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terça-feira, 16 de junho de 2015

11 = UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA
ÁREA DE ORIENTAÇÃO MEDIÚNICA

Dirigente Reunião Mediúnica

ANEXOS

Diz-se que o médium é quem primeiro socorre  e não o primeiro doutrinador  porque através dele, de seu fluido animalizado, se processa o que Manoel Philomeno de Miranda denomina choque anímico. Este fenômeno  em linhas gerais  faz com que o médium transfira seus fluidos para a Entidade, encharcando-a, ao tempo em que canaliza para fora os fluidos perniciosos dela, ajudando-a. Nessa função, o médium pode experimentar mal-estar ou sentir-se exaurido. Nesse caso vai precisar de estoicismo para se manter equilibrado e concluir, de forma feliz, seu atendimento. Então, equilíbrio é indicador de qualidade de ação mediúnica dos mais expressivos.
Outro importante item de avaliação relacionado aos médiuns, de modo geral, é o que denominamos ritmo. Ritmo significa comunicações encadeadas, umas após outras, sem longos períodos de silêncio ou o tumulto de muitas comunicações simultâneas. O ritmo é determinado pelo entrosamento entre médiuns e doutrinadores, que se revezam na ação, sincronicamente. Uma das causas de perturbação no ritmo são os atendimentos muito demorados, quando doutrinadores/esclarecedores extrapolam no tempo reservado para seus atendimentos, obrigando os médiuns que já estejam sensibilizados para a comunicação a se controlarem por tempo superior ao necessário.
A função do assistente-participante ou médium de sustentação parece difícil porque se tem a impressão de que os que a desempenham não participam diretamente da ação. Sabe-se, todavia, que exercem trabalho importantíssimo, porém sutil, silencioso: devem ser capazes de irradiar o pensamento de forma contínua, seja através da prece intercessória, seja através da construção de formas-pensamento estimuladoras que auxiliem os doutrinadores em ação. Para que isso aconteça, devem ter grande capacidade de concentração e, também motivação em grau elevado.
É preciso enfatizar que o assistente-participante, ou médium de sustentação pode transitar de sua função para outra, médium ostensivo ou doutrinador-esclarecedor, por chamamento do Mundo Espiritual, dos bons Espíritos, portanto. Se, de um momento para outro, começar a sentir, com maior intensidade, pensamentos, emoções ou sensações dos Espíritos comunicantes, ele se dirigirá ao Dirigente encarnado que lhe orientará no sentido de dar campo, da próxima vez que o fenômeno ocorrer. No caso de vir-lhe a mente, por intuição, atitudes e frases inteiras de como atender os sofredores, eis o convite para a doutrinação/esclarecimento, que certamente aguardará surgimento da oportunidade em outra ocasião.
Todos esses critérios  referentes a todas as funções  deverão ser avaliados primeiramente na consciência de cada um, pessoalmente. Depois, em conjunto, ao término das reuniões; só que desta vez, de forma sistêmica, as comunicações vistas em seu conjunto  Ver Qualidade na Prática Mediúnica 7,  e não uma a uma, porque o que se deve ter em mente é o desenvolvimento da percepção da equipe, como um todo, com relação aos objetivos finais do trabalho.
Uma reunião de avaliação pode começar com perguntas formuladas pelo Dirigente, as quais, certamente, trazem motivações para assuntos que ele pretende examinar com o Grupo.
São exemplos de perguntas possíveis de serem formuladas:
Como é que vocês estão se sentindo, agora, depois da reunião?
Na opinião de vocês, a reunião, hoje, esteve conforme nosso padrão habitual superou-o ou esteve aquém?
Como é que estivemos com relação ao ritmo? Os médiuns tiveram facilidade de transmitir suas comunicações?
Alguém quer relatar, espontaneamente, impressões que tenham ficado em decorrência de atendimento de que participou? Um médium? Um doutrinador/esclarecedor? Um médium de sustentação?
Que vocês acham de alguns momentos de conversação livre, agora? Aproveitem-no para troca de impressões sobre o trabalho de hoje.
Há que se lembrar que a reunião mediúnica é laboratório de ricas experiências e sua parte avaliativa, no final, uma sessão de estudo prático em cima de cenário vivo de fatos e experiências compartilhadas. Não é lugar de julgamentos, mas de trocas. A participação, no tempo a ela reservado, dar-se-á com o mesmo respeito da fase experimental tendo em mente que os Mentores também ali estão.
Sem se constituir critério indispensável, recomenda-se a sua feitura num outro espaço, fora da sala mediúnica, para que as pessoas possam se movimentar um pouco, mudar o condicionamento, conversar livres e descontraídas.

BIBLIOGRAFIA

1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 80. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Segunda parte, cap. 29, item 327.
2. ____. Item 330.
3. ____. Item 331.
4. ____. Item 338.
5. ____. Item 339.
6. PROJETO MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA. Qualidade na prática mediúnica. LEAL,   terceira parte, questões 89 a 103.
7. ____. Questão 90.

A Prática Mediúnica Espírita com Jesus e com Kardec

Marta Antunes Moura*

O venerável benfeitor Emmanuel nos transmite em seu livro Seara dos Médiuns  psicografia de Francisco Cândido Xavier, edição FEB , preciosas e seguras orientações relacionadas à prática mediúnica com Jesus e com Kardec. Citaremos algumas, como ilustração do tema.

1. A mediunidade é entendida como instrumento de melhoria espiritual
Se tens a consciência desperta, perante as necessidades da própria alma, entenderás facilmente que a mediunidade é recurso de trabalho como qualquer outro que se destine à edificação [...]. A mediunidade é ensejo de serviço e aprimoramento, resgate e solução (Seara dos Médiuns, página 134). Entendemos que o pensamento deste benfeitor está associado a esta orientação evangélica: A cada um de nós foi dada a graça pela medida do dom do Cristo. (Epístola de Paulo aos Efésios, 4:7)
A prática mediúnica deve ser vista como uma oportunidade de serviço ao semelhante, capaz de nos transformar em dedicados servidores da seara do Cristo, atendendo, na medida do possível, a orientação do apóstolo: servos, obedecei [...] em simplicidade de coração, a vossos senhores nesta vida, como a Cristo, servindo-os, não quando vigiados, para agradar os homens, mas como servos do Cristo, que põem a alma em atender a vontade de Deus. Tende boa vontade de servi-los, como ao Senhor e não como a homens, sabendo que todo aquele que fizer o bem receberá o bem do Senhor... (Epístola de Paulo aos Efésios, 6:5-9)

2. Necessidade do estudo, da dedicação e disciplina  na prática mediúnica
Em mediunidade, qual acontece em qualquer outro serviço nobre, não há conquista-relâmpago. Se te propões engrandecê-la, recorda os operários obscuros da evolução que passaram no mundo, antes de ti, lutando e sofrendo para que encontrasses o caminho melhor. Nenhum deles ficou na estação do entusiasmo ou na porta do sonho. (...) Qualidade mediúnica é talento comum a todos. Mas, exercer a mediunidade como força ativa no ministério do bem é fruto da experiência de quantos lhe esposam a obrigação, por senda de disciplina e trabalho, consagrando-se, dia a dia, a estudar e servir com ela (Op. Cit., página 158).
Na verdade, devemos agir como obreiros atentos, recordando sempre as exortações de Tiago: Tornai-vos praticantes da Palavra e não simples ouvintes, enganando-vos a vós mesmos! Com efeito, aquele que ouve a Palavra e não a pratica assemelha-se a um homem que, observando o seu rosto no espelho, se limita a observar-se e vai embora, esquecendo-se logo da sua aparência. Mas aquele que considera atentamente a Lei perfeita de liberdade e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, antes, praticando o que ela ordena, esse é bem aventurado naquilo que faz. (Epístola de Tiago, 1:22-25)
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* Federação Espírita Brasileira  membro da diretoria e coordenadora da área da atividade mediúnica nas comissões regionais/FEB/CFN, coordenadora do Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita  campo experimental da FEB, Brasília-DF.
Sabemos também que nenhuma [...] construção, porém, se levanta a golpes de marchas e contramarchas. Ao revés disso, reclama determinação e disciplina, perseverança e objetivo. A reunião mediúnica também é assim. Se queres cooperar, dentro dela, a fim de que produza frutos de ordem e elevação, consolo e ensinamento, repara acima de tudo, a onda em que te colocas (Op. Cit., p. 166.)
Estas considerações de Emmanuel nos fazem lembrar as seguintes orientações de Paulo, apóstolo, existentes em sua epístola aos Hebreus 12:9-13:

 Nós tivemos os nossos pais segundo a carne como educadores, e o respeitávamos. Não haveremos de ser muito mais submissos ao Pai dos espíritos, a fim de vivermos? Pois eles nos educaram por pouco tempo, segundo as suas impressões. Deus, porém, nos educa para o aproveitamento, a fim de nos comunicar a sua santidade. Toda educação, com efeito, no momento não parece motivo de alegria, mas de tristeza. Depois, no entanto, produz naqueles que foram exercitados um fruto de paz e de justiça. Por isso, reerguei as mãos enfraquecidas e os joelhos trôpegos; endireitai os caminhos para os vossos pés, a fim de que não se extravie o que é manco, mas antes seja curado.

Para produzir bons resultados, a prática mediúnica exige perseverança e dedicação, prudência e seriedade: Portanto, também nós, com tal nuvem de testemunhas ao nosso redor, rejeitando o fardo e o pecado que nos envolve, corramos com perseverança para o certame que nos é proposto, com olhos fixos naquele que é o autor e realizador da fé, Jesus... (Epístola de Paulo aos Hebreus, 12:1 e 2)
3. Ser médium é ser colaborador do plano espiritual
Como bem esclarece Emmanuel: Cada trabalhador permanece em sua própria tarefa, embora a interdependência seja o regime de vida apontado para todos. [...] Ser médium é ser ajudante do Mundo Espiritual. Ser ajudante em determinado trabalho é ser alguém que auxilia espontaneamente, descansando a cabeça dos responsáveis (Op. Cit., página 138).

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