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terça-feira, 23 de junho de 2015

A REENCARNAÇÃO

Gabriel Delanne

 

Tradução de Carlos Imbassahy publicada pela Federação Espírita Brasileira

 

ÍNDICE



Acaso  13
Agêneres  5a
Alma  3, 4, 23, 24, 154, 156, 174
Animais  2c, 2d, 2e, 2f, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 58, 61, 71, 164
Animismo  90, 91
Aparições  1g, 25, 27, 28, 29, 30, 31, 74
Aptidões inatas  141
Bíblia e reencarnação  1e, 14, 15, 16
Bola de cristal  89
Cérebro humano  50
Clarividência  21, 129, 133, 142, 162
Comunicações durante a gestação  150
Corpo espiritual  1a, 1h, 2b, 2g, 3e, 3f, 3g, 5b, 4, 22, 23, 24, 35, 37, 38, 39, 41, 42, 44, 45, 73, 74, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 156, 157, 160, 161, 163, 168
Corpo fluídico  1a, 1h, 2b, 2g, 3e, 3f, 3g, 5b, 4, 22, 23, 24, 35, 37, 38, 39, 41, 42, 44, 45, 73, 74, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 156, 157, 160, 161, 163, 168
Crianças prodígios  4b, 5e, 117, 118, 119, 120, 171, 172
Criptomnesia  3d, 90, 91
Desencarnação e morte  99, 175
Ecmenesia  80
Ectoplasma  27
Ectoplasmia  5a, 30, 31, 33, 34, 36, 100, 158, 159, 160
Egoísmo  184, 186
Esquecimento do passado  5f, 165, 177
Evolução espiritual  2a, 2c, 5b, 18, 39, 40, 43, 44, 47, 48, 50, 71, 154, 163, 182
Existências futuras  4g, 21, 145, 147, 153
Expiação e provas  5g, 178, 179, 186, 188
Faculdades supranormais em animais  58, 59, 60, 70, 162
Falsa memória  121, 122, 125
Fatalidade  13
Fenômeno anímico  90, 91
Finalidade da reencarnação  5h, 181, 187, 188
Fotografia de espíritos  28
Frederico Figner  34
Funções do perispírito  2b, 2g, 73, 74, 93, 157, 160, 161, 168
Hereditariedade  4a, 5d, 115, 116, 140, 141, 169, 170
Ideoplastia  68, 69, 169
Imortalidade  156
Inteligência nos animais  2e, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 58, 164
Katie King  29, 32
Materialização de animais  65, 66, 67, 70
Materialização de espíritos  5a, 30, 31, 33, 34, 36, 100, 158, 159, 160
Médiuns e mediunidade  26, 108
Memória  2g, 2h, 3c, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 83, 87, 88, 92, 98, 102, 111, 112, 161
Memória falsa  121, 122, 125
Meninos prodígios  4b, 5e, 117, 118, 119, 120, 171, 172
Metapsíquica animal  58, 59, 60, 70, 162
Morte e desencarnação  99, 175
Palingenesia  1c, 1d, 1e,  8, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 187
Paramnesia  121, 122, 125
Pensamento  155
Perispírito  1a, 1h, 2b, 2g, 3e, 3f, 3g, 5b, 4, 22, 23, 24, 35, 37, 38, 39, 41, 42, 44, 45, 73, 74, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 156, 157, 160, 161, 163, 168
Perispírito em animais  61, 62, 64, 65, 66, 67, 70, 164
Perturbação da alma após a morte  99, 175
Pesquisa sobre a inteligência dos animais  2e, 51, 52, 55
Previsão do futuro  21
Princípio inteligente e sua evolução  2a, 18, 39, 40, 43, 44, 47, 48, 154
Progresso  180, 181, 182, 183, 184, 185, 186, 188
Provas da existência da alma  3, 154, 156
Provas da existência do perispírito  3g, 97
Provas e expiação  5g, 178, 179, 186, 188
Psicometria  4d, 128
Recordações do passado  3b, 3g, 3h, 77, 78, 80, 83, 87, 101, 102, 109, 111, 114
Reencarnação  1b, 4e, 4g, 5h, 5, 6, 7, 8, 9, 14, 15, 16, 17, 19, 107, 131, 133, 136, 144, 150, 151, 167, 171, 172, 176, 180, 181, 183, 187, 188
Reencarnação na Bíblia  1e, 14, 15, 16
Regressão de memória  80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 89, 102, 103, 104, 105, 106, 113, 114, 166
Reminiscências do passado  4c, 4f, 121, 123, 124, 125, 126, 129, 130, 132, 134, 137, 138, 139, 173
Rolf, o cão que sabia calcular  2e, 55, 57
Sábios que se dedicaram ao Espiritismo  2, 20, 36
Sessões experimentais  26
Sistema nervoso e perispírito  3e, 94, 95
Situação da alma após a morte  99, 175
Sonambulismo  79, 109, 110, 111
Telepatia  21, 59, 60, 70, 155, 162
Vibrações  95, 96, 102, 112, 113



N.R.: Para a utilização do índice, pedimos observar o seguinte:
I - A expressão “3e” quer referir-se à questão E da 3a reunião.
II - O número “21” refere-se ao item 21 constante do texto-base desta apostila.





















A REENCARNAÇÃO

Gabriel Delanne

 

Tradução de Carlos Imbassahy publicada pela Federação Espírita Brasileira


1a Reunião

Objeto do estudo: Introdução e Capítulos I e II.

 

Questões para debate


A. Para que serve o perispírito? (Introdução, pág. 14, e cap. II,  págs. 58 e 59. Ver itens 4 e 37 do texto abaixo.)
B. Que espécies de provas da reencarnação existem? (Introdução, pág. 16. Ver itens 6 e 7 do texto abaixo.)
C. Que significa Palingenesia e qual a sua origem? (Cap. I, pág. 17. Ver item 8 do texto abaixo.)
D. Que filósofos da Antigüidade ensinavam a reencarnação? (Cap. I, págs. 18 a 21. Ver itens 10 a 13 do texto abaixo.)
E. A idéia das vidas sucessivas está presente nas Escrituras? (Cap. I, págs. 22 a 24. Ver itens 14 a 17 do texto abaixo.)
F. Que é que as fotografias dos fantasmas revelaram? (Cap. II, págs. 44 e 53. Ver itens 28 e 35 do texto abaixo.)
G. Que é que Charles Richet e William Crookes detectaram nas aparições? (Cap. II, págs. 45 a 49. Ver itens 29 a 32 do texto abaixo.)
H. Existe algo semelhante ao perispírito nos seres inferiores da criação? (Cap. II, págs. 58 a 62. Ver itens 37 a 39 do texto abaixo.)

Texto para consulta


            1. As concepções de céu e inferno caducaram, pois não se compreende a eter­nidade do sofrimento como punição de uma existência, que, compa­rada à imen­sidade do tempo, é menos de um segundo. (PÁG.  12)

            2. Sábios ilustres como Crookes, Wallace, Myers, Oliver Lodge, Lom­broso aceitam, plenamente, para explicar os mesmos fatos a teoria es­pirítica, a única que a eles se poderá adaptar. (PÁG.  13)

            3. Prova-se que a alma existe antes do nascimento por argumentos filosóficos e pelas observações científicas. (PÁG.  14)

            4. A experiência mostra que a alma é inseparável de um corpo fluídico, cha­mado perispírito, que contém em si todas as leis que presidem a or­ganização e a manutenção do corpo material, e, ao mesmo tempo, as que regem o funcio­namento psicológico do Espírito. (PÁG.  14)

            5. Há vinte anos a reencarnação vem sendo admitida por grande número de Es­píritos na Inglaterra e nos EUA, e daí concluímos que essa teoria teria sido, até então, posta de lado pelos Guias espirituais, para não chocar ru­demente as crenças antigas e entravar assim o desenvolvimento do Espiri­tismo. (PÁGS.  15 e 16)

            6. Nas comunicações espiríticas temos duas espécies de provas da reen­carnação: 1a) as que provêm de Espíritos que afirmam lembrar-se de suas vi­das anteriores; 2a) aquelas nas quais os Espíritos anunciam quais se­rão suas futuras reencarnações aqui. (PÁG.  16)

            7. Há, ainda, duas séries de provas concernentes às vidas sucessivas: as fornecidas pelos homens que se lembram de ter vivido na Terra e as decorren­tes da existência dos meninos prodígios. Como a hereditariedade psíquica é inadmissível, a reencarnação é a única explicação lógica das anomalias apa­rentes. (PÁG.  16)

            8. A reencarnação é também chamada Palingenesia – de duas palavras gre­gas:  palin, de novo; genesis, nascimento – e desde os albores da Civilização ela foi formulada na Índia. (PÁG.  17)

            9. O livro dos  Vedas (Bagavat Gitá) afirma textualmente: "Assim como se dei­xam as vestes gastas para
usar vestes novas, também a alma deixa o corpo usado para revestir novos corpos". (PÁG.  18)

            10. Foi Pitágoras quem introduziu na Grécia a doutrina das vidas su­cessivas, que ele aprendera no Egito e na Pérsia. (PÁG.  18)

            11. Platão adotou a idéia pitagórica da Palingenesia. Segundo Platão, "aprender é recordar". (PÁG.  20)

            12. A Escola Neoplatônica de Alexandria ensinava a reencarnação e Plo­tino e Porfírio falam sobre ela de forma absolutamente clara. (PÁGS.  20 e 21)
           
13. Jâmblico afirma não haver acaso nem fatalidade, mas uma justiça in­flexível que regula a existência de todos os seres. Se alguns se vêem em meio a aflições, não é em virtude de uma decisão arbitrária da Divindade, mas conseqüência inelutável das faltas anteriores. (PÁG.  21)

            14. Entre os hebreus a idéia das vidas anteriores era geralmente admi­tida, embora apareça de maneira velada nas Escrituras, como se vê em Isaías (24:19) e Job (14:10 e 14). (PÁG.  22)

            15. Nos Evangelhos a idéia dos renascimentos é mais explícita. Os ju­deus acreditavam na volta de Elias, e Jesus mesmo afirmou: "Elias já veio e não o reconheceram". (PÁG.  22)

            16. O diálogo com Nicodemos contém a célebre lição de Jesus: "Em ver­dade, em verdade vos digo, ninguém verá o reino de Deus, sem nascer de novo". (PÁG.  23)

            17. São Jerônimo diz que a Palingenesia foi ensinada por muito tempo como uma verdade esotérica e tradicional. Orígenes a admitia como uma necessidade lógica para a compreensão da Bíblia. (PÁG.  24)

            18. Leibnitz entende que o princípio inteligente, sob forma de mô­nada, pôde desenvolver-se na seqüência animal. Dupont de Nemours, como Leibnitz, supõe que o princípio inteligente passa por todos os orga­nismos vivos antes de chegar à Humanidade. (PÁG.  26)

            19. Foi em 1857 que Allan Kardec publicou "O Livro dos Espíritos", no qual expõe todas as razões filosóficas que o conduziram à admissão da teoria das vidas sucessivas, e é a ele, principalmente, que se deve a propaganda dessa grande verdade nos países de língua latina. (PÁG.  28)

            20. Dr. Gustave Geley bem como outros cientistas (Dr. Maxwell, Dr. Mou­tin, De Rochas, Lancelin, Carreras e Prof. Tummolo) afirmaram sua convicção na doutrina das vidas sucessivas. (PÁG.  29)

            21. Graças à Sociedade Inglesa de Pesquisas Psíquicas, foi estabele­cido que a telepatia é uma realidade indiscutível, que a clarividência é bem real e que a previsão do futuro já foi muitas vezes averiguada. (PÁG.  32)

            22. O corpo fluídico da alma, o perispírito, foi suspeitado em todas as épo­cas: os hindus lhe chamavam Linga Sharira; os hebreus, Néphesph; os egíp­cios, Ka ou Bai; os gregos, Ochéma; Pitágoras, o carro sutil da alma ou Ei­dolon; o filósofo Cudworth, o mediador plástico; e os ocul­tistas, corpo as­tral. (PÁG.  33)

            23. A alma pode sair do seu corpo físico para mostrar-se ao longe com um se­gundo corpo idêntico ao primeiro, e, em certos casos, capaz de gozar tempo­rariamente as mesmas propriedades. Isto não é teoria: é a própria Natureza que fala, pois as provas são abundantes. (PÁG.  33)

            24. Ressalta da observação e da experiência que o indivíduo humano é capaz, em circunstâncias especiais, de separar-se em duas partes: de uma, vê-se o corpo físico, geralmente inerte, mergulhado em sono pro­fundo, e de outra, um segundo corpo, duplicata absoluta do primeiro, que age ao longe. (PÁG.  38)

            25. Depois da morte, produzem-se fatos absolutamente semelhantes: as aparições dos defuntos têm caracteres idênticos às dos fantasmas dos vivos. De­lanne explica, nesta obra, como podemos saber se não se trata de alucinação. (PÁGS.  39 e 40)

            26. Os espiritistas foram os primeiros  a organizar sessões experimentais, em determinados lugares e em
dias escolhidos. (PÁG.  42)

            27. O Prof. Richet, em seu "Tratado de Metapsíquica", batiza o fantasma com o nome de ectoplasma, que não seria mais que um fenômeno de ideoplastia da matéria exteriorizada pelo médium. Delanne critica essa idéia. (PÁG.  43)

            28. Nota-se pelas fotografias dos fantasmas que eles têm formas reais e pos­suem, durante a materialização, todos os caracteres dos seres vivos. (PÁG.  44)

            29. William Crookes diz que Katie King (o Espírito materializado) era mais alta que Florence Cook (a médium). As orelhas de Katie não são furadas; Flo­rence usa brincos. Katie é muito branca; Florence é muito morena. (PÁG.  45)

            30. Tanto Crookes quanto Charles Richet cortaram e conservaram os cabelos de uma aparição materializada. (PÁG.  47)
           
31. Crookes afirma que a aparição possui coração e pulmões. Mas, o mecanismo fisiológico de Katie King é diferente do da Srta. Cook. Richet comprovou que a forma materializada possui circulação, calor próprio e músculos, e exala ácido carbônico. (PÁG.  48)

            32. Diz Crookes que Katie, na sua última entrevista, entrou com ele no gabi­nete da médium e, inclinando-se sobre esta, tocou-a, dizendo: "Acorde, Flo­rence. É preciso que eu a deixe agora". A Srta. Cook acordou e, banhada em lágrimas, suplicou a Katie que ficasse. (PÁG.  49)

            33. No livro "O Trabalho dos Mortos", Dr. Nogueira de Faria diz que muitas vezes a médium Sra. Prado ficava fechada numa gaiola e os Espíritos se ma­terializavam do lado de fora. (PÁG.  53)

            34. Frederico Figner viu por várias vezes sua filha Raquel materializada, nas sessões com a Sra. Prado, realizadas em Belém do Pará. (PÁG.  53)

            35. O corpo fluídico é semelhante, em todos os pontos, e mesmo, anatomica­mente, idêntico ao corpo físico. É um ser de três dimensões, com morfologia terrestre. (PÁG.  53)

            36. Crookes não foi o único a auscultar fantasmas materializados. Dr. Hitch­man, antropólogo de Liverpool, também foi favorecido. O banqueiro Livermore reviu sua companheira Estela. Lombroso viu sua mãe. (PÁG.  55)

            37. O perispírito é o organizador ao qual a matéria obedece; é a realização física da "idéia diretora", que Claude Bernard assinala como a verdadeira característica da vida; e é, ainda, o desenho vital que cada um de nós rea­liza e conserva durante toda a existência. (PÁGS.  58 e 59)

            38. O ser que nasce reproduz, durante a vida fetal, todas as formas mais simples que o precederam em seus ascendentes. O embrião é um testemunho irrecusável de nossas origens. (PÁG.  61)

            39. Uma vez que o perispírito organiza a matéria, e como esta ressuscita das formas desaparecidas, é lógico concluir que ele conserva traços desse preté­rito e que ele mesmo, o perispírito, evolveu através de estádios inferiores, antes de chegar ao ponto mais elevado da evolução. O princípio inteligente teria, pois, subido lentamente os degraus da série imensa dos seres, antes de desabrochar na Humanidade. (PÁG.  62)

2a Reunião

Objeto do estudo: Capítulos III a VI.

 

Questões para debate


A. Como o princípio inteligente se individualiza? (Cap. III, págs. 64 a 70.  Ver itens 40 a 44 do texto abaixo.)
B. Que é que dá aos tecidos vivos sua especialidade? (Cap. III,  págs. 67 e 68. Ver item 42 do texto abaixo.)
C. Qual é, dentre os vertebrados, o ser menos desenvolvido? (Cap. III, págs. 71 a 73. Ver itens 47 a 50 do texto abaixo.)
D. Quem foi o pioneiro nas pesquisas sobre a existência de sinais de inteligência em animais? (Cap. IV, págs. 75 a 81.  Ver itens 51 a 54 do texto abaixo.)
E. Que habilidades desenvolveu o cão Rolf? (Cap. IV, págs. 81 a 87. Ver itens 55 a 57 do texto abaixo.)
F. Os animais possuem faculdades supranormais? (Cap. V, págs. 91 a 117. Ver itens 58 a 71 do texto abaixo.)
G. Onde reside a nossa memória? (Cap. VI, págs. 119 e 120. Ver itens 72 a 74 do texto abaixo.)
H. Que condições são necessárias, segundo Ribot, para que uma sensação fique registrada em nós? (Cap. VI, págs. 121 a 123. Ver itens 75 a 78 do texto abaixo.)

Texto para consulta


            40. Kardec, em "A Gênese", aceita perfeitamente a tese da evolução anímica exposta nesta obra por Delanne. O prin­cípio inteligente individualiza-se, passando pelos diversos graus da espiri­tualidade: é aí que a alma se ensaia para a vida. (PÁG.  64)

            41. As propriedades do perispírito não podem ser adquiridas senão por uma longa série de encarnações terrestres, pois o perispírito organiza seu corpo físico segundo as leis particulares do nosso planeta. (PÁG.  65)

            42. Le Dantec entende que a "substância cão" pode viver na "substância ho­mem" e aí se adaptar perfeitamente. Eis de novo a noção de perispírito: é o terreno, no corpo do animal, que dá aos tecidos vivos sua especialidade. Uma artéria pode ser enxertada em outro corpo e aí gozar o papel de veia. Há pois um plano orgânico, e a matéria viva lhe obedece, no sentido de que ela transforma sua função caso lhe imponham viver em outro lugar. As experiên­cias do Dr. Alexis Carrel comprovaram esse pensamento. (PÁGS.  67 e 68)

            43. Lamarck e Darwin imaginaram teorias sedutoras para explicar a mutação dos seres. Mas, a verdadeira causa da evolução deve ser procurada nos esfor­ços que o princípio inteligente tem feito para se ir desprendendo das faixas da matéria. (PÁG.  69)

            44. A individualidade do princípio pensante não é aparente nas formas infe­riores. Somos obrigados a buscar no reino vegetal o exórdio da evolução aní­mica, porque a forma que as plantas tomam e conservam durante a vida implica a presença de um duplo perispiritual, que preside às trocas. (PÁG.  70)

            45. A assimilação do papel representado pelo perispírito a um eletroímã de pólos múltiplos, cujas linhas de força desenhassem não somente a forma ex­terna do indivíduo como o conjunto de todos os sistemas orgânicos, parece passar do domínio da hipótese para o da observação científica. (PÁG.  70)

            46. Em 1898, Stanoiewitch apresentou à Academia de Ciências desenhos tomados ao natural que mostram que os tecidos são formados segundo linhas de força nitidamente visíveis. (PÁG.  70)

            47. Nos organismos inferiores, o princípio anímico só existe em estado im­pessoal difuso, pois o sistema nervoso não está diferenciado. (PÁG.  71)

            48. À medida que o sistema nervoso adquire mais importância, as manifestações instintivas variam e apresentam complexidade maior. (PÁG.  71)

            49. Nos vertebrados, tomando por base o desenvolvimento do sistema nervoso e mais particularmente do cérebro, como "criterium" da inteligência, veremos, segundo Leuret, que o encéfalo está em relação ao peso do corpo: nos peixes como 1 está para 5.668, nos répteis como 1 para 1.321, nos pássaros como 1 para 212, nos mamíferos como 1 para 186. (PÁG.  72)

            50. O cérebro humano é tão desenvolvido, que nenhum ser pode ser comparado a nós; mas é sobretudo pelas circunvoluções que o cérebro humano difere do cé­rebro dos outros vertebrados. (PÁG.  73)

            51. Em 1912 ficaram conhecidas em Paris as experiências do Sr. Krall, nego­ciante de Elberfeld, que mostraram que  seus cavalos  Muhamed e Zarif,  por meio de um alfabeto convencional,  podiam entreter-se com
seu mestre e execu­tar cálculos complicados, inclusive extração de raízes cúbicas. (PÁG.  75)

            52. Krall não foi, porém, o pioneiro nessas pesquisas: o precursor foi Wilhelm Von Osten, que desde 1890 percebeu no cavalo Hans sinais de inteli­gência; pouco depois, ele contava, fazia cálculos e lia. (PÁG.  76)

            53. Estando Hans velho e fatigado, decidiu Krall procurar Muhamed e Zarif. Treze dias depois da primeira lição, Muhamed executava pequenas adições e subtrações. Mais tarde, compreendia o francês e o alemão e podia extrair raízes quadradas e cúbicas. (PÁG.  77)

            54. Os fatos parecem estabelecer, assim, que o cavalo é realmente inteli­gente, raciocina e está mais próximo do homem do que supomos. (PÁG.  81)

            55. Rolf, um cão de pêlo vermelho, tinha 3 anos, quando sua inteligência chamou a atenção de Duchâtel, membro da Sociedade Psíquica de Paris: ele também conhecia as letras do alfabeto e fazia cálculos. (PÁGS.  81 e 82) 

            56. Dr. Bérillon asseverou que os animais, cujo sistema nervoso apresenta como o do homem tanta analogia de estrutura e de morfologia, não são despi­dos de consciência, de inteligência e de raciocínio. Esforços de amestra­mento e educação, idênticos aos que se aplicam no ensino às crianças, da­riam, seguramente, resultados inesperados. (PÁG.  84)

            57. Lola, filha de Rolf, era tão desenvolvida intelectualmente como o pai e, como ele, capaz de enunciar pensamentos e discernir. (PÁG.  87)

            58. As faculdades supranormais nos animais só podem ser verificadas pela ob­servação, e Bozzano se refere a isso através de certo número de narrativas publicadas nos "Anais das Ciências Psíquicas", de agosto de 1905. (PÁG.  91)

            59. Carrington narra um caso provável de clarividência, em que o fantasma de um cão é visto por um gato. (PÁG.  97)

            60. Bozzano menciona um fato em que um fantasma de um homem manifesta-se a duas pessoas e é visto também por um cão. (PÁG.  100)

            61. O conjunto dos fatos parece estabelecer, assim, que a individualidade pensante de nossos irmãos inferiores está ligada, também, a uma forma indes­trutível, que é seu corpo espiritual. (PÁG.  103)

            62. A Sra. d' Espérance conta que viu o fantasma de Monna, um pequeno "terrier", morto a uma centena de milhas distante de sua casa. (PÁG.  104)

            63. Delanne comenta: Se a aparição se deu no momento da morte do animal, a visão pode ser atribuída à telepatia; mas se o fenômeno ocorreu algum tempo depois, é que o fantasma foi percebido por clarividência. (PÁGS.  104 e 105)

            64. O Sr. Peters conta, na "Light", ter sido visitado todas as tardes pelo fantasma do gato da proprietária da casa em que convalescia. (PÁG.  105)

            65. O General Thompson descreve a materialização póstuma de um cão, a 106 milhas da cidade em que morrera. (PÁG.  109)

            66. As materializações de formas animais não são raras com Frank Kluski, de Varsóvia, onde até um ser bizarro, chamado "o Pitecantropo", se manifestou, lambendo as mãos dos assistentes como faria um cão. (PÁG.  113)

            67. Em 1922, Dr. Gustave Geley verificou em Varsóvia, com o médium Kluski, materializações de cães. (PÁG.  114)

            68. Em 1904, Delanne  reuniu  grande número de exemplos,  dos quais  resulta que,  em conseqüência de
emoções violentas, mulheres grávidas imprimem no corpo da criança as imagens que as impressionaram vivamente. (PÁG.  114)

            69. Até com gatas esse fenômeno, chamado de ideoplastia, já pôde ser verifi­cado. (PÁG.  115)

            70. Bozzano publicou em agosto de 1905 uma classificação dos fatos de Metapsíquica animal, citando dezenas de casos, o que nos leva à conclusão de que: I - existem comunicações telepáticas entre o homem e os animais domésticos. II - os animais apresentam fenômenos de clarividência e de pressentimentos. III - possuem eles uma forma fluídica que lhes permite desdobrar-se. IV – essa forma fluídica, ou perispírito, per­siste depois da morte e pode materializar-se. (PÁGS.  116 e 117)

            71. É impossível negar que existe entre os animais superiores e nós verda­deiro parentesco intelectual; a identidade do princípio pensante entre eles e nós parece inegável. (PÁG.  117)

            72. A memória não é uma faculdade simplesmente orgânica, ligada à substância do cérebro, mas reside, ao contrário, no perispírito. (PÁG.  119)

            73. Tudo o que age sobre nós, grava-se no perispírito de maneira indelével; essa conservação não reside, como ensina a Psicologia, nos centros nervosos, mas no corpo fluídico imperecível que é inseparável do Espírito. (PÁG.  120)

            74. A prova disso está nas aparições materializadas, que reconstituem o an­tigo corpo material e as faculdades intelectuais do falecido. Não é, pois, somente no sistema nervoso que se registram tais aquisições, porque a morte o destrói, e o ser que sobrevive traz consigo suas lembranças. (PÁG.  120)

            75. Ribot ensina que a memória compreende: a conservação de certos estados, sua reprodução, sua localização no passado. (PÁG.  121)

            76. Para que uma sensação fique registrada em nós, duas condições são neces­sárias: a intensidade e a duração. Mas é preciso, ainda, fazer intervir a atenção, para que uma sensação se torne consciente. Se somos absorvidos por um trabalho interessante, não ouviremos o pêndulo a nosso lado. (PÁG.  123)

            77. É curioso,  porém,  observar, que as sensações despercebidas pelo "eu" normal podem reaparecer, colocando-se o paciente em sono magnético. (PÁG.  123)

            78. Não são apenas as lembranças do estado de vigília que o sonambulismo re­constitui, mas também as dos estados sonambúlicos anteriores, de modo que parece existir em nós duas espécies de lembranças que se ignoram. (PÁG.  123)

3a Reunião

Objeto do estudo: Capítulos VI e VII.

 

Questões para debate


A. Existe alguma ligação entre os estados psíquicos e físicos de uma pessoa? (Cap. VI, págs. 128 e 129. Ver itens 83 e 84 do texto abaixo.)
B. A sugestão hipnótica é o único processo que permite a lembrança do passado? (Cap. VI, págs. 126 a 128, 132 a 134. Ver itens 81, 82, 85 e 86 do texto abaixo.)
C. Diante das experiências conhecidas, pode-se dizer que tudo que vivenciamos e aprendemos se fixa para sempre em nós e deixa aí traços inapagáveis? (Cap. VI, págs. 134 e 135. Ver itens 87 e 88 do texto abaixo.)
D. Que é criptomnesia? (Cap. VI,  págs. 137 e 138. Ver itens 90 e 91 do texto abaixo.)
E. Que vinculação existe entre o sistema nervoso e o perispírito? (Cap. VII, págs. 142 e 143. Ver itens 92 a 96 do texto abaixo.)
F. Que experiências estabeleceram a certeza absoluta da existência do perispírito? (Cap. VII, pág. 143. Ver itens 97 e 98 do texto abaixo.)
G. É possível ativar a recordação do passado por meio do magnetismo? (Cap. VII, págs. 145 a 149. Ver itens 101 a 104 do texto abaixo.)
H. Que fato torna possível renovar as lembranças do passado a uma pessoa que, mesmo desencarnada, tenha esquecido suas existências anteriores? (Cap. VII, págs. 166 a 171. Ver itens 109 a 114 do texto abaixo.)

 

Texto para consulta


            79. O estado produzido pelo sonambulismo abarca toda espécie de memória, compreendidas as do sono e as da vida ordinária. (PÁG.  124)

            80. A ressurreição das lembranças esquecidas de uma parte da vida, que Pi­tres chamou de "ecmenesia", foi assinalada por muitos autores. (PÁG.  126)

            81. Não só as lembranças visuais ou auditivas se conservam, mas as aquisições intelectuais, asseveram Bourru e Burot, que descrevem a regressão de memória a que foi submetida uma jovem de nome Jeanne. (PÁGS.  126 e 127)

            82. Há casos em que a revivescência do passado decorre de uma crise de his­teria (caso Albertina); noutros, o fato se deve à sugestão. (PÁG.  128)

            83. Podemos supor que as lembranças sucessivas se acumulam por andares e que as contemporâneas se ligam de maneira íntima, de tal sorte que não são uni­camente as lembranças psicológicas que sobrevivem, mas todos os estados fi­siológicos concomitantes: renovado um, o outro aparece. (PÁGS.  128 e 129)

            84. Pierre Janet confirma essa ligação indissolúvel dos estados psíquicos e físicos do corpo, em um período qualquer de sua vida. (PÁG.  129)

            85. A sugestão durante o sono hipnótico não é o único processo que permite a lembrança do passado; a regressão pode dar-se em casos de certas doenças, excitação maníaca e no êxtase. (PÁG.  132)

            86. Emoções violentas têm como resultado pôr em ação, de repente, o meca­nismo da memória, tal como se dá no momento da morte. (PÁG.  134)

            87. Parece evidente, diante dos casos examinados, que todas as sensações que experimentamos são registradas e deixam em nós traços indeléveis; e o mais notável é que o esquecimento não implica, de forma nenhuma, o ani­quilamento das lembranças. (PÁG.  134)

            88. Todas as nossas lembranças, mesmo aquelas que não podemos renovar, vivem em nós de maneira latente e constituem os fundamentos de nossa personali­dade; cada lembrança, física ou intelectual, contribui para a edificação de nossa vida mental. Pierre Janet o confirma. (PÁG.  135)

            89. Um dos processos utilizados para exteriorizar as imagens mentais é o da bola de cristal. As visões que aí se obtêm, segundo pesquisadores ingleses, seriam alucinações visuais que exteriorizam imagens contidas no cérebro do experimentador sem deixar, porém, recordação consciente. (PÁG.  136)

            90. Sem exagerar a importância dos fenômenos anímicos, é preciso, contudo, conhecê-los bem, para não supô-los fenômenos espiríticos, como os casos de criptomnesia (memória latente), que se assemelham à clarividência. (PÁG.  137)

            91. Eis um exemplo: O Sr. Brodelbank perdeu uma faca. Seis meses depois, sonhou que a faca estava no bolso de uma calça usada. Acordando, procurou a calça e encontrou a faca no lugar indicado. (PÁG.  137)

            92. Se admitirmos, com Claude Bernard, que todos os movimentos produzidos no organismo exigem a destruição da substância viva, como explicar que nos ve­lhos são as lembranças da mocidade que mais persistem? Essa anomalia seria inexplicável, se o sistema nervoso fosse o registrador de todas as sensações, e não o perispírito. (PÁG.  142)

            93. É aqui que intervém o ensino de Kardec sobre o corpo espiritual, a que deu o nome de perispírito: ele é o molde no qual a matéria física se incorpora,  ou, mais exatamente, o plano ideal que contém as leis organogê-
ni­cas do ser humano. (PÁG.  142)

            94. Ligado ao corpo por intermédio do sistema nervoso, toda sensação, que abala a massa nervosa, desprende essa espécie de energia a que deram os mais diversos nomes: fluido nervoso, fluido magnético, força psíquica... (PÁG.  142)

            95. Essa energia age sobre o perispírito para comunicar-lhe o movimento vi­bratório particular, segundo o território nervoso excitado (vibração visual, auditiva, táctil, muscular etc.), de maneira que a atenção da alma seja acordada e se produza o fenômeno da percepção. (PÁG.  142)

            96. Desde esse momento, essa vibração faz parte, para sempre, do organismo perispiritual, porque, em virtude da lei de conservação da energia, ela é indestrutível. (PÁGS.  142 e 143)

            97. Foram as experiências espíritas que estabeleceram a certeza absoluta da existência desse corpo espiritual, que se torna visível durante o desdobra­mento do ser humano, as aparições e as materializações. (PÁG.  143)

            98. Porque o perispírito é indestrutível, conservamos após a morte a inte­gridade de nossas aquisições e a memória. (PÁG.  143)

            99. A separação entre o espírito e a matéria produz um período de perturba­ção, durante o qual a alma não tem consciência exata de sua nova situação; pouco a pouco, essa espécie de doença perispiritual tem fim, quer normal­mente, quer sob a influência dos Espíritos protetores. (PÁG.  144)

            100. Em certos pacientes o estado fisiológico é inseparável do psicológico, que lhe está associado; isso nos permite entender como, durante uma materia­lização, o Espírito pode reconstituir seu corpo físico por simples ato de sua vontade, isto é, por auto-sugestão. (PÁG.  144)

            101. Se a memória da última vida terrestre é renovada depois da morte, o mesmo não se dá, em muitos casos, com as existências anteriores. (PÁG.  145)

            102. Vimos que existem séries de memórias superpostas e que as camadas su­perficiais são acessíveis à consciência; se quisermos penetrar, porém, mais profundamente no armazém das lembranças, é preciso mergulhar o paciente no estado  sonambúlico,  para dar ao perispírito o movimento vibratório que lhe é próprio.  Há no corpo  espiritual zonas  de  intensidade vibratória prodigiosa­mente diversas, e as camadas perispirituais das vidas anteriores têm um mí­nimo de movimentos vibratórios, que as torna inconscientes para os Espíritos pouco evolvidos: é por isso que ignoram se viveram anteriormente. (PÁG.  145)

            103. É possível despertar tais recordações, magnetizando-os. Kar­dec alude a isso na "Revista Espírita" (caso Dr. Cailleu). Se magnetizarmos um paciente terrestre, de maneira a atingir as camadas profundas do perispírito, podere­mos renovar a memória de suas vidas anteriores, como fizeram os espíritas espanhóis e o Coronel de Rochas. (PÁGS.  146 e 147)

            104. Em 1887, Fernandez Colavida obteve idêntico resultado, no Grupo Espí­rita "Paz", na Espanha. O registro é de Estevan Marata. (PÁG.  149)

            105. Em obra publicada em 1911, o Coronel de Rochas refere suas experiências de regressão de memória, com passes e sugestão. (PÁG.  158)

            106. Flournoy, professor de Psicologia em Genebra, estudou de perto o caso Helena Smith, que descrevia duas existências anteriores, como Maria Anto­nieta e uma princesa hindu, e a vida no planeta Marte. (PÁGS.  159 e 160)

            107. No caso da princesa Simandini, as investigações do prof. Flournoy con­duzem à conclusão de que Helena é a reencarnação da princesa. (PÁG.  163)

            108. Para Flournoy, a mediunidade  não é incompatível com uma vida normal e regular, e o médium não
é necessariamente um nevropata. (PÁG.  164)

            109. A experiência confirma o despertar dos conhecimentos anteriormente ad­quiridos, no período de transe do estado sonambúlico. (PÁGS.  166 e 167)

            110. Muitos exemplos mostram Espíritos descrevendo, em sessões mediúnicas, suas vidas anteriores e dando provas disso. (PÁGS.  168 e 169)

            111. Todas as sensações visuais, auditivas, tácteis, cenestésicas, que agem sobre nós, ficam gravadas de maneira indelével no perispírito e podem re­nascer espontaneamente, ou durante o sono sonambúlico. (PÁG.  170)

            112. Parece que cada período da vida deixa no  perispírito impressões suces­sivas inapagáveis, formadas por associações dinâmicas estáveis que se superpõem sem se confundir, mas cujo movimento vibratório diminui à medida que o tempo passa, até cair abaixo do limiar da consciência espírita. (PÁG.  170)

            113. Se dermos a esse corpo fluídico movimentos vibratórios análogos aos que ele registou em qualquer momento de sua existência, far-se-á renascer todas as lembranças concomitantes desse período. (PÁG.  171)

            114. Foi o que sucedeu nas experiências de Richet, Bourru, Burot, Pitres, Ro­chas e outros, mas nem todos os pacientes se acham aptos a fazer renascer o passado, em virtude de múltiplas causas, e a principal resulta, ao que pa­rece, do que se poderia chamar a densidade perispiritual, isto é, a imper­feição relativa do corpo fluídico, cujas vibrações não podem achar a inten­sidade necessária para ressuscitar o passado. (PÁG.  171)

4a Reunião

Objeto do estudo: Capítulos VIII a XII.

 

Questões para debate


A. Existe a hereditariedade intelectual ou a hereditariedade é apenas fisiológica? (Cap. VIII, págs. 173 a 176. Ver itens 115 a 117 do texto abaixo. Consulte ainda o item 140 deste resumo .)
B. Como explicar a existência dos meninos prodígios? (Cap. VIII, págs. 176 a 183. Ver itens 117 a 120 do texto abaixo.)
C. Qual é a explicação mais plausível das reminiscências de vidas anteriores? (Cap. IX, págs. 187 a 196. Ver itens 121 a 126 do texto abaixo.)
D. Que faculdade possuem os psicômetras? (Cap. IX,  págs. 199 a 202. Ver item 128 do texto abaixo.)
E. Que valor tem, nos estudos sobre a reencarnação, o caso de Laura Raynaud? (Cap. X,  págs. 215 a 228. Ver item 131 do texto abaixo.)
F. Por que as lembranças de vida anterior são mais freqüentes entre as crianças? (Cap. XI, págs. 236 a 246. Ver itens 137 a 139 do texto abaixo.)
G. Os Espíritos sabem quando vão reencarnar? E sabendo disso podem anunciá-lo aos encarnados? (Cap. XII, págs. 253 a 264. Ver itens 145 a 147 do texto abaixo.)
H. Que lições podemos extrair do caso de Alexandrina, filha do Dr. Carmelo Samona? (Cap. XII, págs. 264 a 277. Ver itens 148 a 152 do texto abaixo.)

 

Texto para consulta


            115. Os fatos da hereditariedade, segundo Ribot, podem ser classificados da seguinte maneira: hereditariedade direta, de retorno ou atavismo, colateral ou indireta e hereditariedade telegônica. (PÁG.  173)

            116. A hereditariedade morfológica é a lei, embora apresente numerosas exceções para os caracteres secundários. Do ponto de vista in­telectual, ela inexiste, havendo considerável número de exemplos de grandes sábios que saíram dos meios mais ignorantes, como Descartes, Bacon e Kant. (PÁG.  175)

            117. As crianças prodígios constituem a melhor prova de que a inteligência independe do organismo que a serve. (PÁG.  176)

            118. Encontram-se vários exemplos de  prodigiosa precocidade em todas as épocas e em todos os países:
Haendel compunha aos dez anos; Mozart aos 4 anos executava uma sonata e aos 11 compôs duas óperas. (PÁG.  176)

            119. Os exemplos de precocidade intelectual se encontram também na pintura, na poesia, na literatura e nas ciências em geral, e são inconciliáveis com a teoria que vê na inteligência um produto do organismo. (PÁGS.  178 a 182)

            120. A hipótese espírita da preexistência do homem é a única que dá uma ex­plicação lógica das crianças prodígios. É um erro, porém, pensar que tais crianças eram simples médiuns, visto que podiam a qualquer momento e em qualquer circunstância dar provas de suas surpreendentes aptidões. (PÁG.  183)

            121. As reminiscências só podem ser explicadas com o ter a alma vivido ante­riormente, embora nossos contraditores digam que não se trata de recordações de vidas passadas, mas uma doença da memória – "a falsa memória", para Ri­bot, ou "o sentimento do já visto" ou "do já experimentado", para o Dr. Chauvet. Chamam-lhe também "paramnesia". (PÁG.  187)

            122. Quando o sentimento do já visto se impõe ao observador por fatos con­temporâneos, conversas ou leituras, é conseqüência de uma doença da memória e não há razão para disso nos ocuparmos. (PÁG.  189)

            123. Dá-se o contrário com a reminiscência, quando ao ver uma paisagem pela primeira vez esse sentimento se faz acompanhar e se completa pelo conheci­mento de coisas e pormenores. (PÁG.  189)

            124. Pode acontecer, porém, que o paciente vê em sonho cidades nunca visita­das e então as descreve. Flammarion refere exemplos disso. (PÁG.  189)

            125. É pelo estudo das circunstâncias que poderemos distinguir a reminis­cência de vidas anteriores duma lucidez durante o sono e duma perversão da memória, ou paramnesia. (PÁG.  193)

            126. As reminiscências de vida anterior relatadas por crianças apresentam, por vezes, tantos pormenores que é difícil explicar o fato de outro modo que não seja a reencarnação. (PÁGS.  195 e 196)

            127. Nem sempre a verificação do fato é possível,  mas há muitos casos em que a realidade dos depoimentos pode ser comprovada. (PÁG.  199)

            128. Existem pessoas chamadas psicômetras, que têm a faculdade de reconsti­tuir cenas do passado quando se lhes põe nas mãos um objeto qualquer asso­ciado àquelas cenas. Uma pedra de um sarcófago egípcio, por exemplo, pode evocar a idéia do Egito e de cenas funerárias que ali se desenrolaram. Parece que, quando certas pessoas reconhecem, repentinamente, cidades ou regiões nunca vistas, esses novos lugares exercem sobre elas uma ação análoga à experimentada pelos psicômetras. Delanne relata, a respeito desse fato, alguns exemplos interessantes. (PÁGS.  199 a 202)

            129. O caso Matilde de Krapkoff, em 1893, é desses ambíguos em que hesitamos em classificar se se trata de lembranças de uma vida anterior, ou de lucidez possibilitada pela faculdade de clarividência. (PÁGS.  202 a 206)

            130. O caso referido pela Sra. Spapleton apresenta características que per­mitem colocá-la entre as que nos dão provas de uma vida anterior. Existe  algo mais que o "o sentimento do já visto" para as descrições do castelo de Versalhes. (PÁGS.  208 a 213)

            131. O caso de reencarnação de Laura Raynaud, descrito pelo Dr. Durville, pôde ser completamente verificado e documentado. (PÁGS.  215 a 228)

            132. Verificamos que certas crianças têm a intuição de haver vivido ante­riormente, enquanto outras conservam indiscutíveis lembranças de suas vidas passadas. (PÁG.  229)

            133. A clarividência pode explicar certos fatos, mas não explica o conheci­mento de que uma senhora tivesse morrido no início do século XIX  de doença do peito, nem que fosse inumada em uma igreja, nem a certe-
za que tinha de haver vivido anteriormente, como se deu com Laura Raynaud. (PÁG.  229)

            134. Juliano lembrava-se de ter sido Alexandre da Macedônia. Empédocles di­zia ter sido rapaz e moça. Ponson du Terrail recordava-se de ter vivido ao tempo de Henrique III e Henrique IV. Devemos ater-nos, porém, às narrativas que trazem consigo  a prova de autenticidade. (PÁG.  232)

            135. Muitas vezes, no sonambulismo e nas enfermidades, o paciente repete frases inteiras ouvidas no teatro ou lidas antigamente, profundamente esque­cidas no estado normal. Mas uma palestra sustentada em língua desusada, go­zando o indivíduo de todas as faculdades, supõe o funcionamento de um meca­nismo, muito tempo inativo, que se revela no momento próprio. (PÁG.  234)

            136. Não se improvisa uma linguagem; ora, se a essa ressurreição mnemônica se juntam lembranças precisas de fatos e lugares, há fortes indícios de que a reencarnação é a explicação mais lógica desses fenômenos. (PÁG.  234)

            137. Jules-Alphonse, de 7 anos de idade, cura com a imposição de suas mãos, ou com o auxílio de remédios vegetais que ele receita. Quando se pergunta onde as houve, responde que ao tempo em que era médico. (PÁG.  236)

            138. As lembranças de uma vida anterior se revelam mais freqüentemente entre as crianças, porque o perispírito, antes da puberdade, possui ainda um movi­mento vibratório que, em certas circunstâncias, pode adquirir bastante in­tensidade, para fazer recordações da existência anterior. (PÁG.  237)

            139. O fenômeno, nas crianças, de lembranças de vida passada não é particu­lar a uma época ou a uma nação. Delanne narra uma série de casos ocorridos em diferentes países. (PÁGS.  238 a 246)

            140. Como vimos, a hereditariedade fisiológica não existe para os fenômenos intelectuais, não só porque os homens de gênio saem muitas vezes dos meios menos cultivados, como porque seus descendentes não lhes herdam as faculda­des. (PÁG.  247)

            141. O Espírito que se encarna traz, em estado latente, o resultado de seus estudos anteriores e, quando as circunstâncias o permitem, certas crianças apresentam, desde a mais tenra idade, aptidões incríveis para a aquisição de conhecimentos que exigem, em outras pessoas, longos anos de estudo. (PÁGS.  247 e 248)

            142. Na maior parte dos casos, a clarividência não deve ser invocada como explicação do fenômeno, porque, para que a lucidez possa ser posta em ação, é preciso, em regra, uma causa que estabeleça uma relação entre o vidente e a cena descrita. (PÁG.  248)

            143. É preciso, no entanto, um número mais importante desses testemunhos, para que esse gênero particular de fenômenos entre definitivamente no domínio da Ciência. (N.R.: Leiam-se, sobre o assunto: "Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação", de Ian Stevenson, e "Reencarnação no Brasil", de Hernani Guimarães Andrade, editado em 1987.) (PÁG.  249)

            144. A lei das vidas sucessivas, como vimos, não se nos apresenta mais como simples teoria filosófica, visto que se pode apoiar em fatos experimentais, como os da regressão da memória, levada além do nascimento atual. (PÁG.  250)

            145. Existem casos em que o Espírito previne os familiares de seu retorno à Terra. Delanne relata inúmeros exemplos a respeito. (PÁGS.  253 a 256)

            146. Após relatar casos de reencarnação anunciados em sessões espíritas, De­lanne comenta o caso de uma jovem que tivera um ódio implacável do irmão e, desejando progredir, solicitou uma reencarnação como filha dele. (PÁG.  260)

            147. Léon Denis refere  o  caso de um Espírito que anunciou sua próxima en­carnação e, como sinal para
o seu reconhecimento, acrescentou que teria uma cicatriz de 2 centímetros do lado direito da cabeça, o que ocorreu. (PÁG.  264)
            148. O caso da jovem Alexandrina, filha do Dr. Carmelo Samona, conhecido nos meios científicos da Itália, é relatado por Delanne. (PÁGS.  264 a 270)

            149. Reencarnada, a nova Alexandrina apresenta o mesmo aspecto físico da vida precedente: era ela cópia fiel da primeira, afirma o pai. (PÁG.  271)

            150. A objeção de que a pequena Alexandrina não poderia manifestar-se, se a reencarnação tivesse começado, é inexata, pois sabemos que o Espírito encar­nado pode perfeitamente dar comunicações e, com mais forte razão, quando não se acha, ainda, completamente ligado ao corpo. (PÁG.  276)

            151. Os hábitos de Alexandrina reencarnada não se podem atribuir à influên­cia do meio e da educação, porque sua irmã gêmea, Maria Pace, difere comple­tamente de Alexandrina. (PÁG.  276)

            152. Onze anos depois do nascimento de Alexandrina II, as semelhanças com a primeira persistiam: além de canhota, tinha os mesmos hábitos e recordações de lugares e experiências vividas na vida precedente. (PÁG.  277)

            153. Os fenômenos referentes ao aviso de uma futura reencarnação são bas­tante numerosos para se imporem como realidade. (PÁG.  278)

5a Reunião

Objeto do estudo: Capítulos XIII e XIV.

 

Questões para debate


A. Os Espíritos materializados podem andar, falar, escrever? (Cap. XIII, págs. 283 e 284. Ver itens 158 a 160 do texto abaixo.)
B. Onde e como o perispírito adquiriu suas propriedades? (Cap. XIII, págs. 284 a 287. Ver itens 160 a 164 do texto abaixo.)
C. Segundo Pitres, Bourru, Janet e outros, as aquisições que fazemos deixam um traço indelével em nós. Nem sempre, porém, vêm à nossa consciência, de imediato, todas as coisas que estudamos. Isso significa que esse conhecimento se perdeu? (Cap. XIII, págs. 288 e 289. Ver itens 165 e 166  do texto abaixo.)
D. Existe a hereditariedade psicológica? (Cap. XIII, págs. 291 e 292. Ver itens 168 a 171 do texto abaixo.)
E. Sem a explicação dada pela Palingenesia, como explicar fenômenos como o de Hennecke, que aos 2 anos sabia três línguas e com 2 anos e meio, mamando ainda, pôde prestar um exame de História? (Cap. XIII, págs. 292 e 293. Ver itens 171 a 173 do texto abaixo.)
F. Se a reencarnação realmente existe, por que nos esquecemos das vidas passadas? (Cap. XIV, págs. 300 a 302. Ver itens 176 e 177 do texto abaixo.)
G. Todos os incidentes infelizes da vida são expiações de faltas passadas? (Cap. XIV, págs. 302 e 303. Ver itens 178 e 179 do texto abaixo.)
H. Qual é, afinal, o objetivo da reencarnação? (Cap. XIV, págs. 304 a 306. Ver itens 180 a 187 do texto abaixo.)

Texto para consulta


            154. Vimos, das pesquisas feitas pelos sábios mais notáveis do mundo in­teiro, que existe no homem um princípio transcendental, desconhecido dos quadros da Fisiologia oficial, porque se nos revela com faculdades que o tornam muitas vezes independente das condições de tempo e espaço que regem o mundo material. (PÁG.  281)

            155. É absolutamente certo que o pensamento de um indivíduo pode exteriori­zar-se e agir a distância sobre outro ser vivo, independentemente de qual­quer ação sensorial. A isso chamamos Telepatia. (PÁGS.  281 e 282)

            156. O conjunto das provas nos permite dizer que o Espírito não é um produto do corpo, pois que sobrevive à morte física, e possui sempre o mesmo orga­nismo fluídico, que o acompanha durante a vida e o individualiza depois que se separa do corpo material. (PÁG.  283)

            157. Durante a vida, o conhecimento do perispírito faz-nos compreender: 1o - a conservação do tipo indi-
vidual, apesar da renovação incessante de to­das as moléculas carnais; 2o - a reparação das partes lesadas; 3o - a continui­dade das funções vitais, num meio continuamente em renovação. (PÁG.  283)

            158. Nas sessões de materialização se forma um ser estranho aos assistentes e que é objetivo, porque todos o descrevem da mesma maneira, porque é possível fo­tografá-lo, porque deixa impressões digitais, porque age fisicamente e por­que pode falar e escrever. (PÁGS.  283 e 284)

            159. O ser materializado possui todas as propriedades fisiológicas de um ser humano comum e faculdades psicológicas. (PÁG.  284)

            160. Uma vez que o perispírito possui a faculdade de materializar-se, supo­mos que no instante do nascimento é ele que forma seu invólucro corporal, que não passa de uma materialização estável e permanente. (PÁG.  284)

            161. O corpo espiritual conserva o estatuto das leis biológicas que regem a matéria organizada, e contém todos os arquivos da vida mental. (PÁG.  284)

            162. Verificamos que as faculdades transcendentais, como a telepatia, a cla­rividência, e mesmo a ideoplastia, existem também nos animais. (PÁG.  285)

            163. O perispírito adquiriu suas propriedades funcionais, no curso de suas evoluções terrestres, passando, sucessivamente, por toda a fieira da série animal, numa gradação sucessiva e numa evolução contínua. (PÁG.  286)

            164. Em todos os seres vivos há as mesmas contribuições orgânicas, as mesmas funções vitais, o mesmo princípio pensante, o mesmo invólucro perispiritual. (PÁG.  287)

            165. As experiências de Pitres, Bourru e Burot, Janet e outros provaram que tudo que recebemos deixa um traço indelével, mas as aquisições intelectuais não se apresentam simultaneamente à consciência: a regra é que seu maior nú­mero seja esquecido. Esse esquecimento não significa, porém, destruição.  (PÁG.  288)

            166. A subconsciência re­gistra sempre os estados mentais e os associa indissoluvelmente aos estados fisiológicos contemporâneos, de sorte que, ressuscitando-se os primeiros, fazem-se renascer os segundos, e vice-versa. Essa regressão da memória pode dar-se espontaneamente ou ser provocada por diferentes processos. Os espiritistas, praticando as experiências magnéticas, descobriram esse poder de renovação das lembranças terrestres, durante a vida, e prosseguiram na regressão até os estados anteriores ao nascimento atual. (PÁGS.  288 e 289)

            167. As personalidades distintas que se observam em cada encarnação não pre­judicam o princípio da identidade, pois verificamos que um mesmo indiví­duo, no curso da vida, pode apresentar oposições prodigiosas de caráter, como Luís V., ora calmo e honesto, ora ladrão e turbulento. (PÁG.  290)

            168. Desde que o perispírito possui o poder de organizar a matéria, é a ele que atribuímos essa função para explicar a formação do embrião e do feto. (PÁG.  291)

            169. Os caracteres secundários, pertencentes aos pais, podem ser atribuídos a uma ação magnética do pai e da mãe, que modifica mais ou menos profunda­mente o tipo perispiritual do ser que se encarna, para lhe dar semelhança com seus genitores. (PÁG.  291)

            170. Essa hereditariedade física existe, mas não é geral nem absoluta: o mesmo não acontece quando se trata da hereditariedade psicológica, que não existe nunca. (PÁG.  292)

            171. Cada ser, voltando à Terra, traz consigo a bagagem do passado. (PÁG.  292)

            172. Como explicar de outra forma o caso inverossímil, mas bem real, de Hennecke, que aos 2 anos sabia três línguas e com 2 anos e meio, mamando ainda, pôde prestar um exame de História e Geografia? (PÁG.  292)
            173. Embora se saiba que a lembrança do passado, que se manifesta de maneira tão brilhante nas crianças prodígios, não é geralmente conservada, é possí­vel, por vezes, que o Espírito encarnado recupere, momentaneamente, parte de suas lembranças anteriores, quando se veja em lugares antes habitados por ele. (PÁG.  293)

            174. Quanto à origem da alma, as opiniões dos teólogos reduzem-se a duas hi­póteses: uns admitem que todas as almas estavam contidas na de Adão e que se transmitem pela geração – tal a opinião de S. Jerônimo, Lutero e Tertuliano, que não foi admitida universalmente. Outros entendem que é preciso um ato da vontade divina para que se crie uma alma a cada nascimento, o que é inconci­liável com a bondade e justiça de Deus. (PÁG.  298)

            175. O estudo das comunicações espíritas provou que a situação da alma, de­pois da morte, é regida por uma lei de justiça infalível, segundo a qual os seres se encontram em condições de existência rigorosamente determinadas por seu grau evolutivo e pelos esforços que faz para melhorar-se. (PÁG.  299)

            176. Admitindo-se que o nascimento  atual é precedido de uma série de exis­tências anteriores,  tudo  se  esclarece e se explica com facilidade: os homens trazem, ao nascer, a intuição do que já adquiriram e são mais ou menos adiantados,  segundo o número de existências percorridas. (PÁG.  300)

            177. O esquecimento de nosso passado se explica também com facilidade: se a renovação do passado fosse geral, ela perpetuaria as dissensões e os ódios que foram a causa das faltas anteriores, e se oporia ao progresso. (PÁG.  302)

            178. É preciso observar que os incidentes infelizes da vida não são, neces­sariamente, expiações de faltas anteriores. As provas são condições indis­pensáveis para obrigar-nos a vencer nosso egoísmo e desenvolver as faculda­des e virtudes que nos fazem falta. (PÁG.  302)

            179. O mal não é uma fatalidade inelutável de que não nos podemos libertar: é um aguilhão, uma necessidade destinada a compelir o homem para a estrada do progresso. (PÁG.  303)

            180. Apesar dos sofismas dos retóricos, o progresso não é uma utopia. Do ponto de vista material, o progresso salta aos olhos, embora, do ponto de vista moral, seja ele mais lento. Quem pode comparar o proletariado atual com a escravidão antiga? (PÁG.  304)

            181. As vidas sucessivas têm, pois, por objeto o desenvolvimento da inteli­gência, do caráter, das faculdades, dos bons instintos, e a supressão dos maus. (PÁG.  305)

            182. Sendo contínua a evolução e perpétua a criação, cada um de nós, no cor­rer das existências, é feitura de si mesmo. (PÁG.  305)

            183. Partimos todos do mesmo ponto, para chegar ao mesmo fim, e essa comu­nhão de origem mostra-nos claramente que a fraternidade não é uma palavra vã. (PÁG.  305)

            184. O egoísmo é, ao mesmo tempo, um vício e um mau cálculo, porque a melho­ria geral só pode resultar do progresso individual de cada um dos membros que constituem a sociedade. (PÁGS.  305 e 306)

            185. Quando estas grandes verdades forem bem compreendidas, encontrar-se-á menos dureza entre os que possuem, e menos ódio e inveja nas classes infe­riores. (PÁG.  306)

            186. Se os que detêm a riqueza ficassem persuadidos de que, na próxima en­carnação, poderão surgir nas classes indigentes, teriam evidente interesse em melhorar as condições sociais dos trabalhadores, e estes, reciprocamente, aceitariam com resignação a sua situação momentânea, sabendo que, mais tarde, poderão estar, por sua vez, entre os privilegiados. (PÁG.  306)

            187. A Palingenesia é, pois, uma doutrina essencialmente renovadora, é um fator de energia, visto que estimula em nós a vontade, sem a qual nenhum progresso individual ou geral pode realizar-se. (PÁG.  306)

            188. Podemos, então, dizer com Maeterlinck:

"Reconheçamos, de passagem, que é lamentável não sejam peremptórios os argumentos dos teósofos e dos neo-es­piritistas; porque não houve nunca uma crença mais bela, mais justa, mais pura, mais moral, mais fecunda, mais consoladora, e até certo ponto verossí­mil que a deles".
"Tão só com a sua doutrina das expiações e das purificações sucessivas, ela explica todas as desigualdades sociais, todas as injustiças abomináveis do destino."  (PÁGS.  306 e 307)

 

 
APÊNDICE

1.  Nascido em Paris a 23 de março de 1857, no mesmo ano em que veio a lume a primeira edição de “O Livro dos Espíritos”, Gabriel Delanne faz parte, ao lado de Léon Denis, Camille Flammarion e Ernesto Bozzano, da elite de escritores espíritas cujas obras o estudioso do Espiritismo não pode desconhecer. Sua desencarnação ocorreu em 15 de fevereiro de 1926, pouco antes de completar 69 anos de idade.

2. As obras de Gabriel Delanne constantes do catálogo da Federação Espírita Brasileira são:  “O Fenômeno Espírita”,  de 1893;  “A Alma é Imortal”, de 1895; “A Evolução Anímica”, de 1895; “O Espiritismo perante a Ciência” e “A Reencarnação”.

3. Seu pai, Alexandre Delanne, e sua mãe foram amigos e íntimos companheiros de Kardec durante todo o tempo em que o Codificador realizou em Paris seu trabalho de estruturação da doutrina espírita. Quando Kardec desencarnou, Alexandre Delanne foi a primeira pessoa a dirigir-se à casa do Codificador, atendendo com presteza a um chamado feito pela sra. Amélie Boudet.

4. Ao ver o corpo de Kardec inanimado, Delanne friccionou-o, magnetizou-o, mas em vão. Tudo estava acabado. Conta o sr. E. Müller em carta dirigida ao sr. Finet, referindo-se à visita que fez naquele mesmo dia à casa do Codificador: “Penetrando a casa, com móveis e utensílios diversos atravancando a entrada, pude ver, pela porta aberta da grande sala de sessões, a desordem que acompanha os preparativos para uma mudança de domicílio; introduzido numa pequena sala de visitas, que conheceis bem, com seu tapete encarnado, e seus móveis antigos, encontrei a sra. Kardec assentada no canapé, de face para a lareira; ao seu lado, o sr. Delanne; diante deles, sobre dois colchões colocados no chão, junto à porta da pequena sala de jan­tar, jazia o corpo, restos inanimados daquele que todos amamos. Sua cabeça, envolta em parte por um lenço branco atado sob o queixo, dei­xava ver toda a face, que parecia repousar docemente e experimentar a suave e serena satisfação do dever cumprido.”

5. Um fato curioso ocorrido com Gabriel Delanne, quando ele contava 8 anos, é relatado por Kardec na Revista Espírita de 1865, às págs. 312 a 314. Trata-se de uma experiência de tiptologia que Gabriel, auxiliado por três crianças de sete, cinco e quatro anos, realizou a pedido de uma senhora. O menino, após a evocação, pediu a ela que perguntasse quem respondia. A mulher interrogou e a mesa soletrou duas palavras: Teu pai. Na seqüência, a pedido dela, o Espírito deu três provas de que era mesmo seu pai quem ali se manifestava.

6. Comentando o caso, Kardec informa que não era a primeira vez que a mediunidade se revelava em crianças e o que ocorreu fora já anunciado numa célebre profecia: Vossos filhos e vossas filhas profetizarão, a que se reporta o livro Atos dos Apóstolos, 2:17.

 

Londrina, fevereiro de 2001

GEEAG - Grupo de Estudos Espíritas Abel Gomes

Astolfo Olegário de Oliveira Filho
A Reencarnação.doc



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