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terça-feira, 25 de novembro de 2014

DOS MÉDIUNS E DAS APTIDÕES MEDIÚNICAS

CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO
(1.º ANO DO CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA)
PELO INSTRUTOR: MARCELO STANCZYK
4. MEDIUNIDADE 

 

 

Outro fator que também não é condição absoluta mas está relacionada é a fé, ou seja, com a crença no acontecimento dos fenômenos... ou na existência dos espíritos (e do mundo espiritual)... Têm-se encontrado pessoas absolutamente incrédulas ficarem espantadas de apresentar em si fenômenos mediúnicos.
Vemos também pessoas que estão há anos em profundos estudos sobre a espiritualidade, e, que, nem por isso, apresentam fenômenos mediúnicos ostensivos.
A bem da verdade, a faculdade se prende a uma disposição orgânica (Ver livro dos médiuns, Capítulo XVII, item 209 ¾ (1) abaixo transcrito).
(1) Livro dos Médiuns, Capítulo XVII, item 209: "209. No médium aprendiz, a fé não é a condição rigorosa; sem dúvida lhe secunda os esforços, mas não é indispensável; a pureza de intenção, o desejo e a boa-vontade bastam. Têm-se visto pessoas inteiramente incrédulas ficarem espantadas de escrever a seu mau grado, enquanto que crentes sinceros não o conseguem, o que prova que esta faculdade se prende a uma disposição orgânica."
Já sabemos que existem médiuns que possuem suas capacidades por necessidade espiritual de aprimoramento e reajuste com a lei divina, e, que os mentores da espiritualidade trabalham para a adequação de seus perispíritos de forma a, quando este for influenciar a matéria orgânica quando da concepção, estruture os elementos físicos para apresentar a aptidão de que necessite (já planejada anteriormente).
Como sabemos que existem médiuns que o são por desequilíbrio considerável de seu perispírito (por causas que ele mesmo gerou) de forma a que, involuntariamente, seu perispírito influenciou os elementos físicos e causou a aptidão mediúnica.
E, porque não dizer que, há médiuns que o são por sua elevação espiritual.
Isso explica porque independe os fatores já explicados.
Outro prisma que devemos estudar é que o agente do contato mediúnico entre o médium e o espírito comunicante é o perispírito. Como sabemos, o perispírito é composto do Fluído ambiental do planeta, este uma variação da matéria primordial, conhecida como Fluído Cósmico Universal. O fluído ambiental é produto da interação do Fluido Cósmico Universal, com o planeta onde o espírito está ligado.
A ligação ocorre entre o perispírito do manifestante (espírito) e o do médium (encarnado).
Se observarmos atentamente perceberemos que o mesmo móvel, ou seja, o mesmo meio por onde se transmite os pensamentos, o conhecido fluído mental (outra variação do Fluido Cósmico Universal), participa na manifestação mediúnica. O que se deseja dizer é que, os perispíritos tanto do espírito comunicante, quanto do médium, entram em combinação com a matéria do pensamento (fluído mental), para a ocorrência do fenômeno. É assim que ocorre a transmissão do pensamento do espírito para o perispírito do médium que o assimila, decodifica e transforma na mensagem que recebemos.
Por este prisma acabamos reconhecendo que o espírito comunicante não "entra" no corpo do médium ¾ daí porque dizer que o termo "incorporação" (entrar no corpo/tomar o corpo) é incorreto não expressando a veracidade dos acontecimentos a nível espiritual.
O que ocorre na verdade é um "contato" a nível perispiritual, no qual o elo de ligação é o pensamento exteriorizado com a utilização do fluído mental.
A ligação é feita de acordo com o grau de afinidade existente entre os fluídos que compõe o perispírito do espírito comunicante e do encarnado. A afinidade está relacionada com o padrão vibratório de ambos. E, o padrão vibratório é composta pelo padrão mental (ou seja, o padrão dos pensamentos que o indivíduo emite), pelo padrão emocional (ou seja, a pureza dos sentimentos e emoções que o indivíduo possui) e o padrão energético (ou seja, a resultante dos fluídos e das energias que o médium apresenta). Numa última instância, todos esses fatores dependem de seu padrão moral.
O espírito que deseja comunicar-se com os homens procura um indivíduo apto a receber-lhe as impressões e a servir-lhe, nem sempre, com consciência de ser um médium.
Os espíritos se manifestam de diversas maneiras diferentes, mas para fins de análise, podemos agrupá-las em duas categorias: os inconscientes e os facultativos.
Os inconscientes agem por iniciativas dos espíritos, e os facultativos, por iniciativa própria.
Os médiuns inconscientes realizam a vontade dos espíritos, acreditando que realizam suas próprias vontades. Não percebem a influenciação do espírito comunicante e, assim, não conseguem evitar a comunicação. Já os médiuns facultativos conseguem perceber a interação dos espíritos durante a sua vida e conseguem, quando realmente o desejam, controlar os fenômenos (não quanto a obrigação de que o espírito realize o fenômeno, mas de evitar sua ocorrência).
Segundo os efeitos, verificamos que os médiuns podem ser divididos entre: médiuns de efeitos físicos e médiuns de efeitos intelectuais.
187. Podem dividir-se os médiuns em duas grandes categorias: Médiuns de efeitos físicos, os que têm o poder de provocar efeitos materiais, ou manifestações ostensivas. Médiuns de efeitos intelectuais, os que são mais aptos a receber e a transmitir comunicações inteligentes. Todas as outras espécies se prendem mais ou menos diretamente a uma ou outra dessas duas categorias; algumas participam de ambas. Se analisarmos os diferentes  fenômenos produzidos sob a influência mediúnica, veremos que, em todos, há um efeito físico e que aos efeitos físicos se alia quase sempre um efeito inteligente. Difícil é muitas vezes determinar o limite entre os dois, mas isso nenhuma conseqüência apresenta. Sob a denominação de médiuns de efeitos intelectuais abrangemos os que podem, mais particularmente, servir de intermediários para as comunicações regulares e fluentes. " (Livro dos Médiuns, Capítulo XVI, ítem 187).
 Os médiuns de efeitos físicos são os aptos a fornecer substâncias para a produção de fenômenos materiais. Esses fenômenos materiais podem ser:  o movimento de corpo inertes, a escrita direta, ruídos, levitação, entre vários outros.
No caso dessa espécie de mediunidade, em particular, o médium fornece o ectoplasma, substância esta, que, sob a manipulação dos espíritos permite-os fazer a tangibilidade dos objetos. Com o ectoplasma os espíritos podem se materializar a ponto de poderem ser tocados. Os espíritos poderão materializar objetos e coisas, de forma temporária ou permanente.
Os médiuns facultativos que possuem essa espécie de aptidão (aptidão raríssima, por sinal) face ter a consciência de seu "poder", podem produzir os fenômenos espíritas pela própria vontade. Já os médiuns involuntários produzem os fenômenos independente de sua vontade conhecimento, o que pode até causar fatos interessantes, tais como os das estórias de casas mal-assombradas, etc.
Os manipuladores espirituais nessa espécie de fenômeno, geralmente, são espíritos de ordem inferior, posto que somente estes possuem condições de manipular as energias mais grosseiros, próximas ao estado de encarnado. Quando os espíritos superiores precisam utilizar-se desse expediente, arregimentam o concurso (ajuda) dos espíritos de ordem inferior, que atendendo, promovem os fenômenos de acordo com a vontade dos espíritos superiores.
Alguns médiuns para promover essa espécie de fenômenos necessitam estar em repouso, posto que, pela quantidade de ectoplasma não ser pequena para a produção do fenômeno, só com o descanso que o médiuns não irá sentir demasiado a utilização de suas energias.
Não existe nenhum fenômeno de efeitos físicos sem o concurso de um médium com potencialidades de produção dessa espécie de fatos espíritas.
Além desses existem os médiuns de efeitos intelectuais. Essa qualidade de médiuns são aptos a desenvolver fenômenos mediúnicos de comunicações inteligentes.
Diferenciam-se os fenômenos mediúnicos de natureza física (ou mais conhecida de mediunidade de fenômenos físicos) dos fenômenos mediúnicos de natureza intelectual, com comunicações inteligentes (ou seja, mediunidade de fenômenos inteligentes) pelo teor dos fenômenos.
Como sabemos, a mediunidade é o meio de transmissão de comunicações entre ser(es) do plano espiritual, com pessoa(s) encarnada(s). Não existe mediunidade sem a existência de uma comunicação, um espírito desencarnado, uma pessoa encarnada (que pode ou não se confundir com o médium) e um médium.
Mas as comunicações podem trazer ou não um conteúdo.
Nos fenômenos físicos, a comunicação é um fenômeno, mas que não traduz uma mensagem específica do plano espiritual, a não ser a possibilidade da comunicação, em especial pela forma pelo qual se apresentou esse fenômeno.
"Nas comunicações inteligentes, o fenômeno traz uma mensagem. Um conteúdo. Sob a denominação de médiuns de efeitos intelectuais incluem-se os sensitivos ou impressionáveis, os auditivos, falantes, videntes, intuitivos, sonâmbulos, curadores, escreventes ou psicógrafos, pneumatógrafps, inspirados, de pressentimentos, médiuns proféticos" (Curso de Educação Mediúnica, 2º Ano, FEESP).
Por fim, de modo geral, pode-se dizer que os médiuns sentem (ou pressentem) a presença dos espíritos por uma vaga impressão, que para alguns se constitui em um tremor nos membros, em outros como um formigamento, para outros ainda em como uma sensação de calor, frio ou de presença, de modo a não se saber como explicar.
Pelo estudo e trabalho constante, o médium poderá adquirir a sutileza de reconhecer a natureza do espírito que se encontra presente (ou que lhe faz contato) através da impressão que venha a receber. Ou seja, pela impressão, poderá saber a natureza do espírito, se é bom ou mau, e, até mesmo, sua individualidade.
Via de regra, um espírito bom traz sensações agradáveis e suaves, e da mesma forma, mas em sentido contrário, um espírito mau é rodeado de sensações penosas, asfixiantes e desagradáveis.
Para finalizar o assunto, se faz necessário um breve estudo a respeito do sonambulismo.
Allan Kardec conceitua esse estado como sendo "um estado transitório entre a encarnação e a desencarnação; constitui um desprendimento parcial, um pé antecipadamente posto no mundo espiritual" (Obras Póstumas - 1ª Parte, Controvérsias - Sobre a existência de seres intermediários  entre o homem e Deus).
No estado de sonambulismo, face ao maior desprendimento do espírito em relação ao corpo físico, este recobra suas faculdades de forma plena, e assim também recobra toda a recordação de seus conhecimentos, assim poderá de per si (por si mesmo, como espírito) perceber fora dos limites dos sentidos normais, caracterizando-se o animismo. E também poderá andar, falar, passar instruções, tudo sob o controle de seu próprio espírito, mas apresentando características de uma personalidade diversa e distinta de quando em estado normal de consciência.
Poderá também acontecer de não ser o espírito do médium que aja sobre o seu corpo no momento do transe sonambúlico mediúnico, o que se constitui na mediunidade, posto que cede o espírito do médium o corpo para que um outro espírito sobre ele aja e manifeste a comunicação que deseje.
Mas é difícil entender o sonambulismo. Acontece que, qualquer médium que apresente um desprendimento perispiritual parcial, ou seja, um desdobramento da alma (fato comum nos médiuns) pode ser considerado como sendo um médium sonambúlico.
425. O sonambulismo natural tem alguma relação com os sonhos? Como explicá-lo?
 “É um estado de independência do Espírito, mais completo do que no sonho, estado  em que maior amplitude adquirem suas faculdades. A alma tem então percepções de que não dispõe no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito. “No sonambulismo, o Espírito está na posse plena de si mesmo. Os órgãos materiais, achando-se de certa forma em estado de catalepsia, deixam de receber as impressões exteriores. Esse estado se apresenta principalmente durante o sono, ocasião em que o Espírito pode abandonar provisoriamente o corpo, por se encontrar este gozando do repouso indispensável à matéria. Quando se produzem os fatos do sonambulismo, é que o Espírito, preocupado com uma coisa ou outra, se aplica a uma ação qualquer, para cuja prática necessita de utilizar-se do corpo. Serve-se então deste, como se serve de uma mesa ou de outro objeto material no fenômeno das manifestações físicas, ou mesmo como se utiliza da mão do médium nas comunicações escritas. Nos sonhos de que se tem consciência, os órgãos, inclusive os da memória, começam a despertar. Recebem imperfeitamente as impressões produzidas por objetos ou causas externas e as comunicam ao Espírito, que, então, também em repouso, só experimenta, do que lhe é transmitido, sensações confusas e, amiúde, desordenadas, sem nenhuma aparente razão de ser, mescladas que se apresentam de vagas recordações, quer da existência atual, quer de anteriores. Facilmente, portanto, se compreende por que os sonâmbulos nenhuma lembrança guardam do que se passou enquanto estiveram no estado sonambúlico e por que os sonhos não têm sentido. Digo - as mais das vezes, porque também sucede serem a conseqüência de lembrança exata de acontecimentos de uma vida anterior e até, não raro, uma espécie de intuição do futuro.” (Livro dos Espíritos, questão 425).

De acordo com o sonambulismo, o espírito do médium se projeta, acompanhado de parcela do perispírito, ao local onde faz suas visões, ou que escutam instruções, ou que descobrem alguma informação. O espírito do médium passa a fazer parte do ambiente espiritual e material onde acontecem os fatos que presencia.
Saber a aptidão do médium é saber como empregá-lo no trabalho.
Saber como utilizar uma pessoa no trabalho, empregando ao máximo suas potencialidades é melhorar o trabalho.
É importante a boa vontade do médium. Sim, sem dúvida. Mas, também é importante saber se esse médium é apto para desempenhar as tarefas a que se propõe, e se esse desempenho é ideal, para que também não venha a lhe causar prejuízos, cansaço e desequilíbrio.
Como as aptidões, pelo que se pode perceber, são vastas, o estudo precisa ser mais profundo e atencioso.

CENTRO ESPÍRITA ISMAEL
DEPARTAMENTO DE ENSINO DOUTRINÁRIO

AV. HENRI JANOR, 141, JAÇANÃ - S. P.

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