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quinta-feira, 25 de junho de 2015

A ALMA É IMORTAL

Obra de Gabriel Delanne, traduzida por Guillon Ribeiro. FEB, 6a  edição.

1a Reunião

Objeto do estudo: Introdução e Capítulos I e II da 1a Parte.
Questões para debate

A. De que modo os espíritas descobriram a existência do perispírito? (Pág. 14 do livro; item 2 do texto de consulta.)
B. Onde se encontram arquivadas as leis organogênicas pelas quais o corpo físico se forma e se mantém enquanto vivo? (Pág. 16 do livro; item 5 do texto de consulta.)
C. Sob que forma o corpo espiritual se apresenta nos seres desencarnados? (Pág. 18 do livro; item 7 do texto de consulta.)
D. Como as idéias sobre a alma e sua imortalidade eram ensinadas no Egito antigo e na China milenária dos tempos de Confúcio? (Págs. 22 a 24 do livro; itens 11 a 15 do texto de consulta.)
E. Qual era a visão predominante dos filósofos gregos acerca dos Espíritos e sua influência sobre os homens? (Págs. 26 e 27 do livro; itens 20 e 21 do texto de consulta.)
F. Que idéias apresentaram os primeiros cristãos a respeito do corpo espiritual? (Pág. 29 do livro; itens 22 e 23 do texto de consulta.)
G. A existência do perispírito é, segundo Delanne, uma teoria filosófica ou um fato científico? (Págs. 33 a 38 do livro; itens 25 e 26 do texto de consulta.)
H. Qual foi a contribuição do magnetismo à investigação dos fenômenos estudados pelo Espiritismo? (Págs. 40 e 41 do livro; itens 27 e 28 do texto de consulta.)

Texto para consulta
1. A ciência espírita prova que a alma não é uma entidade ideal, uma substância imaterial sem extensão, mas sim que é provida de um corpo sutil, onde se registram os fenômenos da vida mental e a que foi dado o nome de perispírito. O eu pensante é inteiramente distinto do seu envoltório, mas Espírito e perispírito são inseparáveis um do outro. (Pág. 12)
2. Foi pela observação que os espíritas descobriram a existência do perispírito. Aliás, os magnetizadores já haviam chegado à mesma conclusão, valendo-se de outros métodos. Assim é que, segundo Billot, Deleuze e Cahagnet, a alma conserva, após a morte, uma forma corporal que a identifica, observação confirmada pelos médiuns videntes. (Pág. 14)
3. As narrativas dos sonâmbulos e dos videntes têm grande valor, mas não nos dão uma prova material. Eis por que os espíritas fizeram todos os esforços por obter a prova inatacável e o conseguiram: as fotografias de Espíritos desencarnados, as impressões por estes deixadas em substâncias moles ou friáveis, e as moldagens de formas perispirituais. (Pág. 14)
4. Esse caminho foi aberto pelos fenômenos de desdobramento do ser humano, denominados por vezes de bicorporeidade Há no momento mais de dois mil fatos, bem verificados de aparições de vivos, mas os pesquisadores não se limitaram a observá-los e chegaram a reproduzi-los experimentalmente. (Pág. 15)
5. Descobriu-se, por fim, que o organismo fluídico contém todas as leis organogênicas pelas quais o corpo se forma, o que explica como a forma típica de um indivíduo pode manter-se durante a vida toda, sem embargo da renovação incessante de todas as partes do corpo material. (Pág. 16)
6. A natureza íntima da alma ainda nos é desconhecida. Quando dizemos que ela é imaterial, devemos entender essa expressão em sentido relativo e não absoluto, porquanto a imaterialidade completa seria o nada. Ora, a alma ou o espírito é alguma coisa que pensa, sente e quer. Assim, quando a qualificamos de imaterial, queremos dizer que sua essência difere tanto do que conhecemos fisicamente, que nenhuma analogia guarda ela com a matéria. (Pág. 17)
7. O corpo espiritual reproduz, quase sempre, o tipo que o Espírito apresentava na sua última encarnação e é provavelmente a essa semelhança que se devem as primeiras noções acerca da imortalidade. (Pág. 18)
8. Em todas as partes do globo, mesmo entre os indígenas, a sobrevivência do ser pensante é unanimemente afirmada. Remontando aos mais antigos testemunhos que possuímos - isto é, aos hinos do Rigveda - vemos que os homens que viviam nas faldas do Himalaia, no Sapta Sindhu, tinham intuições claras sobre o além da morte. (Pág. 19)
9. As modernas experiências sobre os Espíritos que se deixam fotografar ou se materializam mostram que o perispírito é uma realidade física, tão inegável como o corpo material. Ora, era essa a crença dos antigos habitantes da margem do Nilo e constitui fato digno de nota que, no alvorecer de todas as civilizações, topemos com crenças fundamentalmente semelhantes.  (N.R. Esta obra surgiu logo após A Evolução Anímica, que é de 1895.) (Pág. 21)
10. No Egito, antes mesmo das primeiras dinastias históricas, surgiu a idéia de que somente uma parte do homem ia viver segunda vida. Não era uma alma, era um corpo, diferente do primeiro, mas proveniente deste, embora mais leve, menos material. Esse corpo, quase invisível, saído do primeiro corpo mumificado, estava sujeito também a todos os reclamos da existência: era preciso alojá-lo, nutri-lo, vesti-lo. Sua forma, no outro mundo, reproduzia - pela semelhança - o primeiro corpo. É o ka, o duplo, ao qual, no antigo Império - 5004 a 3064 a.C. -, se prestava o culto aos mortos. (Pág. 22)
11. Pelos fins da 18a dinastia - 3064 a 1703 a.C. - os sacerdotes conceberam um sistema em que coubessem essa e outras hipóteses formuladas sobre esse tema. A pessoa humana foi tida, então, como composta de quatro partes: o corpo material, o duplo (ka), a substância inteligente (khou) e a essência luminosa (ba ou baí). Essas quatro partes reduziam-se, no entanto, a duas, visto que o duplo (ka) era parte integrante do corpo material durante a vida, e a essência luminosa (ba) se achava contida na substância inteligente (khou). A imortalidade da alma substituía, assim, a imortalidade do corpo, que fora a primeira concepção egípcia. (Págs. 22 e 23)
12. Na China, o culto dos Espíritos se impôs desde a mais remota Antigüidade. Confúcio respeitou essas crenças e, certo dia, entre os que o cercavam, admirou umas máximas - escritas 1.500 anos antes -  sobre uma estátua de ouro, no Templo da Luz, sendo uma delas a seguinte: Falando ou agindo, não penses, embora te aches só, que não és visto, nem ouvido: os Espíritos são testemunhas de tudo. (Pág. 23)
13. Na China de então se acreditava que os céus eram povoados, como a Terra, não apenas pelos gênios, mas também pelas almas dos homens que neste mundo viveram. A par do culto dos Espíritos, estava o dos antepassados, que tinha por objeto, além de conservar a lembrança dos avós e de os honrar, atrair a atenção deles para os seus descendentes, que lhes pediam conselhos em todas as circunstâncias importantes da vida.  (Pág. 23)
14. A natureza da alma era bem conhecida dos chineses. Confúcio atribuía aos Espíritos um envoltório semimaterial, um corpo aeriforme. Quando o budismo penetrou na China, assimilou-lhe as antigas crenças e continuou as relações estabelecidas com os mortos. (Pág. 24)
15. O Sr. Estanislau Julien narra assim a aparição do Buda, devida a uma prece feita por Hiuen-Thsang, que viveu por volta do ano 650 d.C.: Tomado de alegria e de dor, recomeçou ele as suas saudações reverentes e viu brilhar e apagar-se qual relâmpago uma luz do tamanho de uma salva. Então, num transporte de júbilo e amor, jurou que não deixaria aquele sítio sem ter visto a sombra augusta do Buda. Continuou a prestar-lhe suas homenagens e, ao cabo de duzentas saudações, teve de súbito inundada de luz toda a gruta e o Buda, em deslumbrante brancura, apareceu, desenhando-se-lhe majestosamente a figura sobre a muralha. Ofuscante fulgor iluminava os contornos da sua face divina. (Pág. 24)
16. Essa aparição, comenta Delanne, lembra a transfiguração de Jesus, quando se mostraram Moisés e Elias. Os Espíritos superiores têm um corpo de esplendor incomparável, visto que sua substância fluídica é mais luminosa do que as mais rápidas vibrações do éter. (Pág. 25)
17. No antigo Irã - a Pérsia - deparamos com uma concepção especial acerca da alma. Zoroastro pode reivindicar a paternidade da invenção do que é hoje chamado o eu superior, a consciência subliminal e, ainda, a paternidade da teoria dos anjos guardiães. (Pág. 25)
18. Segundo o grande legislador, abaixo do Ser Incriado, eterno, existem duas emanações opostas: Ormuzd e Arimã. O primeiro tem o encargo de criar e conservar o mundo. Arimã procura combatê-lo e destruir o mundo, se puder. Dois gênios celestes, emanados do Criador, ajudam Ormuzd no trabalho da criação, além de uma série de Espíritos, de gênios, de ferúers, pelos quais pode o homem crer que tem em si algo de divino. O ferúer é, ao mesmo tempo, inspirador e um vigia e sua missão é combater os maus gênios produzidos por Arimã. (Pág. 25)
19. Na Judéia, ao tempo de Moisés, os hebreus desconheciam inteiramente qualquer idéia de alma. Foi preciso o cativeiro de Babilônia para que esse povo bebesse, entre os seus vencedores, a idéia da imortalidade e da verdadeira composição do homem. Os cabalistas, intérpretes do esoterismo judeu, chamam nephesh ao corpo fluídico da alma. (Pág. 26)
20. Os gregos, desde a mais alta Antigüidade, estiveram na posse da verdade sobre o mundo espiritual. Em Homero, é freqüente os moribundos profetizarem e a alma de Pátroclo vem visitar Aquiles na sua tenda. Segundo a maioria dos filósofos gregos, cada homem tem por guia um daimon particular, que lhe personifica a individualidade moral. A generalidade dos humanos era guiada por Espíritos vulgares; os doutos mereciam visitados por Espíritos superiores. (Págs. 26 e 27)
21. Tales de Mileto, que viveu seis séculos e meio antes da era cristã, ensinava que o Universo era povoado de daimons e de gênios, testemunhas secretas das nossas ações, mesmo dos nossos pensamentos, além de nossos guias espirituais. Sócrates e Platão, como achassem excessivamente grande a distância entre Deus e o homem, enchiam-na de Espíritos, considerando-os gênios tutelares dos povos e dos indivíduos e os inspiradores dos oráculos. (Pág. 27)
22. Entre os primeiros cristãos é conhecida a descrição que Paulo de Tarso faz do corpo espiritual, imponderável e incorruptível. Orígenes, em seus Comentários sobre o Novo Testamento, afirma que esse corpo, dotado de uma virtude plástica, acompanha a alma em todas as suas existências e em todas as suas peregrinações, para penetrar e enformar os corpos mais ou menos grosseiros que ela reveste. (Pág. 29)
23. Orígenes e os Pais alexandrinos propunham a si mesmos a questão de saber qual o corpo que ressuscitaria no juízo final e resolveram-na, atribuindo a ressurreição apenas ao corpo espiritual, como o fizeram Paulo e mais tarde o próprio Santo Agostinho, figurando como incorruptíveis, finos, tênues e ágeis os corpos dos eleitos. (Pág. 29)
24. A escola neoplatônica de Alexandria foi notável de mais de um ponto de vista. As vidas sucessivas e o perispírito faziam parte do seu ensino e Plotino afirma claramente a reencarnação, como meio de progresso do espírito. (Págs. 31 e 32)
25. Após referir, de modo ligeiro, o que Dante, Milton e Leibnitz disseram sobre o corpo fluídico da alma, Delanne transcreve parte das idéias que Charles Bonnet inseriu em seu livro Ensaio analítico. Segundo Bonnet, uma vez que o homem é chamado a habitar sucessivamente dois mundos diferentes, sua constituição originária tem de conter coisas relativas a esses dois mundos. O corpo animal - diz Bonnet - tinha que estar em relação direta com o primeiro mundo, o corpo espiritual com o segundo. (Págs. 33 a 35)
26. Comentando o assunto, Delanne diz que no organismo humano existe o corpo destinado a uma vida superior e é graças a ele que podemos conservar o tesouro das nossas aquisições intelectuais. Mais adiante - acrescenta ele - comprovaremos que o perispírito é uma realidade física tão certa quanto a do organismo material: ele é visto, tocado, fotografado. Numa palavra: o que não passava de teoria filosófica, grandiosa e consoladora, mas sempre negável, é exato, tornou-se um fato científico, que oferece àqueles remígios do espírito a consagração inatacável da experiência. (Pág. 38)
27. Não são novos os fenômenos estudados pelo Espiritismo. Eles produziram-se em todos os tempos e sempre houve casas mal-assombradas e aparições. O magnetismo foi, contudo, o primeiro a fornecer os meios de penetrar-se no domínio inacessível do amanhã da morte. (Pág. 40)
28. O sonambulismo, descoberto por de Puységur, constituiu o instrumento de investigação do mundo novo que se apresentava. Submetidos a esse estado nervoso, puderam os sonâmbulos pôr-se em comunicação com as almas desencarnadas e descrevê-las minuciosamente. (Pág. 41)
29. Segundo a biografia que o dr. Kerner escreveu sobre a Sra. Hauffe, mais conhecida sob a designação de A vidente de Prévorst, ela não precisava adormecer para ver os Espíritos. Quando a interrogavam, a vidente dizia ter sempre junto de si um anjo ou daimon que a advertia dos perigos a serem evitados por ela e por outras pessoas. Era o Espírito de sua avó, Schmidt Gall. (Pág. 41)
30. A avó apresentava-se revestida, como todos os Espíritos femininos que lhe apareciam, de uma túnica branca com cinto e um grande véu igualmente branco. As almas - dizia ela - não produzem sombra. Têm forma acinzentada. Suas vestes são as que usavam na Terra, mas também acinzentadas, quais elas próprias. As melhores trazem apenas grandes túnicas brancas e parecem voejar, enquanto as más caminham penosamente. São brilhantes os seus olhos. Elas podem, além de falar, produzir sons, tais como suspiros, ruge-ruge de seda ou papel, pancadas nas paredes e nos móveis, ruídos de areia, de seixos, ou de sapatos a roçar o solo. São também capazes de mover os mais pesados objetos e de abrir e fechar as portas. (Pág. 41)



Londrina, janeiro de 2004
Astolfo O. de Oliveira Filho
A alma é imortal

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