Artigo
Com um tema comum entre os espíritas, era de se esperar uma palestra
que trouxesse os mesmos conteúdos conhecidos. Porém, na noite de 31 de agosto,
a palestrante convidada, a psicóloga e presidente da ABRAPE (Associação
Brasileira dos Psicólogos Espíritas), Ercília Zilli (foto), lançou novas luzes sobre o
tema.
Os seguidores do Espiritismo muitas vezes refutam aspectos de
outras religiões que pertencem à Doutrina.
Se pensarmos que a religião não prescinde do mito, do rito e de um
objeto de adoração, não pode a Doutrina Espírita negar essas características em
si mesma.
Adorando a Deus, como Ser Supremo e causa primeira de todas as coisas,
conforme expresso na questão nº 1 e na lei de Adoração (O Livro dos Espíritos /
Das Leis Morais), a crença em Jesus Cristo e em seus ensinamentos, o uso do
passe e da água fluidificada no tratamento de doenças de fundo espiritual,
tem-se aí os requisitos básicos que levam o Espiritismo a poder ser classificado
como uma religião.
A Doutrina, embora não tenha a exclusividade entre as demais
religiões, de valer-se da mediunidade, tem como prerrogativa a crença na reencarnação.
Com isso, temos a certeza de que, em outras existências, já fomos rico ou
pobre, homem ou mulher, branco ou negro; portanto, é nessa encarnação que
estamos atingindo nossa maior evolução possível, já que nenhum ser regride em
seu desenvolvimento espiritual.
O Espiritismo também preconiza o estudo constante, o uso da razão
e do senso crítico como forma de prevenção à fé cega, ao dogmatismo e ao
fanatismo. Com isso, a Doutrina não estagna, e ainda incita o homem a buscar
constantemente o autoconhecimento.
Finalmente, um dos tripés em que se apóia a Doutrina Espírita – a
Filosofia - constitui um modo de ver e viver a vida. Ser espírita é estar no mundo.
Como disse Emmanuel, a sociedade é o nosso lar coletivo. Ao invés de olharmos
nossos irmãos, e mesmo os inimigos, como menos evoluídos, devemos vê-los como companheiros
de jornada. O olhar de superioridade sobre os outros, que implica em
diferenciação, pode passar a falsa realidade de que Deus não dá igualmente a todos,
os meios necessários à evolução.
Nós estamos no planeta, destinados ao sucesso reencarnatório. As dificuldades
não são obstáculos, mas degraus no processo evolutivo.
Devemos entender a dor como possibilidade de crescimento. O
Espiritismo não oferece nem promete a salvação, mas a possibilidade de cada um
construir sua própria evolução através do esforço pessoal.
Quando não buscamos o autoconhecimento, e ficamos ao léu de nós
mesmos, a vida nos traz as mesmas situações, até que prestemos atenção e aprendamos
o que elas têm a nos ensinar. Viver a vida em sua plenitude significa a
plenitude de nós mesmos, fazer valer a benção de cada novo dia.
Sandra Caldas
BATUÍRA JORNAL
Ano XV - nº 89 - Setembro / Outubro - 2011 -
Edição Bimestral
Um órgão do Grupo Espírita Batuíra
site: www.geb.org.br
E-mail: geb.batuira@terra.com.br
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