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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

DEUS, JUSTIÇA E EVOLUÇÃO

Pedro de Camargo

Que significa a evolução se os seres inferiores não evoluem para as espécies superiores?
Onde a eficiência dessa lei eterna e incoercível se os seres devem permanecer eternamente chumbados ao estado e às condições em que os conhecemos no momento atual? Não temos, acaso, para refutar aquela hipótese, o fato inconteste das profundas modificações verificadas entre os animais de hoje em comparação com os do passado? O mesmo gênero humano não escapa a estas alterações. Os homens, como os animais da atualidade, divergem dos homens e dos animais de outrora. Destes últimos, várias espécies desapareceram do teatro terreno, existindo apenas exemplares nos museus. Outras variedades há que existiram em épocas remotas e só lograram chegar ao nosso conhecimento através de vestígios fósseis.
A criação é uma cadeia infinita cujos elos se entrelaçam num movimento ascensional constante. Não podemos, naturalmente, ver e palpar esse entrelaçamento gradual e progressivo dos seres, porque o orbe em que habitamos não passa de uma nesga ou fração diminuta do Universo. Os elos da infinita cadeia se conjugam no incomensurável cenário da vida universal. Podemos imaginar esse fenômeno, podemos concebê-lo, mercê de nossa inteligência e de nosso raciocínio, mas não nos é dado comprová-lo neste mísero recanto que ora nos hospeda. A escada que Jacob viu em sonhos, quando em caminho da Mesopotâmia, é a imagem fiel da evolução.
Por essa escada, cujas extremidades se apoiavam, respectivamente, uma na Terra, outra no Céu, subiam e desciam os Espíritos.
A escada com seus múltiplos degraus alegoriza claramente as várias etapas do progresso que os Espíritos vão galgando na conquista aurifulgente de seus destinos. A Terra não está insulada no céu. Tudo, na criação, é solidário, como solidárias são as células de nosso corpo. Mundos e sóis, planetas e astros, anjos e homens, animais e plantas - todas as modalidades de vida, da mais simples e rudimentar à mais complexa e elevada, sobe a escada maravilhosa da evolução como hino triunfal que a Natureza entoa à sabedoria infinita e ao amor incomparável de Deus. O grande naturalista Darwin, conquanto se mantivesse exclusivamente no terreno da Biologia, averiguou a veracidade da evolução através das variadas espécies animais anatomicamente estudadas. Gabriel Delanne, o pensador profundo, o espiritualista consumado, em sua obra majestosa – EVOLUÇÃO ANÍMICA - firma, com dados positivos, o conceito, hoje Indiscutível, do progresso de todos os seres numa empolgante peregrinação pela senda intérmina do aperfeiçoamento.
Wesley, protestante, fundador da igreja metodista, era partidário da evolução. Raciocinando, certa vez, sobre a sorte dos animais, teve este pensamento, próprio de uma alma cristã, de um coração amorável e justo: "Meu Deus! certamente tens concedido aos animais a faculdade de melhorar. Creio que eles não permanecerão no estado de Inferioridade em que hoje os conhecemos.
A evolução é um fato que se impõe, e que em tudo se verifica. No campo do subjetivo ela se ostenta também em demonstrações e testemunhos irretorquíveis.
A imprensa de Gutenberg evoluiu para as ondas de Marconi, essas máquinas admiráveis, verdadeiros prodígios da mecânica moderna.
Os barcos de Fulton evolveram, a seu turno, para essas naus possantes, para os transatlânticos que são cidades flutuantes unindo os continentes.
A ideia de Gutenberg e a de Fulton, para citar apenas dois exemplos, emigraram de cérebro em cérebro, de geração em geração, subindo, ascendendo aos altos paramos do aperfeiçoamento. E, certamente, não se cristalizarão aí. O futuro, em todos os tempos, sempre trouxe em seu bojo surpresas maravilhosas.
Creio na evolução porque creio na justiça. Creio na justiça porque creio em
Deus!


“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
Fevereiro
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
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Rua Souza Caldas, 343 Correspondência:

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