Powered By Blogger

sábado, 14 de março de 2009

5 - O Livro dos Espíritos

Estudo 5

Introdução do Estudo da Doutrina Espírita

II. Alma – Princípio Vital e Fluido Vital

Principio Vital e Fluido Vital

  1. Definição e Conceito:

Princípio Vital - causa primária

    • - elemento predominante na constituição de um corpo orgânico
    • - base – germe

Fluido Vital - diz-se da forma como esse princípio acima se expande ou corre à maneira de uma substância liquida, gasosa ou gás fluente, suave, brando, corrente, espontâneo.
Defina-se que: em Doutrina Espírita Princípio Vital, Fluido Vital é o princípio da vida material e orgânica, seja qual for sua fonte. É comum à todos os seres vivos desde as plantas até o homem.

3.     Sempre se entendeu assim ?

Não. Para uns, Princípio Vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz quando esta se encontra em determinadas circunstâncias.
Segundo outros, e essa é a idéia mais comum, Princípio Vital se encontra num fluido especial universalmente espalhado, do qual cada ser absorve e assimila uma parte durante a vida, como vemos, por exemplo, os corpos inertes absorverem a luz.

Para a Doutrina Espírita, é ele, princípio da vida material e orgânica. É comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem.

No sentido material, poderíamos dizer que, plantas, animais e minerais são formados dos mesmos princípios.

Nos seres orgânicos, porém, há um princípio especial, inapreensível e que é definido como Princípio Vital. É conhecido também pelos nomes de energia latente ou energia efetivada. Ativo no ser vivente é extinto no ser morto. Desse modo, não há atividade orgânica sem fluido vital e vice-versa. É esse princípio que distingue, dá propriedades, diferenciando matéria orgânica das substâncias inorgânicas.

A Química que decompõe e recompõe a maior parte dos corpos inorgânicos, decompõe também corpos orgânicos, porém, não chega a reconstituir uma folha morta, prova simples, mas evidente que há no ser vivo, o que quer que seja, algo, inexistente nos outros.

Fluido Vital, princípio vital não tem existência própria, mas integrado no sistema de unidade do elemento gerador, é uma das modificações do Fluido Cósmico, que é criação divina.

4.     Como a matéria " absorveria " esse princípio ?

Admite – se :

e.     Ao se formar os seres orgânicos assimilaram o Princípio Vital por ser necessário à destinação deles, ou,

f.     Que esse princípio se desenvolveu em cada indivíduo, por efeito mesmo da combinação dos elementos, tal como se desenvolveu em certas circunstancias, o calor, a luz, a eletricidade.

Combinando-se sem o Princípio Vital, o oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e carbono, formariam um mineral, um corpo inorgânico. O Princípio Vital, modificando a constituição molecular desse corpo dar-lhe-ia propriedades especiais. Em lugar de uma molécula mineral, teríamos uma molécula de matéria orgânica.

A observação mostra que todos os seres orgânicos possuem uma força íntima que produz e manterá o fenômeno da Vida, enquanto essa força existir.
Essa vida é comum a todos os seres orgânicos; independe da inteligência e do pensamento.

Inteligência e pensamento serão faculdades próprias de certas espécies orgânicas.

Ainda – entre as espécies orgânicas, dotadas de inteligência e pensamento, há uma, dotada de senso moral especial, que lhe dá incontestável superioridade perante as outras e que é, sem dúvida, a espécie humana.

A atividade do Princípio Vital é alimentada durante toda a vida pela ação e funcionamento dos órgãos. Cessada essa ação por motivo da morte, o Princípio Vital se extingue. O efeito produzido por esse princípio sobre o estado molecular do corpo, subsistirá mesmo depois dele extinto, como, por exemplo, o calor na carbonização da madeira. Extingue-se " evapora-se ", lentamente até que nada mais reste.

Caracteriza-se a matéria orgânica, por um ciclo que se inicia ao " nascer " e caminha para o " morrer ".

7.     Mas por que morrer? Por que se extingue?

Excetuando-se casos de acidente, destruição dos tecidos por moléstias etc.; mantendo-se constantes as condições gerais (água – ar – calor – alimentos) indispensáveis ao entretenimento da vida, dir-se-ia que os órgãos se " gastam ". E por que?

Se admitirmos na célula fecundada certa quantidade de força vital ( contida nas células originais dos pais no instante da fecundação ) tudo torna-se mais compreensível.

Esse reservatório de energia potencial proveniente dos pais, transforma-se em energia natural à medida que se organiza a matéria.

No começo – ação enérgica – assimilação, agrupamento das moléculas ultrapassando a desassimilação – o indivíduo cresce. A seguir, o equilíbrio das perdas e ganhos, a estabilidade até a chegada da senectude, onde a força vital não mais é suficiente para alimentar os tecidos. Sobrevém aí a morte: o organismo desagrega-se, a matéria retorna ao mundo inorgânico.

No caso do homem, a união do perispírito à matéria carnal, que já vimos, se efetua sob a influência do princípio vital do gérmen; cessa desde que esse princípio deixa de atuar em conseqüência da desorganização do corpo.
Mantida que era, por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. O perispírito se desprende, molécula por molécula e ao Espírito é restituído a liberdade.

Assim frise-se – a morte do corpo pela extinção do fluido vital determina a partida do Espírito. Este, permanece com sua individualidade; pouco a pouco, suas faculdades vão adquirindo maior poder de penetração e ele se percebe real, com toda uma bagagem de sentimentos, desejos, preferências e gostos que o caracterizaram. O princípio da vida, no entanto no corpo que deixou, extinguiu-se; a matéria se decompõe provando-se aí a existência de dois princípios distintos – o princípio vital e o princípio espiritual.
Ainda, é esse fluido vital a extinguir-se, “volatizar-se”, nessa matéria que
" esfria " que desencarnados infelizes buscam " sugar ".

8.     Por que Allan Kardec, nessa Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita coloca essas reflexões Alma e Princípio Vital, juntos?

Muitos naturalistas, especialistas em História Natural, do passado, procuraram explicar a vida intrínseca na natureza orgânica. Percebiam, sabiam haver "algo" operante por meios que lhes fugiam às análises, força particular que não só fabricava vida como reparava órgãos. À falta de palavra própria e por perceberem aí uma espécie de substância imaterial, chamavam de "alma", fundando o animismo em fisiologia. Entre os muitos seguidores, Stahl é considerado seu fundador, por haver demonstrado cientificamente a diferença radical entre os fenômenos de natureza "morta" e os de natureza viva. Essa "alma" regia todos os fenômenos vitais.

Havia ainda os vitalistas, cientistas, pesquisadores que afirmando a necessidade de um princípio físico-químico para explicar os fenômenos vitais, referiam-se a eles como "espírita", com o sentido de idéia predominante, significado, sentido diretriz sem a participação do corpo. Afirmavam ainda que, a natureza dessa força era diferente entre os animais e o homem.

Em meio a essas afirmações, surge Flourens com suas "Considerações gerais sobre análises orgânicas" e defende a idéia de que: "Acima de todas as propriedades particulares e determinadas há uma força, um princípio geral, comum, que todas as propriedades particulares implicam e de que se fazem presumidas, e o qual, sucessivamente, pode ser isolado, destacado de cada uma sem deixar de existir. Que princípio será esse? Seja qual for é essencialmente isso, há uma força geral e una, da qual todas as forças particulares mais não são que expressões ou modalidades".
O pensamento espírita fala que tudo o que existe na Terra, provém de inumeráveis modificações da força e da matéria. A força vital entra no quadro das leis gerais e ao cientista, a nós compete evidenciar a sua presença nos seres vivos, compartilhando da opinião de Flourens.

Kardec reflete que diante das várias opiniões e correntes do pensamento, é impróprio e até de gerar confusões quanto ao real sentido da palavra " alma " na Doutrina Espírita.
Considera que, se permanecêssemos em manter e usar o mesmo termo, teríamos que ajuntar-lhe um qualificativo, por exemplo:

Alma – Vital - para designar o princípio da vida material – seria comum a todos os seres orgânicos – planta – animais – homem.

Alma – Intelectual - para o princípio da inteligência – próprio este dos animais e homem.

Alma – Espírita - para o princípio da nossa individualidade após a morte – esta, somente usável quando se referisse ao homem

Kardec enfatiza ser necessário ao espírita, ao que se interesse por Espiritismo, compreender esses usos e explicações, uma vez que no decorrer dos estudos que se aprofundarão, freqüentemente se repetirá o vocábulo alma, Espírito, fluido ou princípio vital e que deverão ser entendidos no sentido que a Doutrina lhes dá, cuidando assim de se evitar enganos, por um pensar ou interpretar, entender diferente:

Alma – princípio inteligente, imperceptível e indefinível como o pensamento. No estudo dos nossos conhecimentos impossível concebê-la isolada de modo absoluto da matéria. O perispírito, formado de matéria sutil, fará dela um ser circunscrito, definido e limitado à sua individualidade espiritual.

Espírito – embora usado com o mesmo significado de alma não exprime a mesma idéia – o que se significará como Espírito será exatamente a união da alma ao perispírito (alma + perispírito = Espírito) , (alma + perispírito + corpo material = homem)

Princípio Vital

Fluido Vital – princípio especial, contido no Fluido Cósmico – criação divina – inapreensível – ativo no ser vivente extinto no ser morto. Não há atividade orgânica sem fluido vital.

Estabelecidas, evidenciadas as idéias e a importância desses conhecimentos e explicações, o Codificador, convida-nos a passar ao principal objetivo desta instrução preliminar – " A Doutrina e seus contraditores " – assunto de nossa próxima página .

Bibliografia

o    "O Livro dos Espíritos" – Allan Kardec – Introdução II

o    "Dicionário da Língua Portuguesa" – Aurélio pág. 303-509-676-270-450

o    "A Gênese" – Allan Kardec – Cáp. X – itens 16 a 19/Cáp. XI – 17-18-19

o    "A Evolução Anímica" – Gabriel Delanne – cap. I e V

Leda Marques Bighetti

Nenhum comentário:

Postar um comentário