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quinta-feira, 12 de março de 2009

1 - *Importância e necessidades da Infância


1ª. parte

              Sendo o objetivo maior das sucessivas existências, a prática da lei natural, na conquista do aperfeiçoamento espiritual, busquemos compreendê-la. Kardec, em "O Livro dos Espíritos", refere que a lei natural é a única verdadeira para conduzir o homem à felicidade, pois lhe indica o que deve e o que não deve ser feito. Essa lei compreende tanto as leis físicas (Ciência) como as leis morais (o homem renovado moralmente em relação ao semelhante e por decorrência, amando a Deus), sendo necessário o desenvolvimento de ambos os aspectos, para que o Espírito evolua.

              Os parâmetros que nos permitem agir conforme a lei natural encontram-se em nossa própria consciência. O termo consciência, define-se como "um atributo pelo qual o homem pode conhecer e julgar sua própria realidade; faculdade de estabelecer julgamentos morais dos atos realizados; senso de responsabilidade".

              Essa concepção leva a compreender que, o conhecimento da lei natural, possibilita evitar enganos, diminuir sofrimentos e se dá à medida que nos desenvolvemos, que adquirimos conhecimentos que, trabalhados pelo indivíduo, levarão a posicionamentos, opções melhores, diferentes, ajudam-no a discernir entre o bem e o mal, julgar-se, avaliar atos, assumir posições que pouco a pouco se incorporam renovadas nas atitudes habituais do dia-a-dia.

              Esse processo ocorre através dessa ação educadora do Espírito, o que se faz urgente no momento, para que o desenvolvimento intelectual, tão acelerado nos últimos tempos, seja acompanhado pelo desenvolvimento moral, ou dos sentimentos.

              O período mais propício para a efetividade desse processo educativo do Espírito é o da Infância. É importante compreendermos melhor esta fase da vida física, onde as seguintes funções se evidenciam:

1- É um período de adaptação do Espírito ao novo corpo e à nova vida material.

    1. É um período de plasticidade – condição de ser maleável, conduzido, moldado, plasmado. É como jogar sementes em terra que continuamente se revolve, aduba, rega, significando estas providências os cuidados dos pais e educadores no sentido de trabalhar o sentimento, os hábitos morais. Nesse período o Espírito é mais receptivo às impressões que recebe do plano físico, capazes de lhe auxiliar o desenvolvimento; é a oportunidade de ser orientado, trabalhado, entrando em contato com novas realidades para que no futuro suplante suas tendências inferiores.

              O Espírito é maleável à ação educativa dos pais. É quando se pode reformar seu caráter e educar suas más inclinações; tal é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual deverão responder.

              A ação educativa dos pais, compreenda-se, é de reformar, não formar. Recorde-se que esse Espírito traz todo um passado, que se exterioriza hoje, sob variados aspectos. Daí a importância de, os pais estando atentos, trabalhar essas evidências. Esse o sentido do termo reformar: trabalhar algo já existente dando-lhe melhor forma.

              Na infância o Espírito adapta-se ao mundo material, adquire novas idéias, reforça bases para mais tarde, quando estiver em condições de agir por si mesmo, usar a vida não mais para delinqüir mas para crescer, caminhar e progredir. A fonte de atratividade, nessa fase, será o Amor onde se reconstruirá toda uma estrutura que necessita do desvelo e ternura dos pais.

              A infância é, portanto, necessária, imprescindível, um período para reformar. Ao lado do Amor e Respeito, mesmo sendo filho, irmão, neto, aluno, etc., sobretudo é um Espírito Imortal com uma bagagem, já muito vivido, com qualidades e defeitos – um irmão nosso. Nessa visão, eles não nos pertencem; têm características próprias (precisam ser aceitos como são; os problemas que trazem precisam ser exteriorizados para serem trabalhados).

              É importante que os responsáveis, atentos, percebam para onde dirigir toda uma série de cuidados, incentivos, diálogos, enfim, situações a serem trabalhadas, para que não se fixem, reforcem ou aprofundem pontos ainda em conflito, não trabalhados por esse Espírito, em tempos de passado, e trabalhar sua individualidade. A orientação deve ser moral e através da reflexão.

              Recordar que, tal qual cada um de nós, estão em processo evolutivo. Nesta fase, justamente por não terem discernimento para os processos da auto-educação, precisam, necessitam, requerem dos pais ou responsáveis, atenção para perceber pontos, atitudes negativas, a serem trabalhados. Perspicácia, para que a educação seja prazerosa, não impositiva coercitiva ou repressora. Será nesse clima do Amor responsável, que essa individualidade imortal, através, por meio e intermédio da reflexão, orientação moral, unida à vivência dos pais, desabrochará como indivíduo, na plenitude da sua potencialidade.

(Estes raciocínios prosseguirão na próxima página.)

Nanci de A. R. Martins

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