Powered By Blogger

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Inclusão, um desafio aos educadores espíritas

Educação


A inclusão dos diferentes nas salas de aula dos centros espíritas foi o tema dos trabalhos do 10º Encontro de Educadores Espíritas, no Grupo Espírita Batuíra. O seminário foi feito, a partir de cenas do filme indiano: “Como uma Estrela na Terra”, que é sobre um garoto de oito anos que tem dislexia, mas é considerado indisciplinado e sofre maus tratos até encontrar um professor que o compreenda.
A mediadora do encontro foi a psicóloga Ercília Zilli, presidente da Associação Brasileira de Psicólogos Espíritas (ABRAPE).
Para Ercília, o trabalho do educador espírita é muito complexo, pois ele sabe que está diante não só de um aluno, mas de um Espírito que tem o seu projeto reencarnatório.
“O educador espírita tem o diferencial da Doutrina, com uma visão de mediunidade e de reencarnação.
Ele sabe que a evolução se dá em processos sucessivos e precisa lembrar sempre que tem à sua frente um Espírito”, afirmou.
Ela ressaltou que o educador do centro espírita não tem a função de fazer diagnóstico sobre uma criança que está apresentando problemas numa sala de aula. “Ele é um voluntário, não é um profissional; entretanto, deve se preparar sim e se atualizar sempre, para entender melhor o quadro que está à frente dele. Com as ferramentas que a Doutrina oferece, esse educador deve se colocar na posição de facilitador do afloramento das potencialidades do Espírito”, explicou.
Em sua opinião, o educador precisa auxiliar o fortalecimento dessa criança que se sente diminuída, que tem baixa auto-estima e muitos medos.
Nesse caso, a tarefa do educador é descobrir os talentos da criança, que podem aflorar através do desenho, da música, da escrita, de uma representação, etc.
“Numa sala de aula há uma tendência de se rejeitar o que é diferente, mas as atividades desenvolvidas em conjunto colocam limites ao grupo. Nem todo mundo se sai bem em todas as atividades. Uns desenham bem, enquanto outros cantam bem. Aos poucos, essa convivência de forma lúdica vai mostrando as diferenças, mas de uma forma que a criança com baixa auto-estima perceba quais são os seus talentos”, afirmou. E acrescentou que as ferramentas que a Doutrina oferece, como o acolhimento, por exemplo, e temas que podem ser trabalhados em sala de aula, como a solidariedade, são por si só, instrumentos para diminuir a ansiedade e a rejeição às crianças consideradas diferentes.
Já as organizadoras do encontro, Moema Melani e Sylvana Fioretti, destacaram que este ano o seminário foi em homenagem ao professor e grande educador espírita paranaense, Ney Lobo, que desencarnou no mês de agosto. Moema também ressaltou a importância de se ter a visão de uma psicóloga no processo educativo, já que os outros nove encontros promovidos pelo GEB sempre tiveram a presença de pedagogos como convidados, inclusive o professor Lobo em 2007.
“O pedagogo busca instrumentalizar a equipe para o trabalho educativo e o psicólogo faz um trabalho mais focado na busca do autoconhecimento, principalmente para que se perceba o outro não como aluno, mas como Espírito”, afirmou Moema.
Essa é também a opinião de Sylvana.
Para ela, o psicólogo se posiciona de forma diferente, pois consegue ver os dois lados do processo educativo, o conflito que existe entre duas pessoas: o educador e o educando.
Conflito que a seu ver tem melhores condições de se resolver justamente por estar numa Casa Espírita onde se sustenta no lema “Fora da Caridade Não Há salvação”.

Rita Cirne



BATUÍRA JORNAL
Ano XVI - nº 96 - Novembro / Dezembro - 2012 - Edição Bimestral
Um órgão do Grupo Espírita Batuíra
site: www.geb.org.br

E-mail: geb.batuira@terra.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário