A
CRIATURA
Apostila 08
Depois das informações a
respeito do Mestre Jesus, aclaradas na apostila 07, podemos retomar nossa
narrativa de onde a interrompemos na apostila 06, quando falávamos dos Devas.
DEVAS – Devas ou
Anjos, são os agentes vivos empregados no trabalho relacionado com as Mônadas
na longa peregrinação através dos mundos nos planos inferiores ao
Monádico. Sem a assistência dos Devas
as Mônadas não teriam possibilidade de levar avante sua evolução.
Na figura acima estão
representados em grupos, encerrados em quadrados. São eles, descrevendo-os numa linguagem mais
simples, os guias que mais de perto acompanham desde o despertar, indo até a
angelitude, todas as centelhas de consciência existentes em um sistema
planetário. Como as incontáveis
centelhas conscienciais se espalham por todos os recantos de todos os reinos
vivenciais de cada plano, também os Devas, igualmente se subdividem nas
atividades afins.
Desta forma, vamos
encontrá-los, por exemplo, em posições onde “presidem
aos ventos, as marés, ao granizo, à geada, ao orvalho, aos relâmpagos e aos
trovões.” (Livro de Enoch – in A Doutrina Secreta –
volume V – página 90 – Autora Helena Petrovna Blavatsky – Editado pela Editora
Pensamento).
Aí temos um pequeno
trecho desse multi-milenar livro, Livro de Enoch, descrevendo esses
Seres que assistem, mais de perto, a toda a obra da criação.
Mas como que
procurando uma confirmação a respeito da informação acima, Allan Kardec, emérito
organizador de A Doutrina dos Espíritos, pergunta aos Espíritos
Inspiradores se sobre os fenômenos da natureza existe a ação dos Devas. A confirmação vamos encontrar na questão
536-B de O Livro dos Espíritos, que assim explicita: “Mas é
evidente; isso não pode ser de outra
maneira. Deus não se entrega a uma ação
direta sobre a Natureza, mas tem os seus agentes dedicados, em todos os graus
da escala dos mundos.” -
Essa resposta não só confirma como é muito reveladora. Conta, praticamente, em resumo, a existência
de uma hierarquia governando o Cosmo.
E temos mais. Saltando, agora, para a questão 539 a
pergunta formulada por Kardec é:
“ - Na
produção de certos fenômenos, das tempestades, por exemplo, é somente um
Espírito que age ou se reúnem em massa ?”
“- Em massas inumeráveis.” Esta foi a resposta que Kardec recebeu. (Grifo nosso)
A questão 540 encerra
de vez com todas as dúvidas. Vamos a
ela:
“ –
Os Espíritos que agem sobre os fenômenos da Natureza agem com conhecimento de
causa, em virtude de seu livre arbítrio, ou por um impulso instintivo e
irrefletido ?”
“ –
Uns, sim; outros, não. Faço uma comparação:
figurai essas miríades de animais que pouco a pouco fazem surgir no mar as
ilhas e os arquipélagos; acreditais que não há nisso um objetivo providencial,
e que essa transformação da face do globo não seja necessária para a harmonia
geral ? São, entretanto,
animais do último grau os que realizam essas coisas, enquanto vão provendo às
suas necessidades e sem se perceberem que são instrumentos de Deus. Pois bem: da mesma maneira, os Espíritos
mais atrasados são úteis ao conjunto: enquanto eles ensaiam para a
vida, e antes de terem plena consciência de seus atos e de seu livre arbítrio,
agem sobre certos fenômenos de que são agentes sem o saberem. Primeiro, executam; mais tarde, quando sua
inteligência estiver mais desenvolvida, comandarão e dirigirão as coisas do
mundo material; mais tarde ainda, poderão dirigir as coisas do mundo moral.
E´ assim que tudo serve, tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo
primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo.
(...)” (Grifos nossos)
Como vemos, pela
grandiosidade do conteúdo das respostas acima, a presença dessas formidáveis
Criaturas no contexto existencial do sistema solar é inegável e de vital
importância. Obviamente que as respostas
abrangeram a existência dos espíritos dirigentes dos fenômenos, que os chamamos
de Devas, como também de seus auxiliares, que chamaremos de Espíritos
Operadores. São estes, os espíritos
“menores”, dos quais falaremos logo a seguir.
Uma ressalva: Utilizamos o termo “menores” em decorrência
da insuficiência de nosso vocabulário, entretanto, tenham em conta que no cosmo
não existem criaturas maiores ou
menores. Uma tal distinção seria
inapropriada com a sublime Lei Divina da criação, na qual todos os Seres são
iguais e desfrutam de iguais oportunidades evolutivas.
O que de mais
adequado encontramos em nosso vocabulário para descrever essas posições, é que
existem Seres criados muito antes, uns dos outros, como também, por esforços
próprios avançam e se encontram mais à frente na escala da evolução. Nunca, entretanto, maiores ou menores,
pois, como a lógica indica, todos, indistintamente, são úteis ao que podemos
chamar de o fenômeno da Vida.
Voltando aos Devas,
como ficou esclarecido sobre Jesus, todos eles têm suas origens em sistemas
planetários formados anteriormente ao nosso, onde passaram por experiências
evolutivas similares às que hoje presidem.
Isso significa que foram transferidos para este sistema com o fim de,
num só ato, evoluírem ainda mais e auxiliarem a evolução nesta localizada obra
da criação.
Nada mais são que
Mônadas adiantadas, evolutivamente, em outros sistemas planetários anteriores
ao nosso, e convertidos em auxiliares crísticos. Por enquanto são Devas, (anjos auxiliares),
de futuro serão Cristos, serão Logos (criadores)... Também este o nosso grande destino: produzir
de si mesmo um Universo !
Tais, portanto, são
os Devas, anjos tutelares que bem de pertinho cuidam da humanidade, administrando
todos os reinos em todos os seus fenômenos e transformismos. Por isso, vamos encontrá-los no reino
mineral, no reino vegetal, no reino animal, no reino elemental e no reino
hominal.
Muitas mãos se dando
para que toda a vida na Terra esteja bem dirigida. Direção para que a harmonia do Criador, e
Seus desígnios, sejam inteiramente vertidos sobre Suas crias. Nós mesmos.
Mas na descrição
dessa escala administrativa, ainda não estamos com os pés sobre a Terra. A hierarquia que dirige o sistema não está
completa. Falta descrever o grupo de
Espíritos que muito de perto, onde nos encontramos, acionam os cordéis da vida.
São os espíritos que,
como informamos acima, os nomeamos de Espíritos Operadores. Em algumas escolas da Ciência do Oculto a
categoria dos Operadores é incluída no grupo dos Devas. Nós, todavia, preferimos estudá-la em
separado. Nos parece mais coerente,
pois:
a)
– Os Cristos
administram, vivificando o planeta como um todo;
b)
– seus auxiliares
diretos, os Devas, subdivididos pelas mais variadas regiões do globo, cuidam de
cada setor, reino-a-reino.
Desta forma,
particularizando cada providência a ser tomada bem junto ao ambiente que a requeira,
vamos encontrar estes que denominamos de os Operadores.
Exemplo: uma ordem Crística, numa certa época,
orientou a destinação da nação que se formaria no hemisfério sul das
Américas. O emissário e coordenador
dessa ordem foi Jesus. Sendo ele, porém,
orientador espiritual para todo o Globo, e não só para aquela nação que se
formaria, para dar seqüência ao cumprimento daquela ordem, convocou Seu
auxiliar responsável por aquela região. Ismael. E´ assim que o denominam.
Mas não é dele que
vamos falar. Prossigamos no que pretende
essa descrição. Até aqui temos três
categorias administrativas no mesmo feito: o Cristo Planetário, um Deva Maior
que é Jesus, e um Deva Menor, Ismael.
Contudo, a seqüência
de execução da ordem crística não parou nas mãos de Ismael. Afinal, segundo se informa, ele é o Anjo
Tutelar para toda a nação brasileira.
Logo, os particularismos que dariam origem e formação de nossa nação iriam
ser, suas execuções, distribuídos por infinitas mãos auxiliares.
A partir dele,
Ismael, delegando poderes e instruções, nosso Brasil se viu coberto por um enxame
de devotados executores, ocupando as mais variadas posições diretivas para que
a pátria nascente vingasse em seus destinos. Estes termos encontramos no
livro: Brasil, Coração do Mundo,
Pátria do Evangelho – capítulo I – Editado pela Federação Espírita Brasileira
– Autoria de Humberto de Campos, espírito, pela psicografia de Francisco
Cândido Xavier.
Portanto, com a
citação acima, creio que se justifica, plenamente, nossa preferência por especificar,
além das demais, uma categoria de espíritos que vem de ser a dos auxiliares dos
Devas.
Voltando ao tema
podemos dizer que são os Espíritos Operadores que acionam, caso-a-caso, e
inteiramente de perto, o transformismo geral que vemos, sentimos e
inconscientemente participamos. (Releiam a questão 540 de O
Livro dos Espíritos).
Nessa categoria, para
nossa mais fácil compreensão, vamos lembrar os nomes de Emmanuel, André
Luiz, Bezerra de Menezes, para só falar de alguns que ostensivamente
interagem na linha espiritualizante dos encarnados, e que, com seus feitos
através do médium Francisco Cândido Xavier, literalmente abriram as
portas do espiritualismo no Brasil, usando da Doutrina Espírita. Naturalmente que por detrás deles estavam os
Devas diretores dessa missão, como, também, outros de igual categoria que
participaram do feito. Porém, a escala
descritiva desses elementos é muito vasta, impossível até de descrevê-la no
todo, tanto porque são muitos quanto porque não os sabemos na totalidade.
Sabemos, entretanto,
que a categoria de Espíritos Operadores se subdivide pelos cinco reinos, sendo
que nestes dividem-se, ainda, nos vários ramos de interesse de cada reino. Por exemplo: reino Hominal è artes, ciência, filosofia, moral, tecnologia,
sociologia, etc.
E além disso,
distribuídos pelas várias regiões do globo, cobrindo, também, os interesses
particularizados, vão se subdividindo em grupos que administram uma determinada
região. Em cada uma delas cobrem, por
exemplo: a) – Administrador espiritual
de um país; b) – administrador
espiritual de uma cidade; c) –
administrador espiritual de um setor, ou bairro, dessa cidade. E assim sucessivamente.
Dessa forma, pelo que
dissemos acima, concluímos que cada milímetro quadrado da superfície da Terra
está sob as vistas desses eficientes e competentes Operadores. Seja em terra sêca ou nos mares. Eles que são a extensão dos olhos e braços do
Criador, em toda e qualquer parte ali se espalham zelosos.
E´ interessante
ressaltar que os espíritos incluídos
nessa categoria são todos crias deste sistema. Isto é, foram criados em nosso sistema, assim
como nós. Não vieram de outras regiões siderais.
Na figura,
apresentando o conjunto geral da Hierarquia que administra nosso sistema
planetário, representamos os Espíritos Operadores na posição mais abaixo, no
desenho.
Para encerrar a
descrição sobre essa Hierarquia, citamos abaixo André Luiz, espírito, onde,
pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, em trecho contido no livro Obreiros
da Vida Eterna, páginas 50 e 51, descreve sucintamente sobre a presença de
um desses tutelares em sua posição nesse conjunto de Diretores que harmoniza o
cosmo. Trata-se de Asclépios, pois assim
o denomina André Luiz.
André Luiz reporta
que Asclépios, entidade espiritual, em suas atividades nos planos do espírito,
associa-se a mentores de elevada envergadura.
Apesar de ocupar essa
posição, Asclépios não é, ainda, o que chamamos de espírito elevado. Está, ainda, participando da sociedade humana
da Terra, o que se entende que é passível de reencarnar por aqui.
Mesmo assim,
esclarece André Luiz, ele está muito à frente da generalidade dos espíritos,
encarnados e desencarnados, pertencentes à humanidade terrestre, esclarecendo,
a seguir, sobre a escala ascendente dos seres.
Conta, então, que
Asclépios envida esforços por alçar-se aos níveis das humanidades viventes em
planetas mais ditosos, como Júpiter e Saturno.
E que os integrantes daquelas humanidades, por sua vez, aspiram as
posições que lidam com a administração geral de nosso sistema planetário. Já nestas,
em seus quadros, têm aqueles que buscam vivência em outras
constelações. E cita a constelação de
Hércules, à qual pertence nosso sistema solar.
Enfim, essa
movimentação citada por André Luiz é a “Escada de Jacó”, (Gênesis 28:12), a que nos referiremos na
apostila 09. Escada que, com os pés na
Terra e o cimo perdendo-se no céu, por ela subiam e desciam seres espirituais. Em resumo, é a escala evolutiva a que todos
os seres estão destinados. Hoje na
Terra, amanhã...
Esse trecho de André
Luiz, que comentamos, descreve tamanha grandiosidade de acontecimentos que chegou-nos
a comover. Nossa mente, como
acompanhando um roteiro turístico, foi criando imagens que viajavam por essa
escalada de planos e mundos e que, de alguma forma, subjetiva, e indescritível,
nos provocou saudade. Saudade do quê
? Saudade de onde ? Nos perguntamos, pois não conseguimos defini-la. Será que já passamos por algumas daquelas
estações ?, ou será porque, espiritualmente, aspiramos atingi-las ? Seja porque for, a verdade é que nos emociona
constatar que a escalada evolutiva é infinita, e que, a imensidão cósmica que
nos guarda também nos espera para a ela dirigirmos.
A VIDA, na acepção máxima da palavra, não se
restringe ao que, encarnados, vivemos na Terra !
Bibliografia:
A mesma contida na apostila 06, acrescentando:
Humberto de Campos/Francisco Cândido Xavier – Livro:
Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho – capítulo I – Editado
pela Federação Espírita Brasileira.
LUIZ
ANTONIO BRASIL
1996
Revisão
2005
Distribuição
Gratuita de toda a série Copiar e citar fonte
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