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terça-feira, 30 de junho de 2015

A ALMA É IMORTAL

Obra de Gabriel Delanne, traduzida por Guillon Ribeiro. FEB, 6a  edição.

4a Reunião

Objeto do estudo: Capítulos IV e V da 1a Parte e Capítulo I da 2a Parte.

Questões para debate

A. Delanne extraiu três lições de um caso de desdobramento narrado pelo dr. Paul Gibier em seu livro Análise das Coisas. Quais são elas? (Págs. 101 a 104 do livro; itens 92 a 94 do texto de consulta.)

B. Em que, segundo Delanne, consiste o fenômeno da bicorporeidade? (Págs. 110 a 112 do livro; itens 97 a 99 do texto de consulta.)

C. Que é preciso para a alma desprender-se? (Págs. 113 e 114 do livro; itens 100 a 103 do texto de consulta.)

D. Que fenômenos foram assinalados na vida de Afonso de Liguori, Antônio de Pádua e Maria de Agreda? (Págs. 115 a 119 do livro; itens 104 a 106 do texto de consulta.)

E. Há relatos confiáveis dando conta de que as aparições produzem impressões sobre os animais? (Págs. 120 a

124 do livro; itens 107 a 111 do texto de consulta.)

F. O livro As Alucinações Telepáticas, mencionado por Delanne, também contém relatos de aparições de pessoas falecidas? (Págs. 124 a 129 do livro; itens 112 a 114 do texto de consulta.)

G. Depois de contestar o argumento de que as aparições não passariam de simples alucinações, Delanne afirma que o Espiritismo tem direito ao nome de ciência. Por quê? (Págs. 129 a 135 do livro; itens 115 a 117 do texto de consulta.)

H. Que significa o termo animismo e que é que a teoria animista nos permite concluir? (Págs. 135 a 138 do livro; itens 118 a 120 do texto de consulta.)

Texto para consulta

91. Refere a sra. Stone, em depoimento contido na obra As Alucinações Telepáticas, ter sido vista três vezes por pessoas diversas em lugares onde não se achava fisicamente presente. Após relatar os três episódios, Delanne observa que a sra. Stone se desprendia quando ela se achava de cama. O desdobramento explica os fatos, visto que, numa outra circunstância, sua cunhada pôde ver-lhe distinta e simultaneamente o corpo físico e o corpo fluídico. (Págs. 99 e 100)

92. Em seu livro Análise das Coisas, dr. Paul Gibier refere um caso de desdobramento involuntário, mas consciente, de um moço de trinta anos, talentoso artista gravador. Informações interessantes podem ser colhidas desse relato: I) Ao mirar-se diante de um espelho, o Espírito desdobrado não viu a sua imagem. II) Mal se formou nele o desejo de visitar a casa do vizinho, achou-se nela, de súbito, sem saber como pôde atravessar a parede com tanta facilidade. III) Para mudar de lugar, não era preciso mais do que querer. Aparecia então imediatamente onde desejasse. (Págs. 101 a 103)

93. Três lições podem ser, segundo Delanne, extraídas dessa experiência. A primeira, o fato de que a exteriorização da alma não resultou de uma alucinação, porque é inteiramente real a visão do apartamento vizinho, que o rapaz não conhecia. A segunda, a demonstração de que a alma, quando desprendida do corpo, possui uma forma definida e tem o poder de passar através dos obstáculos materiais, bastando-lhe a vontade para transportar-se aonde queira. A terceira, a informação de que a alma, quando desprendida, tem uma vista mais penetrante do que no estado normal, pois que o moço via o seu próprio coração a bater dentro do peito. (Págs. 103 e 104)

94. Uma última observação pertinente ao fenômeno:  a impossibilidade revelada pelo rapaz de mover, quando desdobrado, o disco do parafuso de seu lampião. Essa impossibilidade, peculiar a todos os Espíritos no espaço, decorre da rarefação do perispírito. Pode dar-se, porém, que - graças a um afluxo de energia tomada ao corpo material - o envoltório fluídico adquira o poder de objetivação em grau suficiente para atuar sobre objetos materiais. A aparição da mãe de Helena Alexander evidenciava essa substancialidade (veja-se o item 87 deste resumo). (Pág. 104)

95. Delanne transcreve, então, na seqüência de seu livro, dois fatos de aparições tangíveis de vivos. (Págs. 105 a 107)

96. Os Anais Psíquicos, edição de setembro-outubro de 1896, narram o seguinte fato relatado pelo sr. Stead. No dia 13 de outubro, um domingo, ele viu entrar no templo a sra. A..., cujo estado de saúde inspirava sérias inquietações. Um dos membros da congregação lhe ofereceu um livro de preces, que ela aceitou e posteriormente ergueu por várias vezes durante o ofício religioso. Visitando a enferma no dia seguinte, o sr. Stead certificou-se de que a sra. A... não saíra de casa naquele domingo, devido ao grave estado de saúde que a retinha no leito. (Págs. 107 e 108)

97. Depois de transcrever um fato em que a aparição também conversou com as pessoas e um outro em que o duplo bateu à porta e bebeu um copo dágua, Delanne observa que nesses fatos não mais se trata de telepatia, mas, sim, de bicorporeidade completa. A aparição que anda, conversa, engole água não pode ser uma imagem mental: é verdadeira materialização da alma de um vivo. (Pág. 110)

98. Se a imagem se materializa suficientemente para abrir ou fechar uma porta, para dar beijos, para segurar um livro, para conversar, etc., temos de admitir que em tais fatos há mais do que simples impressão mental do paciente. (Pág. 111)

99. No curso da vida, a alma se acha intimamente unida ao corpo, do qual não se separa completamente, senão pela morte. Mas, sob a ação de diversas influências: sono natural, sono provocado, perturbações patológicas, ou forte emoção, lhe é possível exteriorizar-se bastante para se transportar, quase instantaneamente, a determinado lugar e, em lá chegando, tornar-se visível de maneira a ser reconhecida. (Pág.  112)

100. Refere Leuret, na obra Fragmentos psicológicos sobre a loucura, que um homem convalescente de grave febre se julgava formado de dois indivíduos, um dos quais se encontrava de cama, enquanto o outro passeava. Pariset, que fora atacado, quando jovem, de um tifo epidêmico, passou muitos dias num aniquilamento próximo da morte. Certa manhã, despertou feliz e, coisa maravilhosa, julgava ter dois corpos, que pareciam deitados em leitos diferentes. (Pág.  113)

101. Cahagnet, o célebre magnetizador, diz ter conhecido muitas pessoas com quem se deram fatos desses - desdobramentos - que, diz ele, são muito freqüentes em estado de doença. (Pág. 113)

102. Observa Delanne que, de modo geral, os relatos mostram que para a alma desprender-se é preciso que o corpo esteja mergulhado em sono, ou que os laços que a prendem ao corpo se hajam afrouxado por uma emoção forte ou por doença. As práticas magnéticas ou os agentes anestésicos acarretam também, por vezes, os mesmos resultados. (Pág. 114)

103. Outra constatação importante, resultante dos exemplos citados, é que a forma visível da alma é cópia absolutamente fiel do corpo terrestre. A identidade entre a pessoa e seu duplo é completa, e não se limita à reprodução dos contornos exteriores do ser material, pois que alcança até a íntima estrutura perispirítica, ou seja, todos os órgãos do ser humano existem na sua reprodução fluídica. (Pág. 114)

104. Em seu livro A Humanidade Póstuma, Dassier relata o caso de uma mulher que procurou um adivinho que vivia recluso, nas cercanias de Filadélfia (EUA), com o objetivo de obter notícias de seu marido, um capitão de navio que partira para longa viagem pela Europa e pela África. O adivinho adormeceu num aposento contíguo ao da consulta e, desdobrando-se, encontrou o capitão num café em Londres, colhendo a informação de que em breve ele regressaria ao lar. De volta à casa, o marinheiro confirmou ter-se encontrado realmente com o adivinho em Londres. (Págs. 115 e 116)

105. Delanne encerra o capítulo transcrevendo um caso de desdobramento provocado relatado na Revista Espírita de 1858 e o conhecido episódio que se deu com Afonso de Liguori, constante do livro A História Geral da Igreja, escrita pelo barão Henrion. Como se sabe, estando adormecido em sua casa por dois dias, Afonso de Liguori, ao despertar, informou ter assistido o papa Clemente XIV, que havia acabado de morrer. O fato ocorreu a
22-9-1774 e reza a história que Clemente XIV deixou de viver às 7 horas da manhã do referido dia, assistido, entre outros, por Afonso de Liguori. (Págs. 118 e 119)

106. Casos análogos, diz Delanne, ocorreram com Santo Antônio de Pádua, S. Francisco Xavier e, sobretudo, com Maria de Agreda, cujos desdobramentos se produziram durante muitos anos. (Pág. 119)

107. Sob o título Aparição real de minha mulher depois de morta, o dr. Woetzel publicou em 1804 um livro que causou grande sensação nos primeiros anos do século XIX. Woetzel pedira à sua mulher, quando enferma, que, se ela viesse a morrer, lhe aparecesse. Algumas semanas depois de sua morte, uma janela do seu quarto se abriu e ele viu a forma de sua esposa, que lhe disse com voz meiga: Carlos, sou imortal; um dia tornaremos a ver-nos. A aparição e essas palavras repetiram-se segunda vez, mostrando-se a falecida vestida de branco e com o aspecto que tinha em vida. (Págs. 120 e 121)

108. Um cão, que da primeira vez não dera sinal de ter percebido coisa alguma, da segunda se pôs a farejar e a descrever um círculo, como se o fizesse em torno de alguma pessoa conhecida. (Pág. 121)

109. O dr. Justinus Kerner, em sua obra sobre a vidente de Prévorst, refere também que, toda vez que o Espírito lhe aparecia, um galgo negro parecia sentir-lhe a presença e corria para junto de alguém logo que a aparição se tornava perceptível à vidente. Desde o dia em que viu o vulto, o cão nunca mais quis ficar sozinho durante a noite. (Pág. 121)

110. Vários fatos, relatados na seqüência por Delanne, demonstram que as aparições, como verificado pelo dr. Kerner, produzem impressões sobre os animais. Ora, conforme observou o naturalista Alfred Russel Wallace, isso não ocorreria se fossem verdadeiras as teorias da alucinação e da telepatia. (Págs. 121 e 122)

111. Além disso, se nas aparições ocorrem fenômenos físicos produzidos por ela, evidente se torna que não é uma imagem mental quem as executa. (Págs. 123 e 124)

112. A obra As Alucinações Telepáticas traz relatos de diversas aparições de pessoas falecidas, como a narrada pela sra. Stella Chieri, da Itália, que lia um livro junto da lareira, quando a porta do recinto se abriu e Bertie (que morrera minutos antes) entrou. Ela se levantou bruscamente, a fim de aproximar do fogo uma poltrona para ele, pois lhe pareceu que o jovem estivesse com frio e não trazia capote, embora na ocasião nevasse. Depois que a aparição se desfez é que a sra. Chieri ficou sabendo, através do sr. G..., que Bertie havia morrido em seu quarto meia hora antes. (Págs. 124 e 125)

113. Relato semelhante foi feito pela sra. Bishop, em março de 1884. Segundo essa escritora, um índio de nome Mountain Jim, que ela conhecera na América, apareceu-lhe no quarto de um hotel na Suíça no dia exato em que seu corpo morrera em sua aldeia. Mountain Jim surgiu de repente diante dela e lhe disse: Vim, como prometi.

Depois, fez um sinal com a mão e disse: Adeus!, fato que prova que o Espírito dispõe de um órgão para produzir sons articulados e de uma força para acioná-lo. (Págs. 127 e 128)

114. Morto na baía de Hong Kong a 21-8-1869, em conseqüência de um ataque de insolação, o sr. Cox apareceu, algumas horas depois, no quarto de seu filho, um menino de sete anos, em Devonport (Irlanda), e logo depois a uma irmã, sra. Minnie Cox, junto da lareira da casa. Como a sra. Cox não sabia de sua morte, ela ficou aterrada e cobriu a cabeça com um lençol, mas pôde ouvi-lo nitidamente a chamá-la pelo nome, o que foi repetido três vezes. (Págs. 128 e 129)

115. Delanne transcreve em seguida um relato datado de 19-5-1883, extraído da obra As Alucinações Telepáticas, em que se registrou a aparição de três Espíritos e, na seqüência, reproduz um caso em que o morto pôde ser visto por diversas pessoas. Diz Delanne que, além desses, a obra citada apresenta 63 outros fatos análogos, o que desmonta a tese da alucinação, porque é ir muito longe imaginar que várias pessoas possam ser vítimas de uma mesma ilusão. (Págs. 129 a 133)

116. A negação, para legitimar-se, diz Delanne, precisa de limites, porquanto não lhe é possível manter-se, desde que seja posta em face de provas experimentais que atestam a realidade das manifestações. Em todos os casos referidos, a certeza da visão em si mesma não é contestada. O que os opugnadores negam é que seja objetiva, ou seja, que se haja produzido algures, que não no cérebro do operador ou dos assistentes. (Págs. 133 e 134)

117. Uma ciência só se acha verdadeiramente constituída quando pode verificar, por meio da experiência, as hipóteses que os fatos lhe sugerem. O Espiritismo tem direito ao nome de ciência, porque não se limitou à simples observação dos fenômenos naturais que revelam a existência da alma, mas empregou todos os processos para chegar à demonstração de suas teorias. O magnetismo e a ciência pura serviram-lhe, nesse sentido, de poderosos auxiliares. (Pág. 135)

118. Os numerosos exemplos verificados do desdobramento da alma mostraram que era possível reproduzir experimentalmente esses fenômenos. Deu-se então a denominação de animismo à ação extracorpórea da alma, porém semelhante distinção é puramente nominal, visto que tais manifestações são sempre idênticas, quer durante a vida, quer após a morte. A alma pode, pois, não apenas produzir fenômenos de transmissão do pensamento ou de aparições, mas também provocar deslocamentos de objetos materiais que lhe atestem a presença. (Págs. 135 e 136)

119. Ora, se a alma humana tem o poder de agir fora do seu corpo, lógico é se admita que dispõe ela do mesmo poder depois da morte, se sobrevive integralmente e se se põe em comunicação com um organismo vivo, análogo ao que possuía antes de morrer. (Pág. 136)

120. Dito isto, Delanne relata um fato de aparição voluntária em que o agente resolveu, por moto próprio, aparecer num quarto em que dormiam duas pessoas de suas relações. Posteriormente, durante a vigília, ele as visitou, ocasião em que a mais velha contou-lhe tê-lo visto no domingo anterior, quando ele se desdobrara e fora à casa delas. (Págs. 137 e 138)

Londrina, janeiro de 2004
Astolfo O. de Oliveira Filho
A alma é imortal

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