*"O mundo que eu
encontrei"*
O Espírito, embora se modifique
através da evolução, continua sendo o mesmo e há traços característicos que não
perde nunca. São eles que se
manifestam por um pendor único de sua
estrutura emocional, fazendo sentir sua individualidade mediante os sentimentos e emoções que transmite. Apesar
de muitos irmãos possuírem qualidades semelhantes, as particularidades são
tantas que, quando conhecemos uma entidade, podemos notar-lhe os pendores, observar-lhe as
características, verificar sua maneira de manifestar-se e reconhecer o irmão
que sobre nós atua por intermédio
do pensamento.
Quando conhecedores dos
sentimentos que imperam nos espíritos de determinado nível, em geral, podemos
precisar o grau em que eles se encontram. Exemplificando: se um espírito, ao
intuir ou transmitir uma mensagem o fizer com humildade, exprimindo muito amor,
sendo capaz de chamar a atenção dos presentes por deslizes praticados sem
magoá-los, já sabemos que esse irmão é de nível espiritual elevado. Se o mentor
procura orientar usando linguagem clara, sem se perturbar com possíveis
interpelações irreverentes ou mesmo irônicas, continuando a falar no mesmo tom
de doutrinação amorosa, ainda que enérgica, então sabemos que o irmão possui
credenciais para estar servindo como digno professor de almas. Entretanto, se o
espírito se apresenta autoritário, enervando-se com interrupções, incapaz de
manter suas vibrações de amor a todos os presentes, verificamos tratar-se de
irmão necessitado de muito
aprimoramento, embora, muitas vezes, traga
mensagens aproveitáveis.
É preciso que entendam que não
devemos rejeitar ensinamento de uma entidade desencarnada só porque ela não se
encontra em alto nível espiritual. Cada irmão oferece aquilo que sabe e os bem
intencionados tomam muito cuidado para transmitir somente aquilo de que se tem
certeza. Cada um de nós, encarnado ou não, é responsável pelos ensinamentos que
dá a quem quer que seja. Por esse motivo, eu procuro averiguar bem o assunto de
que trato, quando escrevo para vocês todos. Não pensem que disse alguma
inverdade. Desde as primeiras mensagens que ditei, esforcei-me por explicar bem
minhas observações, dando-lhes a
interpretação que meu conhecimento permitia. Aos transmitir ensinamentos,
basei-os em aulas que recebi e
experiências que fiz. Nas descrições que porventura tenha feito dos lugares por
onde andei, procurei ser o mais fiel possível, comparando-os com as paisagens
que nós conhecemos no plano físico.
Sou um espírito muito ignorante
ainda para poder fornecer maiores explicações aos amigos que ficaram. Minha
grande preocupação é fazer vocês todos crerem na continuação da vida depois do
desaparecimento do corpo. Isso é de uma importância inimaginável. Se pudéssemos
avaliar a necessidade que temos
de compreender a eternidade do nosso espírito e a realidade da vida espiritual, estaríamos
contribuindo grandemente para maiores facilidades de adaptação ao Plano em que
agora vivo.
Plano é usado aqui para
expressar ambiente vibracional, se assim podemos dizer. Qualquer pessoa, não
importa a crença ou religião que professe, pode adquirir condições de ser mais
"independente" quando desencarnar e não perder tempo em "estado
atribulatório" pelo qual passa a
maioria dos que deixam a Terra e encontram o inesperado. Não sabem nortear-se,
porque nunca pensaram nisso. É preciso também que não ignorem a paisagem espiritual, pois
cada qual terá para si a visão interior que desenvolveu, segundo a sua maneira de encarar os problemas da vida que deixou.
Muito importante é a nossa
força psíquica na vida
espiritual, onde um pensamento pode levar-nos
rapidamente ao local que desejamos.
A capacidade ou intensidade do
pensamento dirigido é uma força muito grande que pode orientar-nos no sentido
que lhe imprimimos. Se emitimos sentimentos destituídos de luz divina, vamos
encontrar lugares trevosos.
Alguém perguntará como é
possível saber se o pensamento é iluminado ou não. Bem, para isso existem os ensinamentos
deixados por grandes Espíritos que habitaram a Terra, assim como os que nos foram e continuam sendo dados
através dos médiuns. Para nós, os terrenos, o maior de todos os Espíritos é
Jesus, que deixou apóstolos por continuadores de sua obra. Foram eles que
escreveram e reuniram nos Evangelhos as lições do Mestre Divino. É só ler, entender
bem e seguir os conselhos dados. Saberá, encarnado ou desencarnado, em que
espécie de pensamentos deverá demorar-se para conseguir avistar plagas amenas,
ter companhia elevada, sentir-se bafejado
pelo calor da amizade sincera e da colaboração espontânea. É por isso que dizemos que cada qual busca suas
afinidades.
Quando desencarnei, não pensei
em nada além ou diferente da idéia dominante de avisar aos meus o que havia
acontecido. Depois que desconfiei que desencarnara, então, perturbei-me um
pouco, mas havia tanto o que fazer que não pude parar para pensar. Quando
parei, aí comecei a me sentir atordoado e cambaleante. Pensei em Deus, em
Espíritos Protetores e mentalizei um pedido de socorro. Imediatamente me senti
amparado por dois irmãos que vieram, não sei de onde, e que me conduziram para
um justo repouso. Se eu não tivesse rogado a proteção divina, não teria
conseguido tão rapidamente o auxílio de que necessitava. Ter-me-ia privado
desse grande benefício. Quando se é acudido logo, sofre-se menos. As impressões
do corpo demoram a desaparecer e nem sempre conseguimos afastar a lembrança de
uma doença ou de um desgosto que tivemos antes de desencarnar.
Isso nos torna infelizes e é comum a muitos desencarnados sentirem dores locais
correspondentes aos órgãos doentes que lhe causaram o óbito. Há ocasiões em que
essa impressão é tão forte que a criatura pensa que ainda vive no plano físico.
Tudo isso é preciso que ela aprenda para saber como libertar-se da impressão do
corpo e das emoções próprias de quem parte, a fim de que consiga gozar das regalias concedidas ao espírito.
Essa é uma pequenina vantagem pela qual devemos lutar. É necessário que,
enquanto cumprimos nossa missão na Terra, nos estejamos habilitando a ingressar
na "pátria dos Espíritos", para lá continuarmos nosso trabalho sem
interrupção.
Aí, sim, nossa evolução é
apressada e logo poderemos pleitear uma encarnação em outras condições, ou
seja, em uma orbe de melhores condições que a Terra. Mas, enquanto não
soubermos conduzir nosso pensamento para os altos planos da vida, não poderemos
alcançar a meta dos iluminados. E para conseguirmos encaminhar nossas
mentalizações a esses planos, torna-se necessária a prática consciente de uma
série de comportamentos, aconselhados pelo Evangelho de Jesus. São
recomendações eficientes, quando
seguidas com o coração.
*Trecho extraído do livro
"O mundo que eu encontrei"*
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