A CRISE DA MORTE
ERNESTO BOZZANO
Tradução de Guillon Ribeiro
Copyright 1926 by
Federação Espírita Brasileira
Índice
Advento do
Espiritismo no momento certo 64, 65
Alimentação
no plano espiritual 58, 75
Amnésia
durante o intercâmbio mediúnico 82
Bebida
alcoólica no plano espiritual 58
Biografia
de Ernesto Bozzano Apêndice
Blavatski 99, 102
Casos:
-
Amicus 35, 36, 37
-
Celfra 120, 121, 122, 123
-
Daddy 60, 61, 62, 63
-
Dr. Horace Abraham Ackley
17, 18, 19, 20
-
Dr. Scott 72, 73, 74, 75,
76, 77, 78
-
Felicia Scatcherd 84, 85,
86, 87
-
James Blaire Williams 79,
80
-
Jim Nolan 21, 22, 28
-
Juiz Peckam 13, 14, 15, 16
-
Personagem americana não identificada 67, 68
-
Réprobo espiritual 107,
108, 111, 112
-
Reverendo Stockwell 35, 36,
37
-
Rodolfo Valentino 98, 99,
100, 101, 102, 106
-
Soldado morto na Grande Guerra
52, 53
-
Sra Duffey 38,
39, 40, 41
-
Sra Hunter 42,
43, 44, 45
-
Tin
-
-
y 29, 30, 31
-
Uma mãe bondosa 88, 89, 90,
91, 92, 94
Coisas e
objetos espirituais 53, 54, 68, 74, 89,
91, 102, 105, 112, 119
Comunicações
espíritas - provas 7, 134, 135, 136
Comunicações
espíritas - dificuldades 62, 80
Conclusões
de Bozzano 128, 129, 130, 131, 132, 133
Condições
da existência no mundo espiritual 25,
123, 124, 125
Construções
no plano espiritual 22, 27, 85, 102,
103, 104, 119
Conversação
entre os desencarnados 56, 57, 68, 76,
89, 112
Crise da
morte - detalhes fundamentais 128, 130
Crise da
morte - detalhes secundários 129, 130
Descanso
no plano espiritual 45
Detalhes
fundamentais pertinentes à crise da morte
128, 130
Detalhes
secundários pertinentes à crise da morte
129, 130
Dificuldades
nas comunicações mediúnicas 62, 80
Discordâncias
e divergências nas comunicações espíritas
2, 34, 94, 95, 96
Divergências
e discordâncias nas comunicações espíritas
2, 34, 94, 95, 96
Ernesto
Bozzano - notas biográficas Apêndice
Esferas
espirituais 86, 109, 115, 123
Espíritos
puros 124, 125
Evolução
do princípio inteligente 86, 87
Experiências
dos Espíritos após a crise da morte 32,
33, 43, 46, 61, 69, 70, 71, 83, 85, 92, 106, 112, 123
Faculdades
supranormais subconscientes 81
Fluxos
vitais 87
Fotografia
do pensamento 84
Hábitos e
vícios conservados pelo Espírito 58
Hyslop 6, 7
Ideoplastia 84
Individualidade
dos Espíritos puros 125
Influência
do pensamento dos vivos sobre os desencarnados
70, 71
Insulamento
espiritual 116, 117, 118
Locomoção
no plano espiritual 74
Memória
fisiológica 50
Memória
integral 50, 51
Método
adotado por Bozzano 8, 127, 136
Método
sugerido por Hyslop 8
Moradias
espirituais 22, 27, 85, 102, 103, 119
Música no
plano espiritual 93
Objetos e
coisas espirituais 53, 54, 68, 74, 89,
91, 102, 105, 112, 119
Ocupações
dos desencarnados 45
Oliver
Lodge 4, 5
Origem da
vida 86, 87
Origem
desta obra 9, 10
Paisagens
do mundo extrafísico 54, 55, 59, 91,
103, 119
Pensamento
- poder 24, 27, 53, 54, 55, 59, 68, 74,
85, 89, 91, 102, 105, 112, 119
Pensamento
- projeções 59
Pensamento
- transmissão 49, 56, 57, 59, 63, 68,
76, 89, 112, 123
Percepções
dos Espíritos 41, 44, 48, 49, 53, 56,
60, 63, 66, 74, 80, 81, 92, 112
Perispírito
- amadurecimento no plano espiritual 48,
85
Perispírito
- rejuvenescimento no plano espiritual
48, 85
Peso
específico dos desencarnados 123
Poder do
pensamento 24, 27, 53, 54, 55, 59, 68,
74, 85, 89, 91, 102, 105, 112, 119
Projeções
do pensamento 59
Protoplasma
- origem 86, 87
Provas da
sobrevivência 5
Puros
Espíritos 124, 125
Recepção
do Espírito em seu retorno ao mundo espiritual
14, 18, 22, 37, 40, 44, 61, 68, 80, 85, 89, 102
Recordação
do passado 89
Reencarnação 94, 95, 96, 97
Rejuvenescimento
do corpo espiritual depois da morte 48,
85
Retorno do
Espírito ao mundo espiritual 14, 18, 22,
37, 40, 44, 61, 68, 80, 85, 89, 102
Segunda
morte 95
Sofrimentos
no plano espiritual 43, 108, 110, 112,
113, 114, 115, 116
Solidez
das construções espirituais 103, 104
Sono
reparador 15, 31, 53, 61, 80, 85, 89,
102
Suicídio -
atenuantes 73, 78
Telepatia
diferida 62
Transmissão
do pensamento 49, 56, 57, 59, 63, 68,
76, 89, 112, 123
Trevas 112, 113, 116, 117, 118
Veracidade
das comunicações espíritas 7, 134, 135,
136
Vibrações 50, 71, 93
Vícios e
hábitos conservados pelo Espírito 58
Vida 86, 87
Vidas
sucessivas 94, 95, 96, 97
Visão das
pessoas por parte dos Espíritos 44, 74,
76, 104
Visão
panorâmica do passado 19, 37, 40, 44,
47, 80, 85, 102
A CRISE DA MORTE
ERNESTO BOZZANO
1a Reunião
Objeto do estudo: Prefácio e texto contidos nas págs. 9 a
43.
Questões para debate
A. Que método Bozzano
adotou para elaborar esta obra? (A Crise da Morte, pp. 11 a 18. Ver itens 1 a 5 do texto
abaixo.)
B. Qual era a opinião
do professor Hyslop acerca das chamadas “revelações transcendentais”? (Obra citada, pp.
18 e 19. Ver itens 6 a 8 do texto abaixo.)
C. De onde foram
extraídos os fatos que compõem este livro? (Obra citada, pp. 19 a 23. Ver itens 8 a 12 do texto abaixo.)
D. A quem se refere o
primeiro caso e que ele nos revela? (Obra citada, pp. 23 a 26. Ver itens 13 a 16 do texto
abaixo.)
E. Que informações
colhemos no segundo caso? (Obra citada, pp. 27 a 30. Ver itens 17 a 20 do texto
abaixo.)
F. Quem é Jim Nolan e
que revelações ele transmitiu? (Obra citada, pp. 31 a 37. Ver itens 21, 22 e 28 do texto abaixo.)
G. Que diz Bozzano
sobre o poder criador do pensamento? (Obra citada, pp. 32 a 36. Ver itens 23 a 27 do texto abaixo.)
H. De que trata o
quarto caso e que informações nele se contêm? (Obra citada, pp. 37 a 42. Ver itens 29 a 34
do texto abaixo.)
Texto para consulta
1. Prefácio do tradutor - Guillon Ribeiro,
reportando-se às mensagens do Além sobre que Bozzano assentou o seu estudo,
afirma que tais comunicações, dispersas,
só muito relativo valor teriam, se o notável escritor italiano não as houvesse
submetido ao processo científico da análise comparada, do que resultou um
conjunto de revelações de irrecusável veracidade. (P. 11)
2. Introdução - Bozzano diz ter aplicado a
esse conjunto de “revelações transcendentais” os processos da análise
comparada, obtendo resultados inesperados e importantes em torno da morte.
Provou ele que numerosíssimas informações obtidas mediunicamente, a respeito do
meio espiritual, concordam admiravelmente entre si, no que concerne às
indicações de natureza geral, e suas discordâncias aparentes provêm de causas
múltiplas, fáceis de serem apreendidas e justificáveis. (P. 15)
3. O autor afirma ter
adquirido, com suas pesquisas, a certeza de que, em futuro não distante, a
seção metapsíquica das “revelações transcendentais” alcançará grande valor
científico e constituirá, portanto, o ramo mais importante das disciplinas
metapsíquicas. (P. 16)
4. Se antes ele mesmo
as desprezava, Bozzano não hesita em declarar ter mudado de parecer,
relativamente ao valor teórico das “revelações transcendentais”, citando
pesquisadores eminentes, como o
professor Oliver Lodge, que não hesitaram em publicar declarações análogas. (P.
17)
5. Lodge, por exemplo,
afirma que tudo contribui para se supor que a prova real da sobrevivência
dependerá do estudo e da comparação dessas “narrações de exploradores espirituais”,
mais do que das provas resultantes das informações pessoais fornecidas acerca
do passado. (PP. 17 e 18)
6. Bozzano refere-se
também ao professor Hyslop, que ponderou, a respeito de duas coleções de
revelações sobre o Além, que nada há de impossível nas informações que ditas
mensagens contêm. Diz Hyslop: “Em suma, os livros desta espécie são
importantes, pois que nos dão uma primeira idéia sobre o mundo espiritual,
oferecendo-nos assim oportunidade de comparar os detalhes contidos nas
diferentes revelações obtidas”. (P. 18)
7. Para o professor
Hyslop existe um meio de verificar as afirmações pertinentes à existência
espiritual: experimentar com um número suficiente de médiuns, para comparar em
seguida os resultados. “É evidente que, nessas condições – diz ele – uma
concordância de informações fundamentais, repetindo-se com uma centena de
indivíduos diferentes, teria valor bastante grande a favor da demonstração da
existência real de um mundo espiritual análogo ao que fora revelado.” (P. 19)
8. O método de
pesquisa proposto pelo professor Hyslop é, em suma, o adotado por Bozzano, que
se valeu, para isso, do material imenso que se acumulara nos últimos anos,
relativamente às “revelações transcendentais”. (P. 19)
9. Como o material
classificado e comentado assumia proporções tais que impediriam a sua
publicação em livro, Bozzano resolveu suspender temporariamente as pesquisas,
para consagrar algumas monografias de ensaios aos resultados já obtidos. Este
livro é uma dessas monografias. (P. 20)
10. Todos os fatos por
ele citados foram tirados de coleções de “revelações transcendentais” publicadas
na Inglaterra e nos Estados Unidos. O motivo é simples: não havia na França,
Itália, Alemanha, Portugal e Espanha coleções de “revelações transcendentais”
sob a forma de narrativas continuadas, orgânicas, ditadas por uma só
personalidade mediúnica e confirmadas por provas excelentes de identidade dos
defuntos que se comunicaram. (P. 21)
11. Nas poucas
coleções que têm aparecido nos países referidos não se encontram episódios
concernentes à crise da morte, salvo o livro “O Céu e o Inferno”, no qual podem
se ler três ou quatro episódios dessa espécie; mas eles são de natureza muito
vaga e geral, para poderem ser tomados em consideração numa obra de análise comparada.
(PP. 21 e 22)
12. O autor ressalta,
preliminarmente, que desde o começo do movimento espírita se obtiveram
mensagens mediúnicas em que a existência e o meio espirituais são descritos em
termos idênticos aos das mensagens obtidas atualmente, embora a mentalidade dos
médiuns fosse, então, dominada pelas concepções tradicionais referentes ao
paraíso e ao inferno e, por conseguinte, pouco preparada para receber mensagens
de defuntos. (PP. 22 e 23)
13. Primeiro caso - Este caso foi extraído
da obra Letters and Tracts on Spiritualism, que contém artigos e
monografias publicados de 1854 a 1874 pelo juiz Edmonds, que foi notável médium
psicógrafo, falante e vidente. (P. 23)
14. Meses depois de
sua morte, o juiz Peckam, a quem Edmonds muito estimava, ditou-lhe expressiva
mensagem em que conta que, no momento em que mergulhou no mar, apareceram seu
pai e sua mãe, e foi esta quem o tirou da água, mostrando uma energia incomum.
(P. 23)
15. Bozzano, após
transcrever a mensagem, lembra que só em casos excepcionais de mortes
imprevistas, sem sofrimento e com estado
sereno d’alma, é possível ao Espírito
escapar à necessidade do sono reparador, como se deu com o juiz Peckam. (PP. 23 a 25)
16. Em seguida, ele
relaciona os detalhes contidos na mensagem, os quais serão depois confirmados
em todas as revelações do mesmo gênero: a) o fato de o desencarnado não perceber,
ou quase não perceber, que se separara do corpo e, ainda menos, que se achava
num meio espiritual; b) o Espírito se encontrar com uma forma humana e se ver
cercado de um meio terrestre, ou quase terrestre; c) o comunicante pensar que se
exprime de viva voz como antes e ouve, como antes, as palavras dos demais; d) o
encontro, no limiar da nova existência, com outros Espíritos de mortos, que são
geralmente parentes mais próximos, mas podem ser também amigos ou
Espíritos-guias; e) o morto afirmar ter passado pela experiência da “visão
panorâmica” dos atos de sua existência terrena ora finda. (PP. 25 e 26)
17. Segundo caso - Este fato foi tirado do
livro From Matter to Spirit, em que a personalidade mediúnica do Dr.
Horace Abraham Ackley descreve a maneira por que seu Espírito se separou do
corpo físico. (P. 27)
18. Transcrita a
mensagem, Bozzano observa que, enquanto muitos Espíritos de mortos entram num
meio mais ou menos radioso, onde são acolhidos por seus parentes desencarnados,
aqui se vê, ao contrário, que o comunicante se encontrou em um meio nuvioso,
isto é, nublado, onde foi acolhido amistosamente por dois Espíritos que lhe
eram desconhecidos. (P. 29)
19. No caso em apreço,
o comunicante afirma ter enfrentado também a experiência da “visão panorâmica”
de seu passado, que pareceu aqui ter sido provocada pelos “guias espirituais”,
com o fim de predispor o Espírito a uma espécie de exame de consciência. (P.
29)
20. O caso contém,
ainda, a narração de um fato de bilocação no leito de morte, seguido do
fenômeno consistente na situação que durante algum tempo o desencarnado
conservou, pairando por cima do cadáver. (PP. 29 e 30)
21. Terceiro caso - Extraído do livro do
Dr. Wolfe: Starling Facts in Modern Spiritualism, este caso apresenta Jim
Nolan, o Espírito-guia do célebre médium Sr. Hollis, o qual, havendo sido
soldado no curso da Guerra de Secessão da América e morto de tifo num hospital
militar, responde a várias perguntas de um experimentador. (P. 31)
22. Jim Nolan disse
que, ao entrar no mundo espiritual, parecia-lhe caminhar sobre um terreno
sólido, quando encontrou sua avó, que o levou para longe dali, para sua morada.
A morada da avó, onde ele repousou e dormiu naquela noite, tinha o aspecto de
uma casa. “No mundo dos Espíritos – explicou ele –, há a força do pensamento,
por meio do qual se podem criar todas as comodidades desejáveis...” (P. 32)
23. Esta informação,
diz Bozzano, não é apenas um dos detalhes fundamentais a cujo respeito todos os
Espíritos estão de acordo; é também a chave que permite explicar e resolver
todas as informações e descrições aparentemente absurdas, incríveis ou ridículas
dadas pelos Espíritos a respeito da vida espiritual. (PP. 32 e 33)
24. O poder criador do
pensamento no meio espiritual é confirmado por fatos que se desenrolam no meio
terrestre, onde o pensamento e a vontade são suscetíveis de criar e objetivar
as formas concretas das coisas pensadas e desejadas. A diferença entre os dois
meios é que, aqui, semelhante criação requer a participação de sensitivos especiais.
Bozzano refere-se aos fenômenos de “ideoplastia” ou de “fotografias do pensamento”.
(PP. 33 e 34)
25. As personalidades
mediúnicas afirmam que as condições de existência espiritual são transitórias e
dizem respeito, exclusivamente, à esfera mais próxima do mundo terrestre, isto
é, a que se destina aos Espíritos recém-chegados. (P. 35)
26. Temos de
reconhecer, diz Bozzano, que um ciclo de existência preparatória passe entre a
existência encarnada e a de “puro Espírito”, de maneira a conciliar a natureza,
por demais terrestre, do Espírito desencarnado, com a natureza transcendental
da existência espiritual propriamente dita. (PP. 35 e 36)
27. O poder criador do
pensamento permite obviar a este inconveniente: o Espírito, pensando na forma
humana, se veria de novo em forma humana; pensando em estar vestido, achar-se-ia
coberto de roupas que, sendo tão etéreas como o seu próprio corpo, lhe
pareceriam tão substanciais como as vestes terrenas. É assim que ele encontraria
novamente, no mundo espiritual, um meio e uma morada correspondentes a seus
hábitos terrestres, morada que lhe preparariam os seus familiares, tornados
antes dele à existência espiritual. (P. 36)
28. Jim Nolan passou
também pela experiência da “visão panorâmica” de sua vida terrena, mas, em seu
caso, o fenômeno se desdobrou sob a forma de “recapitulação de lembranças”.
(PP. 36 e 37)
29. Quarto caso - Este fato foi tirado da
obra de Mrs. Jessie Platts: The Witness. Trata-se de uma
coleção de comunicações mediúnicas muito
interessantes, obtidas graças à mediunidade da própria Mrs. Platts, viúva do
Reverendo Charles Platts, que teve a infelicidade de perder seus dois filhos na
Grande Guerra. As mensagens publicadas provêm do filho mais moço: Tiny, rapaz
de 18 anos, morto quando combatia na frente francesa, em abril de 1917. (P. 37)
30. Bozzano
transcreveu a mensagem de Tiny, que resume em duas páginas as modalidades
essenciais em que se desenrola normalmente a crise da morte para a grande
maioria das pessoas. (PP. 38 e 39)
31. O autor assinalou
na referida comunicação os seguintes detalhes: a) o fato de os Espíritos
desencarnados ignorarem terem morrido; b) o sono reparador, a que estariam
sujeitos todos os Espíritos recém-chegados ao mundo espiritual; c) o estado de
insulamento em que ficam certos Espíritos, incapazes de perceber a presença dos
Espíritos-guias pertencentes a uma hierarquia superior. (PP. 39 a 41)
32. Na mensagem, o
Espírito afirmou, como outros já haviam dito,
que não existem
duas personalidades espirituais
que tenham de atravessar as mesmas experiências após a crise da morte. (P. 42)
33. Esta afirmação,
segundo Bozzano, é absolutamente racional. Com efeito, se no mundo dos vivos
não há duas individualidades que pensem da mesma maneira; se, pela “lei de afinidade”,
todo Espírito gravita no plano espiritual que lhe é próprio; e se o pensamento
de cada Espírito cria o seu meio objetivo e subjetivo, é certo que não pode haver
duas personalidades espirituais que devam passar pelas mesmas vicissitudes durante
o curso da crise da morte. (P. 42)
34. Eis aí uma das
causas das pretendidas contradições das “revelações transcendentais”, que
cumpre atribuir à variedade infinita dos temperamentos individuais, combinados
com o grau evolutivo dos Espíritos. (P. 42)
2a Reunião
Objeto do estudo: Texto contido nas págs. 43 a 93.
Questões para debate
A. Quem é “Amicus” e
que revelações ele transmitiu? (A Crise da Morte,
pp. 43 a 47. Ver itens 35 a 37 do texto abaixo.)
B. Que informações
colhemos no sexto caso? (Obra citada, pp. 48 a 58. Ver itens 38 a 41 do texto abaixo.)
C. De onde foi
extraído o sétimo caso e que é que ele nos revela? (Obra citada, pp. 59 a 66. Ver itens 42 a 49
do texto abaixo.)
D. Que diz Bozzano sobre a formação da memória integral? (Obra citada, pág. 68. Ver itens 50 e 51 do
texto abaixo.)
E. Que revelações nos
traz o oitavo caso? (Obra citada, pp. 69 a 75. Ver itens 52 a 57 do texto abaixo.)
F. Como os Espíritos
satisfazem os hábitos voluptuosos que trazem da última existência? (Obra citada, pág.
78. Ver item 58 do texto abaixo.)
G. Que ensinamentos
extraímos do nono caso? (Obra citada, pp. 84 a 91. Ver itens 60 a 63 do texto abaixo.)
H. O advento da Nova
Revelação veio na época certa? (Obra citada, pp. 91 e 92. Ver itens 64 e 65 do texto abaixo.)
Texto para consulta
35. Quinto caso - Este caso foi extraído de
uma preciosa coleção de “revelações transcendentais” intitulada: The
Morrow of Death by “Amicus”, devida à mediunidade do Sr. Ernest H.
Peckam. A Entidade comunicante, que usou o pseudônimo de “Amicus”, foi em vida
o Reverendo A. K. Stockwell, falecido mais de quarenta anos antes. (P. 43)
36. Stockwell revelou
na mensagem, transcrita no livro, que o meio que recebe o desencarnado é
determinado pelo grau de espiritualidade em que ele se acha. Com a morte, ganha
a morada espiritual que preparou para si mesmo. (P. 45)
37. Eis, segundo
anotou Bozzano, os detalhes gerais contidos na mensagem: a) a informação de que
os Espíritos dos mortos, salvo raras exceções, são acolhidos e reconfortados
por seus familiares e amigos desencarnados; b) a prova da “visão panorâmica”
dos acontecimentos da vida; c) a informação sobre os desencarnados que não
percebem que já morreram; d) a faculdade que têm os Espíritos de modelar e
organizar, própria do pensamento no meio espiritual; e) a informação sobre a
“lei de afinidade”, que regula inexoravelmente os destinos humanos, sem a necessidade
de intervenção de um Juiz Supremo a condenar ou absolver cada Espírito
desencarnado. (PP. 46 e 47)
38. Sexto caso - Extraído de um precioso
volume de revelações transcendentais, devido à mediunidade da Sra. E. B.
Duffey, intitulado: Heaven Revised, este caso apresenta um conjunto orgânico,
muito complicado, de concordâncias muito diferentes, grandes e pequenas, freqüentemente
estranhas e inesperadas, em contraste com as tradições religiosas assimiladas
no curso da infância e da adolescência por toda a humanidade cristã. (PP. 48 a
51)
39. A personalidade
comunicante fora, em vida, conhecida da médium. Era uma senhora distinta e de
espírito muito culto, que, de livre-pensadora que era, tornou-se espírita nos
últimos anos de sua vida. (P. 51)
40. Os detalhes gerais
contidos na revelação desse Espírito são: a) o fato de a morta ignorar haver
morrido; b) a experiência da “visão panorâmica” dos acontecimentos de sua vida;
b) a circunstância de a morta achar-se em forma humana, no meio espiritual,
onde andava ou, antes, se transportava pairando a pequena distância do solo; c)
o reencontro com seus dois filhos, que
ela levara à sepultura anos antes, os quais se haviam tornado adultos. (PP. 56
a 58)
41. A comunicante
revela ainda que, quando sua mentalidade vibrava em uníssono com as vibrações
específicas do meio terrestre, ela não percebia as vibrações infinitamente mais
sutis do meio espiritual e, por conseguinte, os Espíritos que estavam a seu
lado. Contudo, desde que seu pensamento se voltou para as coisas espirituais e
vibrou em uníssono com o meio espiritual, ela viu desaparecer diante de si o
mundo em que vivera, e se encontrou, como por encanto, no meio espiritual. (P.
58)
42.
Sétimo caso - Este caso foi relatado
pela revista Light, numa série de números do ano de 1922. Trata-se de uma
coleção de “revelações transcendentais” recebidas por uma médium – Mrs. Hope
Hunter – de limitada cultura intelectual e que ignorava inteiramente a doutrina
espírita. (P. 59)
43. O comunicante era
o Espírito de um irmão da médium, morto na Grande Guerra, a quem ela estimava
muito. Quando o jovem militar se manifestou pela primeira vez, sucedeu o que
quase sempre acontece nessas circunstâncias: é que o Espírito, reabsorvendo
fluidos humanos e volvendo parcialmente às condições terrestres, não pôde deixar
de ressentir e transmitir ao médium os sintomas que lhe caracterizaram a
agonia. (P. 61)
44. Os detalhes
contidos na série de mensagens captadas pela Sra. Hunter são estes: a) a experiência
da “visão panorâmica” dos fatos da vida em que o falecido se comportara mal; b)
o reencontro com o pai desencarnado, que o conduziu à sua residência, onde
passou também a viver; c) o desconhecimento por parte de muitos de seus camaradas
de que se achavam mortos; d) a mudança na percepção visual do comunicante, que
passou a ver os encarnados como seres cada vez mais evanescentes. (PP. 61 a 63)
45. O Espírito
comunicante informou achar-se, na vida espiritual, ativamente ocupado, e isso ocorria com todos. Quando se sentem
fatigados, eles distraem-se, mas ninguém na Terra pode imaginar em que
consistem esses descansos, que, da mesma forma que o cansaço, são diversos do
que conhecemos no mundo físico. (P. 64)
46. Falando sobre o
fenômeno da morte, o Espírito-guia da médium explicou que a crise da morte é,
fundamentalmente, a mesma para todos; contudo, no caso de um soldado morto de
maneira quase fulminante, as coisas diferem um pouco. Espíritos auxiliam o
recém-desencarnado, que se sente aturdido, desorientado, aterrado, e não
poderia ser de outro modo. (P. 64)
47. Aludindo à questão
da visão retrospectiva dos fatos da existência terrena, o guia da médium disse
não lhe ser possível explicar como o fato se produz; porém, a razão dele reside
numa circunstância natural da vida, durante a qual toda ação que executamos e
todo pensamento formulado ficam registrados indelevelmente no éter vitalizado
que nos impregna o organismo. Trata-se – diz ele – de um processo fotográfico.
(P. 65)
48. O guia esclareceu
também por que o falecido, a princípio, não reconheceu o próprio pai, fato que
com freqüência ocorre. É que o aspecto
dos desencarnados geralmente se modifica. Existe, no plano espiritual, um
de-senvolvimento do “corpo etéreo”: um bebê cresce até chegar à maturidade; um
velho alcança a idade viril, rejuvenescendo. (P. 66)
49. Explicando a
possibilidade que o falecido tinha de ver o que seus camaradas pensavam, o guia
espiritual informou que o fato era possível, porque na vida espiritual a
transmissão do pensamento é a forma normal de conversação entre os Espíritos;
depois, porque muitos pensamentos se exteriorizam da fronte daquele que os
formula, revestindo formas concretas, correspondentes à idéia pensada, formas
que todos os Espíritos percebem. (P. 66)
50. Comentando as
informações do Espírito-guia, Bozzano diz que elas concordam com as indicações
dos psicólogos e fisiologistas a respeito da memória fisiológica normal e da
memória integral subconsciente. Para explicar a sua formação, eles falam de
“vibrações” do pensamento, que se gravariam de modo indelével na substância
cerebral. Apenas neste último detalhe existe discordância entre os psicólogos e
o Espírito-guia, segundo quem as “vibrações” do pensamento se gravariam no éter
vitalizado que constitui o “corpo etéreo” e não no cérebro físico. (P. 68)
51. Como a memória
integral sobrevive à morte do corpo físico, a explicação do Espírito deve
certamente ser verdadeira, visto que, doutro modo, morto o corpo, não
subsistiria a memória. (P. 68)
52. Oitavo caso - Extraído também da
revista Light, edição do ano de 1925, trata-se de comunicações ditadas
em maio e junho de 1918 por um jovem
soldado morto logo no início da Grande Guerra. (PP. 69 e 70)
53. Eis os detalhes
contidos nas mensagens do jovem soldado: a) a ignorância em que muitos se
encontram a respeito da própria morte; b) o sono reparador, que acomete os desencarnados,
sobretudo quando acham que a morte era o aniquilamento total da criatura
humana; c) após despertar desse sono, o desencarnado se sente um outro ser e
entende que se encontra num meio espiritual e que é um Espírito; d) os que
desencarnam com a convicção de que existe uma vida de além-túmulo não
necessitam dormir, a menos que cheguem ao mundo espiritual esgotados por longa
enfermidade ou deprimidos por uma vida de tribulações; e) os Espíritos muito
inferiores, que permanecem ligados à Terra, não gozam do benefício do sono
reparador e, por isso, perseveram na ilusão de que continuam encarnados; f) o
meio espiritual apresenta ao visitante “coisas” que parecem da mesma natureza
que as que ele conhecia na Terra, mas elas são reais, absolutamente reais; g)
os desencarnados não demoram a descobrir que podem transformar certas “coisas” que vêem em torno deles, unicamente
pelo desejo de que elas se transformem. (PP. 70 a 75)
54. A propósito do
último detalhe, diz o Espírito que, vendo a seus pés uma agulha de madeira, ele
pode transformá-la, pela força de sua vontade, em uma agulha de aço; mas não pode transformar os objetos volumosos
e, ainda menos, o meio em que vive. A razão é que a paisagem que o rodeia não é
somente “cenário” dele; é o “cenário” de todos os Espíritos que ali residem.
Pode, pois, transformar apenas as coisas pequenas e quando isso a ninguém
aborreça ou prejudique. (P. 75)
55. Após repetidas
experiências desta natureza, informa a Entidade, entende-se que o meio
espiritual é, na realidade, constituído unicamente de “formas de pensamento” e
de “projeções da memória”, e que tudo isto está organizado com o fim de tornar
mais fácil, aos Espíritos recém-desencarnados, o período de transição
decorrente da morte corpórea. (P. 75)
56. A respeito das
percepções espirituais, diz o
comunicante que, a princípio, pensa-se que os Espíritos conversam da mesma
maneira que o faziam quando encarnados; mas, desde o começo, experimenta-se a
curiosa sensação de compreender-se muito mais do que o que se formula verbalmente.
(P. 75)
57. Com o tempo,
percebe-se que a conversação por meio da palavra não constitui mais do que uma
espécie de superestrutura artificial, substancialmente inútil para a permuta
das idéias, a qual, na realidade, se opera diretamente, pela transmissão dos
pensamentos. (P. 75)
58. Citando o livro “Raymond”,
escrito pelo professor Oliver Lodge, Bozzano lembra que os Espíritos
recém-desencarnados não encontram no meio espiritual a mesma satisfação de antes,
nos hábitos voluptuosos adquiridos no mundo dos vivos, e até os perdem.
Todavia, quando chegam ao mundo espiritual, influenciados pelas tendências que
os dominavam na Terra, há os que pedem de comer e outros que querem um gole de
uísque. Existe, porém, um meio de contentá-los, fornecendo-se-lhes qualquer
coisa que se assemelhe ao que reclamam. Desde, porém, que hajam saboreado uma
ou duas vezes a coisa desejada, não mais sentem dela necessidade e a esquecem.
(P. 78)
59. As projeções do
pensamento no meio espiritual são consideradas efêmeras, apenas do ponto de vista da evolução ulterior do
Espírito. São, contudo, substanciais
no meio em que elas se produzem. Com
efeito, admitida a existência de um meio espiritual, cuja densidade
específica seja constituída de “éter vitalizado” – num mundo assim a paisagem
geral, assim como as projeções particulares devem ser consideradas reais,
absolutamente reais, pois que teriam a mesma consistência que o organismo
espiritual dos seres que o habitam e seriam constituídas do mesmo elemento. (P.
81)
60. Nono caso - Este caso foi tirado do
livro de mensagens transcendentais intitulado A Heretic in Heaven. O médium-narrador é o Sr. Ernesto H.
Peckham, autor do belo livro The Morrow of Death, e o comunicante, que fora
membro do mesmo círculo experimental do Sr. Peckham, valeu-se de um pseudônimo
– “Daddy” – para assinar as mensagens. (PP. 84 e 85)
61. Eis os detalhes
contidos nas mensagens de “Daddy”: a) embora morto, o Espírito se sentia mais
vivo do que antes; b) os acessos de soluço, a asma e outros sintomas bronquiais,
que o atormentaram no momento da morte, continuaram a afligi-lo na vida espiritual;
c) sua mãe, que morrera havia muitos anos, e sua esposa foram visitá-lo em sua
nova morada; d) seguiu-se depois disso um prolongado período de sono. (PP. 86 a
88)
62. Além de outros
episódios constantes das mensagens de “Daddy”, Bozzano comenta o fato de ter o
Espírito anunciado sua morte a um amigo encarnado, que então a ignorava. Como o
fato realmente ocorreu nas condições de meio indicadas pelo comunicante, é
forçoso concluir que se trata de um dos fenômenos comuns – ora visuais, ora
auditivos – de manifestação dos mortos, fenômenos a que os metapsiquistas
ortodoxos chamam “telepatia diferida”. (P. 90)
63. O autor assinala
ainda nas citadas mensagens: 1o) o interessante fenômeno segundo o
qual os objetos afastados não parecem diminuídos à percepção espiritual, pela
distância, enquanto todo objeto é simultaneamente percebido por todos os seus
lados e no seu próprio interior, indo a visão além do objeto; 2o) a
observação concernente ao pensamento do Espírito, logo percebido por outro
Espírito distante e que intervém, auxiliando o primeiro com um conselho que lhe
transmite no mesmo instante. (P. 91)
64. Bozzano diz que os
“raios Roentgen” (raios X) e a “telegrafia sem fio” são conquistas científicas
que nos permitem compreender perfeitamente a viabilidade dos dois fenômenos
acima referidos, que pareceriam absurdos se revelados duas gerações antes da
sua. “Esta observação – adverte o autor – deveria aconselhar a todos prudência,
antes de proclamarem absurdas e impossíveis outras informações análogas,
constantes das mensagens do Além e que ainda não estão confirmadas pela ciência
terrestre.” (PP. 91 e 92)
65. O fato indica
ainda que as manifestações mediúnicas se produzem no momento exato em que
parecem maduros os tempos, para serem compreendidas, apreciadas e assimiladas.
Se as “pancadas” de Hydesville se houvessem produzido um século antes, teriam
passado despercebidas e infecundas. “Cumpre, pois, se reconheça que a Nova Ciência da Alma nasceu na hora
precisa, no seio dos povos civilizados”, acrescenta Bozzano. (P. 92)
66. O autor considera
também detalhe fundamental a revelação mediúnica acerca das modalidades sob as
quais se manifesta a visão espiritual, que requer um certo tempo para que se
desenvolva inteiramente nos Espíritos recém-chegados, o que explica por que são
em número reduzido os Espíritos desencarnados que a ela aludem. (PP. 92 e 93)
3a Reunião
Objeto do estudo: Texto contido nas págs. 93 a 135.
Questões para debate
A. Que detalhes se
contêm no décimo caso deste livro? (A Crise da Morte,
pp. 93 a 97. Ver itens 67 a 69 do texto abaixo.)
B. A dor exagerada dos
vivos, ao pé do leito mortuário, pode prejudicar o desencarnante? (Obra citada, pp.
97 e 98. Ver itens 70 e 71 do texto abaixo.)
C. Que ensinamentos
colhemos do caso do dr. Scott? (Obra citada, pp. 98 a 106. Ver itens 72 a 78 do texto abaixo.)
D. Que informações James Blaire Williams transmitiu? (Obra citada, pp. 107 a 115. Ver itens 79 a
83 do texto abaixo.)
E. Quem foi, na
Inglaterra, Felicia Scatcherd e que contém sua comunicação post-mortem? (Obra citada, pp.
115 a 121. Ver itens 84 e 85 do texto abaixo.)
F. Que disse Felicia
Scatcherd sobre os “germes da vida” e os “fluxos vitais”? (Obra citada, pp. 122 e 123. Ver itens 86 e
87 do texto abaixo.)
G. Que revelações nos
traz o décimo quarto caso? (Obra citada, pp. 124 a 132. Ver itens 88 a 93 do texto abaixo.)
H. Por que a
reencarnação não era, entre os povos anglo-saxões, ensinada por todos os
Espíritos? (Obra
citada, pp. 132 a 135. Ver itens 94 a 97 do texto abaixo.)
Texto para consulta
67. Décimo caso - A narrativa que se segue,
extraída da revista Light do ano de 1927, foi precedida de breve nota escrita pelo
Sr. David Gow, que esclarece que as mensagens mediúnicas por ele transcritas
foram tiradas de um longo relatório a ele enviado por um ministro anglicano da
Nova Escócia. O Espírito comunicante foi conhecida personagem americana, que
ocupou na Terra alto cargo municipal. (PP. 93 e 94)
68. Eis os detalhes
contidos nas aludidas mensagens : a) o fato de ter o falecido ignorado a sua
morte; b) o encontro com sua esposa desencarnada, que foi quem lhe comunicou a
desencarnação; c) a informação de que os Espíritos dos mortos se tornam
extremamente sensíveis às vibrações dos pensamentos das pessoas que lhes são
caras; d) a confirmação de que no meio espiritual não se usa da palavra para
conversar: os Espíritos percebem os pensamentos nos olhos daquele que com ele
conversa; e) o reencontro com outros parentes e amigos; f) a facilidade de
obtenção dos objetos de que o Espírito necessite: para criá-los, diz o
Espírito, basta pensar neles. (PP. 94 a 96)
69. Bozzano observa
ter faltado nestas mensagens a alusão ao “sono reparador” e à experiência da
“visão panorâmica” dos fatos do passado, tão comuns em outras comunicações mediúnicas.
Lembra ele, porém, que isso não tem nenhuma importância, porque ninguém afirmou
que os Espíritos devam passar pelas mesmas experiências. (P. 97)
70. Outro ponto
interessante da informação espiritual é o que diz que a dor exagerada dos
vivos, junto dos leitos mortuários das pessoas que lhes são caras, constitui
obstáculo intransponível, que impede o morto de entrar em relações psíquicas
com os seus e, por outro lado, exerce influência deplorável sobre as condições
do desencarnado. (PP. 97 e 98)
71. Reconhece Bozzano
que tais afirmações são perfeitamente acordes com as conclusões dos sábios,
segundo as quais tudo o que existe e se manifesta no Universo físico e psíquico
pode reduzir-se, em última análise, a um fenômeno de “vibrações”. É, pois,
muito verossímil, inevitável mesmo, que as vibrações inerentes a um estado
d’alma de grande dor sejam penosas para um Espírito que há pouco se libertou do
corpo carnal, retendo-o no meio terrestre. (P. 98)
72. Undécimo caso - Este caso foi desentranhado de um livro
publicado na Inglaterra e intitulado: From Four Who Are Dead (De Quatro Que Estão Mortos), recebido
por uma médium inglesa, a Sra. C. A. Dawson Scott, que jamais cuidara de
pesquisas psíquicas e ignorava esse gênero de literatura. Além disso, segundo
ela mesma conta, não lhe interessavam os destinos da alma, e a questão da morte
lhe era indiferente. (PP. 98 e 99)
73. Foi uma grande dor
que, de súbito, atingiu a existência ditosa da Sra. Dawson Scott: seu marido,
doutor em Medicina, voltara da guerra em estado de esgotamento nervoso, agravado
pelo fato de haver na sua família uma forma hereditária de hipocondria. Certo
dia, no meio de uma dessas crises, o dr. Scott se suicidou e, em conseqüência
disso, sua esposa passou a interessar-se pelas experiências mediúnicas
realizadas pelas irmãs Shafto. (PP. 99 e 100)
74. Eis os detalhes
colhidos na mensagem do esposo suicida: a) a informação de que o aspecto das
coisas que o cercavam havia mudado: tudo era diferente e os objetos tinham uma
aparência evanescente, além de serem penetráveis; b) o comunicante
transportava-se no meio espiritual sem caminhar; c) as coisas de que o Espírito
necessitava podiam ser criadas pela força do seu pensamento: ao pensar na roupa
que trajava, ele se via vestido daquele modo, tendo até no bolso os objetos
costumeiros; d) ele se transportava com rapidez no meio espiritual: ao pensar
em determinado lugar, no mesmo instante ali se encontrava; e) o reavivamento
progressivo, no meio espiritual, das faculdades espirituais. (PP. 101 e 102)
75. O Espírito
explicou ainda, em sua comunicação, que o seu alimento era espiritual: “A causa
principal de tantos crimes no mundo dos vivos – isto é, a necessidade que cada
um tem de alimentar-se – não existe aqui. Ou, com maior exatidão, não temos
mais necessidade de alimentar-nos, no sentido preciso do termo, se bem que
aqueles dentre nós, que ainda queiram satisfazer ao prazer de se alimentarem,
possam proporcionar a si mesmo a sensação de que o fazem...” (P. 103)
76. Bozzano destaca,
nas citações por ele feitas, a circunstância de os vivos parecerem sombras ao
comunicante, e os Espíritos, seres substanciais. Conversando com estes
últimos, julgara que eles lhe dirigiam a
palavra, quando apenas lhe transmitiam seus pensamentos. (P. 103)
77. Outro ponto
importante diz respeito ao funcionamento habitual e matemático da “lei de
afinidade”, que levou o dr. Scott a fazer parte de um grupo de Espíritos que
chegaram ao meio espiritual muito degradados pelo meio terrestre, no qual não
tinham podido desenvolver suas possibilidades intelectuais, sem culpa deles.
(P. 104)
78. Essa circunstância
permite esclarecer o fato de estar o dr. Scott num meio radioso, embora fosse
um suicida. Conquanto ele mesmo não soubesse explicar a razão disso, Bozzano entende que tal se deu por não caber
ao Espírito a responsabilidade da ação insensata que praticara, resultante de
uma enfermidade psíquica hereditária, conhecida em psiquiatria sob o nome de “melancolia”
e que, freqüentemente, termina por um acesso de “loucura do suicídio”. (PP. 105
e 106)
79. Duodécimo caso - Extraída de uma
brochura intitulada: Blaire’s Letters, communicated by James
Blaire Williams to his mother (Cartas de Blaire, escritas por James
Blaire Williams à sua mãe), a narrativa que se segue mostra a dificuldade que
um Espírito experimenta para se comunicar pelos médiuns. (P. 107)
80. Eis os detalhes
contidos nas diversas mensagens de Blaire, falecido em 1918, aos trinta anos de
idade: a) o fato de não compreender que morrera, nem distinguir claramente o
lugar em que se encontrava no meio espiritual; b) o encontro com seu pai, que o
inteirou do que havia sucedido; c) haver
ele passado por um período de sono e de inconsciência; d) ter experimentado
a prova da “visão panorâmica” dos fatos de sua vida; e) as dificuldades do intercâmbio com os
encarnados; f) a necessidade de comprimir a sua mentalidade, quando se
comunicava por um médium, até ao ponto de reduzi-la às proporções acanhadas dos
seres encarnados, o que limitava enormemente as suas percepções. (PP. 108 a
110)
81. Comentando o
assunto, Bozzano diz que já fora observado, no mundo dos vivos, que na
subconsciência humana existem, em estado latente, maravilhosas faculdades
supranormais, capazes de devassarem o passado, o presente e o futuro, sem
nenhuma limitação de tempo, nem de espaço. Essas faculdades, contudo, aguardam
para emergirem, manifestando-se com toda a eficiência, que o estado de
desencarnação do Espírito não seja inicial e transitório, mas total e definitivo,
ou seja, depois da crise da morte. (PP. 111 e 112)
82. Bozzano cita experiências
efetuadas por dois grupos que se reuniam simultaneamente a 300 milhas um do
outro, em que se concluiu que as personalidades mediúnicas entram num estado de
amnésia parcial ou total no ato de se comunicarem. Como a amnésia decorre da
ação de se comunicar, ela desaparece logo que o Espírito se liberta da “aura”
perturbadora. (PP. 113 e 114)
83. Outro fato
destacado pelo autor diz respeito às impressões descritas pelos Espíritos
acerca da experiência desencarnatória. Os Espíritos declaram que ninguém chega
pela mesma porta ao mundo deles, o que é fácil de explicar, dado que o meio e a
existência espirituais são puramente mentais e que não pode haver, em nosso
mundo, duas individualidades intelectualmente e moralmente idênticas. (PP. 114
e 115)
84. Décimo terceiro caso - Este caso vem da
revista Light, de 1927. Trata-se da manifestação de Miss Felicia
Scatcherd, alguns meses depois de sua morte, ocorrida em 27/3/1927. Miss
Scatcherd fora, em vida, uma das personalidades mais em evidência no movimento
espiritualista inglês. Foi ela quem fez as primeiras experiências importantes
de onde nasceram as teorias da “fotografia do pensamento” e da “ideoplastia”.
(P. 115)
85. Eis os detalhes
contidos na mensagem de Felicia Scatcherd: a) a informação de que o trespasse
lhe foi fácil; b) o reencontro com muitas pessoas queridas, inclusive sua mãe;
c) o fato de ter sido conduzida a uma maravilhosa morada que os próprios Espíritos
haviam criado pela força do pensamento; d) a notícia da existência de outras
esferas infinitamente superiores à em que estava; e) o período de sono
reparador, ainda que muito curto; f) a visão panorâmica dos fatos de sua vida,
se bem que sob a forma de uma multidão de lembranças que lhe invadiam a mente;
g) a visão de uma nuvem fluídica que havia de lhe constituir o “corpo
espiritual”, chegando ela a modelar o próprio semblante, a que deu traços
juvenis. (PP. 117 a 121)
86. Bozzano destaca,
ainda, entre tantas informações trazidas por Felicia, a que diz respeito à
existência de esferas espirituais mais elevadas, donde os Espíritos que as
habitam enviariam os “germes da vida” aos outros mundos do Universo, empregando
o poder criador do pensamento. (P. 122)
87. Segundo ela,
haveria entidades espirituais muito elevadas que, pelo seu pensamento criador,
engendrariam “fluxos vitais”. Estes, atingindo os mundos e saturando-lhes o
protoplasma primitivo, lhe transmitiriam os germes da vida vegetativa que,
graças a um processus evolutivo muito
lento, a realizar-se no meio físico, através dos quatro reinos da Natureza,
acaba por engendrar a sensibilidade, depois a motricidade, em seguida o
instinto animal, os primeiros albores da inteligência e, por fim, a
inteligência consciente de si mesma. Assim se chegaria à criação de uma
individualidade pensante... (N.R.:
Emmanuel, no seu livro A Caminho da
Luz, págs. 22 a 27, informa: a) quando serenaram os elementos do mundo
nascente, Jesus reuniu nas Alturas os seus companheiros e viu-se, então, descer
sobre a Terra uma nuvem de forças cósmicas, que a envolveram por completo.
Passado algum tempo, pôde-se observar, na crosta e no fundo dos oceanos, um
elemento viscoso que cobria o
planeta. Com essa massa
gelatinosa nascia na Terra o protoplasma – o
conteúdo celular vivo, formado principalmente de citoplasma e núcleo; b) sob a orientação de Jesus, laboravam na
Terra numerosas assembléias de operários espirituais, e o ideal da beleza foi a
sua preocupação dos primeiros momentos, no que se refere às edificações
celulares das origens; c) as formas de
todos os reinos da Natureza terrestre foram estudadas e previstas, tudo
obedecendo a um plano preestabelecido pelo Cristo; d) o protoplasma foi o embrião de todas as organizações
do globo; e) os primeiros habitantes da
Terra, no plano material, são as células albuminóides, as amebas e todas as
organizações unicelulares. Com o escoar do tempo, esses seres primordiais se
movem ao longo das águas, onde encontram o oxigênio necessário à vida, elemento
esse que a terra firme não possuía ainda em proporções de manter a vida animal,
antes das grandes vegetações; f) o
primeiro sentido desenvolvido por esses seres foi o do tato, que deu origem a
todos os outros, com o aperfeiçoamento dos organismos superiores.) (PP. 122 e 123)
88. Décimo quarto caso - O episódio que se segue foi retirado do
livro: Messages from the Unseen. Trata-se de uma santa mãe que se
comunicou por intermédio de sua filha. (P. 124)
89. Eis os detalhes
contidos nas mensagens: a) o esquecimento de como se deu sua travessia para o
meio espiritual; b) o sono reparador, após o que ela se viu renovada,
exuberante de vida, mais lúcida de espírito e mais ditosa; c) o encontro com os
seres que ela amara na Terra; d) a informação de que uma vida de lutas e sofrimentos
na Terra favorece o bem-estar da pessoa na vida espiritual; e) a confirmação de
que, no meio espiritual, os pensamentos substituem a palavra e não apenas
vibram em uníssono com as almas, como revestem cores admiráveis e se
transformam em sons muito harmoniosos; f) a notícia de que as vestimentas no
mundo espiritual são criações do pensamento, constituídas de elementos tirados
do meio espiritual; g) a informação de que a recordação de suas existências
anteriores lhe viria gradualmente. (PP. 125 a 128)
90. Bozzano lembra que
as circunstâncias do trespasse da comunicante, um pouco diferentes das vividas
pela maioria dos Espíritos, se deviam à evolução de seu Espírito. Assim é que
ela não disse ter ignorado a sua morte, nem que tenha passado pela experiência
da “visão panorâmica” dos acontecimentos da vida, detalhes comuns à maioria das
revelações transcendentais. (PP. 128 e 129)
91. O autor destaca,
ainda, como detalhe secundário, que concorda perfeitamente com o que relatam
outros Espíritos, a informação de que a paisagem “astral”, por ela descrita, se
compõe de duas séries de objetivações do pensamento, distintas uma da outra. A
primeira, permanente, representa a objetivação do pensamento e da vontade de
entidades espirituais muito elevadas; a outra, transitória e mutável, seria a
objetivação do pensamento e da vontade de cada entidade desencarnada, criadora
do seu próprio meio imediato. (P. 130)
92. A comunicante
referiu também haver percebido, ao despertar, uma onda de “música
transcendental”, fenômeno esse que, às vezes, se produz no leito de morte de
enfermos espiritualmente elevados, mas que não é percebido por todas as pessoas
presentes. Deduz-se então, relativamente aos que não o percebem, que a tonalidade
vibratória de seus “corpos etéreos” não
estava suficientemente apurada para sintonizar-se com a tonalidade vibratória
dos acordes musicais muito elevados. (P. 131)
93. A esse respeito,
Bozzano diz que os Espíritos mostram-se unânimes em afirmar que, no meio
espiritual, os acordes musicais apresentam um valor psíquico-construtivo de
primeira ordem, que corresponde, de modo impressionante, a uma das nossas mais
importantes generalizações científicas, segundo a qual tudo o que o Universo
contém parece poder ser reduzido a um múltiplo ou submúltiplo de uma grande lei
misteriosa: a lei do “ritmo”, que reduziria todo o Universo – matéria e
espírito – a um fenômeno de “vibrações”. (PP. 131 e 132)
94. A autora da
mensagem diz ter experimentado a sensação do “já visto”, sensação que subentende
a teoria das “vidas sucessivas”, isto é, a hipótese reencarnacionista, único
ponto importante em que existe um desacordo parcial nas mensagens dos Espíritos:
entre os povos latinos, eles afirmam constantemente a realidade da vidas sucessivas;
entre os povos anglo-saxões, estão eles em desacordo, na proporção de dois terços
que negam a reencarnação e um terço que a afirma. Não se pode esquecer,
contudo, diz Bozzano, que os povos anglo-saxões experimentam uma espécie de aversão de raça contra a solução
reencarnacionista. (P. 132)
95. Essa discordância,
entretanto, não tem maior importância, porque os próprios Espíritos reconhecem
que ignoram muitas coisas e julgam então segundo suas aspirações pessoais. Há
até quem informe existir uma espécie de “segunda morte” nas esferas
espirituais, precisamente como se morre no mundo dos vivos, ou seja, quando um
Espírito chegou à maturidade espiritual, adormece e desaparece de seu meio, sem
que os outros saibam o que foi feito dele. (PP. 133 e 134)
96. As opiniões
preconcebidas dos Espíritos – pró ou contra a teoria das “vidas sucessivas”– contribuem,
provavelmente, para acentuar entre eles o desacordo sobre esse ponto. Com
efeito, os que experimentam aversão à teoria impedem, por esse fato, que as
lembranças de suas vidas anteriores lhes surjam da memória latente, enquanto os
que pensam favoravelmente à doutrina favorecem, com esse modo de pensar, a emergência
de suas recordações. (P. 134)
97. É de notar-se,
assim, que tudo contribui para demonstrar que a verdade acerca das “vidas
sucessivas” deve estar reservada a entidades que existem em condições
espirituais muito evolvidas, condições que favoreceriam a emergência espontânea
das recordações desta natureza. (P. 135)
4a Reunião
Objeto do estudo: Texto contido nas págs. 135 a 177.
Questões para debate
A. Que informações
podemos extrair das comunicações de Rodolfo Valentino? (A Crise da Morte, pp. 135 a 145. Ver itens
98, 99, 100, 101, 102 e 106 do texto abaixo.)
B. Que diz Bozzano sobre a solidez das construções
espirituais? (Obra citada, pp. 144 e 145.
Ver itens 103 a 105 do texto abaixo.)
C. Que nos revela o
décimo sexto caso deste livro? (Obra citada, pp. 148 a 157. Ver itens 107 a 112 do texto
abaixo.)
D. Que finalidade tem a crise de remorsos que acomete os
chamados réprobos do plano espiritual? (Obra
citada, pp. 154 a 157. Ver itens 113 a 119 do texto abaixo.)
E. Quem é Celfra e que
informações transmitiu? (Obra citada, pp. 158 a 161. Ver itens 120 a 123 do texto abaixo.)
F. Que diz Bozzano
sobre a condição dos Espíritos puros? (Obra citada, pág. 162. Ver itens 124 e 125 do texto abaixo.)
G. Quais são os doze detalhes fundamentais pertinentes
à crise da morte, referidos por Bozzano em suas conclusões? (Obra citada, pp.
163 a 166. Ver itens 126 a 128 do texto abaixo.)
H. Quantos e quais são
os detalhes secundários colhidos por Bozzano nas comunicações
transcendentais examinadas? (Obra citada, pp. 167 a 176. Ver itens 129 a 136 do texto
abaixo.)
Texto para consulta
98. Décimo quinto caso - A narrativa que
se segue foi extraída do livro Rudy, em que a Sra. Natacha Rambova
narra a vida de seu marido, Rodolfo Valentino, acrescentando-lhe algumas
mensagens mediúnicas obtidas do defunto. (P. 135)
99. Pela leitura do
livro vem-se a saber que Rodolfo Valentino ocupava-se, em vida,
com experiências mediúnicas, sendo ele próprio notável médium escrevente e
vidente. As mensagens mediúnicas foram obtidas nos arredores de Nice, com o
auxílio do médium americano Jorge Benjamim Wehner, que servia também à Sra. H.
P. Blavatski, fundadora da Sociedade Teosófica, a qual acabou tornando-se “guia
espiritual” do grande artista. (P. 136)
100. Um incidente
inicial destacado por Bozzano se deu quando Valentino se achava em estado
desesperador, em Nova York. Na mesma noite, manifestou-se no grupo familiar em
Nice o Espírito de uma mulher que se chamara “Jeny” e fora grande amiga de
Rodolfo e de sua esposa Rambova. Jeny informou então que estava constantemente
à cabeceira do moribundo e viu quando ele foi levado para a Casa de Saúde. (P.
136)
101. Uma semana depois
da morte de Valentino, sua esposa recebeu de uma irmã residente em Nova York
uma carta em que ela informava, entre outras coisas, que Valentino vira “Jeny”
e a chamara pelo nome, quando fora transportado para a Casa de Saúde. A
informação seria confirmada depois pelo próprio defunto numa de suas primeiras mensagens
mediúnicas. (PP. 136 e 137)
102. Eis os detalhes
contidos nas mensagens enviadas pelo notável artista: a) a intuição de que a
morte se aproximara e o pavor de morrer,
tendo de deixar tantas coisas, que ele julgava preciosas, para trás; b) a “visão panorâmica” dos acontecimentos de
sua existência terrestre; c) o sono reparador; d) o encontro com Jeny, com seu
Espírito-guia e com Gabriela, sua mãe; e) a ajuda recebida da Sra. H. P.
Blavatski, que o conduziu até à vivenda do tio Dick; f) a notícia sobre as
habitações existentes no mundo espiritual, construídas por Espíritos que se especializaram
em modelar, pelo pensamento, a matéria espiritual. (PP. 137 a 143)
103. Tendo em vista
que Valentino se referiu à “solidez” da substância sobre que se exerce a força
do pensamento, no mundo espiritual, Bozzano lembra que ninguém deve admirar-se
da observação do Espírito relativamente à aparência sólida das construções
psíquicas por ele descritas. A Ciência, assevera Bozzano, já demonstrou que a
solidez da matéria é pura aparência: o
atributo “solidez” não constitui mais que uma questão de “relação” entre o
indivíduo e o objeto. (P. 144)
104. Para nós, seres
formados de matéria igual à constitutiva do meio em que vivemos, esse meio tem,
necessariamente, que parecer sólido. O mesmo se dá com os Espíritos e as moradas
espirituais. Em compensação, eles devem perceber como sombras evanescentes as
pessoas vivas e o meio terrestre, devido à falta de relação entre as condições
em que eles existem e operam e as condições em que existem e operam os vivos.
Eis por que o Espírito pode atravessar uma parede, como se esta não existisse.
(P. 144)
105. A informação
acerca dos Espíritos que se especializaram na arte de modelar a substância
espiritual está de perfeito acordo com o que afirmara outra entidade. (Veja o 13o caso, item 85 deste resumo.) (P. 145)
106. Rodolfo Valentino
informa ainda que muitos Espíritos não resistem ao abalo mental causado pela
mudança que se produz com a morte física. Por efeito, então, da ignorância em
que se acham e do medo que os assalta, passam o tempo a freqüentar, e mesmo a
assombrar, o meio onde viveram e ao qual se vêem psiquicamente presos. Essa
informação coincide com o já descrito por outra personalidade mediúnica. (Veja o 8o caso, item 53 deste
resumo.) (P. 145)
107. Décimo sexto caso - Até aqui, diz
Bozzano, os casos citados foram de defuntos que se encontravam nas mais
diversas regiões ou “estados” do “plano astral”, onde – de acordo com a lei de
afinidade – gravitam e permanecem, durante um período de tempo mais ou menos longo,
todos os Espíritos de mortos que viveram na Terra de maneira moralmente normal.
(P. 148)
108. Resta referir,
portanto, alguns casos em que se encontram envolvidos os Espíritos dos
“réprobos”, constrangidos a gravitar, pela lei de afinidade, nas “esferas de
provação”, correspondentes ao inferno dos cristãos, sem contudo as torturas
físicas e onde os sofrimentos morais não são eternos, mas transitórios. (PP.
148 e 149)
109. A dificuldade,
neste caso, está na inexistência de comunicações continuadas em que o defunto
caído nas esferas infernais tenha vindo transmitir a sua aventura. Conhecem-se,
pois, as condições de tais esferas, pelas descrições que numerosas personalidades
mediúnicas têm feito. (P. 149)
110. Pelo que toca aos
Espíritos situados em esferas de provação “intermediárias” e pouco inferiores
ao “plano astral”, alguns deles têm descrito as suas vicissitudes, como o
famoso escritor inglês Oscar Wilde. (P. 149)
111. Um caso que se
enquadra na situação acima se deu com as médiuns psicógrafas Miss Aimée Earle e
Miss Florence Dismore, a quem um Espírito ditou sua história mundana, as circunstâncias
de sua morte e várias peripécias de sua vida post-mortem, descritas no livro: The Progression of Marmaduke.
(PP. 149 a 151)
112. Eis os detalhes
contidos nas mensagens desse Espírito: a) o seu mergulho nas mais profundas
trevas, onde imperava um silêncio mortal; b) a ignorância acerca da própria
morte corpórea; c) a não percepção da presença de Espíritos hierarquicamente
superiores, até que, tendo ciência de estar morto, alguns Espíritos o ajudaram,
a pedido de um amigo que ele traíra na existência terrena; d) a informação de
que no mundo espiritual o pensamento é tudo, não só para a comunicação uns com
os outros, mas para a criação das coisas de que os Espíritos têm necessidade.
(PP. 152 a 157)
113. Bozzano,
comentando as mensagens referidas, diz que, conforme outros Espíritos têm dito,
os sofrimentos expiatórios que atingem os “réprobos” seriam, principalmente, de
natureza moral e consistiriam, inicialmente, em toda sorte de saudades e de
desejos insatisfeitos e impossíveis de terem satisfação, e depois em toda sorte
de remorsos dilacerantes. Parece igualmente que, quando um Espírito de
“réprobo” começa a crise dos remorsos, tem ele dado o seu primeiro passo no
caminho da redenção. (P. 154)
114. Dessa crise,
longa por vezes e terrível, ninguém pode poupar o Espírito, porquanto somente
passando por ela chegará o seu “corpo etéreo” a expungir-se dos “fluidos impuros”,
de que se maculou e carregou, fluidos esses que sobre ele se acumularam
em conseqüência da repercussão
“vibratória” que sobre
o seu organismo
muito delicado exerceu o seu
procedimento ignóbil ou indigno, no curso da existência terrestre. (PP. 154 e
155)
115. Do mesmo modo que
esses “fluidos impuros” haviam, por
virtude da lei de afinidade, obrigado o Espírito a gravitar para as regiões
infernais – em conseqüência da purificação operada pela crise dos remorsos, seu
“corpo etéreo”, tornado mais leve, se elevaria e gravitaria para a esfera
espiritual imediatamente superior. (P. 155)
116. Os Espíritos de
“réprobos” endurecidos, incapazes de sentir remorsos, permaneceriam assim na
região infernal, imersos em trevas mais ou menos profundas, muitas vezes na solidão,
outras em companhia de Espíritos da mesma categoria, até que a hora do
arrependimento para eles soe, porque ninguém se encontra abandonado a si mesmo.
(P. 155)
117. No caso em
estudo, o Espírito disse ter ignorado quanto tempo ficou a errar nas trevas e
no insulamento. A mesma coisa se dá com os pacientes postos, por indução
hipnótica, em estado de “sonambulismo vígil”, para os quais o tempo deixa de
existir. É por isso que respondem ao experimentador, quando este os desperta ao
cabo de vinte e quatro horas, que dormiram apenas um minuto. (PP. 155 e 156)
118. Bozzano cita, a
propósito disso, o fato ocorrido com um Espírito obsidente, ao qual o dr.
Wickland perguntou em que ano supunha que ele estivesse. O Espírito disse:
1902. Mas estava enganado, visto que corria o ano de 1919. Havendo errado nas
trevas durante dezessete anos, ele julgava ter estado naquela situação apenas
por alguns dias. (P. 156)
119. A respeito do
poder do pensamento no meio espiritual, o Espírito trouxe uma informação
adicional: para criar os objetos de que necessita não basta pensar na “coisa”
desejada; é preciso uma concentração firme do pensamento sobre esse objeto, pensando
em todos os seus detalhes. É por isso que, exercitando-se nas criações do
pensamento, os Espíritos chegam a pensar com uma nitidez cada vez maior e a
concentrar a vontade com uma eficácia sempre mais intensa. Não sendo assim,
formar-se-á tão-somente um esboço mais ou menos confuso e informe do objeto
desejado. (P. 157)
120. Décimo sétimo caso - Vimos, fundados em
fatos, que os Espíritos desencarnados entram numa primeira fase de existência
espiritual, que constitui uma reprodução espiritualizada do meio e da
existência terrestres. Mas trata-se de uma fase transitória, se bem que de
muito longa duração. Como será, então, a existência espiritual propriamente
dita? Que significa passar ao estado de “puros Espíritos”? (P. 158)
121. Evidentemente,
são raríssimas as mensagens transcendentais emanadas de Inteligências
espirituais existentes no estado de “puros Espíritos”. O que existe são alguns apanhados de revelações
provenientes de Inteligências desse porte, como as da personalidade mediúnica
“Imperator”, que ditou a Stainton Moses os famosos Ensinos Espiritualistas,
e as ditadas por “Celfra” a Frederico Haines, na preciosa brochura intitulada: Thus
saith Celphra.(PP. 158 e 159)
122. A personalidade
mediúnica “Celfra” é, na verdade, o Espírito de um monge da Nicomédia, que
viveu no século III da Era cristã. (P. 159)
123. Eis, em resumo,
os esclarecimentos ditados pelo Espírito de Celfra: a) existem esferas
espirituais de transição, em que os Espíritos guardam a forma humana e se vêem
num meio análogo ao terrestre; b) o peso do Espírito recém-chegado ao mundo
espiritual provém das condições de pecado em que toda gente aí chega; c)
enquanto a alma do recém-vindo estiver ligada, de alguma sorte, ao mundo dos
vivos, o Espírito não pode deixar de existir numa condição quase terrena; d)
após a morte do corpo físico, nas altas esferas espirituais a faculdade de pensar
experimenta uma transformação e uma expansão prodigiosas; e) a identidade do
Espírito lhe é conferida por um atributo que não podemos ainda conceber. (PP.
159 a 161)
124. Comentando as
informações de Celfra, Bozzano menciona outra revelação transcendental dada por
uma personalidade mediúnica elevada, publicada em 1918 na revista Light,
na qual, dissertando sobre as condições de sua existência espiritual, a entidade
diz: “Somos um centro de irradiação que possui a identidade”. (P. 162)
125. Concluindo a
análise dessas informações, Bozzano assevera: “Segundo o que expusemos, parece
que, na condição de puro Espírito,
toda entidade se despoja da ‘forma’, tornando-se um ‘centro consciente de
irradiação psíquica’, em que ainda existe a identidade, mas sob um aspecto para
nós inconcebível e qualificativamente diferente da identidade pessoal
terrestre, muito embora toda individualidade pessoal terrestre possa vir a encontrar-se nessa condição muito
elevada de existência, porque o ‘o estado radiante do ser abrange o Passado, o
Presente e o Futuro’ – como o afirma ‘Celfra’. Em outros termos: Dada uma
condição do ser, emancipado da matéria, da forma e da relatividade do espaço,
resulta daí que as ‘vibrações psíquicas’, irradiando sem cessar de todo ‘centro
espiritual individual’, invadem instantaneamente o Universo inteiro, conferindo
a onipresença e a onisciência à fonte consciente e inesgotável, donde elas promanam”. (P. 162)
126. Conclusões - O autor reafirma, no final da obra, que ela é
o primeiro ensaio analítico destinado a demonstrar o valor intrínseco,
positivamente científico, do ramo da Metapsíquica, injustamente desprezado, que
estuda o tema das “revelações transcendentais”. (P. 163)
127. Para atingir o
fim proposto, era-lhe primeiramente indispensável demonstrar que as “revelações
transcendentais”, longe de se contradizerem mutuamente, concordam entre si e se
confirmam umas às outras. Em segundo lugar, era preciso demonstrar que essas
concordâncias não podem ser atribuídas nem a coincidências fortuitas, nem a
reminiscências subconscientes de conhecimentos adquiridos pelos médiuns. (P.
163)
128. Observados tais
critérios, eis, resumidamente, os doze detalhes fundamentais,
a cujo respeito se acham de acordo, salvo uma ou outra exceção, os
Espíritos comunicantes:
·
Os
Espíritos se encontram novamente, na vida espiritual, com a forma humana.
·
Todos
eles, após a morte, ignoram durante algum tempo que estão mortos.
·
Eles
passam, no curso da crise pré-agônica, ou pouco depois, pela prova da reminiscência
dos acontecimentos da existência ora encerrada.
·
Todos
eles são acolhidos no mundo espiritual pelos Espíritos das pessoas de suas
famílias ou de seus amigos mortos.
·
Quase
todos passam, após a morte, por uma fase mais ou menos longa de “sono reparador”.
·
Todos
se acham num meio espiritual radioso e maravilhoso (no caso de mortos
moralmente normais) e num meio tenebroso e opressivo (no caso de mortos
moralmente depravados).
·
Todos
reconhecem que o meio espiritual é um novo mundo objetivo, real, análogo ao
meio terrestre espiritualizado.
·
Eles
aprendem que isso se deve ao fato de que, no mundo espiritual, o pensamento
constitui uma força criadora, por meio da qual o Espírito existente no “plano
astral” pode reproduzir em torno de si o meio de suas recordações.
·
Todos
ficam sabendo que a transmissão do pensamento é a forma da linguagem
espiritual, embora certos Espíritos recém-chegados se iludam e julguem
conversar por meio da palavra.
·
Eles
verificam que, graças à faculdade da visão espiritual, se acham em estado de
perceber os objetos de um lado e outro, pelo seu interior e através deles.
·
Todos
eles aprendem que podem transferir-se temporariamente de um lugar para outro,
ainda que muito distante, por efeito apenas de um ato da vontade, podendo
também passear no meio espiritual ou voejar a alguma distância do solo.
·
Os
Espíritos dos mortos gravitam fatalmente e automaticamente para a esfera espiritual
que lhes convém, por virtude da “lei de afinidade”. (PP. 164 a 166)
129. Além dos doze detalhes fundamentais acima enumerados,
Bozzano relacionou oito detalhes secundários colhidos nas revelações
transcendentais examinadas:
·
Os
defuntos dizem que os Espíritos dos mortos a quem nos ligamos em vida intervêm
para acolher e guiar os recém-desencarnados, antes que se inicie o “sono reparador”.
·
Os
Espíritos, ao observarem seus cadáveres no leito de morte, geralmente falam de
um “corpo etéreo” que se condensa acima do “corpo somático”, fato que é
confirmado pelos videntes.
·
Eles
dizem que, assim como não existem pessoas absolutamente idênticas no mundo dos
vivos, o mesmo se dá no mundo espiritual, de modo que as condições verificadas
no trespasse não são exatamente as mesmas para todos.
·
Embora
os Espíritos tenham a faculdade de criar mais ou menos bem, pela força do
pensamento, o que lhes seja necessário, quando se trata de obras complexas e
importantes a tarefa é confiada a grupos de Espíritos que nisso se
especializaram.
·
Quando
dominados por paixões humanas, os Espíritos se conservam ligados ao meio onde
viveram, por um lapso de tempo mais ou menos longo. Não podendo, assim, gozar
do benefício do sono reparador, esses Espíritos persistem na ilusão de se julgarem
vivos e tornam-se, muitas vezes, Espíritos “assombradores” ou “perseguidores”.
·
No
mundo espiritual, os Espíritos inferiores não podem perceber os que lhes são
superiores, devido à diversidade das tonalidades vibratórias de seus “corpos
etéreos”.
·
As
dilacerantes crises de dor, que freqüentemente se produzem junto dos leitos de
morte, são penosas para os Espíritos dos defuntos e os impedem de entrar em
relação com as pessoas que lhes são caras, retendo-os no meio terrestre.
·
Os
Espíritos afirmam, por fim, que, quando se encontram sós e tomados de perplexidades
de toda sorte, percebem uma voz que lhes chega de longe e os aconselha sobre o
que fazer: trata-se da voz vinda de Espíritos amigos que, percebendo de modo
telepático os seus pensamentos, apressam-se em lhes transmitir conselhos. (PP.
167 a 169)
130. Bozzano lembra,
no final da obra, que as concordâncias cumulativas acerca de numerosos detalhes
são inexplicáveis por qualquer teoria, exceto por aquela segundo a qual são os
próprios Espíritos dos mortos que vêm até nós relatar experiências realmente vivenciadas e, por
isso, verídicas. (P. 169)
131. Ele discute, por
fim, a hipótese de serem tais concordâncias fruto de “coincidências fortuitas”
ou de “reminiscências subconscientes de conhecimentos adquiridos pelos médiuns”. (PP. 170 a
172)
132. Refutando ambas
as hipóteses, Bozzano lembra que no início do Espiritismo todos os médiuns
traziam em si os condicionamentos culturais da Religião dominante, que sempre
falou em paraíso, purgatório e inferno, fatores que não aparecem nas descrições
das moradas espirituais, mesmo as dos primeiros anos de movimento espírita. (P.
172)
133. O valor teórico
inerente à circunstância de serem ditas revelações, desde o ano de 1853,
contrárias às opiniões dos próprios médiuns não escapou à mentalidade investigadora
do dr. Gustave Geley, que viu nisso “uma prova a favor da doutrina que as soube
verificar e explicar tão completamente”.
(PP. 173 e 174)
134. O autor lembra
finalmente que, ao referir-se a “revelações transcendentais”, forçoso é que
elas realmente o sejam. Para isso, antes de incluir, numa classificação científica,
coleções de revelações dessa espécie, é preciso se lhes examine severamente o
conteúdo, submetendo-as ao sistema da análise comparada e da convergência das
provas. (P. 174)
135. Conforme ele
explicara anteriormente, entre as provas que contribuem para assinalar à
mensagem origem estranha ao médium, cumpre se registrem os episódios de
identificação pessoal do defunto que se comunica e, sobretudo, os detalhes cuja
veracidade se pode comprovar e que, muitas vezes, se encontram intercalados nas
descrições da existência espiritual, detalhes que, nesse sentido, assumem
excepcional eloqüência. (P. 174)
136. Como esses
critérios de investigação científica foram aplicados ao material científico que
ele examinou, forçoso será convir em que esta obra serve para demonstrar que o
valor científico das “revelações transcendentais” não mais deve ser posto em
dúvida. (P. 176)
Apêndice
Notas biográficas sobre Ernesto Bozzano
1. Ernesto Bozzano,
que nasceu em Savona, província de Gênova, na Itália, em 1861, desencarnou em
Gênova em 7 de julho de 1943. Sendo um dos mais eruditos sábios de sua época,
Bozzano foi escolhido como Presidente de Honra do V Congresso Espírita
Internacional, realizado em Barcelona, em setembro de 1934.
2. Antes de ser
espírita, Bozzano transitou do Positivismo de Augusto Comte ao materialismo
mais intransigente, fato que o levou a proclamar, mais tarde: “Fui um positivista-materialista a tal ponto
convencido, que me parecia impossível pudessem existir pessoas cultas, dotadas
normalmente de sentido comum, que pudessem crer na existência e sobrevivência
da alma”. Um artigo de Charles Richet, publicado na Revista Filosófica, teve o mérito de diminuir suas dúvidas, mas os
últimos resquícios de sua incredulidade só foram completamente destruídos
quando leu o livro Fantasmas dos Vivos,
de autoria de Gurney, Podmore e Myers, após o que, com afinco e verdadeiro fervor,
dedicou-se ao estudo aprofundado dos fenômenos espíritas, fazendo-o através das
obras de Kardec, Denis, Delanne, Paul Gibier, Crookes, Wallace, Du Prel,
Aksakof e outros.
3. O seu primeiro
artigo intitulou-se Espiritualismo e
Crítica Científica, mas o sábio levou cerca de nove anos estudando,
comparando e analisando, antes de publicar suas idéias. Suas principais obras,
na fase espírita, são: Em Defesa do
Espiritismo, Hipótese Espírita e a
Teoria Científica, Dos Casos de
Identificação Espírita, Dos Fenômenos
Premonitórios, A Primeira
Manifestação de Voz Direta na Itália, Animismo
ou Espiritismo, Pensamento e Vontade,
Os Enigmas da Psicometria, Metapsíquica Humana, A Crise da Morte, Xenoglossia, Fenômenos
Psíquicos no Momento da Morte e Fenômenos
de Transporte.
4. Um fato novo
contribuiu para robustecer sua fé no Espiritismo. A desencarnação de sua mãe,
em julho de 1912, serviu de ponte para a demonstração da sobrevivência da alma.
Realizando uma sessão na data em que se comemorava o primeiro aniversário de
desencarnação de sua genitora, a médium escreveu umas palavras num pedaço de papel,
as quais, após lidas por Bozzano, o deixaram assombrado, porque ali estavam escritos
os dois últimos versos do epitáfio que naquele mesmo dia ele havia deixado no
túmulo de sua mãe.
5. Deolindo Amorim,
após destacar a importância de Ernesto Bozzano, diz que: I) O grande mestre
italiano continua a ser o autor mais citado na literatura espírita contemporânea
no campo da fenomenologia. II) De Crookes a Bozzano, de Flammarion a Geley,
nenhum dos grandes autores espíritas destruiu o cerne da obra de Kardec. III) Embora
com terminologia nova e interpretações mais desenvolvidas, no fundo, no que diz
respeito aos princípios gerais do Espiritismo, nenhum Autor, da Terra ou do
Além, sobrepujou a codificação de Kardec. IV) Não se pode atualmente discutir a
ciência espírita sem, depois de conhecer a obra de Kardec, citar Bozzano, cujos
livros são considerados clássicos em matéria espírita.
Londrina, abril de 2001
GEEAG
- Grupo
de Estudos Espíritas Abel Gomes
Astolfo
Olegário de Oliveira Filho
A crise da morte.doc
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