1a apostila
- do cap. 1 ao 9 e resumo biográfico.
Organizada por Gilson
Freire
Resumo Biográfico da vida de Pietro
Ubaldi
18 de agosto de 1886
Nasceu em Foligno, Província de
Perúgia (capital da Úmbria).
Formou-se em Direito e Música, fez-se
poliglota autodidata, falando fluentemente Inglês, Francês, Alemão, Espanhol e
Português; conhecendo bem, ainda, o Latim.
Aos 25 anos
Casou-se e teve três
filhos.
1912
Aos 26 anos de idade
leu as obras de Allan Kardec, tornando-se reencarnacionista.
1927
Fez o “voto de pobreza”, transferindo
à família os bens que lhe pertencia. Passou a sobreviver como professor de
Inglês (na Sicilia e depois em Gúbio – durante 20 anos).
Natal de 1931
A primeira mensagem
recebida, Mensagem de Natal.
As 7 mensagens
MENSAGEM DE NATAL - MENSAGEM DA
RESSURREIÇÃO – MENSAGEM DO PERDÃO – MENSAGEM AOS CRISTÃOS – MENSAGEM AOS HOMENS
DE BOA VONTADE – MENSAGEM DA PAZ e MENSAGEM DA NOVA ERA (1953).
Sua voz
“Aniquilado eu tremia.
Depois levantei-me transfigurado. Havia em mim uma força nova e eu tinha de
seguí-la. Finalmente, explodira minha mediunidade em sua plenitude, e desde
aquele dia fiquei compromissado com “Sua voz”. Chamei assim a essa fonte de
pensamento, de vontade, de ação e de afeto, que me inundava todo; chamei-a
assim, como sinceridade e simplicidade, incapaz de definir melhor, para dizer:
a voz daquele que ouço. Ela mesmo dizia-me naquela sua linguagem: “não
perguntes o meu nome, não procures individualizar-me. Não o poderia, ninguém o
poderia; não tentes hipóteses inúteis”.
Verão de 1932
Começou a escrever “A Grande
Síntese”, que só terminou em 23 de agosto de 1935 às 23:00 horas.
“Em
mim nasceu um impulso gigantesco: retomar a idéia base das Mensagens e
desenvolvê-la em profundidade. Essa idéia me domina, me entusiasma e lanço-me
ao trabalho sem plano algum, sem refletir; ai de mim se tivesse refletido e
compreendido o que devia fazer: teria ficado esmagado. “Sua voz” mandava e me
guiava. E eu estava calado. Minha natureza apaixonada pelo Cristo, por Seu
Amor, transformara-se em grande máquina de pensamento que abarca todo o saber
humano e o supera. Sucedendo à expressão do sentimento utiliza agora a cortante
linguagem da ciência, abrindo-me uma visão imensa do infinito. Falo agora ao
mundo científico, filosófico e religioso. Não preciso saber tudo, pois “Sua
voz” me orienta e eu caminho seguro”.
Novembro de 1939
Condenação de A Grande Síntese pelo Vaticano.
Os 10 volumes escritos
na Itália (obra italiana)
GRANDES MENSAGENS
A GRANDE SÍNTESE
AS NOÚRES
ASCESE MÍSTICA
HISTÓRIA DE UM HOMEM
FRAGMENTOS DE PENSAMENTO E DE PAIXÃO
A NOVA CIVILIZAÇÃO DO 3° MILÊNIO
PROBLEMAS DO FUTURO
ASCENSÕES HUMANAS
DEUS E UNIVERSO
1951
Conferências no
Brasil.
17 de agosto de 1951
Encontro com Chico
Xavier em Pedro Leopoldo. (Mensagem de Francisco de Assis).
1952
Acompanhado de sua família, veio
morar definitivamente em nosso país, em São Vicente, litoral paulista.
Os 14 volumes escritos
no Brasil (obra brasileira)
PROFECIAS
COMENTÁRIOS
PROBLEMAS ATUAIS
O SISTEMA
A GRANDE BATALHA
EVOLUÇÃO E EVANGELHO
A LEI DE DEUS
A TÉCNICA FUNCIONAL DA LEI DE DEUS
QUEDA E SALVAÇÃO
PRINCÍPIOS DE UMA NOVA ÉTICA
A DESCIDA DOS IDEAIS
UM DESTINO SEGUINDO CRISTO
PENSAMENTOS
CRISTO
1963
Oferece sua obra ao
Espiritismo, no CEPA.
1964
Concorreu ao prêmio
Nobel de Literatura – venceu o existencialismo de Sartre.
1966
Foi recebido no Congresso Nacional,
em Brasília, onde fez e entrega oficial de seu trabalho a nação brasileira: “A finalidade desta obra é oferecer um conhecimento
que o mundo ainda não possui, necessário para se conduzir com sabedoria e,
portanto, viver de forma menos bárbara do que aquela que vive o assim chamado
homem civilizado moderno...o seu objetivo não é constituir um grupo e com ele
lutar contra outros para vencê-los, com é hábito em nosso mundo. O seu método
não é impor para dominar, produzindo rivalidade e cisão, mas demonstrar para
convencer, gerando concórdia e unificação. É por isso que a obra hoje não está
sendo oferecida a um grupo particular. Ela não pode ficar fechada em nenhuma
divisão humana, em nenhum setor particular ou partido, seja político, seja
religioso, como não o podem as leis da vida e as verdades universais da ciência”.
29 de fevereiro de
1972
Desencarnou-se com 85
anos.
Introdução ao estudo
da Grande Síntese
Este resume foi
escrito usando as próprias palavras da obra “A Grande Síntese” e objetiva o seu
estudo, pretendendo facilitar-lhe a compreensão. Não traz originalidade alguma
em sua dissertação e não dispensa, em absoluto, o interessado da leitura do
original.
Principais tópicos
abordados nestes capítulos:
Novo
método de pesquisa: a intuição e a visão de síntese
Uma
nova revelação – uma nova ciência - Monismo
O
eu superficial e o eu profundo
Os
três aspectos do Universo
Grande
equação da substância
1 - Ciência e razão
A ciência não satisfaz
mais as nossas necessidades
A ciência do nosso século somente nos
deu comodidades, deixando nosso espírito vazio. Colheu informações sem fim e
nos inundou de análises, sem jamais nos proporcionar a síntese. Continuamos sem
respostas para os nossos grandes enigmas. Prostituiu nosso espírito vendendo
nossa alma à matéria, que se tornou a razão da vida e a senhora do nosso
destino. Mas a era da razão está passando e é preciso auxiliar o nosso espírito
na conquista da intuição, a única capaz de nos levar a visão unitária do
Universo. Estamos cheios de máquinas poderosas, mas vazios de alma e de
sentimentos. A ciência não pôde nos tornar melhores, convertendo-se em uma
fábrica de comodidades. Para falar ao nosso espírito, amadurecido por um século
de ciência, Sua Voz, fala à nossa
razão, usando a linguagem e os conceitos da nossa era.
Intuição: único
caminho possível
A evolução do espírito é o único
caminho capaz de satisfazer nossos anseios mais íntimos, de vencer a dor, a
morte e fazer-nos viver a grandiosidade para a qual fomos criados. Não temos
mais o alimento do espírito e remastigamos velhos sabores. A análise, a
observação e a experiência apenas produziram resultados exteriores, práticos,
mas as necessidades da alma não foram satisfeitas, os caminhos do mistério
permanecem fechados, e não se abrirão a não ser que nos tornemos melhores.
Uma nova maneira de compreender os fenômenos
Para avançar é preciso chegar à
síntese intuitiva. Uma nova maneira de ver e compreender o Universo e sua
fenomenologia. É preciso abrir a nossa alma, amar o fenômeno, interagir com
ele, para verdadeiramente entendê-lo. Eis o novo método de pesquisa, dilatar a
visão do espírito para se chegar a essência das coisas. Devemos sentir a
unidade da vida que irmana todos os seres, do mineral ao homem e além. Mas para
isto é necessário o aprimoramento moral. Como somente entre semelhantes é
possível a comunicação, para sintonizarmo-nos com as potências do Universo e compreender
os seus mistérios, é preciso ter a alma pura. Faz-se necessário a nossa
purificação moral.
“A ciência ri de tudo
isto, e por este motivo está limitada a produzir apenas comodidades, sem jamais
acender a chama da sabedoria em nossa alma”.
2 – Intuição
A psique de superfície
e a psique profunda
Nosso verdadeiro eu não está na
consciência de superfície, mas na consciência profunda, de onde se origina
nossa personalidade com todas as suas tendências, atrações e repulsões. O eu
exterior é filho da matéria e morre com ela. Com a evolução o eu interior tende
a se despertar e a fundir-se com o eu exterior – ai teremos vencido a morte.
Eis o grande objetivo da vida, despertar este verdadeiro eu interior. Através
da evolução ele se expande até a fusão com Deus.
O estudo do psiquismo
é o mais importante na atualidade
O mais valioso estudo que na
atualidade podemos fazer é o da ciência psíquica, nosso instrumento de pesquisa
e nosso meio natural de desenvolvimento na evolução. Já olhamos em demasia para
fora de nós mesmos, precisamos caminhar pelas estradas da alma, que estão em
nosso íntimo e nos conduzem para o infinito.
A visão de síntese
Este é o novo instrumento de pesquisa
que teremos que desenvolver – a visão direta. Temos que transferir o centro de
nossa personalidade, o eu, para as camadas mais profundas do nosso ser, onde
sentiremos essa nova possibilidade, a visão intuitiva, através da qual
poderemos interagir com o fenômeno e compreender os mistérios da criação.
O primeiro passo
O primeiro passo é não negar a
intuição. A evolução nos levará a esta propriedade mais profunda do espírito,
essa nova visão do Universo. E poderemos compreender melhor a realidade das
coisas.
Como apressar esta
aquisição
“Purificai
moralmente e refinai a sensibilidade do instrumento de pesquisa, que sois vós
mesmos, e só então podereis ver. Aqueles que absolutamente não sentem essas
coisas, os imaturos, ponham-se de lado, tornem a chafurdarem-se na lama de suas
baixas aspirações, e não peçam o conhecimento, precioso prêmio concedido apenas
a quem duramente o mereceu”.
3 – As provas
Exigimos provas das
verdades espirituais
Para crer no espírito o homem moderno
exige provas. Pelo menos deveria admitir
a dúvida na sua existência, pois esta é a sugestão natural de nosso
inconsciente. Todos esperamos sobreviver, essa é nossa aspiração mais sagrada.
Então por que negar antes de admitir a sua possibilidade? A negação por
princípio aniquila-nos a capacidade de ver e sentir. “Como podeis acreditar que vossa vida de dores e alegrias fictícias e
contraditórias possa representar toda a vida de um ser?”
A realidade do amanhã
é o espírito
Descobriremos o espírito através de
um amadurecimento do nosso eu e um
refinamento de nossas percepções intuitivas. Todas as realidades de nossa vida
nasceram e nascem do contato do espírito com outras dimensões da vida. Esta foi
e é a via de todas as descobertas dos gênios. A medida que evoluirmos
perceberemos claramente as ondas psíquicas que nos envolvem e nos inspiram. Só
aquele que não ouve é que nega. O espírito é a realidade do amanhã, mas somente
para aqueles que desenvolverem os instrumentos para o perceber e se capacitarem
para viver nesta nova dimensão.
Somente uma prova é
necessário
Não exijamos outras provas além da nossa sensibilidade. Basta uma
“pureza de ânimo e sinceridade de
intenções e então sentireis em minhas palavras a Verdade.”
4 - Consciência e
mediunidade
Síntese de superfície
e síntese profunda do Eu
Como referido no capítulo II, temos
dois níveis principais de consciência: a profunda e a superficial.
A consciência de superfície é
sintetizada a medida que evoluímos, sendo portanto uma elaboração da matéria, e
com ela morre e se renova. Na profundeza do nosso eu, no entanto, encontraremos
outra consciência, a latente, profunda. Esta é síntese divina, eterna,
formadora do nosso eu verdadeiro. Existe antes do nascimento e sobrevive à
morte. Como não experimentamos sensação nesta consciência profunda, nós
comumente a negamos.
Por meio da consciência superficial
nos colocamos em contato com a realidade exterior e experimentamos as sensações
da vida, retirando ensinamentos que se fixam na consciência profunda,
constituindo-se depois nos instintos e automatismos. É assim que nada se perde
para o espírito, e de nossas lutas e dores retiramos ensinamentos que,
estratificando camadas em torno do eu central, o fazem crescer, em um processo
de expansão contínua. “Todo ato de nosso
vida tem um valor eterno”.
Vencendo a morte
A medida que evoluímos dilatamos a
consciência profunda e nos tornamos paulatinamente conscientes nela.
Reencontraremos nosso Eu eterno. Fora dos limites do tempo e do espaço teremos
vencido a morte. Eis a finalidade de evolução e da vida – “o Universo inteiro palpita de vida, que ao reconquistar sua
consciência, retorna a Deus.”
Recepção intuitiva
E a medida que nos tornamos
conscientes nesta realidade profunda do eu, é que estaremos aptos a perceber as
correntes de pensamentos que trafegam pelas dimensões espirituais. Ai residem
os intricados fenômenos da recepção intuitiva e a possibilidade de comunicação
com seres de outras dimensões. Ser consciente nesta realidade profunda é
participar de uma forma mais alta de mediunidade, chamada mediunidade
inspirativa, vivida de forma ativa e consciente.
5 - Necessidade de
uma revelação
Nossa psicologia não
tem mais amanhã
Nossos conceitos e revelações
divinas, encobertas de incrustações humanas arcaicas, estão velhas, esgotadas,
insuficientes para a mente moderna. As filosofias são produtos individuais e as
religiões de dividem, lutando pela posse da verdade exclusivista.
Nosso espírito, adormecido no
ceticismo, tornou-se um vazio, oculto por hipócrita máscara sorridente e está
agora na sua última fase de esgotamento, a indiferença. Temos como guia apenas
o egoísmo que só sabe produzir desagregação e divergências.
Necessitamos de
revelações adaptadas ao nosso amadurecimento
O momento que vivemos requer novas
revelações. Os séculos de lutas e dores nos amadureceram e, por instinto
evolutivo, ansiamos por novas verdades que nos conduzam para a formação de um
novo homem, de uma nova civilização, a civilização do terceiro milênio.
A
Grande Síntese não
veio destruir as verdades que temos, mas revesti-las de nova roupagem
“Minha
palavra não vem para destruir as verdades existentes, mas para repeti-las de
uma maneira mais persuasiva e mais adaptada às vossas mentes modernas. Sois
inteligências amadurecidas que já podem suportar visões mais vastas”.
“Não
venho combater religião alguma, no entanto coloco no mais alto posto na Terra a
revelação e a religião do Cristo”.
6 – Monismo
Viagem a síntese
máxima – princípio único
A Grande Síntese nos leva a uma viagem insólita, uma
viagem ao espírito. Conduzindo-nos no estudo do funcionamento orgânico do
Universo, caminha da periferia, a matéria, ao centro, onde está o espírito.
Caminha em aproximações gradativas e retornos periódicos de conceitos, que
paulatinamente amadurecem e nos eleva, à sua síntese máxima. Esta viagem do
espírito é a jornada da alma que regressa ao seu princípio, da criatura que
volta ao seu Criador, o centro do Universo.
Nossa realidade está pulverizada e
limitada nas barreiras do tempo e do espaço, a unidade foi fragmentada, mas
percorrendo o caminho inverso a esta descida nos reencontraremos com a unidade,
com a visão do Absoluto, visão que jamais a nossa razão poderá nos
proporcionar.
Do monoteísmo ao
monismo
A Grande Síntese nos conduz a um princípio único, a realidade de todas as coisas, onde existe uma lei única, que tudo dirige, que explica
todos os fenômenos. Um conceito central chamado
monismo.
Do politeísmo passamos ao monoteísmo,
onde definimos um Deus único, porém um deus antropomórfico e fora da criação.
Passamos agora do monoteísmo ao monismo,
isto é, a
um conceito de um Deus que é a criação, formando uma unidade com o
ser.
A razão desta viagem
A finalidade é dar ao homem nova
consciência cósmica, fazendo-o sentir-se não apenas eterno e membro de uma
humanidade que abraça todo os seres do Universo, mas também potência que
desempenha um papel no funcionamento orgânico da própria Criação. É dar ao
homem novas normas de comportamento, pois sabendo olhar nos abismo de seu
próprio destino, saberá agir cada vez de forma mais elevada.
Nesta estrada nosso coração se
acenderá de nova paixão. Paixão de ascensão, a idéia que nos domina, e de amor,
o sentimento que nos inflama.
A Ciência do novo
homem
Como referido no capítulo I, além de
um roteiro, A Grande Síntese
proporciona novo direcionamento para nossas pesquisas. Nova ciência, novo
sistema místico, que consiste na penetração dos
fenômenos com a alma possuída de nova sensibilidade, além dos seus meros
sentidos materiais. Transformando-nos em delicado instrumento de pesquisa,
refinado pela aperfeiçoamento moral, nos conduzirá a formação de Nova Ciência, ciência conduzida pelos
caminhos do amor e da elevação espiritual, fundamentos do novo homem.
7 - Aspecto
estático, dinâmico e mecânico do Universo
Comentando
A observação de nós mesmos nos mostra
que somos constituídos de matéria organizada em órgãos. Temos em nós ainda,
impulsos elétricos trafegando pelos nervos, energias que nos movem, geram
calor, atividade, ânimo e trabalho, portanto podemos considerar que temos em
nós o elemento energia. Além disto
trazemos uma consciência, que pode ser sentida quando nos perguntamos quem
somos, quando pensamos ou desejamos e, na percepção do nosso próprio eu, uma
substância imaterial, feita apenas de conceito, de emoção, de pensamento. Ai
identificamos uma unidade que chamamos espírito,
presente não somente em nós, mas em toda manifestação da vida, como forma de
individualização do eu. Portanto, mesmo que não tenhamos uma maneira objetiva
de provar a existência do espírito, não podemos negá-lo, pois isto seria negar
a nossa própria existência. Assim, chegamos a conclusão que somos uma unidade
ternária formada de matéria, energia e espírito.
E o Universo que nos rodeia, de que
está constituído? De matéria, pois esta é inquestionável dada a sua realidade
que nos impressiona sobremaneira os sentidos. De energia também, que se
manifesta por movimentos e irradiações, como a luz e o som, exemplos de
manifestações ondulatórias, que também nos impressiona de tal modo os sentidos,
que não se pode questionar a sua existência. Mas e o espírito? Podemos
identificá-lo no Universo também? Ora, o Universo não é um corpo de leis muito
bem identificadas? Ele não traz em si uma grande idéia, idéia geradora de
mundos e vida? Claramente vemos nele leis e princípios sempre imutáveis e
inteligentes, que normalmente são expressos em fórmulas matemáticas. Há
portanto no Universo uma idéia que o dirige, que podemos chamar de espírito do Universo. Assim, como em
nosso corpo, identificamos a presença dos três estados no Universo: espírito, energia e matéria. Estes
estados se inter-relacionam? Haverá algum ponto de união entre eles? Nossa
ciência já descobriu que energia e matéria são manifestação de uma mesma
substância, ainda não determinada em sua essência e natureza. Haverá uma
inter-relação também entre estes e o espírito? Nascerão de uma mesma substância
que se transmuta nestas formas conhecidas? Eis o que nos propõe responder a A Grande Síntese.
A unidade ternária do
Universo
O Universo é uma unidade ternária, ou
seja, pode ser dividida em três partes ou aspectos: estático, dinâmico e
mecânico.
Aspecto Estático
Neste aspecto a unidade-todo é
considerada na estrutura material que o compõe, as suas partes. Partes que se
correspondem formando um organismo, que se coordenam em um objetivo comum.
Portanto temos aqui matéria, estrutura ou
forma.
Aspecto Dinâmico
Aqui identificamos o seu movimento, o
vir-a-ser. Movimento que pressupõe trajetória, finalidade, transformismo.
Movimento que coordena as partes em um funcionamento harmônico, em objetivos
comuns. Temos aqui a energia, as irradiações, o dinamismo do Universo.
Aspecto Mecânico
O Universo é um conjunto de leis e
princípios, configurando o seu aspecto mecânico, lembrando que o termo aqui é
definido como “a ciência que trata das
leis do movimento e do equilíbrio”. Temos aqui o espírito, a idéia, a
inteligência do Universo.
Três aspecto sempre
coesos – a unidade do Universo
Estes três aspectos não se acham
isolados, mas em toda parte estão coesos e conexos. Esta é a idéia que domina
todo o nosso Universo e se expressa em todos os seus fenômenos, em todos os
seus reinos, biológico, astronômico, físico ou químico. Este é a unidade que
permeia o Universo, a grande idéia central que o governa.
A unidade é ordem
A unidade do Universo se manifesta
sobretudo como ordem, porque o primeiro aspecto, o princípio, a idéia, se
manifesta como ordem. Ordem que
coordena e coloca em seu próprio lugar todos os fenômenos de nosso cosmo, de
modo que cada um tenha sua própria trajetória, dada pelo princípio dinâmico.
Vontade de existir, de mover-se, de individualizar-se, de atingir uma meta, são
orientados por essa ordem.
A lei se adapta a cada fenômeno e a
sua necessidade. Além de adaptável é
compensadora, abarcando todas as possibilidades da substância. É ordem,
mais poderosa do que toda desordem. É equilíbrio, alegria, bem. A desordem, o
mal e a dor somente existem como pacotes isolados de desordem dentro da ordem,
como reações isoladas.
Determinismo e
livre-arbítrio
Ordem e lei que não pressupõem um
determinismo fatalista e inviolável. A ordem não é rígida e admite espaços de
elasticidades onde a desordem pode se manifestar. A desordem se manifesta em
formas de pacotes limitados, encerrados dentro de suas unidades dimensionais e
coordenados dentro de uma ordem maior. Assim é que dentro do caos do universo
infra-atômico se constrói a ordem aparente de nossa matéria macroscópica. É
assim que dentro da ordem da vida, podemos nos manifestar como desordens
temporárias, dentro dos limites de nosso raio de ação. De modo que o
livre-arbítrio está sempre contido por um determinismo, que se dilata a medida
que a evolução se processa.
8 - A Lei
A idéia central do
Universo
Lei – idéia central do Universo - o
sopro divino, que o governa e anima. A alma do Universo, onde a matéria cósmica
é apenas o seu corpo, o seu exterior. É o centro de irradiação e atração da
criação, sempre onipresente. A lei é Deus.
Nossa natural ânsia
pelo conhecimento da Lei
Devido a nossa origem divina, temos
uma natural ânsia de conhecer essa Lei, de compreendê-la, pois ela diz respeito
à nossa própria natureza. Por isto este afã da ciência em compreendê-la, em
determinar as suas expressões, sempre exatas, matemáticas e imutáveis.
Somente com evolução
moral se pode compreender a Lei
Da Lei maior, somente conseguimos
observar partes fragmentárias, pequenas
porções de sua expressão. A medida que o homem evoluir moralmente é que
conseguirá penetrar em sua essência mais profunda. A sua maldade é obstáculo
intransponível à sua revelação. Por isso a verdadeira ciência é sagrada, é uma
prece e também um ato de fé, sempre proporcional ao adiantamento moral daquele
que a observa.
A inter-relação dos
três elementos do Universo
Como vimos acima, no Universo temos a
matéria que é estrutura, forma e
efeito, a energia que é movimento,
vontade e transformismo e o espírito,
que é lei, princípio, idéia e ordem. Estes três modos de ser do Universo se
interligam por relações de reciprocidade. A idéia pura, o espírito (a), se condensa revestindo-se da forma
energia (b),
vontade, movimento, que finalmente se coagula em forma de matéria (g), a estrutura, a realidade exterior:
a ® b ® g.
Uma só substância que
se deriva em três
A Criação é assim uma grande onda,
que partindo de espírito, pensamento puro, caminha para um movimento dinâmico,
a energia, para atingir seu termo na matéria. Portanto temos uma só substância
que se transforma nos três elementos do Universo. Assim a vai para b, que vai para g (a ® b ® g).
O ciclo da substância
Mas, como todo fenômeno, este
movimento necessita ter o seu oposto e complementar, a fim de se equilibrar.
Assim pela lei dos ciclos, lei de
complementaridade, uma trajetória oposta o completa, onde g passa a b e esta retorna a a, fechando-se o ciclo da substância. Dois movimentos que se complementam, sendo o
primeiro de descentralização (a ® b ® g) e o segundo de centralização (g® b ®a). No primeiro a substância se
distancia do centro da criação e no segundo retorna. Eis o respiro do Universo.
O espírito, a, é o
princípio e o fim. Os dois ciclos se completam e se fecham em só movimento.
Uma onda de criação e
outra de regresso
A primeira onda cria a matéria, o
universo físico, as nebulosas, os astros, até a máxima condensação da matéria
no microcosmo. A segunda é a onda de regresso, a que vivemos agora, que dá
origem a vida e restitui da substância, a consciência, o espírito, que se
destitui de toda vestimenta, reencontrando a perfeição, a idéia pura, o
absoluto.
Involução e evolução
O primeiro movimento é de involução, de afastamento da substância,
o segundo é o movimento de evolução,
de retorno.
A grande onda -
conceito central
A criação é uma grande onda, este é o
conceito central do funcionamento orgânico do Universo, o grande princípio
geral da Criação que soluciona muitos de nossos mistérios, como a possibilidade
de se extrair a energia da intimidade da matéria (energia atômica). Soluciona
também problemas de ordem moral, como a evolução do mal e da ignorância para
bem.
9
- A Grande Equação da Substância.
O respiro do Universo
Os dois movimentos coexistem em
constante equilíbrio de compensações, a todo instante no universo. A formação
das nebulosas, o nascimento e morte das estrelas e nossa própria vida encontram
aí sua base de existência. Estes dois movimentos podem ser reunidos em um
círculo, onde podemos ter uma visão geral do ciclo (figura 1).
A grande equação da
substância
Representando o todo, o Universo, por
w, poderemos expressar a equação da
substância, em seus momentos, estático, dinâmico e unitário, como se pode
verificar nas figuras correspondentes. São fórmulas que expressam o monismo da
criação, onde tudo se inter-relaciona e tem uma origem comum. Tudo se irmana,
como fruto de uma mesma fonte, Deus. Uma substância, indefinível ainda em sua
natureza, mas que se molda em tudo que conhecemos, eis a técnica de criação
adotada pelo Criador.
A substância se
transmuta, mas é sempre idêntica a si mesmo
Na fórmula dinâmica podemos notar a
primeira fase, de fuga ou queda e a segunda de reconstrução de w. Embora w se expresse de muitas formas, e
assuma padrões incompletos e imperfeitos em seus diversos momentos, segundo a
sua trajetória, ela permanece em seu todo, sempre completa e perfeita.
A Divina Trindade
Aqui nos encontramos com o conceito
da Divina Trindade, que nos foi revelado pelas religiões. Eis como Deus pode
criar do nada. w
é o relativo e o absoluto, o abstrato e o concreto, é tudo.
Os três elementos
nunca existem isoladamente
Em qualquer lugar ou em qualquer
fenômeno do nosso Universo encontraremos sempre a substância em seus três
momentos, com o predomínio de um deles, caracterizando a sua manifestação
naquele instante. Somos também a união destes três estados da substância e
nunca os encontraremos isoladamente. Assim a substância se manifesta em graus
diversos, configurando cada estado que a vemos. Na matéria bruta, g é máximo, b médio e a, mínimo. Na energia b é máximo e no ser consciente, a é que se expressa com maior peso. A
evolução nada mais é do que um processo que visa transformar toda substância em
a, espírito puro, feito de pura
substância divina.
O significado profundo
desta revelação
Esta revelação nos diz que somos
consciências que despertam, que estão em trânsito para a reconstrução de a, a unidade espiritual pura que nos
compõe. É a concepção bíblica do anjo decaído, do pai, filho e espírito santo e
encontra respaldo em todo o ensinamento do Cristo.
A evolução é a escalada de retorno ao
espírito, ao nosso interior, onde está Deus, onde somos feito de infinito, onde
Ele nos aguarda para um amplexo de felicidade, para a qual somos criados.
Emmanuel e a unidade
Encontramos no livro Emmanuel, da autoria do espírito de
mesmo nome, psicografado por Francisco Cândido Xavier e editado pela Feb, no
capítulo 32, intitulado Quatro questões
de filosofia, no item Espírito e matéria, a seguinte pergunta, a ele
dirigida:
“Será
lícito considerar-se espírito e matéria como dois estados alotrópicos de um só
elemento primordial, de maneira a obter-se a conciliação das duas escolas
perpetuamente em luta, dualista e monista, chegando-se a uma concepção unitária
do Universo?”
“Resposta – É lícito
considerar-se espírito e matéria como estados diversos de uma essência
imutável, chegando-se dessa forma a estabelecer a unidade substancial do
Universo. Dentro, porém, desse monismo físico-psíquico, perfeitamente
conciliável com a doutrina dualista, faz-se preciso considerar a matéria como o
estado negativo e o espírito como o estado positivo dessa substância.”
“A
ciência terrena, no estudo das vibrações, chegará a conceber a unidade de todas
as forças físicas e psíquicas do Universo. (...) O princípio soberano da
unidade absorve todas as variações possíveis, crendo nós que, sem perdermos a
consciência individual no transcurso dos milênios, chegaremos a reunir-nos no
grande princípio da unidade, que é a perfeição.”
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