Diálogo com os Espíritos
P. Cabe aos Espíritos fazerem alguma outra coisa, que não seja
melhorarem-se pessoalmente?
R. Concorrem para a harmonia do Universo,
executando as ordens de Deus, cujos ministros eles são.
A vida espírita é uma ocupação contínua, mas que nada tem de
penosa, como a vida na Terra, porque não há fadiga corporal nem as angústias
das necessidades.
P. Os Espíritos inferiores e imperfeitos também desempenham função
útil no Universo?
R. Todos têm deveres a cumprir.
Para a construção de um edifício, não concorre tanto o
último dos serventes de pedreiro como o arquiteto?
P. São permanentes para cada um e estão nas atribuições
exclusivas de certas classes, as funções que os Espíritos desempenham na ordem
das coisas?
R. Todos têm que percorrer os diferentes graus
da escala, para se aperfeiçoarem. Deus, que é justo, não poderia ter dado a uns
a ciência sem trabalho, e a outros só a adquirirem com esforço.
P. Já não tendo o que adquirir, os Espíritos de ordem mais elevada
se acham em repouso absoluto ou também eles têm ocupações?
R. Que quererias que eles fizessem na
eternidade? A ociosidade eterna seria um eterno suplício.
P. São incessantes as ocupações dos Espíritos?
R. Incessantes, sim, atendendo-se a que
sempre são ativos seus pensamentos, porquanto vivem pelo pensamento... Essa
mesma atividade lhes constitui um gozo, pela consciência que têm de ser úteis.
P. Há Espíritos que se conservem ociosos, que não se ocupem em coisa
alguma útil?
R. Há, mas esse estado é temporário e
dependendo do desenvolvimento de suas inteligências.
Há, certamente, como há homens que só vivem para si mesmos.
Pesa-lhes, porém, essa ociosidade e, cedo ou tarde, o desejo de progredir lhes
faz necessária a atividade e felizes se sentirão por poderem tornar-se úteis...
Extraído de O Livro
dos Espíritos, q. 558/564, Allan Kardec.
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