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segunda-feira, 29 de junho de 2015

A ALMA É IMORTAL

Obra de Gabriel Delanne, traduzida por Guillon Ribeiro. FEB, 6a  edição.
3a Reunião

Objeto do estudo: Capítulos III e IV da 1a Parte.

Questões para debate

A. Que fato relacionado com o fenômeno das mesas girantes, ocorrido em Fossano, foi relatado pelo professor Morgari na Sociedade Espírita de Turim? (Págs. 70 e 71 do livro; itens 61 e 62 do texto de consulta.)

B. Que manifestações registradas pelo dr. Moroni comprovam que as comunicações espíritas não decorrem de uma simples exteriorização do médium, mas da ação de um Espírito a ele estranho? (Págs. 71 a 74 do livro; itens 63 a 68 do texto de consulta.)

C. Três experiências mediúnicas realizadas com a participação do médium Sauvage são descritas no livro. Quais são elas? (Págs. 76 a 78 do livro; itens 69 a 71 do texto de consulta.) 

D. Que pormenores revelaram os sonhos tidos pela Sra. Fleurot com Blaise Pascal e que é que  esse fato revela? (Págs. 80 a 82 do livro; itens 72 a 75 do texto de consulta.)

E. Episódio semelhante ao de Blaise Pascal ocorreu com o poeta Vergílio. Como, neste caso, a vidente teve certeza de sua vidência? (Págs. 82 e 83 do livro; itens 76 a 78 do texto de consulta.)

F. Que é que levou à fundação na Inglaterra da Sociedade de Pesquisas Psíquicas e quais foram seus primeiros resultados? (Págs. 87 e 88 do livro; itens 80 a 82 do texto de consulta.)

G. Que provas acerca da objetividade das aparições são mencionadas pelo cientista Alfred Russel Wallace em seu livro Os milagres do moderno espiritualismo? (Págs. 88 e 89 do livro; itens 83 e 84 do texto de consulta.)


H. Dois casos de aparições espontâneas envolvendo a Sra. Reddell e o grande poeta Goethe são mencionados por Delanne. Como tais fatos se deram? (Págs. 91 a 96 do livro; itens 86 a 90 do texto de consulta.)

Texto para consulta

61. A 20 de outubro de 1863, na Sociedade de Estudos Espíritas de Turim, o professor Morgari relatou um fato muito interessante ocorrido em Fossano, quando o Espírito de determinada mulher dirigiu tocantes palavras ao professor P..., seu marido. 
Depois de falar-lhe, a pranteada esposa manifestou o desejo de ver os filhinhos do casal, que dormiam, naquele momento, em aposentos contíguos. A mesa passou então a mover-se com grande rapidez e penetrou no aposento mais próximo, onde uma das crianças, menina de três anos, dormia profundamente. Acercando-se de seu berço, a mesa se ergueu e se inclinou, no ar, para a criancinha que, sempre a dormir, lhe estendeu os braços e exclamou: Mamãe! oh! mamãe! Inquirida pelo pai, a menina confirmou que a estava realmente vendo. (Págs. 70 e 71) 

62. O testemunho de uma criança de três anos reconhecendo sua mãe não poderá ser suspeito, nem mesmo aos mais cépticos. Ninguém - assevera Delanne - poderá ver aí qualquer sugestão, pois que a criança dormia e era aquela a primeira vez que seu pai e sua tia se ocupavam com o Espiritismo. O que aí há é a confirmação da crença de que a mãe sobrevivia no espaço e continuava a prodigalizar seu amor ao marido e aos filhos. (Pág. 71)

63. Outras manifestações interessantes foram registradas pelo dr. Moroni, co-autor do livro Alguns ensaios de mediunidade hipnótica, publicado em 1889. Servia de instrumento ao dr. Moroni, para descrever os Espíritos que se manifestavam por meio da mesa, uma mulher chamada Isabel Cazetti. Em muitas ocasiões foi-lhe dado verificar que eram contrárias às crenças dos assistentes as indicações que a sonâmbula ministrava. E esta descrevia às vezes um Espírito que não era o evocado e, com efeito, a mesa deletreava um nome diverso do Espírito que fora chamado. (Págs. 71 e 72)

64. Após transcrever algumas manifestações verificadas pelo dr. Moroni, Delanne conclui que: I) Tais experiências provam que são mesmo os Espíritos, e não entidades quaisquer, que se manifestam. II) As pretensas explicações baseadas na transmissão do pensamento do evocador ao médium não se podem aplicar a fatos como o descrito no item anterior, uma vez que o médium anuncia um nome diferente do evocado e no qual os assistentes não pensam. III) As circunstâncias em que se dão os fenômenos e as mensagens ditadas pelo comunicante afastam a idéia de que o autor da manifestação seja um ser híbrido, formado dos pensamentos de todos os assistentes, nem tampouco elementais ou influências demoníacas. (Págs. 72 e 73)

65. Na verdade, informa Delanne, são as almas dos mortos que afirmam a sua sobrevivência por ações mecânicas sobre a matéria. Não apresentam eles uma forma indeterminada, mas a forma do corpo terreno que tiveram durante a encarnação. A inteligência se lhes conservou lúcida e vivaz e eles revelam-se em plena atividade após a morte. Temos em nossa presença - atesta o autor desta obra - o mesmo ser que vivia outrora neste mundo e que apenas mudou de estado físico, sem nada perder da sua personalidade de outrora. (Pág. 73)

66. Numa das experiências relatadas pelo dr. Moroni, o médium - que estava magneticamente adormecido - exclamou de súbito, agitando um braço: Ai!, acrescentando que fora Isidoro (irmão de Moroni, falecido alguns anos antes) quem o beliscara. Examinando depois o braço do médium, dr. Moroni encontrou ali, efetivamente, uma marca semelhante a um beliscão. (Pág. 74)

67. O dr. Moroni perguntou-lhe então: Se é verdade que meu irmão se acha presente aqui, dê-me ele uma prova disso. O médium, sorrindo, respondeu: Olhe lá, e apontou com o dedo uma parede que ficava distante. O médico olhou e viu ali um cabide, dependurado num prego, mover-se vivamente para a direita e para a esquerda, como se uma mão invisível o empurrasse num e noutro sentido. (Pág. 74)

68. Notemos que nesse caso a afirmativa do médium foi confirmada, corroborada por duas manifestações materiais - o beliscão em seu braço e o movimento do cabide -, o que indica que o fenômeno não se originou de uma exteriorização do médium, mas da ação de um Espírito que lhe era estranho. (Pág. 74)

69. Numa carta firmada pelo telegrafista Luís Delatre em 10-10-1896, ele relata uma experiência de tiptologia realizada em Meurchin, pequena aldeia do Pas-de-Calais. Iniciada a sessão, um Espírito vale-se das pancadas para dizer seu nome: Maria José. Presente à reunião, o sr. Sauvage exclama: É minha mãe. Aliás, acabo de ver-lhe o espectro diante de mim; mas, passou apenas e logo desapareceu. O Espírito confirmou a assertiva. (Págs. 76 e 77)

70. Logo depois dessa visão, a mesa se pôs de novo em movimento, dando pulos tão violentos que assustaram o grupo. Feita uma oração, a mesa se acalmou e outro Espírito se anunciou através de pancadas, dizendo ser a primeira mulher do sr. Grégoire, presente à sessão. O médium Sauvage viu então uma mulher, com uma coifa branca e um lenço por cima. É a touca que usou na Bélgica durante a sua enfermidade, esclareceu Grégoire. (Pág. 77)

71. Luís Delatre revela ainda que na mesma sessão o sr. Sauvage viu o Espírito de uma anciã, bastante corpulenta, rosto redondo, maçãs salientes, olhos pardos, cabelos castanhos, que sorria a olhar para o telegrafista. Era a sua própria mãe, que - valendo-se do sr. Sauvage - conversou longamente com o filho, dando-lhe provas convincentes da realidade de sua presença no recinto. (Págs. 77 e 78) 

72. Achava-se o sr. Alexandre Delanne em Cimiez, perto de Nice, onde se encontrou com o professor Fleurot e sua mulher, ocasião em que dita senhora revelou-lhe um sonho que tivera seis meses antes com Blaise Pascal. Pelo menos foi esse o nome que se formou por cima da cabeça de um vulto com quem ela conversara durante o sonho. Para certificar-se de que vira realmente o grande pensador francês, no dia seguinte ela foi ao mais afamado livreiro de Nice, para comprar um retrato de Blaise Pascal, mas nenhuma das gravuras reproduzia os traços do desconhecido que lhe falara. (Págs. 80 e 81) 

73. Voltando a ver repetidas vezes, durante o sono, o mesmo vulto, que lhe prometeu velar por ela durante sua existência terrestre, a sra. Fleurot perguntou-lhe se, em vida, haveria algum retrato que reproduzisse sua imagem, inclusive uma pequena deformidade do lábio que ele trazia na forma espiritual. Pascal disse-lhe que sim: Procura e acharás! (Pág. 81)

74. Após haver vasculhado, em vão, as livrarias de Marselha e Lião, o casal teve a inspiração de ir a Clermont-Ferrand, onde ambos viram coroada de êxito a perseverança demonstrada. Em casa de um negociante de antiguidades, havia um retrato de Pascal, com a deformação do lábio inferior, tal qual a sra. Fleurot vira em sonho. (Pág. 81)

75. Além de comprovar a real identidade do Espírito, esse fato justifica por que Pascal dissera à sra. Fleurot no primeiro dos sonhos: Se nos houvéramos apresentado a ti sob uma forma inteiramente espiritualizada, não nos terias visto, nem, ainda menos, reconhecido. Embora os Espíritos adiantados - como ensina Kardec - sejam invisíveis para os que lhes são muito inferiores quanto ao moral, nada obsta a que eles retomem o aspecto que tinham na Terra, aspecto que podem reproduzir com perfeita fidelidade, até nas mínimas particularidades. (Pág. 82)

76. O mesmo fato se deu no caso do retrato do célebre poeta Vergílio, descrito assim, em 25-9-1884, pela sra. Lúcia Grange, diretora do jornal La Lumière e extraordinária médium vidente: Vergílio - Coroado de louros. Rosto forte, um tanto longo; nariz saliente, com uma bossa do lado; olhos azul-cinza-escuros; cabelos castanho-escuros. Revestido de longa túnica, tem todas as aparências de um homem robusto e sadio. (Pág. 82)

77. Logo que foi publicado, qualificaram esse retrato de fantástico e suspeito, porque os traços de Vergílio haviam de ser delicados, visto que ele fora muito feminil, mais mulher do que uma mulher. Que responder a tais críticas? (Pág. 82)

78. Nada podia ser feito pela vidente, até que uma inesperada descoberta lhe veio dar razão. Recentemente - informa Delanne - nuns trabalhos de reparação que se faziam em Sousse, encontrou-se um afresco do primeiro século, onde se vê o poeta em atitude de compor a Eneida. O que lhe revelou a identidade foi o poder-se ler, no rolo de papel aberto diante dele, o oitavo verso do poema: Musa mihi causas memora.” Conforme a Revue Encyclopédique de Larousse, a descrição feita pela médium se aplica exatamente ao grande homem, que nada tinha de efeminado. (Págs. 82 e 83)

79. Encerrando o capítulo, Delanne relata o caso da aparição de um magistrado que se havia suicidado nas cercanias de sua casa e, em seguida, considerando não haver dúvidas de que a alma possui efetivamente um envoltório fluídico, propõe a seguinte questão: - Esse envoltório se constitui depois da morte ou está sempre ligado à alma? Se está sempre ligado à alma, há de ser possível comprovar a sua existência durante a vida. Eis o que ele se propõe a esclarecer no capítulo que se segue. (Págs. 84 e 85) 

80. O cepticismo contemporâneo - diz Delanne - foi violentamente abalado pela conversão ao Espiritismo dos mais consideráveis sábios da nossa época. A invasão do mundo terrestre pelos Espíritos se produziu mediante manifestações tão espantosas, que homens sérios se puseram a refletir e resolveram estudar por si mesmos os fatos. Sob o influxo dessas idéias, fundou-se então em 1882 na Inglaterra a Sociedade de Pesquisas Psíquicas, cujos principais resultados foram consubstanciados pelos srs. Myers, Gurney e Podmore em dois volumes intitulados: Fantasmas dos Vivos. (Pág. 87)

81. Da Sociedade britânica brotaram um ramo americano e um francês. Na França, foram membros-correspondentes seus, entre outros, os srs. Richet, Ribot, Ferré, Pierre Janet e Liébault. Note-se que, além da obra citada, a Sociedade publicava mensalmente relatos contidos em resenhas sob o nome de Proceedings. (Pág. 87)

82. As experiências tiveram por objeto, primeiramente, verificar a possibilidade de duas inteligências transmitirem uma à outra seus pensamentos, sem qualquer sinal exterior. Os resultados obtidos foram notáveis e essa ação de um espírito sobre outro, sem contacto perceptível, foi denominada Telepatia. (Pág. 88)

83. Mas, de pronto, o fenômeno assumiu outro aspecto: alguns operadores, em vez de apenas transmitirem seus pensamentos, se mostraram aos que tinham de recebê-los, havendo, pois, verdadeiras aparições. Como os experimentadores não eram espíritas, nem admitiam a existência da alma qual a define o Espiritismo, viram-se constrangidos a formular uma hipótese: o paciente impressionado não tem uma visão real, mas apenas uma alucinação, isto é, imagina ver uma aparição. A visão é, pois, subjetiva, interna e não objetiva. Daí lhe chamarem alucinação verídica ou telepática. (Págs. 88 e 89)

84. Se fosse possível passar em revista todos os fenômenos de ações telepáticas referidas nos dois livros e nos Proceedings, seria fácil, diz Delanne, demonstrar que a hipótese da alucinação não consegue explicar todos os fatos. Cinco provas da objetividade de algumas dessas aparições podem destacar-se dessas narrativas, como bem acentuou o grande naturalista Alfred Russel Wallace:  1o  - A simultaneidade da percepção do fantasma por muitas pessoas;  2o  - Ser a aparição vista por diversas testemunhas, como se ocupasse diferentes lugares, por efeito de um movimento aparente, ou então ser vista no mesmo lugar, sem embargo do deslocamento do observador;  3o  - As impressões que os fantasmas produzem nos animais; 4o  - Os efeitos físicos que a visão produz;  5o  - O fato de as aparições poderem ser fotografadas, ou de terem-no sido, quer fossem visíveis, ou não, às pessoas presentes. (Pág. 89)

85. Claro que em certos casos, assevera Delanne, a aparição é uma alucinação pura e simples, produzida pelo pensamento do agente. As circunstâncias que acompanham a visão é que devem servir de critério para julgar-se da objetividade da aparição. (Pág. 91) 

86. Dentre os fatos de aparições espontâneas, o livro As Alucinações Telepáticas, tradução resumida dos Fantasmas dos Vivos, publicada em francês pelo sr. Marillier, mestre da Escola de Altos Estudos, contém o relato feito pela sra. Pole Carew a 31-10-1883 envolvendo a escocesa Helena Alexander, que, momentos antes de falecer, recebeu a visita de sua mãe, que ainda estava encarnada. (Págs. 91 e 92)

87. Era madrugada quando a sra. Reddell, que cuidava de Helena, então acamada, ouviu abrir-se a porta do quarto e viu entrar uma velha muito gorda, vestindo uma camisola de dormir e uma saia de flanela vermelha, tendo à mão um castiçal de cobre, com uma vela acesa. Quando, avisados da morte de Helena, os parentes vieram para assistir aos funerais, a sra. Reddell reconheceu a velha que estivera no quarto: era a mãe de Helena que, desdobrada, fora visitá-la. (Págs. 92 e 93)

88. Se a aparição fosse apenas uma alucinação telepática, indaga Delanne, como pôde abrir a porta da casa e do quarto? É que não houve alucinação, mas uma aparição verdadeira, a mostrar que o duplo é a reprodução exata do ser vivo e que o corpo físico do agente se achava imerso em sono durante a manifestação. (Págs. 94 e 95)

89. Um fato que se passou com o grande poeta alemão Wolfgang von Goethe reforça esse entendimento. O poeta estava em Weimar com seu amigo K... quando, de súbito, viu Frederico, outro grande amigo, residente em Frankfurt, que lhe apareceu em plena rua trajando vestes do poeta e calçando suas chinelas. Quando a aparição se desfez, Goethe percebeu que tivera apenas uma visão, mas não atinou com a sua causa. Teria o amigo morrido repentinamente? (Págs. 95 e 96)

90. Ao chegar em casa, uma surpresa: Frederico ali estava, vestido com roupas do poeta e tudo então se explicou. Ele chegara à casa de Goethe todo molhado da chuva e por isso vestira as roupas do amigo. Depois, adormecera numa poltrona e sonhara ter ido ao encontro do poeta e que este o interpelara assim: Tu, aqui em Weimar? Desde esse dia, Goethe acreditou noutra vida após a terrena. (Pág. 96)


Londrina, janeiro de 2004
Astolfo O. de Oliveira Filho
A alma é imortal

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