Objetivos:
- refletir sobre as causas que provocam os conflitos entre as gerações;
- buscar entendimento para a aproximação de jovens e adultos.
O Adolescente - quem é?
É um ser novo, utilizando-se do laboratório fisiopsíquico em diferente expressão daquela a que se acostumara na infância.
Algumas das suas glândulas de secreção endócrina, como a pituitária inicialmente, encarregam-se de secretar hormônios que caracterizam as graves e profundas alterações na sua organização física.
Nos meninos, o aparecimento da testosterona encarregada das definições sexuais masculinas, e do estrógeno, que contribui para o aparecimento dos pelos pubianos e demais alterações externas do conjunto genital, anunciam a chegada da puberdade.
Nas meninas, os ovários dão início ao labor de produzir e eliminar estrógeno, que depois se torna cíclico, assinalando as formas da puberdade e logo se transformando em ciclo menstrual.
Esse período turbilhonado no jovem leva-o a verdadeiras crises existenciais de identidade, de contestação de valores, decorrentes das mudanças físicas, sexuais, psicológicas e cognitivas ao mesmo tempo.
Irreflexão,angústia,descontrole nas atitudes são naturais no adolescente, que irá definindo rumos até encontrar um método de adaptação dos seus sentimentos aos padrões vigentes.
Graças ao avanço do conhecimento e às conquistas tecnológicas, o período de adolescência tem sido antecipado, particularmente nas meninas, o que ocorre em razão da precocidade mental e da contribuição dos veículos de comunicação em massa, propondo-lhes uma variedade constante de projetos e necessidades, que se decepcionam com a sociedade, que não está preparada para aceitar as imposições conflitivas do seu período de transição.
O que o adolescente espera da sociedade?
Em razão da imaturidade, o adolescente espera compreensão e auxílio da sociedade, que lhe deve facultar campo para todos os conflitos, não os refreando nem os corrigindo, de forma que o mundo se lhe torne favorável área para as suas experimentações, nem sempre corretas, dando surgimento a novos conceitos e novas propostas de vida.
Essa aspiração é justa, no entanto o ônus é muito alto quando os resultados se apresentam funestos ou danosos, o que normalmente ocorre, tendo-se em vista que a inadequação do jovem ao existente impede-o de entender o que sucede, não possuindo recursos para solucionar os desafios que surgem e a todos aguardam.
O que a sociedade espera do adolescente?
A sociedade, na condição de bloco de identificação de valores, espera que o adolescente venha partilhar das suas definições sem as testar, sem experimentar a sua fragilidade e resistências, o que seria uma acomodação, senão também uma forma de submissão passiva, inviável para o ser em formação.
A sociedade espera que o adolescente se submeta aos seus quadros de comportamento estabelecido, muitas vezes necessitados de renovação, de mudança, face aos imperativos da lei do progresso.
O adulto, representando o contexto social, acredita que, oferecendo ao adolescente os recursos para uma existência equilibrada, educação, trabalho, religião, esportes, etc., ter-se-á desincumbido totalmente do compromisso, não se devendo preocupar com mais nada e aguardando a resposta do entendimento juvenil mediante apoio irrestrito, cooperação constante, continuidade dos seus empreendimentos.
Seria tediosa, a vida social, e retrógrada, se fosse continuada sem as inevitáveis mudanças impostas pelo progresso e trabalhadas pelas gerações novas, às vezes inspiradas pelo pensamento filosófico ou científico, pelo idealismo da beleza e da arte, da religião e da tecnologia, que encontram nos jovens a sua força motriz.
Todos os grandes empreendimentos e movimentos da História, surgidos nas almas luminosas dos eminentes missionários, repercutiram na juventude e obtiveram a resposta em forma de desafio para a sua implantação, do que decorreram as admiráveis transformações sociais e humanas que se impuseram na sucessão dos tempos.
Como resolver o conflito de gerações?
É inevitável, portanto, que o conflito de gerações, que é o resultado da imposição caprichosa de parte a parte, seja resolvido pelo intercâmbio de idéias e compreensão de necessidades reais do grupo social e do adolescente, estabelecendo-se pontes de entendimento e cooperação, para que os dois extremos se acerquem do objetivo, que é o auxílio recíproco.
Somente uma aproximação natural do adolescente, com o grupo social em tranqüila integração, resolve o questionamento que não justifica, lima as arestas das dificuldades existentes, trabalha as diferenças de comportamento e, juntos, avançam em favor de um futuro melhor, onde todos estarão presentes construindo o bem.
Bibliografia:
Joanna de Angelis, do livro "Adolescência e Vida"
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