Educação
A inclusão dos diferentes nas salas de
aula dos centros espíritas foi o tema dos trabalhos do 10º Encontro de
Educadores Espíritas, no Grupo Espírita Batuíra. O seminário foi feito, a
partir de cenas do filme indiano: “Como uma Estrela na Terra”, que é sobre um
garoto de oito anos que tem dislexia, mas é considerado indisciplinado e sofre
maus tratos até encontrar um professor que o compreenda.
A mediadora do encontro foi a psicóloga
Ercília Zilli, presidente da Associação Brasileira de Psicólogos Espíritas
(ABRAPE).
Para Ercília, o trabalho do educador espírita
é muito complexo, pois ele sabe que está diante não só de um aluno, mas de um
Espírito que tem o seu projeto reencarnatório.
“O educador espírita tem o diferencial
da Doutrina, com uma visão de mediunidade e de reencarnação.
Ele sabe que a evolução se dá em
processos sucessivos e precisa lembrar sempre que tem à sua frente um Espírito”,
afirmou.
Ela ressaltou que o educador do centro
espírita não tem a função de fazer diagnóstico sobre uma criança que está
apresentando problemas numa sala de aula. “Ele é um voluntário, não é um
profissional; entretanto, deve se preparar sim e se atualizar sempre, para
entender melhor o quadro que está à frente dele. Com as ferramentas que a Doutrina
oferece, esse educador deve se colocar na posição de facilitador do afloramento
das potencialidades do Espírito”, explicou.
Em sua opinião, o educador precisa auxiliar
o fortalecimento dessa criança que se sente diminuída, que tem baixa auto-estima
e muitos medos.
Nesse caso, a tarefa do educador é descobrir
os talentos da criança, que podem aflorar através do desenho, da música, da
escrita, de uma representação, etc.
“Numa sala de aula há uma tendência de
se rejeitar o que é diferente, mas as atividades desenvolvidas em conjunto
colocam limites ao grupo. Nem todo mundo se sai bem em todas as atividades. Uns
desenham bem, enquanto outros cantam bem. Aos poucos, essa convivência de forma
lúdica vai mostrando as diferenças, mas de uma forma que a criança com baixa auto-estima
perceba quais são os seus talentos”, afirmou. E acrescentou que as ferramentas
que a Doutrina oferece, como o acolhimento, por exemplo, e temas que podem ser
trabalhados em sala de aula, como a solidariedade, são por si só, instrumentos
para diminuir a ansiedade e a rejeição às crianças consideradas diferentes.
Já as organizadoras do encontro, Moema
Melani e Sylvana Fioretti, destacaram que este ano o seminário foi em homenagem
ao professor e grande educador espírita paranaense, Ney Lobo, que desencarnou no
mês de agosto. Moema também ressaltou a importância de se ter a visão de uma
psicóloga no processo educativo, já que os outros nove encontros promovidos pelo
GEB sempre tiveram a presença de pedagogos como convidados, inclusive o
professor Lobo em 2007.
“O pedagogo busca instrumentalizar a
equipe para o trabalho educativo e o psicólogo faz um trabalho mais focado na
busca do autoconhecimento, principalmente para que se perceba o outro não como
aluno, mas como Espírito”, afirmou Moema.
Essa é também a opinião de Sylvana.
Para ela, o psicólogo se posiciona de forma
diferente, pois consegue ver os dois lados do processo educativo, o conflito
que existe entre duas pessoas: o educador e o educando.
Conflito que a seu ver tem melhores condições
de se resolver justamente por estar numa Casa Espírita onde se sustenta no lema
“Fora da Caridade Não Há salvação”.
Rita Cirne
BATUÍRA JORNAL
Ano XVI - nº 96 - Novembro / Dezembro -
2012 - Edição Bimestral
Um órgão do Grupo
Espírita Batuíra
site: www.geb.org.br
E-mail: geb.batuira@terra.com.br
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