pessoa não o quiser, por
deter ela a responsabilidade exclusiva pelas suas escolhas. A humildade
caracteriza- se também pela disposição do entrevistador de tomar cada entrevista uma
fonte de aprendizado.
IV - FLEXIBILIDADE: representa também um
aprendizado constante ao oferecer ao entrevistado alternativas criativas e
liberdade de experimentar certos modos de viver, levando-os a:
1- perceberem-se como
agentes da própria mudança;
2 - a escutarem a si
mesmos;
3 - encontrarem
paulatinamente as maneiras adequadas de expressarem o que sentem.
Constitui a flexibilidade um aprender a
conviver com as diferenças, levando o entrevistador a evitar ao maniqueísmo de
dividir as pessoas entre as boas e as más ou entre vítimas e algozes, por
constituírem estas divisões formas sutis de preconceitos que impedem a
aproximação humana.
V - PERSPICÁCIA E SENSIBILIDADE: necessárias
para que o entrevistador, ao contrário dos espíritos obsessores que atuam nas
fragilidades humanas, aprenda a identificar e atuar no "ponto forte"
de quem está atendendo, a fim de que este eleve a sua auto-estima, adquirindo
com isso precondições para o seu fortalecimento interior almejando que não seja
ele derrubado pelo sofrimento
VI - ACONSELHAMENTO: o entrevistador deverá
evitar uma atuação através de ameaças ou pressões, por afastarem estas muitas
pessoas da relação de ajuda. No processo de aconselhamento deverá também estar
atento às idéias pré-concebidas e/ ou preconceitos que venham a contaminar a
relação de ajuda. Por exemplo, o dirigente que acredita que todo alcoolista é
um sem-vergonha, numa entrevista com este tipo de viciado corre o risco de ser
induzido a levá-lo ao descrédito, ridicularizando o seu modo de ser, crendo que
assim o entrevistado passará a modificar o seu comportamento.
No aconselhamento, o entrevistador terá como
meta contribuir para que a pessoa aprenda a viver uma vida saudável, adquirindo
confiança em si mesma e desenvolvendo a crença em seu próprio valor. Neste
processo também irá adquirindo condições de perceber o que leva o entrevistado
a se sintonizar com o obsessor e como agir para a quebra da sintonia, caso
esteja sendo vítima real de uma obsessão.
É como se a pessoa ao procurar o Centro
Espírita estivesse com a vista embaraçada e o aclaramento de sua visão, pela
mudança de direção de seu olhar constituísse a meta do dirigente.
Ou então imaginemos essa pessoa perdida numa
floresta, sem uma bússola capaz de lhe indicar o caminho da saída, estando
presa em armadilhas, ora armadas por ela mesma ora por companheiros de jornada,
tendo aí o dirigente a meta de construir com ela um mapa das armadilhas, de
modo que a pessoa se comprometa a encontrar o caminho da saída, planejando como
e quando pedir socorro e estando atenta àquelas armadilhas mais comuns que faz
com que fique emperrada, como:
1 - justificativas
externas para a situação em que se encontra, não tomando providência
alguma para escapar da armadilha;
2 - tentativas de esconder
tanto de si como de outros que está presa em uma armadilha,
ficando imobilizada com isso;
3 - visão da situação como
sendo de responsabilidade de outras pessoas ou de forças alheias a sua vontade,
principalmente as sobrenaturais.
4 - repressão do que
sente, não tendo com isso condições de encontrar o caminho da saída.
No aconselhamento o dirigente deverá estar
atento às armadilhas que possam surgir para si no processo de ajuda, tendo como
parâmetros:
1 - o conhecimento da
Doutrina Espírita, identificando como o seu entendimento poderá colaborar na
melhoria de qualidade de vida da pessoa;
2 - o conhecimento das
finalidades das atividades do Centro a fim de distinguir a mais indicada àquela
pessoa na situação em que se encontra;
3 - a reflexão conjunta
sobre os motivos que a levou a procurar o Centro, confrontando suas
expectativas com o posicionamento espírita a respeito das mesmas.
A entrevista poderá representar uma ajuda
efetiva à pessoa que, através das informações
recebidas adequadamente, poderá identificar o
campo de atuação do Espiritismo, libertando-se de crenças negativas,
expectativas indevidas e idéias pré-concebidas a seu respeito, identificando o
auto-conhecimento como o meio prático e eficaz para se melhorar nesta vida e
resistir ao arrastamento do mal, conforme questões 919 de O Livro dos
Espíritos44, constituindo o estudo destas questões de grande utilidade no
processo de alívio do sofrimento
humano, seja de caráter obsessivo ou não.
F E B - Orientacao ao
Centro Espirita
III – Atendimento
Espiritual no Centro Espírita
B – ATIVIDADE DE
“ATENDIMENTO FRATERNO PELO DIÁLOGO”
1. CONCEITO
O Atendimento Fraterno
pelo Diálogo consiste em receber fraternalmente aquele que busca o Centro Espírita,
dando-lhe a oportunidade de expor, livremente e em caráter privativo e sigiloso,
suas dificuldades e necessidades.
2. FINALIDADE
Acolher, de forma fraterna
e solidária, dentro dos princípios do Evangelho à luz da Doutrina Espírita, ouvindo
e orientando com respeito, atenção e humildade aquele que:
a) Deseja fazer uma visita
e/ou integrar-se às atividades do Centro Espírita;
b) Deseja receber ajuda material e/ou
espiritual;
c) Deseja informação ou estudo;
d) Necessita de assistência, orientação
doutrinária ou amparo;
e) Tem interesse em conhecer a Doutrina Espírita
e o trabalho espírita.
3. PARTICIPANTES
a) Um coordenador para organizar, capacitar e coordenar
a equipe para a atividade.
b) Uma equipe em número suficiente para
atender a demanda das atividades de recepção, encaminhamento e diálogo.
c) Os que buscam esclarecimento, amparo,
orientação ou consolo.
4. DESENVOLVIMENTO DAS
ATIVIDADES
a) Acolhimento: Acolher fraternalmente quem chega,
identificando o motivo de sua vinda e oferecendo-lhe os recursos de que o
Centro Espírita dispõe para atendê-lo na sua necessidade:
cursos, reuniões, evangelização da criança e
do jovem e outros.
b) Diálogo fraterno:
b.1 – Receber o visitante, ouvindo-o e
identificando-lhe os problemas, carências ou aspirações, orientando-o segundo
os princípios evangélicos à luz da Doutrina Espírita.
b.2 – Reerguer a auto-estima e a esperança,
esclarecendo-o de que, com apoio espiritual, somente ele poderá mudar o quadro de
sua preocupação, através da própria posição mental e renovação íntima.
b.3 – Orientar, sempre, para
a necessidade da realização do Evangelho no Lar, estimulando-o para o
desenvolvimento do hábito da leitura saudável e para o estudo, sugerindo os
livros adequados da Codificação Espírita e obras complementares.
b.4 – Após as devidas orientações, se
necessário, encaminhá-lo para a reunião de explanação do Evangelho e para o passe.
c) Encaminhamento: Quando for o caso,
encaminhar o atendi-
do para as palestras, reuniões, cursos ou
outras atividades da casa, compatíveis com as suas possibilidades.
5. RECOMENDAÇÃO
Selecionar e capacitar, continuadamente,
os colaboradores que tenham um perfil adequado para a tarefa: conhecimento
evangélico-doutrinário, maturidade emocional, bom senso, empatia, alegria,
afetividade, naturalidade e segurança.
Plano de Ideias nº 01
USE ENCERRAMENTO
O que estamos fazendo de
nossa vida?? Cristianismo Redivivo
=======================================
Mundo DE REGENERAÇÃO O
Bem predomina Isento do
orgulho, da inveja que nos tortura, do ódio que nos sufoca
Grande Desafio da Humanidade Viver
em Sociedade na busca da Paz
=======================================
ACOLHIMENTO = Ato ou efeito
de acolher = Recepção = Atenção =
Consideração = Abrigo
Saber acolher é uma arte.
1-Saber ouvir.
2-Imparcialidade.
3-Objetividade.
4-Saber falar.
=====================================
ALTERIDADE “Capacidade
de conviver com o diferente de se proporcionar
um olhar interior a partir das diferenças. Significa que se reconhece o
outro também como sujeito de iguais direitos.”
ESCUTA ATIVA “Escuta
ativa é o processo através do qual se deixa a outra pessoa saber que você
estava prestando atenção e se interessando pelos pensamentos e opiniões dela”.
TESTE (Guardem suas respostas)
Quando um amigo vem lhe
contar um fato que ocorreu com ele, você em seguida conta uma Historia igual
que aconteceu com você e diz a atitude que tomou?
Quando um amigo te procura e
falta de uma situação difícil que esta passando voce procura mostrar o lado
positivo da situação
Quando um amigo esta muito
triste você procura de todos os jeitos deixa-lo feliz para afasta-lo daqueles
pensamentos.
Voce são pessoas de muita
boa vontade e estão muito bem intencionados mas não estão acolhendo.
======================================
È raro saber ouvir ACOLHER é simplesmente dizer ESTOU AQUI
ha os que desprezam a dor
alheia
há os que aconselham, dão
opinião sobre a dor alheia
há os que acolhem a dor
alheia, praticando a empatia
=====================================================
RECEITA 1-
Reduza ao máximo os gestos que possam distrair o interlocutor, tais como:
brincar com uma caneta, estalar os dedos.
2- Mantenha um contato visual eficiente, procure não desviar o
olhar a toda hora.
3 -Balance a cabeça ou sorria.
4-Fuja à tentação de interromper a pessoa no meio do discurso.
5-Faça perguntas para checar o que foi dito.
6-Use a empatia e seja compreensivo
=======================================================
Ou tu, também, por que
desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de
Cristo. - Romanos 14:10
PERDOAMOS 1º : Então,
chegando-se Pedro a ele, perguntou:
Senhor, quantas vezes poderá pecar meu irmão,
contra mim para que lhe perdoe? Será até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não
te digo até sete vezes, mas que até setenta vezes sete vezes.”
=======================================================
INDULGÊNCIA E MISERICÓRDIA Mulher
Atormentada
[1]
Entendida aqui como o não julgamento; A aceitação dos nossos motivos sem
questionamentos.
[2] Entrar em ebulição
[3] Um
caleidoscópio ou calidoscópio é um aparelho óptico formado por um pequeno tubo
de cartão ou de metal, com pequenos fragmentos de vidro colorido, que, através
do reflexo da luz exterior em pequenos espelhos inclinados, apresentam, a cada
movimento, combinações variadas e agradáveis de efeito visual. O nome
"caleidoscópio" deriva das palavras gregas καλός (kalos), "belo,
bonito", είδος (eidos), "imagem, figura", e σκοπέω (scopeο),
"olhar (para), observar".
[4]
Arte de facilitar as operações de memória por meios artificiais, ligando ideias
e factos difíceis de reter a factos e a ideias mais familiares e mais simples,
mnemotecnia. (Do grego mnemoniké [tékhne], «a arte de lembrar», pelo latim
mnemonĭca-, «idem»)
[5] O
termo Sui generis, de origem latina, significa, literalmente, "de seu
próprio gênero", ou seja, "único em seu gênero". Usa-se como
adjetivo para indicar que algo é único, peculiar: uma atividade sui generis,
uma proposta sui generis, um comportamento sui generis. A expressão começou a
ser usada para coisas especiais, singulares, a partir do século XVIII,
principalmente em textos científicos, para qualificar substâncias, enfermidades
e até mesmo rochas que não se enquadravam nos grupos conhecidos ou que pareciam
ser os únicos representantes de sua classe ou gênero. Pouco a pouco, sui
generis ultrapassou os limites da ciência classificatória e passou a ser usado
para qualquer coisa invulgar, fora do comum. Em certos contextos, esta
expressão é usada eufemisticamente, disfarçando, por meio da pompa e
circunstância do Latim, uma crítica a algo que nos pareceu francamente
esquisito; por isso mesmo, temos de tomar cuidado ao usá-la, para não sermos
acusados de estar fazendo ironia. Um comentário do tipo "Aquele professor
tem uma maneira sui generis de expor suas idéias" pode ser lido tanto em
direção ao bem, quanto ao mal; é bom esclarecer qual é a nossa intenção.
[6] Rasgando. Clastomania -
Desejo irresistível de destruir, rasgando tudo
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