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quarta-feira, 13 de julho de 2016

O mundo que eu encontrei"

*"O mundo que eu encontrei"*


O Espírito, embora se modifique através da evolução, continua sendo o mesmo e há traços característicos que não perde nunca. São eles que se manifestam por um pendor único de sua estrutura emocional, fazendo sentir sua individualidade mediante os sentimentos e emoções que transmite. Apesar de muitos irmãos possuírem qualidades semelhantes, as particularidades são tantas que, quando conhecemos uma entidade, podemos notar-lhe os pendores, observar-lhe as características, verificar sua maneira de manifestar-se e reconhecer o irmão que sobre nós atua por intermédio do pensamento.

Quando conhecedores dos sentimentos que imperam nos espíritos de determinado nível, em geral, podemos precisar o grau em que eles se encontram. Exemplificando: se um espírito, ao intuir ou transmitir uma mensagem o fizer com humildade, exprimindo muito amor, sendo capaz de chamar a atenção dos presentes por deslizes praticados sem magoá-los, já sabemos que esse irmão é de nível espiritual elevado. Se o mentor procura orientar usando linguagem clara, sem se perturbar com possíveis interpelações irreverentes ou mesmo irônicas, continuando a falar no mesmo tom de doutrinação amorosa, ainda que enérgica, então sabemos que o irmão possui credenciais para estar servindo como digno professor de almas. Entretanto, se o espírito se apresenta autoritário, enervando-se com interrupções, incapaz de manter suas vibrações de amor a todos os presentes, verificamos tratar-se de irmão necessitado de muito aprimoramento, embora, muitas vezes, traga mensagens aproveitáveis.

É preciso que entendam que não devemos rejeitar ensinamento de uma entidade desencarnada só porque ela não se encontra em alto nível espiritual. Cada irmão oferece aquilo que sabe e os bem intencionados tomam muito cuidado para transmitir somente aquilo de que se tem certeza. Cada um de nós, encarnado ou não, é responsável pelos ensinamentos que dá a quem quer que seja. Por esse motivo, eu procuro averiguar bem o assunto de que trato, quando escrevo para vocês todos. Não pensem que disse alguma inverdade. Desde as primeiras mensagens que ditei, esforcei-me por explicar bem minhas observações,  dando-lhes a interpretação que meu conhecimento permitia. Aos transmitir ensinamentos, basei-os  em aulas que recebi e experiências que fiz. Nas descrições que porventura tenha feito dos lugares por onde andei, procurei ser o mais fiel possível, comparando-os com as paisagens que nós conhecemos no plano físico.

Sou um espírito muito ignorante ainda para poder fornecer maiores explicações aos amigos que ficaram. Minha grande preocupação é fazer vocês todos crerem na continuação da vida depois do desaparecimento do corpo. Isso é de uma importância inimaginável. Se pudéssemos avaliar a necessidade que temos de compreender a eternidade do nosso espírito e a realidade da vida espiritual, estaríamos contribuindo grandemente para maiores facilidades de adaptação ao Plano em que agora vivo.

Plano é usado aqui para expressar ambiente vibracional, se assim podemos dizer. Qualquer pessoa, não importa a crença ou religião que professe, pode adquirir condições de ser mais "independente" quando desencarnar e não perder tempo em "estado atribulatório" pelo qual passa a maioria dos que deixam a Terra e encontram o inesperado. Não sabem nortear-se, porque nunca pensaram nisso. É preciso também que não ignorem a paisagem espiritual, pois cada qual terá para si a visão interior que desenvolveu, segundo a sua maneira de encarar os problemas da vida que deixou.

Muito importante é a nossa força psíquica na  vida espiritual, onde um pensamento pode levar-nos rapidamente ao local que desejamos. 

A capacidade ou intensidade do pensamento dirigido é uma força muito grande que pode orientar-nos no sentido que lhe imprimimos. Se emitimos sentimentos destituídos de luz divina, vamos encontrar lugares trevosos.

Alguém perguntará como é possível saber se o pensamento é iluminado ou não. Bem, para isso existem os ensinamentos deixados por grandes Espíritos que habitaram a Terra, assim como os que nos foram e continuam sendo dados através dos médiuns. Para nós, os terrenos, o maior de todos os Espíritos é Jesus, que deixou apóstolos por continuadores de sua obra. Foram eles que escreveram e reuniram nos Evangelhos as lições do Mestre Divino. É só ler, entender bem e seguir os conselhos dados. Saberá, encarnado ou desencarnado, em que espécie de pensamentos deverá demorar-se para conseguir avistar plagas amenas, ter companhia elevada, sentir-se bafejado pelo calor da amizade sincera e da colaboração espontânea. É por isso que dizemos que cada qual busca suas afinidades.

Quando desencarnei, não pensei em nada além ou diferente da idéia dominante de avisar aos meus o que havia acontecido. Depois que desconfiei que desencarnara, então, perturbei-me um pouco, mas havia tanto o que fazer que não pude parar para pensar. Quando parei, aí comecei a me sentir atordoado e cambaleante. Pensei em Deus, em Espíritos Protetores e mentalizei um pedido de socorro. Imediatamente me senti amparado por dois irmãos que vieram, não sei de onde, e que me conduziram para um justo repouso. Se eu não tivesse rogado a proteção divina, não teria conseguido tão rapidamente o auxílio de que necessitava. Ter-me-ia privado desse grande benefício. Quando se é acudido logo, sofre-se menos. As impressões do corpo demoram a desaparecer e nem sempre conseguimos afastar a lembrança de uma doença ou de um desgosto que tivemos antes de desencarnar. 

Isso nos torna infelizes e é comum a muitos desencarnados sentirem dores locais correspondentes aos órgãos doentes que lhe causaram o óbito. Há ocasiões em que essa impressão é tão forte que a criatura pensa que ainda vive no plano físico. Tudo isso é preciso que ela aprenda para saber como libertar-se da impressão do corpo e das emoções próprias de quem parte, a fim de que consiga gozar das regalias concedidas ao espírito.

Essa é uma pequenina vantagem pela qual devemos lutar. É necessário que, enquanto cumprimos nossa missão na Terra, nos estejamos habilitando a ingressar na "pátria dos Espíritos", para lá continuarmos nosso trabalho sem interrupção. 

Aí, sim, nossa evolução é apressada e logo poderemos pleitear uma encarnação em outras condições, ou seja, em uma orbe de melhores condições que a Terra. Mas, enquanto não soubermos conduzir nosso pensamento para os altos planos da vida, não poderemos alcançar a meta dos iluminados. E para conseguirmos encaminhar nossas mentalizações a esses planos, torna-se necessária a prática consciente de uma série de comportamentos, aconselhados pelo Evangelho de Jesus. São recomendações  eficientes, quando seguidas com o coração.

*Trecho extraído do livro "O mundo que eu encontrei"*



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