*NOTAS DA GRANDE IMPRENSA*
*AOS VIVOS-MORTOS*
Há muitos novembros o SEI reserva esta coluna à lembrança dos que nos antecederam no retorno ao Mundo Maior. Este ano, contudo, pediremos licença para realizar algo diferente.
Vamos dirigir nossa atenção não aos chamados mortos, mas sim àqueles que, embora considerados vivos e quantas vezes nos achamos em tal condição , muito facilmente poderiam ser confundidos com mortos. Marcamos, assim, a passagem do 2 de novembro, consagrado aos desencarnados, dedicando-lhes espaço para destacar aquilo que gostariam de dizer aos seus afetos da retaguarda, a fim de que não venham a experimentar as mesmas dificuldades que muitos deles possam ter enfrentado. Segue, então, para reflexão de todos nós, a mensagem Oração no dia dos mortos, de autoria de Emmanuel, parte do livro À Luz da Oração (ed. O Clarim), psicografado por Francisco Cândido Xavier:
Enquanto nossos irmãos na Terra se consagram hoje à lembrança dos mortos--vivos que se desenfaixaram da carne, oramos também pelos vivos-mortos que ainda se ajustam às teias físicas...
Pelos que jazem sepultados em palácios silenciosos, fugindo ao trabalho, como quem se cadaveriza, pouco a pouco, para o sepulcro; pelos que se enrijeceram gradativamente na autoridade convencional, adornando a própria inutilidade com títulos preciosos, à feição de belos epitáfios inúteis; pelos que anestesiaram a consciência no vício, transformando as alegrias desvairadas do mundo em portões escancarados para a longa descida às trevas; pelos que enterraram a própria mente nos cofres da sovinice, enclausurando a existência numa cova de ouro; pelos que paralisaram a circulação do próprio sangue nos excessos da mesa; pelos que se mumificaram no féretro da preguiça, receando as cruzes redentoras e as calúnias honrosas; pelos que se imobilizaram no paraíso doméstico, enquistando-se no egoísmo entorpecente, como desmemoriados, descansando no espaço estreito da esquife...
E rogamos-Te ainda, Senhor, pelos mortos das penitenciárias que ouviram as sugestões do crime e clamam agora na dor do arrependimento; pelos mortos de desânimo, que se renderam, na luta, às punhaladas da ingratidão; pelos mortos de desespero, que caíram em suicídio moral, por desertores da renúncia e da paciência; pelos mortos da saudade, que lamentam a falta dos seres pelos quais dariam a própria vida; e por esses outros mortos, desconhecidos e pequeninos, que são as crianças entregues à via pública, exterminadas na vala do esquecimento...
Por todos esses nossos irmãos, não ignoramos que choras também como choraste sobre Lázaro morto...
E trazendo igualmente hoje a cada um deles a flor da esperança e o lume da oração, sabemos que o teu amor infinito clarear-nos-á o vale da morte, ensinando-nos o caminho da eterna ressurreição.
SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim SEI: E-mail: boletimsei@gmail.com
Edição 2254 Novembro 2015
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