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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O Espírita no mundo


Artigo




Com um tema comum entre os espíritas, era de se esperar uma palestra que trouxesse os mesmos conteúdos conhecidos. Porém, na noite de 31 de agosto, a palestrante convidada, a psicóloga e presidente da ABRAPE (Associação Brasileira dos Psicólogos Espíritas), Ercília Zilli (foto), lançou novas luzes sobre o tema.
Os seguidores do Espiritismo muitas vezes refutam aspectos de outras religiões que pertencem à Doutrina.
Se pensarmos que a religião não prescinde do mito, do rito e de um objeto de adoração, não pode a Doutrina Espírita negar essas características em si mesma.
Adorando a Deus, como Ser Supremo e causa primeira de todas as coisas, conforme expresso na questão nº 1 e na lei de Adoração (O Livro dos Espíritos / Das Leis Morais), a crença em Jesus Cristo e em seus ensinamentos, o uso do passe e da água fluidificada no tratamento de doenças de fundo espiritual, tem-se aí os requisitos básicos que levam o Espiritismo a poder ser classificado como uma religião.
A Doutrina, embora não tenha a exclusividade entre as demais religiões, de valer-se da mediunidade, tem como prerrogativa a crença na reencarnação. Com isso, temos a certeza de que, em outras existências, já fomos rico ou pobre, homem ou mulher, branco ou negro; portanto, é nessa encarnação que estamos atingindo nossa maior evolução possível, já que nenhum ser regride em seu desenvolvimento espiritual.
O Espiritismo também preconiza o estudo constante, o uso da razão e do senso crítico como forma de prevenção à fé cega, ao dogmatismo e ao fanatismo. Com isso, a Doutrina não estagna, e ainda incita o homem a buscar constantemente o autoconhecimento.
Finalmente, um dos tripés em que se apóia a Doutrina Espírita – a Filosofia - constitui um modo de ver e viver a vida. Ser espírita é estar no mundo. Como disse Emmanuel, a sociedade é o nosso lar coletivo. Ao invés de olharmos nossos irmãos, e mesmo os inimigos, como menos evoluídos, devemos vê-los como companheiros de jornada. O olhar de superioridade sobre os outros, que implica em diferenciação, pode passar a falsa realidade de que Deus não dá igualmente a todos, os meios necessários à evolução.
Nós estamos no planeta, destinados ao sucesso reencarnatório. As dificuldades não são obstáculos, mas degraus no processo evolutivo.
Devemos entender a dor como possibilidade de crescimento. O Espiritismo não oferece nem promete a salvação, mas a possibilidade de cada um construir sua própria evolução através do esforço pessoal.
Quando não buscamos o autoconhecimento, e ficamos ao léu de nós mesmos, a vida nos traz as mesmas situações, até que prestemos atenção e aprendamos o que elas têm a nos ensinar. Viver a vida em sua plenitude significa a plenitude de nós mesmos, fazer valer a benção de cada novo dia.
Sandra Caldas


BATUÍRA JORNAL
Ano XV - nº 89 - Setembro / Outubro - 2011 - Edição Bimestral
Um órgão do Grupo Espírita Batuíra
site: www.geb.org.br

E-mail: geb.batuira@terra.com.br

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