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terça-feira, 26 de julho de 2016

Estudo Teórico-prático da Doutrina Espírita* Deus Criador

SEF – Sociedade Espírita Fraternidade

*Estudo Teórico-prático da Doutrina Espírita*

*Introdução:*
Toda doutrina tem os seus princípios básicos que vão fundamentando os demais princípios, em uma sequência lógica.

Em se analisando os princípios da Doutrina Espírita, encontramos em primeiro lugar, o princípio da existência do Eterno Criador.

*Deus Criador:*
Deus é o criador de tudo o que existe.

- de todas as criaturas;

- da Natureza;

- do Universo, com todas as suas leis harmônicas.

*Definição de Deus:*
Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, propõe, na primeira pergunta de “O Livro dos Espíritos” (primeira obra da codificação, editado em 1.857), uma questão direta sobre a Divindade: “*Que é Deus*?” Cabe observar-se que Allan
Kardec, intencionalmente, pergunta “Que é Deus?”, ao invés de “Quem é Deus?”, justamente para não induzir a uma personificação ou uma ideia antropomórfica, ou seja, que lembra o aspecto ou a forma de um homem. Perguntado “Que é Deus?”, ele busca a sua essência. E a espiritualidade, nos proporciona a mais clara, sintética e precisa definição que conhecemos até hoje: “*Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas*”.

*Da Natureza Divina*:
No atual estágio de evolução que se encontra o ser humano, não lhe é possível compreender a natureza íntima de Deus.

Conforme verificamos em “A Gênese” (quinta obra da codificação, editada em 1.868), cap. II, item 8, há as seguinte referências à natureza Divina:

"Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo, ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito."

*Deus entendido como nosso Pai*:
A ideia de Deus como sendo o nosso Pai, nos foi trazida por Jesus. Podemos encontrar em "A Gênese” (quinto livro da Codificação Espírita/1.868), no cap. I, item 23 essa referência: “A parte mais importante da revelação do Cristo, no sentido de fonte primária, de pedra angular de toda a sua doutrina, é o ponto de vista inteiramente novo sob que considera Ele a Divindade ... Um Deus clemente, soberanamente justo e bom, cheio de mansidão e misericórdia ... O Pai comum do gênero humano que estende a sua proteção por todos os seus filhos e os chama todos a si ...”.

*Unidade 1*

*Tema: DEUS*

Introdução. Deus Criador. Definição de Deus. Da Natureza Divina. Atributos de
Deus. Provas da existência de Deus. A Providência Divina. O Infinito e o Espaço
Universal. Materialismo e Panteísmo.

Encontramos ainda, no item 25: “Toda a doutrina do Cristo se funda no caráter que Ele atribui à Divindade. Como um Deus imparcial, soberanamente justo, bom e misericordioso, ele fez do amor de Deus e da caridade para com o próximo a condição indeclinável da salvação, dizendo: Amai a Deus sobre todas as coisas e o vosso próximo como a vós mesmos; nisto estão toda a lei e os profetas...”.

*Atributos de Deus: Primeiro momento.*

Na infância da Humanidade, confundiram os homens o Criador com as criaturas, cujas imperfeições lhe eram atribuídas. Mas, à medida em que o senso moral se desenvolver, terão os homens melhores condições de entender a essência das coisas e, como consequência, poderão fazer uma ideia mais justa da Divindade.
No momento atual, é importante que sintamos Deus como o nosso Pai Criador, soberanamente justo, bom e misericordioso.

Podemos de um modo geral, em um primeiro momento, elencar como atributos de Deus:

1) AMOR – Como Pai, ama seus filhos providenciando para que a natureza possa prover nossas necessidades. Nos dá a inteligência para o nosso progresso.

2) SABEDORIA - Leis sábias e justas que regem todas as relações, todas as coisas, todo o Universo.

3) JUSTIÇA – Ele nos criou para progredirmos sempre. Ele nos concede pela Reencarnação (processo através do qual é concedido ao Espírito uma nova oportunidade de retornar a um novo corpo físico, especialmente preparado para ele) o ensejo de corrigirmos erros e imperfeições, de quitarmos débitos e continuarmos o aprendizado rumo à perfeição que é a nossa meta final.

*Atributos de Deus: Segundo momento.*
Aprofundando um pouco mais a análise, e de acordo com a conceituação espírita, podemos elencar como atributos de Deus:

Deus é a suprema e soberana inteligência:

Antes de analisarmos este atributo de Deus, é importante compreender o significado de duas palavras:

Suprema - s. f. Superioridade; poder ou autoridade suprema; preponderância; proeminência; hegemonia; primazia. (De supremo.)

Soberana: *1*. adj. Que ocupa o primeiro lugar; o mais elevado ou graduado em
seu gênero; que se acha revestido de autoridade suprema; que exerce um poder
supremo, sem restrição nem neutralização; absoluto; magnífico; supremo; (Do b. lat. superanu.)

Pela análise das palavras, já podemos ter uma ideia da inteligência Divina.

A inteligência do homem é limitada, pois que não pode fazer, nem compreender tudo o que existe.

A inteligência de Deus, abrangendo o infinito, é também infinita. Se a sua inteligência fosse limitada num ponto qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender e fazer o que o primeiro não faria e assim por diante.

Deus é eterno:

Devemos entender como eterno o que não teve princípio, nem terá fim.

Se Deus tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou, então, também teria sido criado, por um ser anterior e, nesse caso, esse ser é que seria Deus.

Deus é único:

A unicidade de Deus é consequências do fato de serem infinitas as suas perfeições. A ignorância deste atributo de Deus, foi o que gerou o politeísmo (crença em vários deuses), culto adotado pela maioria dos povos primitivos, que davam o atributo de divindade a todo poder que lhes parecia acima dos poderes inerentes à humanidade.

Deus é imutável:

Entendemos como imutável, o que não se altera.

Se Deus estivesse sujeito a mudanças/alterações, por influenciações outras, poderíamos supor que aquilo que o está influenciando, lhe poderia ser equiparado e, se assim fosse, a sua inteligência não seria suprema nem soberana. Além do que, se Deus estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o Universo.

Deus é imaterial:

Assim o podemos dizer porque a sua natureza difere de tudo o que “chamamos matéria”. Se a sua natureza fosse material, ele estaria sujeito às próprias transformações da matéria (o que seria contraditório ao seu atributo de imutabilidade).

Deus não tem uma forma apreciável aos nossos sentidos, pois se assim fosse, seria matéria. No entanto, todos nós já ouvimos expressões do tipo “a mão de Deus”, “os olhos de Deus”, “o braço de Deus”, etc. Nestes casos, é que o homem, ainda nada mais conhecendo além de si mesmo, toma a si próprio por termo de comparação para tudo o que não compreende. Logo, a imagem de Deus, representada pela figura de um ancião, de longas barbas brancas e envolto num manto, é uma concepção puramente humana, não correspondendo em nada com a sua real natureza.

Segundo "A Gênese", cap. II, item 12, esta imagem tem até o inconveniente de rebaixar o Ente Supremo até as mesquinhas proporções da Humanidade.

Deus é onipotente:

Mais uma vez, busquemos no dicionário a significação desta palavra:

Onipotente: *1*. adj. 2 gên. Que tem poder ilimitado; Todo-Poderoso. (Do lat. omnipotente.)

2. s. m. Deus.

Se Deus não possuísse o poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade tanto ou mais poderosa do que Ele. Todo o poder está em Deus.

Deus é soberanamente justo e bom:

A providencial sabedoria das Leis Divinas, se revela das pequeninas, às maiores coisas.

A soberana bondade implica na soberana justiça, porquanto, todos os seres foram criados da mesma forma, não havendo parcialidade, nem tratamento diferenciado com relação a qualquer de suas criaturas.

Deus é infinitamente perfeito:

É impossível conceber-se Deus sem o infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse.

Sendo infinitos os atributos de Deus, não são suscetíveis nem de aumento, nem
de diminuição.

Esses são os atributos principais, podendo, no entanto, ser mencionados ainda outros, porém como derivações ou já subentendidos nos anteriores.

Desta forma, temos que: Deus é Onisciente: - adj. 2 gên. Que tudo sabe; cujo saber é ilimitado; Deus é Onipresente: no sentido de que se encontra em todos os lugares, etc.

Em "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec, na questão n.º 11, indaga: “Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade?”, a que os Espíritos responderam: “Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria. Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá.”

Então, na própria ideia de Deus, com essência puramente espiritual, e na possibilidade de um dia chegar a vê-LO e compreendê-LO – quando se tornar Espírito puro e perfeito – está delineada para o homem, toda uma perspectiva de trabalho e de esperança: de degrau em degrau ele progredirá e, evoluindo espiritualmente, adquirirá novos e mais aperfeiçoados sentidos até conquistar um puro sentido espiritual que lhe permitirá pôr-se em relação com Deus, vendo-O, ouvindo-O e compreendendo-LHE a Divina Vontade.

*Provas da Existência de Deus*:
No conjunto imenso de mundos e coisas que constituem o Universo, tal é a grandeza, a magnitude, e são tais a ordem e a harmonia, que, tudo isso, pairando infinitamente acima da capacidade do homem, só pode atribuir-se à Onipotência criadora de um Ser Supremamente inteligente e sábio, Criador necessário de tudo que existe.

Deus, porém, não pode ser percebido pelo homem em sua divina essência.

Mesmo depois de desencarnado, dispondo de faculdades perceptivas menos materiais, não pode ainda a espírito imperfeito perceber totalmente a natureza divina.

Pode, entretanto o homem, ainda no estágio de relativa inferioridade em que se encontra, ter convincentes provas de que Deus existe, mas advindas por dois outros caminhos, que transcendem aos dois sentidos: o da razão e o do sentimento.

Racionalmente, não é possível admitir um efeito sem causa. Olhando o Universo imenso, a extensão infinita do espaço, a ordem e harmonia a que obedece a marcha dos mundos inumeráveis; olhando ainda os seres da natureza, os minerais com suas admiráveis formas cristalinas, o reino vegetal em sua exuberância, a fragrância das flores, a variedade quase infinita de plantas, o reino animal em toda a sua beleza; sondando também o mundo microscópio com incontáveis formas unicelulares. Toda essa imensidão, profusão e beleza nos obriga a crer em Deus, como causa necessária.

Mas se preferirmos contemplar apenas o que é o nosso próprio corpo, quanta harmonia também divisaremos na nossa roupagem física, nas funções que se exercem à revelia de nossa vontade num ritmo perfeito. Nas maravilhas que são os nosso sentidos. Toda essa perfeição, a harmonia da natureza humana e do mundo exterior ao homem, só pode ser criação de um Ser Supremamente inteligente e sábio, o qual chamamos Deus.

No entanto, é pelo sentimento, mais do que pelo raciocínio, que o homem pode compreender a existência de Deus. Há no homem, desde o mais primitivo até o mais civilizado, a ideia inata da existência de Deus.

A Doutrina Espírita, tem na existência de Deus o princípio maior e Ele se encontra por isso mesmo, na base da Doutrina.

Encontramos em "O Livro dos Espíritos", nas questões 04 à 09, o subtítulo “Provas da existência de Deus”.

A questão n.º 04 é muito esclarecedora: “Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus? – a que a espiritualidade responde: “Num axioma1 que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.

E complementa Kardec à título de observação, com relação a essa questão:

“Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.
León Dennis, no seu Livro “Depois da Morte”, no capítulo que trata do Universo e Deus, nos relata:

“O telescópio sonda os céus, em parte alguma do Universo encontra limites; sempre mundos sucedendo a mundos, e sóis a sóis; sempre legiões de astros multiplicando-se, a ponto de se confundirem em poeira brilhante nos abismos infindáveis do espaço ...”

“E o corpo humano não é uma laboratório vivo, um instrumento cujo mecanismo chega à perfeição? ...”

“O espetáculo da Natureza, o aspecto dos céus, das montanhas, dos mares, apresentam ao nosso espírito a ideia de um Deus oculto no Universo ...”

“A razão, igualmente nos fala de Deus. Os sentidos fazem-nos conhecer o mundo material, o mundo dos efeitos: a razão revela-nos o mundo das causas...”

“Deus não se mostra, mas se revela pelas suas obras ...”

E, no Livro “A Gênese”, Cap. II – Deus, nos é ensinado que:

“A existência de Deus é, pois, uma realidade comprovada não só pela revelação, como pela evidência material dos fatos.”

*A Providência Divina:*
Providência é a suprema sabedoria com que Deus conduz todas as criaturas.

Providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais ínfimas. É nisto que consiste a ação providencial.

Para estender a sua solicitude a todas as criaturas, não precisa Deus lançar o olhar do alto da imensidade. As nossas preces, para que Ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, pois que, estando de contínuo ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nele.

Examinemos esta questão através de um modo figurado:

A natureza inteira está mergulhada no fluido Divino, logo tudo e todos estamos imersos nesse fluido. O ser, por mais ínfimo que seja, está saturado desse fluido
Divino. Achamo-nos então, desta forma, constantemente, na presença da Divindade; nenhuma de nossas ações foge ao seu conhecimento; o nosso pensamento está em contato ininterrupto com o seu pensamento, havendo pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos sentimentos no nosso coração.

Por isso é que dizemos que Deus está em toda parte, na Natureza, em todos os lugares. Assim como o Espírito está em todas as partes do corpo – todas as células do corpo estão em contato com o ser espiritual, todos os elementos da criação, se acham em relação constante com Ele.

Um membro se agita: o Espírito o sente; uma criatura pensa: Deus o sabe. As diferentes criações, as diferentes criaturas se agitam, pensam, agem diversamente:

Deus sabe o que se passa e assina a cada um o que lhe diz respeito.

A ação de Deus de desvela no Universo, tanto no mundo físico quanto no mundo moral e não há um único ser que não seja objeto de sua solicitude.

1 máxima, sentença (observação nossa)

*O Infinito e o Espaço Universal:*

O Universo abrange a infinidade dos mundos que vemos e dos que não vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço, assim como os fluidos que o preenchem. O espaço universal é infinito e nele não existe o vácuo.

Em "O Livro dos Espíritos", questão n.º 35 é indagado à Espiritualidade se o espaço universal é infinito ou limitado, ao que Eles respondem: “Infinito. Supõe-no limitado: que haverá para lá de seus limites? Isto te confunde a razão, bem o sei; no entanto, a razão te diz que não pode ser de outro modo. O mesmo se dá com o infinito em todas as coisas. Não é na pequenina esfera em que voz achais que podereis compreendê-lo.”

Por esta resposta, está bem claro que o espaço é Infinito. Que se deve, entretanto, entender por infinito? Disseram-nos também os Espíritos, na resposta à pergunta n.º 02 de “O Livro dos Espíritos” – “O que não tem começo nem fim: o desconhecido; tudo que é desconhecido é infinito".

E, em sequência, na questão n.º 03 é perguntado à Espiritualidade se poder-se-ia dizer que Deus é infinito, ao que Eles respondem: “Definição incompleta.

Pobreza da linguagem humana, insuficiente para definir o que está acima da linguagem dos homens". A esta questão, acrescenta Kardec em comentário próprio: “Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo de uma coisa pela coisa mesma, é definir uma coisa que não está conhecida por uma outra que não o está mais do que a primeira.”

Fechando o subtítulo do espaço universal, a questão n. 36 de “O Livro dos Espíritos” esclarece que não existe o vácuo, pois o que parece vazio está na realidade ocupado por matéria, porém essa matéria nos escapa dos sentidos e dos instrumentos.

*Materialismo e Panteísmo:*

Apesar de todas as razões que levam convictamente à crença de que Deus Existe, como causa transcendente necessária do Universo, com os atributos de suprema inteligência, onipotência, bondade e justiça perfeitas, e infinito em todas as suas perfeições, há homens, e sempre os houve, que negam a Divina existência. O seu ateísmo disfarçado ou sincero, mas que é sempre consequência da arrogância, da presunção e do orgulho, leva-os a negar a existência de todo Espírito no Universo, tanto o Espírito Divino como o que em si mesmo existe e é sede da própria inteligência e da consciência de cada um; isto é, negam a existência da alma humana como individualidade independente da matéria corporal e a ela sobrevivente, considerando-a apenas como resultante da organização cerebral altamente evoluída do “Homo Sapiens”.

Materialismo:

É a doutrina filosófica segundo a qual não existe essencialmente no Universo coisa alguma além da matéria, quer como causa, quer como efeito. Implica um sistema dos mundos em que o fundamento único é a matéria, incriada e eterna, isto é, existente por si mesma, necessária e suficiente, sem interferência alguma de Deus.

O Materialismo como doutrina, ensino ou escola, nasce, praticamente, com Tales de Mileto, na antiga Grécia, por volta do Século VI a. C.

No longo período que constituí a Idade Média, o materialismo foi sofrendo algumas alterações, porém sempre rejeitando a ideia de um Criador supremo para todas as coisas.

Panteísmo:

Segundo essa Doutrina, entre os quais avulta a mentalidade vigorosa de Spinozza, Deus, sendo embora o Ser supremo, não é, entretanto, um ser distinto, pois consideram-no resultante da reunião de todas as forças, todas as inteligências de Universo.

Sente-se desde logo, a inconsistência de uma tal doutrina que, se verdadeira, derrogaria os mais necessários dos atributos de Deus: ser eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.

Comenta Allan Kardec com relação a esta doutrina, que ela faz de Deus um ser material, sujeito a todas as vicissitudes e necessidades da humanidade; faltar-lhe-ia um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade. Acrescenta ainda, que não podemos aliar as propriedades da matéria à ideia de Deus. Essa Doutrina confunde o Criador com a criatura, exatamente como o faria quem pretendesse que engenhosa máquina fosse parte integrante do mecânico que a imaginou ou a construiu.

A inteligência de Deus se revela em suas obras como a de um pintor no seu quadro; mas, as obras de Deus não são o próprio Deus, como o quadro não é o pintor que o concebeu e executou.


Poema de João de Deus – do Livro Antologia da Criança, psicografado por
Francisco Cândido Xavier.

*Resposta de Mãe.*

- Minha mãe onde está Deus? Permanece na Alvorada

- Ora essa minha filha, No vento que embala os ninhos, Deus está na luz que brilha No canto dos passarinhos
Sobre a terra, pelos céus. Na meiga rosa orvalhada.

Respira na água cantante Vive no vale e na serra
Da fonte que se desata, Onde mais? Como explicar-te?

No luar de leite e prata Deus existe em toda parte
Está na estrela distante... Em todo lugar da Terra...

Ó mamãe! como senti-lo Não filhinha! ouve a lição,
Bondoso, sublime e forte Guarda a fé que te falo,
Será preciso que a morte Só podemos encontrá-lo
Nos conduza ao céu tranquilo No templo do coração.

*Bibliografia*

*O Livro dos Espíritos* – Parte Primeira – Das Causas Primárias – Perguntas 01 à 16; 50 à 51;

*A Gênese* – Cap. I, 10 à 16; 20; 24. Cap. II itens 1 à 7; 8 à 19;

*O Grande Enigma* – Ação de Deus no Mundo e na História; Necessidade da ideia de Deus; Notas complementares – Léon Denis.

*Deus na Natureza* – Camille Flammarion.

*Depois da Morte* – Livre-arbítrio e providência – Léon Denis.

*Estudos Espíritas* – Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito de Joanna de Ângelis – Cap. I, p. 17 à 23.

*O Céu e o Inferno* – Doutrina das penas eternas – Parte I, cap. VI, itens 10 à 16.


*Obras Póstumas* – Deus - Parte I, item 2.

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