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domingo, 31 de maio de 2015

5 _ XXII  COMEERJ
Pólo IV  Cafarnaum
8º CRE  Nova Friburgo

Educação e Vivências

A Terra mais se assemelha a um gigantesco laboratório, onde se elaboram os mais diversos elementos espirituais, em retortas e tubos de ensaio os mais variados em suas configurações, ensejando o acrisolamento de caracteres, de sentimentos, possibilitando que as almas se alcandorem na busca incessante do Criador.
Desde os pródromos da Civilização, quando se forjavam as mais diferentes sociedades, os indivíduos foram sentindo a necessidade de se ajustar às injunções das Leis que regem a vida em  toda parte, iniciando pelo cerne do próprio homem, a fim de melhor atuar pelos caminhos terrenos.
Nessa polimilenária viagem anelando o progresso geral, não tendo sido poucas as vivências das criaturas, dentro de multiplicada gama de reencarnações, exigindo em cada uma delas todo um leque de orientações, de instruções, capazes de permitir que o ser pense e viva melhor, conseguindo arrimar-se sempre mais aos ensinos celestes que, aos poucos, mas continuadamente, inundaram o planeta, sustentando os seus habitantes na rota para a perfeição.
É nessa infinda movimentação ao redor das almas humanas que identificamos a ação educativa da vida, nos seus mais amplos ou singelos matizes, ensinando a quem estivesse atendo, o modo pelo qual ela se estruturava, podendo assumir certos formatos, de conformidade com os grupos sociais que a vivenciava, ou, ainda, de acordo com os indivíduos que por ela se pautavam.
Ao longo das épocas, um contingente formidável de pensadores hão se posicionado na esteira dos estudos, das pesquisas e práticas educacionais, ofertando à humanidade um vasto contributo de luzes, tanto ao nível do intelecto, quanto ao nível dos procedimentos éticos e morais, visando facilitar a iluminação das estradas terrenas, por onde transitam as criaturas de Deus.
Platão, ao ensinar que a educação é o único valor que se pode levar para o Além, afirmava que ela somente existe quando o ser humano consegue se libertar das ilusões das percepções meramente sensoriais e avançar para a realidade, alcançando as estâncias do bem, admitindo mesmo que a educação devia ser tida como a arte de converter a alma para o bem.
Valorizando a auto-educação, e tendo-a como o durame da sua pedagogia, Sêneca estabelece que o querer e a atitude moral estão em nível mais alto do que a própria razão, enquanto Comênio, apaixonado pelo aprendiz, se apresenta com seu otimismo realista, afirmando que todo ser humano tem como propriedade o poder aprender e ser educado, chegando a pontificar que para todo e qualquer nível de corrupção somente por meio de portentosa educação encontrar-se-á a solução.
No passar dos séculos, é com Leibniz que ouviremos a afirmativa de que a educação é capaz de tudo vencer, sendo a ele atribuída a sentença que diz: Dai-nos a educação na mão e em menos de um século modificaremos o caráter da Europa.
Pestalozzi, na velha Suíça, proclama a importância do lar paterno como sendo o alicerce para a educação natural e perfeita da humanidade.
Ao seu tempo, Steiner, o pai da antropossofia, enfatiza o seu pensamento de que uma vez que vida é transformação, não será mais importante que nos preocupemos com o concluído ou com o definitivo, mas, sim, com a capacidade dos indivíduos de estarem permanentemente abertos para aprender e renovar-se.
Por seu turno, o emérito educador Prof. Rivail tudo investia por desenvolver uma educação pró-responsabilidade, explorando o poder de discernimento dos seus educandos, e, ao cognominar-se Allan Kardec, com a codificação do Espiritismo, estabelece que educar é promover mudança de hábitos, transformando moralmente a pessoa.
É com o excelente Jesus, filho de José e de Maria, entretanto, que aprenderemos a compatibilizar a educação com cada uma das vivências no mundo, pois é através dos Seus ensinamentos e dos Seus exemplos que logramos perceber que os caminhos do bem e da auto-transformação não existem para que sejam observados, discutidos ou descritos, mas, para que sejam trilhados. Assim, para cada vivência, para todo e qualquer momento, a mensagem de Jesus apresentava todo um conteúdo educativo, fomentando bem-querer, fraternidade, indulgência, perdão, fidelidade ao bem, auto-definição.
Agora, quando o mundo atual, conturbado, se debate em mil e um conflitos, num tempo em que grassam teses, teorizações e opiniões sobre tudo, muito próprias algumas, disparatadas outras, dúbias tantas, imaturas incontáveis, tomamos a liberdade de convidar aos queridos companheiros do mundo, que se angustiam com o que estão vendo e vivendo, e que se indagam perante toda essa avalanche de confusões e despautérios, para que pensemos, juntos, em torno de alguns tópicos que nos têm chamado a atenção, procurando examiná-los sob a mirífica visão da veneranda Doutrina Espírita, que nos faculta calma, orientação e disposição para avançar, sempre dignos, pelas alamedas do mundo.
Na singeleza em que se expressam, tais comentários pretendem oferecer algum outro enfoque para quem o esteja buscando, instigando novas reflexões sobre a liberdade de viver, associada às responsabilidades incontáveis do cotidiano.
Desse modo, na certeza de que carecemos revisar nossos conceitos de educação social, nossos entendimentos sobre a moral divina, sempre vigente, eternal, diante da variegada gama de morais de época, estabelecidas pelas sociedades, em consonância com os apetites e interesses passageiros dessas comunidades, apresentamos às tuas considerações, amigo leitor, mais este pequeno trabalho, exorando do celeste Educador as energias das quais todos necessitamos, a fim de que nós todos, os que nos movemos nos dois campos da Vida, o visível e o invisível, conquistemos a luz da qual sentimos falta, para que, com os empenhos indispensáveis e intransferíveis, nos identifiquemos com a Crística Mensagem, o que nos permitirá acercar-nos mais e mais das Esferas da Grande Luz do Criador.
Camilo
(Do Livro: Educação & Vivências -
Psicografado por José R. Teixeira)

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