CURSO BÁSICO
DE ESPIRITISMO
(1.º ANO DO CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA)
PELO INSTRUTOR: MARCELO STANCZYK
1. introdução
Já
falamos sobre o percurso evolutivo atravessado pela nossa essência inteligente
(o espírito). Naquele momento descobrimos que a individualidade real e
inteligente no homem não é o corpo físico, sendo que este serve apenas como um
veículo de manifestação, ou seja, é intermediário para que nós possamos nos
relacionar com as pessoas com quem convivemos e com as coisas que necessitamos
tanto para a nossa sobrevivência, quanto
com as coisas que necessitamos para nosso aprimoramento pessoal, nossa
evolução.
Daquela
aula estudamos acerca da composição existencial do ser humano e de todas as
coisas, que são:
1.
Princípio Espiritual (no homem, espírito);
2.
Fluido Intermediário (no homem, perispírito);
3.
Corpo Físico.
O
corpo físico não foi estudado até este momento. A ciência poderá fornecer
subsídios muito mais profundos neste caso que o contido na Codificação
Espírita. Entretanto não por isso será o estudo deixado de lado, até porque é
matéria de análise detalhada no ano vindouro, quando então se analisarão outros
aspectos relacionados com a mediunidade, com perispírito, com espírito.
Estudamos
o perispírito não faz muito tempo, entretanto agora será necessária ainda uma
análise um pouco mais profunda da que apresentada até o presente momento. E
estaremos abrindo um capítulo especial em nossa aula para isso.
Mas
existe a mediunidade? ¾
esta seria a pergunta que estaria circulando na cabeça de cada um dos presentes
na aula, ao lado de outra não menos importante: ¾ Ora, se ela
existe, para que serve?
A
aula de hoje tem por objetivo demonstrar a naturalidade das comunicações entre
os seres, tanto encarnados com encarnados, quanto dos desencarnados entre si,
e, principalmente, dos encarnados com os desencarnados (ou vice-versa).
Para
tanto, necessitamos entender algumas coisas que ficam mais próximas de nós
encarnados de modo que depois, nos servindo da analogia, poderá ser muito mais
fácil a compreensão dos outros aspectos mais profundos que abordaremos.
A
primeira pergunta que faremos hoje para entender o tema:
¾
O homem existe sozinho no universo? Isso é possível?
2. Noções Gerais sobre comunicação
Qualquer
pessoa que esteja de boa vontade para responder a primeira pergunta de hoje
concluirá que o homem não vive e nem tem condições de viver sozinho.
A
resposta é óbvia e até mesmo intuitiva. Percebemos que o homem vive em
sociedade e a sociedade não tem função alguma se o homem dela não necessitasse.
Isso é até claro.
E
podemos dizer mais, se percorrermos a história para trás não conseguiremos de forma alguma descobrir qual o exato
momento do surgimento dessa figura (a sociedade). Isso nos leva a crer que o
primeiro impulso humano foi se agrupar.
Agora
não é momento para um estudo mais apurado sobre a sociedade, a necessidade de
sua existência e outros aspectos que são importantíssimos, mas em um futuro não
muito longínquo, quanto estivermos estudando as Leis Morais, voltaremos
especificamente ao tema de forma mais clara e profunda. O importante é sabermos
da necessidade do homem de se relacionar com seu próximo, com seu semelhante,
com o mundo, com as coisas e com a vida.
Daí
então poderíamos fazer a seguinte questão:
¾ Mas será que esse
percurso evolutivo pelo qual passa o espírito e da qual estudamos na semana
passada seria possível sem a interação dos seres?
Até
utilizando os mesmos argumentos de que nós fizemos uso para a resposta da
questão anterior, poderíamos responder essa. Contudo ainda podemos aprofundar
um pouco mais no assunto que é relevante para um bom entendimento.
Pergunto
eu: ¾ De que forma o homem evolui?
Percebemos
vários aspectos entrelaçados no homem:
1.
Aspecto moral;
2.
Aspecto científico e tecnológico;
3.
Aspecto emocional e sentimental;
4.
Aspecto volitivo (relacionado ao desenvolvimento da vontade/desejo/querer).
Se
quiséssemos poderíamos desfiar uns cem números de aspectos que, na grande
verdade, seria apenas desdobramento desses principais.
A
evolução do homem se dá pelo aprimoramento, ou seja, produção de melhores
condições em cada um desses aspectos. Essa melhoria de condições está
intimamente relacionada com aquisição de novos conhecimentos/informações que
possibilitem ao ser desenvolver sua própria melhoria. Disso já se poderá
entende que o processo de evolução é pessoal e intransferível, mas com certeza
depende de um relacionamento entre sujeitos.
Um
ponto comum para todos esses aspectos é que para a aquisição de qualquer
conhecimento em relação a eles sempre, repita-se, sempre haverá a necessidade
da interação entre sujeitos.
Vejamos
por um outro ângulo de visão:
Interessante
como nunca nos preocupamos com a comunicação em si, e este fenômeno humano é
extremamente importante para a nossa existência, como um todo.
Todos
os dias nós nos comunicamos com uma série infindável de pessoas e transmitimos
variada gama de conteúdos sem que nos apercebamos disso de forma plenamente
consciente.
Ensinamos
amigos e amigas a fazerem bolos, tortas e outras coisas que guardamos conosco
em cadernos de receitas.
Discutimos
no trânsito... Comentamos futebol... Aprendemos a tricotar... Como fazemos
isso?
Vamos
pensar um pouco mais... Nos comunicamos o tempo todo com outras pessoas. E isso
é natural para a nossa existência. Criamos uma linguagem (até porque cada país
tem a sua língua, não só falada, como escrita e gestual) e dela nos servimos
para passar conteúdos.
O
conteúdo é uma mensagem que a pessoal escolhe passar para outra, ou seja,
aquilo que ela deseja que a outra saiba, ou que deseja que a outra se manifeste
a respeito.
Qualquer
transmissão de idéias, conceitos, informações, sensações entre duas ou mais
pessoas, seja através do meio que for, a isso chama-se comunicação.
Comunicação
é importante porque faz com que o conhecimento de uma pessoa seja transmitido a
outra pessoa. A comunicação é como a correnteza do rio que leva a água de um a
outro ponto. Como no rio que a correnteza produz a movimentação das águas, e
essa movimentação possibilita a oxigenação da água, indispensável para a vida
dos peixes, assim como a correnteza permite que a água, alcançando locais mais
longe, permite a irrigação do solo. A comunicação traz a dispersão de idéias.
A
dispersão/disseminação das idéias possibilita o aumento do conhecimento. E a
evolução advém da prática do conhecimento adquirido.
Como
pensar no mundo de hoje, sem pensar no conhecimento! Na comunicação...
A
comunicação é o único meio de se obter informações externas, originárias de
outras individualidades (pessoas).
Mas,
então, vocês me questionariam:
¾ Como acontece a
comunicação?
Vejamos
como ela ocorre:
Na
comunicação, podemos perceber três figuras :
O
emissor;
O
receptor;
A
mensagem.
Além
desses elementos também há outros fatores importantes, que se deve saber:
A
linguagem, e
O
meio de transmissão.
O
emissor é aquele que transmite a mensagem. O emissor conhece o conteúdo da
mensagem, escolhe o meio de transmissão e a linguagem para transmitir a
mensagem até o receptor.
O
receptor é aquele que recebe a idéia. Nem sempre o receptor é a pessoa a quem o
emissor desejava transmitir a sua mensagem. Mas, basta receber a mensagem para
ser receptor.
O
receptor não conhece previamente a mensagem (apesar de algumas vezes saber a
respeito do assunto que será tratado, no máximo) e nem tem escolha quanto ao
meio de transmissão e a linguagem que se utiliza, mas irá conhecê-la através da
transmissão desta, através do meio de transmissão e da linguagem. Como o
receptor não conhece a mensagem, se o meio de transmissão e a linguagem não
forem adequadamente escolhidos, poderá ocorrer um entendimento equivocado da
mensagem.
No
diálogo (di = dois) as mesmas pessoas ora são emissores e ora são
receptores, trocando informações, a escolha do meio de transmissão e da
linguagem é comum.
O
meio de transmissão é a forma com que se deseja transmitir a idéia, por
exemplo, escrito, falado, mímica. Existem mensagens que possuem condições de
ser transmitida de várias formas, por vários meios sem que isso prejudique o
entendimento de seu conteúdo.
A
linguagem é a "língua"
utilizada pelo emissor.
Existem
meios de transmissão que possibilitam várias "línguas" diferentes. Por exemplo, o meio escrito possibilita
que seja utilizado várias línguas (português, inglês, espanhol, sinais
matemáticos). Outros meios não possuem tantas linguagens para o uso na
exposição.
Diante
do que até agora discutimos, descobrimos que existem dificuldades nas
comunicações. Vamos analisá-las?
O
grande problema nas comunicações está na escolha do meio de transmissão e linguagem
por parte do transmissor, segundo a mensagem que deseja transmitir.
Se
o meio de transmissão não é adequado para transmitir sua mensagem, esta pode
chegar deturpada em seu destino e comprometer a comunicação. Por exemplo: Se
desejamos transmitir a idéia de beleza de um quadro, a mímica não se presta...
Se desejamos transmitir uma informação objetiva sem o concurso da forma verbal
(escrita ou falada) estaremos com um sério risco de ver-nos mal entendidos.
Outro
fator que deve ser analisado é que a linguagem deve ser idêntica, ou senão, o
mais semelhante entre o emissor e receptor, a fim de que a mensagem se perca
totalmente ou tenha o seu sentido e entendimento levemente alterado.
Como
emissor e receptor são seres humanos, que possuem conhecimentos e conceitos
diferentes, podem ter, a respeito de uma mesma figura da linguagem ¾
palavra, ou gesto ¾ entendimentos
diferentes. Uma palavra sempre mal compreendida é a palavra amor. Ora amor
resume um sentimento entre duas pessoas que se querem bem... ora é o sentimento
da mãe, do pai, do irmão... ora é a paixão entre dois amantes... ora é a ação
de ser beneficente com alguém (o que seria certo se utilizar a palavra
caridade), entre outros sentidos, enfim, se não for entendida cada figura, a
mensagem pode ser entendida de forma equivocada.
Outras,
ainda, podem ser as dificuldades na compreensão da comunicação, como por
exemplo a falta de interesse do receptor sobre o assunto da mensagem.
Bom,
daí já conseguimos entender um aspecto da comunicação: a comunicação entre
encarnados... Mas poderíamos questionar uma coisa: ¾
A comunicação só é possível entre encarnados?
Bem...
Sabemos que o encarnado possui como
veículo de comunicação externa o seu corpo físico, enquanto o desencarnado
possui como veículo de comunicação externa o seu perispírito.
Como
os meios são comuns entre encarnados, a comunicação é comum e facilmente
perceptível (desde que nenhum dos envolvidos, emissor ou receptor, possua
alguma anomalia física que o impeça de se comunicar). Também entre desencarnados,
quando há a sintonia vibratória, existe a percepção, logo a comunicação se dá
nos mesmos moldes que a comunicação entre encarnados. Mas se questiona, e
quando não há a percepção vibratória, ou, e quanto a comunicação entre
encarnado com desencarnado, ela é possível?
Sim...
Existe
a possibilidade de percepção entre um encarnado e um desencarnado, comunicação esta conhecida como mediunidade,
assim como existe a possibilidade de percepção entre desencarnado de duas
faixas vibratórias distintas, através do pensamento (de forma sutil) e através
de outras formas que são semelhantes às formas mediúnicas, mas não se
constituem, em mediunidade especificamente.
CENTRO
ESPÍRITA ISMAEL
DEPARTAMENTO
DE ENSINO DOUTRINÁRIO
AV.
HENRI JANOR, 141, JAÇANÃ - S. P.
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