CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO
(1.º ANO DO CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA)
PELO INSTRUTOR: MARCELO STANCZYK
(1.º ANO DO CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA)
PELO INSTRUTOR: MARCELO STANCZYK
4. MEDIUNIDADE
Outro fator que também não é condição
absoluta mas está relacionada é a fé, ou seja, com a crença no acontecimento
dos fenômenos... ou na existência dos espíritos (e do mundo espiritual)...
Têm-se encontrado pessoas absolutamente incrédulas ficarem espantadas de
apresentar em si fenômenos mediúnicos.
Vemos também pessoas que estão há anos em
profundos estudos sobre a espiritualidade, e, que, nem por isso, apresentam
fenômenos mediúnicos ostensivos.
A bem da verdade, a faculdade se prende a
uma disposição orgânica (Ver livro dos
médiuns, Capítulo XVII, item 209 ¾ (1) abaixo transcrito).
(1) Livro
dos Médiuns, Capítulo XVII, item 209: "209. No médium aprendiz, a fé
não é a condição rigorosa; sem dúvida lhe secunda os esforços, mas não é
indispensável; a pureza de intenção, o desejo e a boa-vontade bastam. Têm-se
visto pessoas inteiramente incrédulas ficarem espantadas de escrever a seu mau
grado, enquanto que crentes sinceros não o conseguem, o que prova que esta
faculdade se prende a uma disposição orgânica."
Já sabemos que existem médiuns que possuem
suas capacidades por necessidade espiritual de aprimoramento e reajuste com a
lei divina, e, que os mentores da espiritualidade trabalham para a adequação de
seus perispíritos de forma a, quando este for influenciar a matéria orgânica
quando da concepção, estruture os elementos físicos para apresentar a aptidão
de que necessite (já planejada anteriormente).
Como sabemos que existem médiuns que o são
por desequilíbrio considerável de seu perispírito (por causas que ele mesmo
gerou) de forma a que, involuntariamente, seu perispírito influenciou os
elementos físicos e causou a aptidão mediúnica.
E, porque não dizer que, há médiuns que o
são por sua elevação espiritual.
Isso explica porque independe os fatores já
explicados.
Outro prisma que devemos estudar é que o
agente do contato mediúnico entre o médium e o espírito comunicante é o perispírito.
Como sabemos, o perispírito é composto do Fluído ambiental do planeta, este uma
variação da matéria primordial, conhecida como Fluído Cósmico Universal. O
fluído ambiental é produto da interação do Fluido Cósmico Universal, com o
planeta onde o espírito está ligado.
A ligação ocorre entre o perispírito do
manifestante (espírito) e o do médium (encarnado).
Se observarmos atentamente perceberemos que
o mesmo móvel, ou seja, o mesmo meio por onde se transmite os pensamentos, o
conhecido fluído mental (outra variação do Fluido Cósmico Universal), participa
na manifestação mediúnica. O que se deseja dizer é que, os perispíritos tanto
do espírito comunicante, quanto do médium, entram em combinação com a matéria
do pensamento (fluído mental), para a ocorrência do fenômeno. É assim que
ocorre a transmissão do pensamento do espírito para o perispírito do médium que
o assimila, decodifica e transforma na mensagem que recebemos.
Por este prisma acabamos reconhecendo que o
espírito comunicante não "entra" no corpo do médium ¾ daí porque dizer
que o termo "incorporação" (entrar no corpo/tomar o corpo) é
incorreto não expressando a veracidade dos acontecimentos a nível espiritual.
O que ocorre na verdade é um
"contato" a nível perispiritual, no qual o elo de ligação é o
pensamento exteriorizado com a utilização do fluído mental.
A ligação é feita de acordo com o grau de
afinidade existente entre os fluídos que compõe o perispírito do espírito
comunicante e do encarnado. A afinidade está relacionada com o padrão vibratório
de ambos. E, o padrão vibratório é composta pelo padrão mental (ou seja, o
padrão dos pensamentos que o indivíduo emite), pelo padrão emocional (ou seja,
a pureza dos sentimentos e emoções que o indivíduo possui) e o padrão
energético (ou seja, a resultante dos fluídos e das energias que o médium
apresenta). Numa última instância, todos esses fatores dependem de seu padrão
moral.
O espírito que deseja comunicar-se com os
homens procura um indivíduo apto a receber-lhe as impressões e a servir-lhe,
nem sempre, com consciência de ser um médium.
Os espíritos se manifestam de diversas
maneiras diferentes, mas para fins de análise, podemos agrupá-las em duas categorias:
os inconscientes e os facultativos.
Os inconscientes agem por iniciativas dos
espíritos, e os facultativos, por iniciativa própria.
Os médiuns inconscientes realizam a vontade
dos espíritos, acreditando que realizam suas próprias vontades. Não percebem a
influenciação do espírito comunicante e, assim, não conseguem evitar a
comunicação. Já os médiuns facultativos conseguem perceber a interação dos
espíritos durante a sua vida e conseguem, quando realmente o desejam, controlar
os fenômenos (não quanto a obrigação de que o espírito realize o fenômeno, mas
de evitar sua ocorrência).
Segundo os efeitos, verificamos que os
médiuns podem ser divididos entre: médiuns de efeitos físicos e médiuns de
efeitos intelectuais.
187. Podem dividir-se os médiuns em duas grandes
categorias: Médiuns de efeitos físicos, os que têm o poder de provocar efeitos
materiais, ou manifestações ostensivas. Médiuns de efeitos intelectuais, os que
são mais aptos a receber e a transmitir comunicações inteligentes. Todas as
outras espécies se prendem mais ou menos diretamente a uma ou outra dessas duas
categorias; algumas participam de ambas. Se analisarmos os diferentes fenômenos produzidos sob a influência
mediúnica, veremos que, em todos, há um efeito físico e que aos efeitos físicos
se alia quase sempre um efeito inteligente. Difícil é muitas vezes determinar o
limite entre os dois, mas isso nenhuma conseqüência apresenta. Sob a
denominação de médiuns de efeitos intelectuais abrangemos os que podem, mais
particularmente, servir de intermediários para as comunicações regulares e
fluentes. " (Livro dos Médiuns, Capítulo XVI, ítem 187).
Os
médiuns de efeitos físicos são os aptos a fornecer substâncias para a produção
de fenômenos materiais. Esses fenômenos materiais podem ser: o movimento de corpo inertes, a escrita
direta, ruídos, levitação, entre vários outros.
No
caso dessa espécie de mediunidade, em particular, o médium fornece o
ectoplasma, substância esta, que, sob a manipulação dos espíritos permite-os
fazer a tangibilidade dos objetos. Com o ectoplasma os espíritos podem se
materializar a ponto de poderem ser tocados. Os espíritos poderão materializar
objetos e coisas, de forma temporária ou permanente.
Os
médiuns facultativos que possuem essa espécie de aptidão (aptidão raríssima,
por sinal) face ter a consciência de seu "poder", podem produzir os
fenômenos espíritas pela própria vontade. Já os médiuns involuntários produzem
os fenômenos independente de sua vontade conhecimento, o que pode até causar
fatos interessantes, tais como os das estórias de casas mal-assombradas, etc.
Os
manipuladores espirituais nessa espécie de fenômeno, geralmente, são espíritos
de ordem inferior, posto que somente estes possuem condições de manipular as
energias mais grosseiros, próximas ao estado de encarnado. Quando os espíritos
superiores precisam utilizar-se desse expediente, arregimentam o concurso
(ajuda) dos espíritos de ordem inferior, que atendendo, promovem os fenômenos
de acordo com a vontade dos espíritos superiores.
Alguns
médiuns para promover essa espécie de fenômenos necessitam estar em repouso,
posto que, pela quantidade de ectoplasma não ser pequena para a produção do
fenômeno, só com o descanso que o médiuns não irá sentir demasiado a utilização
de suas energias.
Não
existe nenhum fenômeno de efeitos físicos sem o concurso de um médium com
potencialidades de produção dessa espécie de fatos espíritas.
Além
desses existem os médiuns de efeitos intelectuais. Essa qualidade de médiuns
são aptos a desenvolver fenômenos mediúnicos de comunicações inteligentes.
Diferenciam-se
os fenômenos mediúnicos de natureza física (ou mais conhecida de mediunidade de
fenômenos físicos) dos fenômenos mediúnicos de natureza intelectual, com
comunicações inteligentes (ou seja, mediunidade de fenômenos inteligentes) pelo
teor dos fenômenos.
Como
sabemos, a mediunidade é o meio de transmissão de comunicações entre ser(es) do
plano espiritual, com pessoa(s) encarnada(s). Não existe mediunidade sem a
existência de uma comunicação, um espírito desencarnado, uma pessoa encarnada
(que pode ou não se confundir com o médium) e um médium.
Mas
as comunicações podem trazer ou não um conteúdo.
Nos
fenômenos físicos, a comunicação é um fenômeno, mas que não traduz uma mensagem
específica do plano espiritual, a não ser a possibilidade da comunicação, em
especial pela forma pelo qual se apresentou esse fenômeno.
"Nas comunicações inteligentes, o fenômeno
traz uma mensagem. Um conteúdo. Sob a denominação de médiuns de efeitos
intelectuais incluem-se os sensitivos ou impressionáveis, os auditivos,
falantes, videntes, intuitivos, sonâmbulos, curadores, escreventes ou psicógrafos,
pneumatógrafps, inspirados, de pressentimentos, médiuns proféticos"
(Curso de Educação Mediúnica, 2º Ano, FEESP).
Por
fim, de modo geral, pode-se dizer que os médiuns sentem (ou pressentem) a
presença dos espíritos por uma vaga impressão, que para alguns se constitui em
um tremor nos membros, em outros como um formigamento, para outros ainda em
como uma sensação de calor, frio ou de presença, de modo a não se saber como
explicar.
Pelo
estudo e trabalho constante, o médium poderá adquirir a sutileza de reconhecer
a natureza do espírito que se encontra presente (ou que lhe faz contato)
através da impressão que venha a receber. Ou seja, pela impressão, poderá saber
a natureza do espírito, se é bom ou mau, e, até mesmo, sua individualidade.
Via
de regra, um espírito bom traz sensações agradáveis e suaves, e da mesma forma,
mas em sentido contrário, um espírito mau é rodeado de sensações penosas,
asfixiantes e desagradáveis.
Para
finalizar o assunto, se faz necessário um breve estudo a respeito do sonambulismo.
Allan
Kardec conceitua esse estado como sendo "um estado transitório entre a encarnação e a desencarnação; constitui
um desprendimento parcial, um pé antecipadamente posto no mundo
espiritual" (Obras Póstumas - 1ª Parte, Controvérsias - Sobre a existência de seres
intermediários entre o homem e Deus).
No
estado de sonambulismo, face ao maior desprendimento do espírito em relação ao
corpo físico, este recobra suas faculdades de forma plena, e assim também
recobra toda a recordação de seus conhecimentos, assim poderá de per si (por si mesmo, como espírito)
perceber fora dos limites dos sentidos normais, caracterizando-se o animismo. E
também poderá andar, falar, passar instruções, tudo sob o controle de seu
próprio espírito, mas apresentando características de uma personalidade diversa
e distinta de quando em estado normal de consciência.
Poderá
também acontecer de não ser o espírito do médium que aja sobre o seu corpo no
momento do transe sonambúlico mediúnico, o que se constitui na mediunidade, posto
que cede o espírito do médium o corpo para que um outro espírito sobre ele aja
e manifeste a comunicação que deseje.
Mas
é difícil entender o sonambulismo. Acontece que, qualquer médium que apresente
um desprendimento perispiritual parcial, ou seja, um desdobramento da alma
(fato comum nos médiuns) pode ser considerado como sendo um médium sonambúlico.
425. O sonambulismo natural tem alguma relação com os
sonhos? Como explicá-lo?
“É um estado de
independência do Espírito, mais completo do que no sonho, estado em que maior amplitude adquirem suas
faculdades. A alma tem então percepções de que não dispõe no sonho, que é um
estado de sonambulismo imperfeito. “No sonambulismo, o Espírito está na posse
plena de si mesmo. Os órgãos materiais, achando-se de certa forma em estado de
catalepsia, deixam de receber as impressões exteriores. Esse estado se
apresenta principalmente durante o sono, ocasião em que o Espírito pode
abandonar provisoriamente o corpo, por se encontrar este gozando do repouso
indispensável à matéria. Quando se produzem os fatos do sonambulismo, é que o
Espírito, preocupado com uma coisa ou outra, se aplica a uma ação qualquer,
para cuja prática necessita de utilizar-se do corpo. Serve-se então deste, como
se serve de uma mesa ou de outro objeto material no fenômeno das manifestações
físicas, ou mesmo como se utiliza da mão do médium nas comunicações escritas.
Nos sonhos de que se tem consciência, os órgãos, inclusive os da memória,
começam a despertar. Recebem imperfeitamente as impressões produzidas por
objetos ou causas externas e as comunicam ao Espírito, que, então, também em
repouso, só experimenta, do que lhe é transmitido, sensações confusas e,
amiúde, desordenadas, sem nenhuma aparente razão de ser, mescladas que se
apresentam de vagas recordações, quer da existência atual, quer de anteriores.
Facilmente, portanto, se compreende por que os sonâmbulos nenhuma lembrança
guardam do que se passou enquanto estiveram no estado sonambúlico e por que os
sonhos não têm sentido. Digo - as mais das vezes, porque também sucede serem a
conseqüência de lembrança exata de acontecimentos de uma vida anterior e até,
não raro, uma espécie de intuição do futuro.” (Livro dos Espíritos, questão
425).
De
acordo com o sonambulismo, o espírito do médium se projeta, acompanhado de
parcela do perispírito, ao local onde faz suas visões, ou que escutam instruções,
ou que descobrem alguma informação. O espírito do médium passa a fazer parte
do ambiente espiritual e material onde acontecem os fatos que presencia.
Saber
a aptidão do médium é saber como empregá-lo no trabalho.
Saber
como utilizar uma pessoa no trabalho, empregando ao máximo suas potencialidades
é melhorar o trabalho.
É
importante a boa vontade do médium. Sim, sem dúvida. Mas, também é importante
saber se esse médium é apto para desempenhar as tarefas a que se propõe, e se
esse desempenho é ideal, para que também não venha a lhe causar prejuízos,
cansaço e desequilíbrio.
Como
as aptidões, pelo que se pode perceber, são vastas, o estudo precisa ser mais
profundo e atencioso.
CENTRO ESPÍRITA ISMAEL
DEPARTAMENTO DE ENSINO DOUTRINÁRIO
AV. HENRI JANOR, 141, JAÇANÃ - S. P.
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